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Biomimética — As lições surpreendentes dos engenheiros da Natureza

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    É emocionante estar aqui numa conferência
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    que é dedicada ao "Inspirado pela Natureza" -- vocês podem imaginar.
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    E estou também emocionada por estar na secção de preliminares.
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    Repararam que esta secção é de preliminares?
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    Porque eu posso falar acerca de uma das minhas criaturas favoritas,
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    que é o Colimbo Ocidental. Vocês não viveram
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    até terem visto estes indivíduos a fazer a sua dança de acasalamento.
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    Eu estava no Bowman Lake no Glacier National Park,
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    que é um lago longo e estreito com uma espécie de montanhas de cabeça para baixo dentro dele,
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    e o meu companheiro e eu tínhamos um barco a remos.
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    E então nós estávamos a remar, e um desses Colimbos Ocidentais apareceu.
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    E o que eles fazem na sua dança de acasalamento é, eles vão juntos,
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    os dois, o casal, e começam a correr debaixo de água.
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    Eles patinham rápido, e mais rápido, e mais rápido, até andarem tão rápido
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    que literalmente se erguem para fora da água,
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    e ficam de pé, como se patinhassem em cima da água.
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    E um desses Colimbos veio ter connosco enquanto estávamos a remar.
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    E nós estávamos num sku (barco a remos), e estávamos a andar muito, mas muito depressa.
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    E este Colimbo, penso eu, talvez nos tenha confundido com um possível parceiro,
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    e começou a correr connosco ao longo da água,
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    numa dança de acasalamento -- durante milhas.
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    Ele parava, e depois recomeçava, e depois parava, e depois recomeçava.
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    Isso sim é que são preliminares.
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    (Gargalhadas)
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    OK. Eu quase -- eu estava a isto de mudar de espécie naquele momento.
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    Obviamente, a vida pode ensinar-nos alguma coisa
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    na área de entretenimento, OK. A vida tem muito para nos ensinar.
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    Mas o assunto sobre o qual gostaria de falar hoje
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    é o que a vida nos pode ensinar sobre tecnologia e sobre design.
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    O que aconteceu desde que o livro saiu --
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    o livro era maioritariamente acerca da pesquisa em biomímica.
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    E o que aconteceu desde aí é que arquitectos, designers, engenheiros --
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    pessoas que constroem o nosso mundo -- começaram a ligar e a dizer,
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    nós queremos um biólogo que se sente connosco na secretária para discutir sobre design
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    para nos ajudar, em tempo real, a inspirarmo-nos.
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    Ou -- e esta é a parte divertida para mim -- nós queremos que nos leve
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    para o mundo natural. Nós aparecemos com um desafio de design
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    e descobrimos os campeões em adaptação ao mundo natural, que nos possam inspirar.
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    Então esta é uma fotografia de uma viagem às Galápagos que nós fizemos
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    com alguns engenheiros de tratamento de águas residuais; eles purificam as águas residuais.
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    E, na realidade, alguns estavam muito resistentes a estarem lá.
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    O que eles nos disseram no início foi, vocês sabem, nós já fazemos biomímica.
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    Nós usamos bactérias para limpar a nossa água. E nós dissemos,
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    bem, isso não é exactamente -- isso não é ser exactamente inspirado pela natureza.
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    Isso é bio-processamento; Isso é tecnologia bio-assistida:
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    usar um organismo para fazer o tratamento das águas residuais
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    é uma velha, mas mesmo velha tecnologia chamada "domesticação".
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    Isto é aprender alguma coisa, pegar numa ideia, de um organismo e depois aplicá-la.
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    E ainda assim eles não estavam a entender isso.
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    Então nós fomos caminhar na praia e eu disse,
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    bem, dêem-me um dos vossos grandes problemas. Dêem-me um desafio de design,
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    um obstáculo à sustentabilidade, que vos impeça de serem sustentáveis.
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    E eles disseram a calcificação, que é a acumulação de minerais dentro de tubos.
