O cérebro em relação à improvisação
-
0:00 - 0:03Eu sou um cirurgião que estuda
a criatividade, -
0:03 - 0:06e eu nunca tive um paciente
que me dissesse: -
0:06 - 0:09"Eu quero que você seja realmente criativo
durante a cirurgia." -
0:09 - 0:12E eu acho que há um bocadinho
de ironia nisso. -
0:12 - 0:15No entanto, diria que, depois de ter feito
muitas cirurgias, -
0:15 - 0:17é de alguma maneira parecido com
tocar um instrumento musical. -
0:17 - 0:20Para mim, este profundo e contínuo
fascínio pelo som -
0:20 - 0:22foi o que me levou a ser cirurgião
-
0:22 - 0:24e a estudar também a ciência do som,
particularmente música. -
0:24 - 0:26Então, vou tentar falar convosco
nos próximos minutos -
0:26 - 0:28acerca da minha carreira
-
0:28 - 0:30em termos de como sou capaz de tentar
estudar música -
0:30 - 0:32e tentar agarrar-me a questões
-
0:32 - 0:35de como é o cérebro capaz de ser criativo.
-
0:35 - 0:37Fiz a maioria deste trabalho
na Johns Hopkins University, -
0:37 - 0:39mas também no National Institute of Health
onde eu estive anteriormente. -
0:39 - 0:41Vou mostrar algumas experiências científicas
-
0:41 - 0:43e tentar mostrar três experiências musicais.
-
0:43 - 0:45Vou começar por mostrar-vos um vídeo.
-
0:45 - 0:48Este vídeo é de Keith Jarrett,
que é um improvisador de "jazz" bem conhecido -
0:48 - 0:51e provavelmente o mais conhecido
exemplo icónico -
0:51 - 0:53de alguém que leva improvisação
a um nível muito alto. -
0:53 - 0:55E ele improvisa concerto inteiros
-
0:55 - 0:57de cabeça,
-
0:57 - 0:59e ele nunca volta a tocar exactamente
da mesma maneira. -
0:59 - 1:01Como forma de criatividade intensa,
-
1:01 - 1:03acho que este é um excelente exemplo.
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1:03 - 1:05Então porque não clicamos no vídeo.
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1:06 - 1:10(Música)
-
2:02 - 2:05É realmente extraordinário e magnífíco
o que acontece ali. -
2:05 - 2:07Eu sempre — apenas como ouvinte e fã —
-
2:07 - 2:09ouço aquilo e fico espantado.
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2:09 - 2:11Eu penso: "Como é que isto é possível?"
-
2:11 - 2:13Como é que o cérebro pode gerar
tanta informação, -
2:13 - 2:15tanta música, espontaneamente?
-
2:15 - 2:18Então parti deste conceito,
cientificamente, -
2:18 - 2:21de que a criatividade artística, é mágica,
mas não é magia, -
2:21 - 2:23ou seja, é um produto do cérebro.
-
2:23 - 2:26Não existem muitas pessoas
com morte cerebral a fazer arte. -
2:26 - 2:28E com esta noção de que
a criatividade artística -
2:28 - 2:30é, de facto, um produto neurológico,
-
2:30 - 2:33peguei nesta tese de que poderemos estudá-lo
-
2:33 - 2:36tal como podemos estudar outros processos
neurológicos complexos. -
2:36 - 2:38E penso que existem algumas sub-questões
que coloquei. -
2:38 - 2:40É realmente possível estudar cientificamente
a criatividade? -
2:40 - 2:42Acho que esta é uma boa pergunta.
-
2:42 - 2:45E digo-vos que a maioria dos
estudos científicos sobre a música, -
2:45 - 2:47são muito densos.
-
2:47 - 2:50E quando os estudamos, é muito difícil
reconhecer a música neles. -
2:50 - 2:52De facto, parecem estar desprovidos
de música -
2:52 - 2:54e perdem a essência da música.
