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Para superar as dificuldades, deixem de se comparar com os outros

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    Parece que sempre nos analisaram
    durante quase toda a vida,
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    quando crianças, através
    da nossa altura e peso
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    e quando crescemos, foi a vez
    da nossa velocidade e força.
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    Na escola, avaliam-nos pelas notas
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    e agora, com os nossos salários
    e desempenho no trabalho.
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    É como se esses valores pessoais
    sejam usados quase sempre
  • 0:19 - 0:23
    para medir onde estamos
    em relação aos nossos colegas.
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    Acho que devíamos olhar para isso
    de outra maneira.
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    Esses números pessoais são só isso,
    uma coisa muito pessoal,
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    só para nós
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    e acho que, se nos focarmos nisso
    e trabalharmos para os melhorar,
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    podemos começar a alcançar objetivos
    realmente incríveis.
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    Comecei a pensar assim
    uma noite, em dezembro de 2011.
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    Eu tinha saído para fazer
    algumas das tarefas noturnas
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    e alimentar os cavalos.
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    Subi para o trator
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    e minutos depois,
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    um fardo de feno de metro e meio de altura
    e com mais de 300 quilos caiu da grua,
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    esmagando-me no assento do trator,
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    fraturando as vértebras T5 e T6.
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    Não perdi a consciência,
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    mas senti uma agitação em todo o corpo
    e soube logo o que tinha acontecido.
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    As minhas mãos apalparam as pernas,
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    mas elas não reconheciam
    nada que lhes tocava.
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    Na verdade, eu não sentia nada
    do meio do peito para baixo.
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    Ali estava eu, a uns 30 metros de casa,
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    com os braços em volta do volante,
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    a tentar aguentar-me, à espera de socorro.
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    Ao contrário do que vemos
    na TV ou nos filmes,
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    por mais que tentasse que os cães
    fossem a casa para pedir ajuda...
  • 1:26 - 1:27
    (Risos)
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    eles só olhavam para mim.
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    45 minutos depois,
    a minha mulher chegou a casa,
  • 1:32 - 1:35
    ouvi-a sair de casa e perguntar-me,
    como habitualmente:
  • 1:35 - 1:37
    "Precisas de ajuda?"
  • 1:37 - 1:38
    E eu disse: "Preciso."
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    Houve uma breve pausa
    e depois ouvi-a gritar:
  • 1:41 - 1:42
    "Precisas do 112?"
  • 1:42 - 1:44
    E eu gritei de novo: "Preciso".
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    Então, pouco depois eu estava a dar
    o meu primeiro passeio de helicóptero
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    a caminho do hospital.
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    A lesão não era muito
    dramática nem visível.
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    Eu só quebrara um osso ou dois.
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    Mas disseram-me que, provavelmente,
    eu nunca voltaria a andar.
  • 2:01 - 2:04
    Tornou-se normal para mim
    usar uma corda para me sentar na cama,
  • 2:04 - 2:07
    porque os meus músculos
    abdominais já não funcionavam.
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    Ou usar uma tábua para deslizar
    da cama para uma cadeira de rodas,
  • 2:10 - 2:13
    ou até mesmo esperar
    que alguém me desse as coisas.
  • 2:13 - 2:18
    Tudo o que eu tinha aprendido
    sobre a minha altura,
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    a minha força, o meu equilíbrio
    e a minha mobilidade desapareceu.
  • 2:22 - 2:25
    Todas as minhas capacidades pessoais
    tinham sido redefinidas.
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    Podem ter a certeza de que,
    naquela época,
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    fui mais analisado do que nunca
    pelos médicos e enfermeiros.
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    Mas talvez mais ainda
    pela minha própria mente.
  • 2:33 - 2:35
    Encontrei-me a comparar
  • 2:35 - 2:37
    o que eu seria capaz de fazer
    dali para a frente
  • 2:37 - 2:40
    com o que eu era capaz de fazer antes.
  • 2:40 - 2:42
    E fiquei muito frustrado.
  • 2:42 - 2:46
    Levei muitos puxões de orelha
    da minha mulher, que dizia sempre:
  • 2:46 - 2:48
    "Levanta a cabeça",
    antes de eu recomeçar a reagir.
  • 2:48 - 2:53
    Cedo percebi que quase tinha de
    esquecer quem eu era antes
  • 2:53 - 2:55
    e as coisas que eu podia fazer.
  • 2:55 - 2:58
    Quase tinha de fingir
    que nunca tinha sido eu.
  • 2:58 - 3:00
    E acho que, se eu não
    tivesse percebido isso,
  • 3:00 - 3:04
    a minha frustração seria
    muito mais difícil de ultrapassar.