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    E eles disseram, sabe o que acontece é que, os minerais --
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    tal como na sua casa -- os minerais acumulam-se.
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    E depois a abertura entope, e nós temos de limpar os tubos com toxinas,
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    ou temos de desenterrá-los.
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    Então se tivéssemos uma maneira de parar esta calcificação --
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    e aí eu apanhei algumas conchas na praia. E perguntei-lhes,
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    O que é a calcificação? O que está nos vossos canos?
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    E eles disseram, carbonato de cálcio.
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    E eu disse, é isso que isto é; isto é carbonato de cálcio.
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    E eles não sabiam isso.
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    Eles não sabiam o que era uma concha,
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    é formada por proteínas, e iões da água do mar
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    que cristalizam no local, OK, para criar uma concha.
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    Então o mesmo tipo de processo, sem as proteínas,
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    está a acontecer dentro dos tubos deles. Eles não sabiam.
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    Isto não é devido a falta de informação; é falta de integração.
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    Vocês sabem, é um silo, as pessoas vivem em silos. Eles não sabiam
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    que o mesmo processo estava a acontecer. Então um deles pensou acerca disso
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    e disse, OK, bem, se isto é só cristalização
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    que acontece automaticamente fora da água do mar -- auto-montagem --
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    então porque é que as conchas não têm um tamanho infinito? O que pára a calcificação?
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    Porque é que que não continuam?
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    E eu disse, bem, da mesma forma que elas libertam uma proteína --
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    que elas segregam uma proteína e ela inicia a cristalização --
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    e eles como que se inclinaram para a frente --
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    elas libertam proteínas que páram a cristalização.
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    Literalmente aderem à superfície do cristal que se desenvolve.
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    E, de facto, há um produto chamado TPA
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    que imita essa proteína -- essa proteína inibidora --
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    e é uma maneira amiga do ambiente para parar com a calcificação nos canos.
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    Isso mudou tudo. A partir daí,
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    não se conseguia levar esses engenheiros de volta para o barco.
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    No primeiro dia eles iam fazer uma caminhada,
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    e era, click, click, click, click. Cinco minutos depois voltavam para o barco.
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    Já está. Sabem, eu já vi esta ilha.
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    Depois disto,
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    eles andavam em todo o lado. Eles não se fartavam --
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    eles faziam snorkel durante o tempo que eu os deixasse fazer snorkel.
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    O que aconteceu foi que eles perceberam que há organismos
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    por aí que já resolveram problemas
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    que eles investiram as suas carreiras a tentar resolver.
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    Aprender acerca do mundo natural é uma coisa,
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    aprender a partir do mundo natural -- essa é a diferença.
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    É uma diferença profunda.
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    O que eles perceberam foi que as respostas às suas questões estavam em todo o lado;
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    que eles só precisavam de mudar as lentes através das quais viam o mundo.
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    3.8 biliões de anos de testes.
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    10 a 30 -- Craig Venter provavelmente vai-vos dizer;
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    Eu acho que há muito mais do que 30 milhões -- de soluções bem adaptadas.
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    O importante para mim é que estas são soluções criadas num contexto.
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    E o contexto é a Terra --
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    o mesmo contexto em que estamos a tentar resolver os nossos problemas.
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    Então é a consciente emulação dos génios da vida.
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    Não é mímica cega --
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    apesar do Al estar a tentar manter o penteado --
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    não é uma mímica submissa. É tirar os princípios de design,
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    a genialidade do mundo natural, e aprender alguma coisa com isso.
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    Agora, num grupo com tantas pessoas de TI, eu tenho de mencionar que --
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    uma coisa sobre a qual não vou falar, e que é que a vossa área
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    já aprendeu uma grande quantidade de coisas a partir de seres vivos,
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    na parte do software. Então há computadores que se protegem a eles próprios,
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    como um sistema imunitário, e estamos a aprender acerca da regulação de genes
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    e desenvolvimento biológico. E nós estamos a aprender a partir de redes neuronais,
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    algoritmos genéticos, computação evolucional.