-
2:54 - 2:56E isso leva-nos à segunda questão:
-
2:56 - 2:58Porque é que os cientistas deveriam
estudar a criatividade? -
2:58 - 3:00Se calhar, não somos
as pessoas certas para o fazer. -
3:00 - 3:02Talvez,
-
3:02 - 3:04mas direi que, de uma perspectiva científica
-
3:04 - 3:06— falámos muito sobre inovação hoje —
-
3:06 - 3:08a ciência da inovação,
-
3:08 - 3:10o quanto entendemos sobre
a capacidade de inovação do cérebro -
3:10 - 3:12está na sua infância.
-
3:12 - 3:15Verdadeiramente, sabemos muito pouco
sobre como somos capazes de ser criativos. -
3:15 - 3:17E acho que vamos ver
-
3:17 - 3:19durante os próximos 10, 20, 30 anos
-
3:19 - 3:22uma verdadeira ciência da criatividade
que está a nascer e irá florescer. -
3:22 - 3:24Porque agora temos novos métodos
que nos permitem -
3:24 - 3:26levar este tipo de processo,
-
3:26 - 3:28improvisação de "jazz" complexa
e estudá-lo rigorosamente. -
3:28 - 3:30E chega ao cérebro.
-
3:30 - 3:32E todos nós temos um cérebro excepcional,
-
3:32 - 3:35que é, no mínimo, muito pouco entendido.
-
3:35 - 3:37Penso que os neurocientistas
-
3:37 - 3:39têm muito mais perguntas do que respostas.
-
3:39 - 3:41E eu próprio, não vos darei
muitas respostas hoje, -
3:41 - 3:43vou fazer apenas muitas perguntas.
-
3:43 - 3:45É fundamentalmente isso o que faço
no meu laboratório. -
3:45 - 3:47Eu pergunto sobre o que está o cérebro a fazer para nos permitir fazer tais coisas.
-
3:47 - 3:50Este é o método que uso.
Chama-se IRM funcional. -
3:50 - 3:53Se já estiveram num "scanner" de IRM,
é basicamente o mesmo, -
3:53 - 3:55mas este está equipado de modo especial
-
3:55 - 3:57para não tirar apenas fotos do cérebro,
-
3:57 - 4:00mas para tirar fotos também
das partes activas do cérebro. -
4:00 - 4:02Isto é feito do seguinte modo:
-
4:02 - 4:04Existe algo chamado Imagem BOLD,
-
4:04 - 4:06que é a imagem do nível dependente
de oxigénio no sangue. -
4:06 - 4:08Quando se está num scanner IRMf,
-
4:08 - 4:10está-se dentro de um grande íman
-
4:10 - 4:12que alinha as moléculas em certas áreas.
-
4:12 - 4:15Quando uma área do cérebro está activa,
ou seja, uma área neural activa, -
4:15 - 4:18recebe fluxo de sangue desviado
para essa área. -
4:18 - 4:20Esse fluxo sanguíneo aumenta
-
4:20 - 4:22o sangue local nessa área
-
4:22 - 4:25com uma mudança de concentração
de desoxihemoglobina. -
4:25 - 4:27A desoxihemoglobina
pode ser detectada na IRM, -
4:27 - 4:29enquanto que a oxihemaglobina não pode.
-
4:29 - 4:31Logo através deste método de dedução
-
4:31 - 4:33— e estamos a medir fluxo sanguíneo,
não a actividade nervosa — -
4:33 - 4:35dizemos que uma área do cérebro
que está a receber mais sangue -
4:35 - 4:37estava activa durante uma certa tarefa.
-
4:37 - 4:39E é esse o ponto crucial de como
a IRMf trabalha. -
4:39 - 4:41E é usada desde os anos 90
-
4:41 - 4:44para estudar processos muito complexos.
-
4:44 - 4:46Agora vou analisar um estudo que fiz,
-
4:46 - 4:48que foi Jazz num scanner IRMf.
-
4:48 - 4:50Isto foi feito com um colega meu,
Alan Braun, na NIH. -
4:50 - 4:53Este é um pequeno vídeo de como o fizemos.