  • 3:06 - 3:08
    Felizmente, semanas depois
  • 3:08 - 3:10
    levaram-me a um hospital
    especializado em espinal medula,
  • 3:10 - 3:12
    a 10 horas de casa.
  • 3:12 - 3:15
    Calculem, na primeira sessão
    de reabilitação do primeiro dia
  • 3:15 - 3:17
    fizemos uma coisa chamada
    "aula de adequação".
  • 3:17 - 3:18
    Dividiram-nos em equipas
  • 3:18 - 3:21
    para ver qual a que faria
    mais repetições
  • 3:21 - 3:22
    nos aparelhos de musculação.
  • 3:22 - 3:25
    Todos já estivemos um ano ou dois
    sem ir a um ginásio.
  • 3:25 - 3:27
    Eu também.
  • 3:27 - 3:28
    E o que é que tentamos fazer?
  • 3:28 - 3:30
    Tentamos fazer o mesmo
    que fazíamos anos antes
  • 3:30 - 3:32
    e fazemos algumas repetições.
  • 3:32 - 3:34
    E o que é que fazemos?
    Mais algumas.
  • 3:34 - 3:36
    Sentimo-nos melhor,
    e ainda fazemos mais.
  • 3:36 - 3:39
    E nas duas semanas seguintes
    queixamo-nos de estar todos doridos.
  • 3:39 - 3:41
    (Risos)
  • 3:42 - 3:45
    A minha equipa fez isso tudo e ganhou,
    nós ganhamos com facilidade.
  • 3:45 - 3:48
    Nos três dias seguintes, eu não
    conseguia esticar os braços
  • 3:48 - 3:51
    o que não é muito grave, a menos que
    estejamos numa cadeira de rodas
  • 3:51 - 3:54
    em que os braços são essenciais
    para nos deslocarmos.
  • 3:54 - 3:56
    Aquilo foi uma grande lição para mim:
  • 3:56 - 4:00
    eu não podia continuar
    a comparar-me a mim mesmo.
  • 4:00 - 4:03
    Mesmo no meio de pessoas
    em igual situação naquele hospital,
  • 4:04 - 4:07
    descobri que não podia tentar manter
    nem estabelecer o mesmo ritmo delas
  • 4:07 - 4:09
    e que só me restava
    uma única alternativa:
  • 4:09 - 4:12
    concentrar-me na pessoa
    que eu passara a ser nessa altura,
  • 4:12 - 4:15
    até onde eu poderia ir,
    e restringir-me ao que precisava de ser.
  • 4:15 - 4:18
    Nas seis semanas seguintes,
    durante sete a oito horas diárias
  • 4:18 - 4:20
    foi o que eu fiz.
  • 4:20 - 4:21
    Fui indo devagar, aos poucos,
  • 4:21 - 4:23
    e, como é de esperar,
  • 4:23 - 4:25
    quando se recupera de uma lesão
    na coluna vertebral
  • 4:25 - 4:27
    temos dias que não são fáceis.
  • 4:27 - 4:29
    Podem ser vários dias seguidos.
  • 4:29 - 4:32
    Descobri que bom ou mau
    de facto não tinham muita relevância
  • 4:32 - 4:36
    a menos que eu soubesse
    qual era a minha média.
  • 4:37 - 4:40
    Só dependia de mim mesmo
    decidir se era bom ou mau
  • 4:40 - 4:43
    com base no ponto em que eu estava
    naquele momento
  • 4:43 - 4:46
    e estava sob o meu controlo determinar
    se aquele tinha sido um dia realmente mau.
  • 4:46 - 4:49
    Era eu quem decidia
    se podia ou não interromper
  • 4:49 - 4:50
    uma sequência de dias maus.
  • 4:50 - 4:53
    Descobri, durante o tempo
    que estive longe de casa,
  • 4:53 - 4:57
    que eu nunca tinha tido um dia mau,
    apesar de tudo o que estava a acontecer.
  • 4:57 - 5:00
    Havia períodos do dia
    que não eram tão agradáveis
  • 5:00 - 5:01
    como poderiam ser,
  • 5:01 - 5:03
    mas nunca eram um dia totalmente mau.
  • 5:03 - 5:06
    Suponho que todos vocês já
    tenham participado numa reunião
  • 5:06 - 5:08
    que não foi lá muito boa,
  • 5:08 - 5:11
    ou apanhado um trânsito
    que não foi tão bom quanto gostariam,
  • 5:11 - 5:13
    ou até mesmo deixado queimar o jantar.