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    Isto é do lado do software. Mas o que é interessante para mim
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    é que nós não olhámos suficientemente para isto. Quero dizer, estas máquinas
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    não são muito de alta tecnologia, na minha opinião
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    no sentido em que há dúzias e dúzias de substâncias cancerígenas
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    na água de Sillicon Valley.
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    Então o hardware
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    não é nada em termos do que a vida chamaria de sucesso.
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    Então o que é que podemos aprender acerca da construção -- não só de computadores, mas de tudo?
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    O avião em que vieram, carros, as cadeiras onde estão sentados.
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    Como é que redesenhamos o mundo que construímos, o mundo feito por humanos?
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    Mais importante, o que é que deveríamos perguntar nos próximos 10 anos?
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    E há muitas tecnologias fixes que a vida tem.
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    Qual é o programa curricular?
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    Há três questões chave, para mim.
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    Como é que a vida faz as coisas?
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    Isto é o oposto; isto é como nós fazemos as coisas.
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    Chama-se aquecer, bater e tratar --
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    é o que os cientistas de materiais chamam a isso.
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    E é esculpir as coisas do princípio, com 96 por cento de desperdício
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    e só 4 por cento de produto. Aquecem, batem a pressões altas,
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    usam químicos. OK. Aquecer, bater e tratar.
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    A vida não tem recursos para fazer isso. Como é que a vida faz as coisas?
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    Como é que a vida faz a maior parte das coisas?
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    Isto é pólen de gerânio.
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    E a sua forma é o que lhe dá a funcionalidade
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    de flutuar pelo ar tão facilmente, OK. Olhem para esta forma.
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    A vida acrescenta informação à matéria.
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    Em outras palavras: estrutura.
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    Dá-lhes informação. Ao adicionar informação à matéria,
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    dá-lhes uma função que seria diferente se não tivesse aquela estrutura.
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    E, terceiro, como é que a vida faz as coisas desaparecerem nos sistemas?
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    Porque a vida não lida realmente com coisas;
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    não há coisas no mundo natural que estejam separadas
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    dos seus sistemas.
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    Um programa curricular mesmo rápido.
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    À medida que leio cada vez mais agora, e seguindo a história,
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    há algumas coisas maravilhosas que aparecem nas ciências biológicas.
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    E ao mesmo tempo, estou a ouvir muitas empresas
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    e a descobrir quais são os tipos de grandes desafios que elas têm.
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    Os dois grupos não estão a falar entre si.
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    Mesmo nada.
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    O que poderia no mundo da biologia, ser útil nesta conjuntura
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    para nos tirar deste nó de evolução em que estamos?
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    Eu vou tentar apresentar 12, muito rapidamente.
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    OK, uma que é excitante para mim é a auto-montagem.
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    Actualmente, vocês já ouviram isto em termos de nanotecnologia.
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    Voltando àquela concha: a concha é um material de auto-montagem.
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    Do lado esquerdo em baixo há uma foto de uma madrepérola
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    a formar-se a partir da água do mar. É uma estrutura em camadas que é mineral
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    e depois polímero, e isso fá-la muito, muito resistente.
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    É duas vezes mais resistente do que as nossas cerâmicas de alta tecnologia.
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    Mas o que é realmente interessante: ao contrário das nossas cerâmicas que vão ao forno,
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    isto acontece na água do mar. Isto acontece perto, dentro e perto do corpo do organismo.
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    OK, as pessoas estão a começar --
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    esse é o Sandia National Labs; um indivíduo chamado Jeff Brinker
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    descobriu uma maneira de obter um código de processo de auto-montagem.
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    Imaginem que são capazes de fazer cerâmica à temperatura ambiente
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    simplesmente mergulhando uma coisa num líquido,
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    tirá-la do líquido, e deixar que a evaporação
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    force as moléculas do líquido a estarem juntas,
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    de forma a que elas se mantivessem unidas
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    da mesma forma que a cristalização funciona.