-
4:53 - 4:55(Video) Charles Limb: Isto é um teclado
de um piano MIDI de plástico -
4:55 - 4:57que usamos para experiências de "jazz".
-
4:57 - 4:59É um teclado com 35 teclas
-
4:59 - 5:01concebido para caberem os dois
dentro do "scanner", -
5:01 - 5:03ser magneticamente seguro,
-
5:03 - 5:05ter interferência mínima
-
5:05 - 5:07que contribua para qualquer artefacto
-
5:07 - 5:10e temos esta almofada para que seja pousado
nas pernas do músico -
5:10 - 5:13enquanto estão deitados no "scanner",
a tocar de costas. -
5:13 - 5:16E funciona assim — isto não produz
nenhum som. -
5:16 - 5:18Emite algo que é chamado sinal MIDI
-
5:18 - 5:20— ou Interface digital
de um instrumento musical — -
5:20 - 5:23através destes cabos dentro da caixa
e depois do computador, -
5:23 - 5:26que depois acciona exemplos de pianos
de alta qualidade, como estes. -
5:26 - 5:29(Música)
-
5:32 - 5:52(Música)
-
5:54 - 5:56Charles Limb: Ok, trabalha.
-
5:56 - 5:58Então, através deste teclado,
-
5:58 - 6:00temos o que é necessário para estudar
o processo musical. -
6:00 - 6:03E o que fazemos agora que temos
este teclado fixe? -
6:03 - 6:05Não se pode simplesmente
—" Fantástico, temos o teclado". -
6:05 - 6:07Temos que elaborar uma experiência científica.
-
6:07 - 6:10A experiência assenta no seguinte.
-
6:11 - 6:14O que acontece no cérebro durante algo
que é memorizado e sobre-aprendido, -
6:14 - 6:16e o que acontece no cérebro durante algo
-
6:16 - 6:18gerado espontaneamente ou improvisado,
-
6:18 - 6:20de modo a ser combinado motoramente
-
6:20 - 6:23e em termos de características
do motor sensorial de baixo-nível? -
6:23 - 6:26Então, eu tenho aqui o que chamamos
de paradigma. -
6:26 - 6:29Há uma escala paradigma, que é simplesmente
tocar a escala de cima para baixo, memorizada. -
6:29 - 6:31E depois há a improvisação numa escala
-
6:31 - 6:33— semínimas, metrónomo, direita —
-
6:33 - 6:35científicamente muito seguro,
-
6:35 - 6:37mas musicalmente muito aborrecido.
-
6:37 - 6:39E principalmente, uma que é chamada
de paradigma jazz. -
6:39 - 6:41O que fizemos foi trazer músicos
professionais de "jazz" à NIH, -
6:41 - 6:44e fizemo-los memorizar esta partitura
da esquerda, lado inferior esquerdo -
6:44 - 6:46— que é o que me ouviram tocar —
-
6:46 - 6:49e depois pusemo-los a improvisar
as mesmas mudanças de acordes. -
6:49 - 6:51E se carregarem no ícone de som
no canto inferior direito, -
6:51 - 6:53temos o exemplo do que foi gravado
no "scanner". -
6:53 - 6:58(Music)
-
7:21 - 7:23Não é o ambiente mais natural,
-
7:23 - 7:25mas eles são capazes de tocar música a sério.
-
7:25 - 7:27E eu ouvi aquele solo 200 vezes,
-
7:27 - 7:29e ainda gosto dele.
-
7:29 - 7:31Os músicos estavam confortáveis no final.
-
7:31 - 7:33Primeiro medimos o número de notas.
-
7:33 - 7:35Eles estavam de facto a tocar muito mais
notas quando improvisavam? -
7:35 - 7:37Não era isso que estava a acontecer.
-
7:37 - 7:39E depois olhámos para a actividade cerebral.
-
7:39 - 7:41Vou tentar condensar isto para vocês.