  • 5:13 - 5:15
    Essas coisas deram cabo
    do dia inteiro?
  • 5:16 - 5:20
    Descobri naquela circunstância
    que, quanto mais depressa agimos,
  • 5:20 - 5:23
    mais depressa podemos resolver as coisas.
  • 5:23 - 5:26
    E ao partir para outra,
    o mais depressa possível,
  • 5:26 - 5:29
    reduzimos o tempo gasto
    nessas situações desagradáveis
  • 5:29 - 5:31
    e ganhamos mais tempo para as coisas boas.
  • 5:31 - 5:34
    Consequentemente, o lado bom
    sobrepõe-se ao lado mau,
  • 5:34 - 5:37
    a nossa média aumenta,
    é como funciona a matemática.
  • 5:37 - 5:40
    Já não me preocupava
    gastar a manhã inteira
  • 5:40 - 5:42
    a lidar com a medicação
  • 5:42 - 5:45
    ou se, durante o almoço,
    as minhas pernas tinham espasmos
  • 5:45 - 5:47
    ou se eu caía da cadeira de rodas.
  • 5:47 - 5:50
    Perguntam à minha mulher.
    Está sempre a acontecer.
  • 5:50 - 5:51
    Ela está aqui.
  • 5:51 - 5:55
    Eram pequenas partes do meu dia
    e uma pequena parte da minha média.
  • 5:55 - 5:58
    E assim, nos meses e nos anos
    que se seguiram,
  • 5:58 - 6:01
    continuei a tentar abordar
    as coisas desta forma
  • 6:01 - 6:06
    e antes que eu percebesse,
    iam aparecendo desafios surpreendentes
  • 6:06 - 6:09
    como fazer uma maratona
    numa cadeira de rodas.
  • 6:09 - 6:11
    No começo de 2016,
    conheci a minha fisioterapeuta,
  • 6:11 - 6:14
    e após algumas cansativas sessões,
    ela deve ter percebido algo,
  • 6:15 - 6:16
    chamou-me e disse:
  • 6:16 - 6:19
    "Acho que deves tentar
    a meia maratona em cadeira de rodas.
  • 6:19 - 6:21
    "É daqui a 10 semanas."
  • 6:22 - 6:26
    E eu pensei: "Estás louca".
    Eu nem sequer tinha um programa de treino.
  • 6:26 - 6:30
    Não tinha a menor ideia
    de quão rápido precisaria de ser
  • 6:30 - 6:33
    nem até onde precisava de ir.
  • 6:34 - 6:35
    Mas comecei a treinar
  • 6:35 - 6:38
    e comecei a analisar
    cada treino, todos os dias.
  • 6:38 - 6:42
    Só queria ser tão bom ou tão rápido
    quanto tinha sido no dia anterior.
  • 6:43 - 6:46
    E, no fim, tinha de facto estabelecido
    uma média para mim mesmo
  • 6:46 - 6:48
    e tentava manter-me próximo dela
    o mais que podia.
  • 6:48 - 6:52
    Terminei essa corrida num tempo
    próximo do que tinha estabelecido,
  • 6:53 - 6:55
    e a meio do caminho,
  • 6:55 - 6:59
    de certa forma, fechei a porta
    a quem alguma vez tinha sido.
  • 6:59 - 7:01
    A pessoa que eu era antes
  • 7:01 - 7:04
    e todas as coisas que eu achava
    que era capaz de fazer não interessavam.
  • 7:05 - 7:07
    Na realidade, nem mesmo
    andar de novo era importante.
  • 7:07 - 7:11
    Passou a ser para mim um objetivo menor
    em relação aonde eu queria chegar.
  • 7:11 - 7:13
    Além disso, por vezes,
    andar é uma coisa muito lenta.
  • 7:14 - 7:15
    (Risos)
  • 7:15 - 7:18
    Em multidões como esta,
    é muito difícil.
  • 7:18 - 7:21
    Prefiro: "Saiam da frente
    que eu tenho pressa."
  • 7:21 - 7:22
    (Risos)
  • 7:22 - 7:23
    Eu só queria era ir depressa.
  • 7:23 - 7:26
    Então, fiz o que achava que devia fazer.
  • 7:26 - 7:28
    Comecei a pesquisar
    corridas em cadeira de rodas.
  • 7:28 - 7:31
    Pesquisei na Internet até encontrar
    a melhor das melhores,
  • 7:31 - 7:33
    Aprendi a técnica, e também
    estudei os equipamentos.
  • 7:33 - 7:37
    Tive a sorte de ter um treinador
    que me apresentou um meio de começar.