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    Imaginem fazer todos os materiais duros desta maneira.
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    Imaginem pulverizar os precursores de uma célula fotovoltaica, para uma célula solar,
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    num telhado, e deixar que ela se auto-montasse numa estrutura em camadas que aproveitasse a luz solar.
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    Aqui está uma interessante para o mundo das TI:
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    bio-silício. Isto é uma diatomácea, que é feita de silicatos.
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    E o silício, que produzimos neste momento --
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    é parte do problema carcinogénico na produção dos nossos chips --
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    isto é um processo de biomineralização que está agora a ser imitado.
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    Isto é na UC de Santa Barbara. Olhem para estas diatomáceas;
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    isto é do trabalho de Ernst Haeckel.
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    Imaginem serem capazes de -- e, outra vez, isto é um processo inspirado num modelo,
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    que solidifica a partir de um processo líquido -- imaginem serem capazes de ter essa
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    espécie de estrutura a sair a uma temperatura ambiente.
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    Imaginem serem capazes de fazer lentes perfeitas.
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    À esquerda, temos um ofiuro, está coberto por lentes
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    que as pessoas da Lucent Technologies descobriram
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    que não têm nenhuma distorção.
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    É uma das lentes sem distorção que nós conhecemos.
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    E há muitas delas, pelo seu corpo.
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    O que é interessante, mais uma vez, é que se auto-montam.
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    Uma mulher chamada Joanna Aizenberg, na Lucent,
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    está agora a aprender a fazer isto para um processo a baixas temperaturas para criar
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    este tipo de lentes. Ela está também a procurar fibras ópticas.
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    Esta é uma esponja do mar que tem fibra óptica.
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    Na base da sua estrutura, está a fibra óptica
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    que, na verdade, funciona melhor que a nossa, a mover a luz.
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    mas podem fazer um nó com elas; são incrivelmente flexíveis.
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    Aqui está oura grande ideia: CO2 como alimento para animais.
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    Um indivíduo chamado Geoff Coates, na Cornell, disse para si próprio,
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    sabem, as plantas não olham para o CO2 como o maior veneno do nosso tempo.
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    Nós vemo-lo dessa forma. As plantas estão ocupadas em fazer grandes cadeias
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    de amido e glicose, certo, a partir de CO2. Ele descobriu uma forma --
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    ele encontrou um catalizador, ele descobriu uma maneira de tirar o CO2
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    e fazer policarbonatos. Plásticos bidegradáveis
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    a partir de CO2 -- como as plantas gostam.
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    Transformações solares: a mais excitante.
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    Há pessoas que estão a imitar o dispositivo de colheita de energia
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    dentro de bactérias roxas, as pessoas da ASU. Ainda mais interessante,
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    ultimamente, nas duas últimas semanas, as pessoas têm visto
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    que há uma enzima chamada hidrogenase que é capaz de reduzir
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    moléculas de hidrogénio com protões e electrões. E consegue oxidar o hidrogénio --
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    basicamente o que acontece numa célula de combustível, no ânodo de uma célula de combustível
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    e numa célula de combustível invertida.
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    Nas nossas células de combustível, nós fazemos isso com platina.
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    A vida faz isso com o comum ferro.
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    E uma equipa acabou de conseguir imitar
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    essa hidrogenase que faz malabarismo com hidrogénio.
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    Isto é muito excitante para as células de combustível --
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    ser capaz de o fazer sem platina.
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    O poder da forma: aqui está uma baleia. Nós vimos que as barbatanas desta baleia
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    têm tubérculos nelas. E essas pequenas protuberâncias
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    na verdade aumentam a eficiência, por exemplo,
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    nas arestas de um avião -- aumentam a eficiência em cerca de 32 por cento.