-
7:41 - 7:44Isto são mapas de contraste que
mostram subtracções -
7:44 - 7:46entre o que muda quando se improvisa
-
7:46 - 7:48versus quando se faz algo decorado.
-
7:48 - 7:50A vermelho está a área activa
no cortex pré-frontal, -
7:50 - 7:52o lobo frontal do cérebro.
-
7:52 - 7:55E a azul a área que estava desactivada.
-
7:55 - 7:56Então chamamos a esta área focal
cortex pré-frontal mediano -
7:56 - 7:58que aumentou a actividade.
-
7:58 - 8:01Temos esta ampla área chamada
cortex pré-frontal lateral -
8:01 - 8:04que baixou a actividade,
e eu vou resumir-vos isto. -
8:04 - 8:06Isto são áreas multifuncionais do cérebro.
-
8:06 - 8:09Como gosto de dizer,
não são as áreas do "jazz" do cérebro. -
8:09 - 8:11Elas fazem uma grande variedade de coisas
-
8:11 - 8:13que têm a ver com auto-reflexão,
-
8:13 - 8:15introspecção, memória trabalhada e por aí fora.
-
8:15 - 8:18A consciência real está no lobo frontal.
-
8:18 - 8:20Mas temos a combinação
-
8:20 - 8:23de uma área que pensamos que está envolvida
com a auto-monitorização, "desligada", -
8:23 - 8:25e a área que pensamos ser auto-biográfica,
-
8:25 - 8:27ou expressividade própria, "ligada".
-
8:27 - 8:30Achamos, pelos menos
neste estudo preliminar — é um estudo. -
8:30 - 8:32Provavelmente está errado.
-
8:32 - 8:33Mas é um estudo.
-
8:33 - 8:36Achamos que, no mínimo,
uma hipótese razoável -
8:36 - 8:38é, para ser criativo,
-
8:38 - 8:40tem de se fazer esta estranha dissociação
no lobo frontal. -
8:40 - 8:42Uma área liga, e a área maior desliga,
-
8:42 - 8:45para não estarmos inibidos,
para estarmos dispostos a errar, -
8:45 - 8:47de modo a não estarmos sempre a desligar
-
8:47 - 8:50todos os impulsos produtores novos.
-
8:50 - 8:53Muita gente sabe que a música não é sempre
uma actividade a solo -
8:53 - 8:55— por vezes é feita comunicativamente.
-
8:55 - 8:57E a próxima pergunta era:
-
8:57 - 8:59O que acontece quando os músicos
estão a trocar para a frente e para trás, -
8:59 - 9:01algo chamado "troca de quatro compassos",
-
9:01 - 9:03que é algo normalmente feito
numa experiência de "jazz"? -
9:03 - 9:05Isto é um "blues" de doze compassos.
-
9:05 - 9:07E tornei-o em grupos de quatro compassos aqui,
-
9:07 - 9:09assim sabem como iriam trocar.
-
9:09 - 9:11O que fizemos foi trazer um músico
para o "scanner" -
9:11 - 9:13fizemo-lo memorizar a melodia
-
9:13 - 9:15e tínhamos outro músico na sala de controlo
-
9:15 - 9:18a trocar de trás para a frente
interactivamente. -
9:18 - 9:20Este é o músico, Mike Pope,
-
9:20 - 9:23um dos melhores baixistas do mundo
e um pianista fantástico. -
9:28 - 9:30Ele está agora a tocar a peça
-
9:30 - 9:32que vimos
-
9:32 - 9:34só um bocadinho melhor
do que o que eu escrevi. -
9:34 - 9:36(Video) CL: Mike, entra.
(Homem: Que a força esteja contigo.) -
9:36 - 9:38Enfermeira: Nada nos bolsos ok?
-
9:38 - 9:41Mike Pope: Não. Nada nos bolsos.
(Enf.: Ok.) -
9:50 - 9:52CL: Tem de se ter a atitude certa
para concordar fazê-lo. -
9:52 - 9:54(Risos)
-
9:54 - 9:56Até é divertido.