  • 7:37 - 7:39
    Depois de conversar com ele
  • 7:39 - 7:42
    e de ele me ajudar
    a pôr as coisas em marcha,
  • 7:43 - 7:45
    quando me despedi, ele disse:
  • 7:45 - 7:48
    "Devias competir na Maratona
    de Chicago de 2017."
  • 7:49 - 7:51
    Não podia dizer não ao meu treinador.
  • 7:51 - 7:54
    Com aquele apoio, voltei para casa
    e deitei-me ao trabalho,
  • 7:54 - 7:56
    tal como dantes.
  • 7:57 - 8:00
    Continuei a pesquisar,
    mas tinha aprendido a lição.
  • 8:00 - 8:02
    Evitava ao máximo as comparações
  • 8:02 - 8:04
    com aquilo que as pessoas
    da Internet haviam conseguido
  • 8:04 - 8:06
    e quão rápidas elas eram
  • 8:06 - 8:09
    porque, se eu comparasse,
    provavelmente não teria continuado
  • 8:09 - 8:10
    a ir por esse caminho.
  • 8:10 - 8:13
    Finalmente chegou
    o fim de semana da corrida.
  • 8:13 - 8:15
    Foi como ir para a faculdade
    no primeiro dia.
  • 8:15 - 8:17
    Sentimo-nos perdidos.
  • 8:17 - 8:19
    Há uma infinidade
    de pessoas à nossa volta,
  • 8:19 - 8:21
    e não fazemos ideia de quem são.
  • 8:21 - 8:23
    Uns têm a melhor aparelhagem
    e a melhor TV,
  • 8:23 - 8:26
    são inteligentes, bonitos e agradáveis
    e são amorosos e bem parecidos
  • 8:26 - 8:28
    e sentimos que aquele
    não é o nosso lugar.
  • 8:28 - 8:32
    Até que alguém nos diz:
    "Anda daí, vamos arranjar comida."
  • 8:31 - 8:33
    E, magicamente, forma-se
    um grupo de amigos
  • 8:33 - 8:36
    e começamos a integrar-nos.
  • 8:36 - 8:37
    Naquele mesmo fim de semana,
  • 8:37 - 8:40
    tínhamos um encontro chamado
    a Reunião das Cadeiras de Rodas.
  • 8:41 - 8:44
    Havia 60 cadeiras de rodas
    naquela sala, na véspera da corrida.
  • 8:44 - 8:45
    E nem vão acreditar,
  • 8:45 - 8:48
    estavam ali todas as pessoas
    que eu tinha pesquisado na Internet,
  • 8:48 - 8:49
    os melhores do mundo.
  • 8:49 - 8:53
    Devia haver uns 50 medalhados
    paraolímpicos naquele lugar.
  • 8:53 - 8:56
    Senti-me minúsculo
    e caí na armadilha da comparação.
  • 8:58 - 9:01
    Sabia que os meus números
    conseguidos durante os treinos
  • 9:01 - 9:04
    eram 90 segundos, por milha,
    mais lentos que os deles.
  • 9:05 - 9:08
    A única pessoa que eu ali conhecia
    era o meu treinador.
  • 9:08 - 9:12
    Ele aproximou-se de mim
    e percebeu a minha ansiedade,
  • 9:12 - 9:16
    e convidou-me a ir comprar comida
    com a equipa dele.
  • 9:17 - 9:20
    Graças a isso, tudo se acalmou.
  • 9:20 - 9:24
    Compreendi logo que eles
    não estavam interessados nos meus números
  • 9:24 - 9:26
    e eu já me tinha esquecido dos deles.
  • 9:27 - 9:28
    No dia seguinte,
  • 9:28 - 9:31
    terminei a corrida 45 minutos
    depois do vencedor.
  • 9:31 - 9:34
    Mas, ao despedir-me, os meus novos amigos,
    que hoje são muito próximos,
  • 9:35 - 9:38
    desafiaram-me a continuar a competir
  • 9:38 - 9:41
    e a continuar a praticar
    em diferentes corridas e competições.
  • 9:41 - 9:44
    Foi o que eu fiz.
    Voltei para casa e trabalhei muito.
  • 9:45 - 9:47
    Como imaginam, para alguém
    que está numa cadeira de rodas
  • 9:47 - 9:50
    treinar sozinho para uma maratona
    numa cadeira de rodas
  • 9:50 - 9:52
    é um exercício muito solitário.
  • 9:52 - 9:54
    Tenho um grupo de amigos incríveis
  • 9:54 - 9:57
    que me acompanham de bicicleta
    seguem no meu ritmo e ajudam-me.