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    Que é uma poupança incrível de combustível fóssil,
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    se fôssemos colocá-las numa aresta de uma asa.
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    Pintar sem pigmentos: este pavão cria cor com forma.
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    A luz passa, bate nas camadas;
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    chama-se interferência em películas finas. Imaginem serem capazes
  • 14:57 - 15:00
    de auto-montar produtos em que as últimas camadas
  • 15:00 - 15:04
    brincam com a luz para criar cor.
  • 15:04 - 15:09
    Imaginem serem capazes de criar uma forma na parte exterior de uma superfície,
  • 15:09 - 15:14
    de forma a que esta fosse auto-lavável com água. É isso que uma folha faz.
  • 15:14 - 15:16
    Vêem esta imagem ampliada?
  • 15:16 - 15:19
    É uma bolha de água, e aquelas são partículas de sujidade.
  • 15:19 - 15:22
    E esta é uma imagem ampliada de uma folha de lótus.
  • 15:22 - 15:27
    Há uma empresa que está a fazer um produto chamado Lotusan, que imita --
  • 15:27 - 15:31
    quando a tinta da fachada do edifício seca, imita os altos
  • 15:31 - 15:36
    de uma folha que se limpa a ela própria, e a chuva limpa o edifício.
  • 15:36 - 15:42
    A água vai ser nosso grande, enorme desafio:
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    acabar com a sede.
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    Aqui estão dois organismos que recolhem água.
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    Aquele à esquerda é o escaravelho do Deserto da Namíbia que tira água do nevoeiro.
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    Aquele à direita é o bicho de conta -- tira a água do ar.
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    Não bebe água fresca.
  • 15:57 - 16:04
    Recolher água do nevoeiro de Monterey e do ar húmido de Atlanta,
  • 16:04 - 16:08
    antes que chegue a um edifício, são tecnologias chave.
  • 16:08 - 16:12
    As tecnologias de separação vão ser extremamente importantes.
  • 16:12 - 16:16
    E se disséssemos, não às explorações mineiras?
  • 16:16 - 16:22
    E se separássemos os metais dos riachos de resíduos --
  • 16:22 - 16:26
    pequenas quantidades de metais na água? É o que os micróbios fazem,
  • 16:26 - 16:28
    eles fazem a quelação de metais da água.
  • 16:28 - 16:31
    Há uma empresa aqui em S. Francisco chamada MR3
  • 16:31 - 16:37
    que está a incorporar a imitação das moléculas de micróbios em filtros
  • 16:37 - 16:40
    para extrair minérios de riachos de resíduos.
  • 16:40 - 16:44
    A química verde é química com água.
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    Nós fazemos química em solventes orgânicos.
  • 16:46 - 16:50
    Esta é uma fotografia de glândulas fiandeiras de uma aranha, OK,
  • 16:50 - 16:53
    e a teia a ser formada a partir de uma aranha. Não é bonito?
  • 16:53 - 17:01
    A química verde está a substituir a indústria química com o livro de receitas da natureza.
  • 17:01 - 17:06
    Não é fácil, porque a vida usa
  • 17:06 - 17:10
    só um subgrupo dos elementos da tabela periódica.
  • 17:10 - 17:14
    E nós usamos todos eles, mesmo os tóxicos.
  • 17:14 - 17:19
    Descobrir as receitas elegantes que pegariam no pequeno subgrupo
  • 17:19 - 17:25
    da tabela periódica, e criar materiais miraculosos como aquela célula,
  • 17:25 - 17:27
    é a tarefa da química verde.
  • 17:27 - 17:31
    Degradação com o tempo: a embalagem é boa
  • 17:31 - 17:35
    até não a quererem mais, e dissolve-se quando quisermos.
  • 17:35 - 17:38
    Aqui está um mexilhão que podem encontrar nas águas por aqui.
  • 17:38 - 17:42
    E os fios que os seguram às rochas têm uma validade -- aos dois anos de idade,
  • 17:42 - 17:44
    eles começam a dissolver-se.