-
9:56 - 9:59E agora estamos a tocar de trás para a frente.
-
9:59 - 10:02Ele está ali. Podem ver-se as pernas dele.
-
10:03 - 10:06E estou aqui na sala de controlo, a trocar.
-
10:06 - 10:09(Música)
-
10:18 - 10:21(Video) Mike P.: É uma boa representação
-
10:21 - 10:23de como é.
-
10:23 - 10:25É bom que não seja muito rápido.
-
10:25 - 10:27O facto de se fazer repetidamente
-
10:27 - 10:30deixa-nos ambientar ao que nos rodeia.
-
10:31 - 10:34A parte mais díficil para mim foi
a coisa cinestésica, -
10:34 - 10:36de olhar para as minha mãos
-
10:36 - 10:38através de dois espelhos,
-
10:38 - 10:40deitado de costas
-
10:40 - 10:42e não me poder mexer nada,
além da minha mão. -
10:42 - 10:44Foi um desafio.
-
10:44 - 10:46Mas de novo,
-
10:46 - 10:49tive momentos, de certeza,
-
10:49 - 10:51tive momentos
-
10:51 - 10:55de verdadeira e honesta interacção musical,
absolutamente. -
10:55 - 10:57CL: Aqui, esperamos uns momentos
-
10:57 - 10:59E vemos aqui
-
10:59 - 11:01— e estou a cometer um pecado capital
em ciência, -
11:01 - 11:03que é mostrar-vos dados preliminares.
-
11:03 - 11:05São os dados de um indivíduo.
-
11:05 - 11:07De facto, dados de Mike Pope.
-
11:07 - 11:09O que vos estou a mostrar?
-
11:09 - 11:12Quando ele está a trocar quatros comigo,
improvisação "versus" memória, -
11:12 - 11:15a área linguística dele iluminou-se,
a área de Broca, -
11:15 - 11:17que é o giro frontal inferior na esquerda.
-
11:17 - 11:19Aliás ele tinha um homólogo na direita.
-
11:19 - 11:22Pensa-se que esta área esteja envolvida
na expressividade da comunicação. -
11:22 - 11:24Esta noção de que a música é um idioma,
-
11:24 - 11:27se calhar, existe de facto
uma base neurológica para isso, -
11:27 - 11:30e podemos vê-lo quando dois músicos
estão a ter uma conversação musical. -
11:30 - 11:32Fizemos isto em oito indivíduos até agora,
-
11:32 - 11:34e estamos a juntar os dados.
-
11:34 - 11:36Espero que tenhamos algo significativo
para dizer sobre isto. -
11:36 - 11:39Quando penso em improvisação e linguagem,
o que vem a seguir? -
11:39 - 11:41"Rap", claro, "rap"
-
11:41 - 11:43— estilo livre.
-
11:43 - 11:45Sempre me senti fascinado
pelo estilo livre. -
11:45 - 11:47E vamos prosseguir e ver este vídeo.
-
11:47 - 11:49(Vídeo) "RAP": Mos Def: ♫ "... brown skin I be,
standing five-ten I be" ♫ -
11:49 - 11:52♫ "Rockin' it when I be, in your vicinity" ♫
-
11:52 - 11:54♫ "Whole-style synergy, recognize symmetry" ♫
-
11:54 - 11:57♫ "Go and try to injure me,
broke 'em down chemically" ♫ -
11:57 - 11:59♫ "Ain't the number 10 M.C.,
talk about how been I be" ♫ -
11:59 - 12:02♫ "Styled it like Kennedy,
late like a 10 to three" ♫ -
12:02 - 12:05♫ "When I say when I be,
girls say bend that key cut" ♫ -
12:05 - 12:07CL: E existe muita analogia
-
12:07 - 12:09entre o que ocorre
no "rap" de estilo livre e no "jazz". -
12:09 - 12:11Existem, de facto, muita co-relações
entre as duas formas de música -
12:11 - 12:13penso que em diferentes períodos de tempo.