  • 9:57 - 10:00
    Mesmo assim, ainda são
    cinco a seis dias por semana.
  • 10:00 - 10:03
    São cerca de 80 a 100 km de esforço,
    e muito tempo sozinho.
  • 10:03 - 10:05
    E na maioria das vezes,
  • 10:05 - 10:07
    só podemos confiar em nós mesmos.
  • 10:08 - 10:11
    É a minha média, e tento
    melhorá-la aos poucos.
  • 10:12 - 10:15
    Este outono, fui a Chicago
    pela terceira vez.
  • 10:15 - 10:17
    Era a minha sétima maratona.
  • 10:17 - 10:20
    Mais uma vez foi como ir
    para o primeiro ano da faculdade:
  • 10:20 - 10:22
    a ansiedade por fazer amigos
  • 10:22 - 10:25
    a expetativa de começar
    a fazer as coisas.
  • 10:25 - 10:29
    Aí, compareci ao mesmo encontro
    e à mesma refeição na véspera da corrida
  • 10:29 - 10:31
    e encontrei aqueles antigos amigos.
  • 10:31 - 10:32
    Alinhámos para a corrida,
  • 10:32 - 10:34
    e, logo de início, a minha média impôs-se
  • 10:34 - 10:37
    e não demorou muito
    para eu alcançar alguns deles
  • 10:37 - 10:40
    e consegui acompanhar o ritmo deles
    por algum tempo.
  • 10:40 - 10:42
    Pouco depois, fui perdendo velocidade.
  • 10:42 - 10:45
    Aconteceu, e vi-me sozinho outra vez
  • 10:45 - 10:49
    dependendo apenas daquilo
    que tanto treinara.
  • 10:52 - 10:55
    Mas a meio da corrida
    começámos a correr a favor do vento
  • 10:55 - 10:57
    e a minha média tornou-se
    muito favorável
  • 10:57 - 10:59
    e, em breve, alcancei de novo
    alguns dos meus amigos
  • 10:59 - 11:01
    e ultrapassei-os até ao final da corrida.
  • 11:01 - 11:04
    Embora não tenha estabelecido
    um recorde particular naquele dia,
  • 11:04 - 11:09
    acabei a corrida 30 segundos, por milha,
    mais rápido que noutras corridas em Chicago.
  • 11:09 - 11:12
    Fiquei completamente extasiado.
  • 11:14 - 11:16
    Então, este sou eu.
    Este é o meu desempenho
  • 11:18 - 11:21
    Daqui a 75 dias, estarei
    em Boston pela segunda vez
  • 11:22 - 11:24
    Estou bastante ansioso.
  • 11:25 - 11:28
    Mas, oiçam bem,
    não é só pela corrida.
  • 11:28 - 11:32
    Tenho trabalhado muito todos os dias
    para me tornar melhor em vários aspetos,
  • 11:32 - 11:36
    melhor pai, melhor marido,
    melhor treinador,
  • 11:35 - 11:37
    melhor colaborador, amigo e pessoa.
  • 11:37 - 11:41
    E prometo-vos, apesar de que
    o que estão a ver é muito óbvio
  • 11:41 - 11:43
    em relação aos desafios que enfrento,
  • 11:43 - 11:46
    todos aqui lutam contra qualquer coisa,
  • 11:46 - 11:48
    e isso pode ser visível, ou não
  • 11:48 - 11:49
    mas, por favor, dediquem algum tempo
  • 11:49 - 11:52
    e concentrem-se em vocês
    em vez de nos outros,
  • 11:52 - 11:54
    e aposto que irão superar esses desafios
  • 11:54 - 11:57
    e começar a conquistar coisas incríveis.
  • 11:57 - 11:58
    Muito obrigado.
  • 11:58 - 12:01
    (Aplausos)
Title:
Para superar as dificuldades, deixem de se comparar com os outros
Speaker:
Dean Furness
Description:

Quando deixamos de nos comparar com os outros, podemos conquistar coisas incríveis, afirma o atleta Dean Furness, que anda numa cadeira de rodas. Ele revela como, após perder o movimento das pernas num acidente, descobriu uma nova mentalidade poderosa concentrada em redefinir o seu "desempenho individual" e melhorar aos poucos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:14
  • Olá, posso ajudar de alguma forma?

  • fiz minha primeira legendagem hoje sobre o vídeo "pare de se comparar aos outros". O que acontece agora? Ainda aparece em "Pt incomplete"

Portuguese subtitles

Revisions