  • 17:44 - 17:47
    Curar: esta é boa.
  • 17:47 - 17:50
    Aquele pequeno indivíduo ali é um tardígrado.
  • 17:50 - 17:56
    Há um problema com as vacinas por todo o mundo
  • 17:56 - 17:59
    não chegam aos pacientes. E a razão é que
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    a refrigeração não se sabe como, é interrompida;
  • 18:03 - 18:05
    a chamada "cadeia fria" é interrompida.
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    Um homem chamado Bruce Rosner olhou para o tardígrado --
  • 18:08 - 18:14
    que seca completamente, e ainda assim permanece vivo durante meses
  • 18:14 - 18:17
    e meses e meses, e é capaz de se regenerar.
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    E ele foi capaz de secar vacinas --
  • 18:20 - 18:24
    embalá-las no mesmo tipo de cápsulas de açúcar
  • 18:24 - 18:27
    como o tardígrado faz com as suas células --
  • 18:27 - 18:32
    o que significa que as vacinas não precisam de ser refrigeradas.
  • 18:32 - 18:36
    Elas podem ser colocadas no porta-luvas, OK.
  • 18:36 - 18:41
    Aprender a partir dos organismos. Esta é uma sessão acerca da água --
  • 18:41 - 18:44
    aprender acerca de organismos que sobrevivem sem água,
  • 18:44 - 18:51
    para criar uma vacina que dura e dura e dura sem refrigeração.
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    Eu não vou chegar à ideia número 12.
  • 18:54 - 18:58
    Mas o que eu vou fazer é dizer-vos que a coisa mais importante,
  • 18:58 - 19:03
    para além de todas estas adaptações, é o facto de que estes organismos
  • 19:03 - 19:08
    descobriram uma forma de fazerem as coisas maravilhosas que fazem
  • 19:08 - 19:11
    enquanto tomam conta do sítio
  • 19:11 - 19:16
    que vai tomar conta dos seus descendentes.
  • 19:16 - 19:19
    Quando eles estão envolvidos em preliminares,
  • 19:19 - 19:22
    eles estão a pensar em algo muito, mas muito importante,
  • 19:22 - 19:26
    e que é que o seu material genético
  • 19:26 - 19:31
    se mantenha, 10000 gerações a partir de agora.
  • 19:31 - 19:33
    E isso significa encontrar uma maneira de fazer o que eles fazem
  • 19:33 - 19:37
    sem destruir o lugar que vai tomar conta dos seus descendentes.
  • 19:37 - 19:40
    Este é o maior desafio de design.
  • 19:40 - 19:46
    Felizmente, há milhões e milhões de génios
  • 19:46 - 19:49
    dispostos a presentear-nos com as suas melhores ideias.
  • 19:49 - 19:52
    Boa sorte a conversarem com eles.
  • 19:52 - 19:53
    Obrigada.
  • 19:53 - 20:07
    (Aplausos)
  • 20:07 - 20:11
    Chris Anderson: Falando de preliminares, eu -- nós precisamos que apresente as 12, mas mesmo rápido.
  • 20:11 - 20:12
    Janine Benyus: A sério?
  • 20:12 - 20:15
    CA: Sim. Só que, sabe, a versão de 10 segundos
  • 20:15 - 20:18
    da 10, 11 e 12. Porque nós -- os seus slides são tão lindos,
  • 20:18 - 20:20
    e as ideias são tão grandes, que eu não suporto deixá-la ir embora
  • 20:20 - 20:22
    sem ver a 10, 11 e 12.
  • 20:22 - 20:26
    JB: OK, sendo assim -- OK, eu vou só segurar nisto. Ok, óptimo.
  • 20:26 - 20:29
    OK, então esta foi sobre a cura.
  • 20:29 - 20:32
    Sentir e responder: o feedback é muito importante.