-
12:13 - 12:15De muitas maneiras,
o "rap" tem a mesma função social -
12:15 - 12:17que o "jazz" costumava ter.
-
12:17 - 12:19Então como se estuda o "rap"
cientificamente? -
12:19 - 12:21Os meus colegas pensam que sou maluco,
-
12:21 - 12:23mas acho que é muito viável.
-
12:23 - 12:25Isto é o que se faz: temos um artista
de estilo livre -
12:25 - 12:27que vem ao laboratório e decora o "rap"
que escrevi, -
12:27 - 12:29que ele nunca ouviu antes,
-
12:29 - 12:31e depois pomo-lo a fazer estilo livre.
-
12:31 - 12:33Disso aos meus colegas de laboratório
que ia fazer "rap" para o TED, -
12:33 - 12:35e eles disseram: "Não vais nada."
-
12:35 - 12:37E eu pensei...
-
12:37 - 12:43(Risos) (Aplausos)
-
12:43 - 12:45Mas é assim,
-
12:45 - 12:48com este grande ecrã,
podem todos fazer "rap" comigo. ok? -
12:48 - 12:50O que os pusemos a fazer foi
-
12:50 - 12:52memorizar este ícone
do lado inferior esquerdo. -
12:52 - 12:55Isto é o estado de controlo.
Isto é o que eles memorizaram. -
12:55 - 12:57Computador: ♫ Memória, baque. ♫
-
12:57 - 13:00CL: ♫ O baque da batida
numa repetição conhecida ♫ -
13:00 - 13:03♫ Ritmo e rima, fazem-me completo ♫
-
13:03 - 13:05♫ A subida é sublime quando estou no micro ♫
-
13:05 - 13:08♫ Cuspindo rimas que te atingem como raios ♫
-
13:08 - 13:10♫ Eu busco a verdade nesta procura eterna ♫
-
13:10 - 13:13♫ A minha paixão não é moda,
podem ver como estou vestido ♫ -
13:13 - 13:16♫ Palavras psicopatas na minha cabeça
aparecem ♫ -
13:16 - 13:19♫ Sussurrar esta letra, só eu posso ouvir ♫
-
13:19 - 13:21♫ A arte de descobrir e o que está a pairar ♫
-
13:21 - 13:24♫ Dentro da mente dos não confinados ♫
-
13:24 - 13:27♫ Todas estas palavras continuam a cair
como chuva ♫ -
13:27 - 13:30♫ Preciso de um cientista louco para ver
o meu cérebro... ♫ -
13:30 - 13:39(Aplausos)
-
13:39 - 13:42Garanto-vos que isto
nunca mais vai acontecer. -
13:42 - 13:44(Risos)
-
13:44 - 13:46O que é fantástico em relação aos estilo-livre,
-
13:46 - 13:48vão dizer-lhes diferentes palavras.
-
13:48 - 13:50Eles não sabem quais são as palavras,
mas vão ouvir algo de improviso. -
13:50 - 13:52Cliquemos no ícone de som direito.
-
13:52 - 13:55Vão dizer-lhes estas 3 palavras :
"como", "não" e "cabeça". -
13:55 - 13:57Ele não sabe quais as palavras.
-
13:57 - 13:59Estilo-Livre: ♫ "I'm like some kind of
[imperceptível]" ♫ -
13:59 - 14:02♫ "[imperceptível] extraterrestrial,
celestial scene" ♫ -
14:02 - 14:05♫ "Back in the days, I used to sit in pyramids
and meditate" ♫ -
14:05 - 14:08♫ "With two microphones
hovering over my head" ♫ -
14:08 - 14:11♫ "See if I could still listen,
spittin' off the sound" ♫ -
14:11 - 14:13♫ "See what you grinning" ♫
-
14:13 - 14:15♫ "I teach the children
in the back of the classroom" ♫ -
14:15 - 14:18♫ "About the message of apocalyptical" ♫
-
14:18 - 14:21♫ "Not really though,
cause I've got to keep it simple" ♫ -
14:21 - 14:23♫ "[Imperceptível] instrumental" ♫
-
14:23 - 14:26♫ "Detrimental playing Super Mario" ♫
-
14:26 - 14:30♫ "[Imperceptível] boxes [Imperceptível]
hip hop" ♫ -
14:30 - 14:32CL : Novamente, algo incrível
está a acontecer. -
14:32 - 14:34Está a fazê-lo neurologicamente,
é extraordinário. -
14:34 - 14:36Se gostam ou não da música é irrelevante.
-
14:36 - 14:38Falando criativamente,
é uma coisa fenomenal. -
14:38 - 14:41Este é um pequeno vídeo
de como fazemos isto dentro do "scanner". -
14:41 - 14:44(Risos)
-
14:44 - 14:46(Video) CL: Estamos aqui com o Emmanuel.
-
14:46 - 14:48CL: A propósito, aquilo foi gravado no scanner.
-
14:48 - 14:50(Vídeo) CL : O Emmanuel está no "scanner".
-
14:51 - 14:54Ele acabou de decorar a rima para nós.
-
14:57 - 15:00Emmanuel: ♫ "Top of the beat with no repeat" ♫
-
15:00 - 15:03♫ "Rhythm and rhyme make me complete" ♫
-
15:03 - 15:06♫ "Climb is sublime when I'm on the mic" ♫
-
15:06 - 15:08♫ "Spittin' rhymes that'll hit you
like a lightning strike" ♫ -
15:08 - 15:11♫ "I search for the truth
in this eternal quest" ♫ -
15:11 - 15:14♫ "I'm passing on fashion; you can see
how I'm dressed" ♫ -
15:14 - 15:17CL: Ok. Vou parar aqui.
O que é que se vê no cérebro dele? -
15:17 - 15:19Quer dizer, isto são cérebros
de quatro "rappers". -
15:19 - 15:21E o que vemos, realmente vemos,
as áreas da linguagem iluminadas, -
15:21 - 15:23mas depois — olhos fechados —
-
15:23 - 15:26quando estão a improvisar e não decoraram,
-
15:26 - 15:28temos as principais áreas visuais iluminadas.
-
15:28 - 15:31Temos uma principal actividade cerebral, que está
relacionada com a coordenação motora. -
15:31 - 15:34Temos actividade cerebral intensa quando
fazemos actividades comparáveis, -
15:34 - 15:37quando uma tarefa é criativa
e a outra memorizada. -
15:38 - 15:40É muito preliminar,
mas eu acho que é interessante. -
15:40 - 15:43Em conclusão,
temos muitas perguntas a fazer. -
15:43 - 15:46E como eu disse,
vamos fazer perguntas e não responder. -
15:46 - 15:49Mas queremos chegar à raiz do que
é génio criativo, neurologicamente. -
15:49 - 15:52Acho que com estes métodos, estamos perto.
-
15:52 - 15:54E espero que nos próximos 10, 20 anos
-
15:54 - 15:56vocês possam ver estudos reais
e com significado -
15:56 - 16:00que digam que a ciência tem de
alcançar a arte, -
16:00 - 16:02e, se calhar, estamos a começar a chegar lá.
-
16:02 - 16:04Quero agradecer pelo vosso tempo.
-
16:04 - 16:09(Aplausos)
- Title:
- O cérebro em relação à improvisação
- Speaker:
- Charles Limb
- Description:
-
O músico e investigador Charles Limb perguntou-se como é que o cérebro trabalha durante a improvisação musical — então pôs músicos de jazz e "rappers" numa máquina de Imagem de Ressonância Magnética funcional (IRMf), para descobrir. O que ele e a sua equipa descobriram tem implicações profundas para o nosso entendimento em relação a todos os tipos de criatividade.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:10
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Your brain on improv | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Your brain on improv | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Your brain on improv | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Your brain on improv | ||
Séfora Moreira added a translation |