  • 20:32 - 20:36
    Este é um gafanhoto. Podem haver 80 milhões deles por quilómetro quadrado,
  • 20:36 - 20:39
    e mesmo assim eles não colidem uns com os outros.
  • 20:39 - 20:44
    E ainda assim nós temos 3.6 milhões de colisões entre carros por ano.
  • 20:44 - 20:46
    (Gargalhadas)
  • 20:46 - 20:50
    Certo. Há uma pessoa em Newcastle
  • 20:50 - 20:53
    que descobriu que é devido a um neurónio muito grande.
  • 20:53 - 20:56
    E ela está, de facto, a perceber como fazer
  • 20:56 - 20:58
    um circuito que evite colisões
  • 20:58 - 21:02
    baseado neste grande neurónio do gafanhoto.
  • 21:02 - 21:04
    Esta é grande e importante, número 11.
  • 21:04 - 21:06
    E é cultivar a fertilidade.
  • 21:06 - 21:10
    Isso significa, vocês sabem, aumento da fertilidade agrícola.
  • 21:10 - 21:14
    Nós deveríamos estar a aumentar a fertilidade. E, oh sim -- teríamos comida, também.
  • 21:14 - 21:19
    Porque nós temos de aumentar a capacidade deste planeta
  • 21:19 - 21:22
    de criar mais e mais oportunidades para a vida.
  • 21:22 - 21:24
    E realmente, é o que os outros organismos fazem também.
  • 21:24 - 21:27
    No conjunto, é o que todos os ecossistemas fazem:
  • 21:27 - 21:30
    eles criam mais e mais oportunidades para a vida.
  • 21:30 - 21:33
    A nossa agricultura tem feito o contrário.
  • 21:33 - 21:37
    Então, uma agricultura baseada na forma como um prado gere o solo,
  • 21:37 - 21:41
    uma pecuária baseada na maneira como uma manada nativa não-regulada
  • 21:41 - 21:43
    efectivamente melhora a saúde do pasto.
  • 21:43 - 21:48
    Até o tratamento das águas residuais baseadas em como um pântano
  • 21:48 - 21:50
    não só purifica a água
  • 21:50 - 21:54
    mas também cria uma produtividade borbulhante e incrível.
  • 21:54 - 21:58
    Este é apenas o resumo de design. Quero dizer, parece simples
  • 21:58 - 22:03
    porque o sistema, ao longo de 3.8 mil milhões de anos, resolveu isto.
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    E isso quer dizer, aqueles organismos que não foram capazes de descobrir
  • 22:08 - 22:12
    como melhorar ou tornar os seus lugares mais agradáveis,
  • 22:12 - 22:15
    não estão aí para nos falarem disso.
  • 22:15 - 22:18
    Essa é a décima segunda.
  • 22:18 - 22:22
    A vida -- e este é o truque secreto; este é o truque mágico --
  • 22:22 - 22:26
    a vida cria condições que conduzem à vida.
  • 22:26 - 22:30
    Gere o solo, limpa o ar, limpa a água,
  • 22:30 - 22:33
    mistura o cocktail de gases que vocês e eu precisamos para viver.
  • 22:33 - 22:39
    E faz isso ao mesmo tempo que vai tendo óptimos preliminares
  • 22:39 - 22:45
    e vai de encontro às suas necessidades. Então não é mutuamente exclusiva.
  • 22:45 - 22:48
    Nós temos de encontrar uma maneira de ir ao encontro das nossas necessidades,
  • 22:48 - 22:54
    enquanto fazemos deste lugar um Éden.
  • 22:54 - 22:55
    CA: Janine, muito obrigada.
  • 22:55 - 22:56
    (Aplausos)
Title:
Biomimética — As lições surpreendentes dos engenheiros da Natureza
Speaker:
Janine Benyus
Description:

Nesta inspiradora apresentação acerca dos recentes desenvolvimentos em biomímica, Janine Benyus mostra exemplos animadores nos quais a natureza já está a influenciar os produtos e sistemas que construímos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
22:55

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