Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up"
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0:01 - 0:02Muitas vezes, na minha obra
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0:02 - 0:05poderá ver-se uma forma
que se parece com uma vagina, -
0:05 - 0:07mas após um olhar mais aprofundado,
também pode ser -
0:08 - 0:10um pénis com bolas.
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0:10 - 0:13Não sei se vai quer incluir tudo isto.
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0:18 - 0:24O meu trabalho é uma expressão
da essência da minha sensualidade. -
0:24 - 0:27Sou um corpo que experiencia desejo,
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0:27 - 0:30experiencia prazer.
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0:30 - 0:34É sensual e carente
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0:34 - 0:36e sujo e expressivo.
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0:36 - 0:39Sou um corpo que está grávido,
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0:41 - 0:43mas não é necessáriamente
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0:43 - 0:48a mulher ou o corpo grávido
que a sociedade me possa atribuir. -
0:49 - 0:53Experiencio prazer e dor,
que todos podem experienciar, -
0:53 - 0:56é por essa razão
que a ponho no meu trabalho. -
0:58 - 1:03["Loie Hollowell's Transcendent Bodies"]
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1:08 - 1:10Nove meses depois.
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1:10 - 1:14Tive o meu bebé em casa, Juniper.
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1:14 - 1:17Ela tem seis meses de idade.
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1:17 - 1:19Dei à luz durante a pandemia.
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1:19 - 1:22Estou de volta ao estúdio.
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1:22 - 1:27E algumas coisas mudaram no mundo.
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1:30 - 1:34Creio que por volta dos oito ou nove anos
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1:34 - 1:38o meu pai deu-me o meu próprio estúdio.
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1:38 - 1:39Era um armário.
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1:39 - 1:43Com um cavalete pequenino
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1:43 - 1:44e uma tela em branco.
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1:45 - 1:48Lembro-me claramente do espaço.
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1:48 - 1:52Ter o meu próprio quarto
ao lado do meu pai -
1:52 - 1:56e da minha mãe,
foi bastante transformador. -
1:56 - 2:00Sempre me centrei na pintura e no desenho
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2:01 - 2:06porque ele me deu aquele espaço
tão cedo. -
2:09 - 2:14A cor e a luz são personagens
centrais na minha pintura. -
2:15 - 2:17Olhando para o meu trabalho
em retrospectiva -
2:17 - 2:21há um forte sentido de claro-escuro
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2:21 - 2:23um espaço formado
da luz para o escuro. -
2:24 - 2:28Cresci na California rodeada
de artistas Luz e Espaço. -
2:29 - 2:31Robert Irwin e os seus lindos discos,
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2:31 - 2:34com esta linha no meio.
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2:34 - 2:37Experienciar luz pura,
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2:37 - 2:38espaço puro,
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2:39 - 2:41emoção pura.
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2:45 - 2:49Existe sempre aquela procura,
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2:50 - 2:55a busca por uma experiência
repleta de luz -
2:55 - 2:57mesmo que seja um motivo sombrio
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2:57 - 3:00ou um motivo indescritível.
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3:10 - 3:15Quando tinha vinte e tal anos,
engravidei -
3:15 - 3:18e não quis ficar com o bebé.
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3:19 - 3:21Fiz um aborto.
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3:21 - 3:24A Parentalidade planeada
era incrível e maravilhosa. -
3:25 - 3:26A experiência emocional
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3:26 - 3:31e o término da relação
foi emocionalmente intensa. -
3:31 - 3:34Queria perceber como fazer
pinturas sobre isso. -
3:36 - 3:42Comecei a fazer retratos
da minha vagina e ovários, -
3:42 - 3:46tentar retratar a experiência
de ter um aborto. -
3:47 - 3:50Percebi que a abstração
pode conter em si -
3:50 - 3:53a sensação ou a emoção
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3:53 - 3:56através da sua cor, da sua composição,
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3:56 - 3:58da sua textura.
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4:05 - 4:08Quando comecei a mergulhar
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4:08 - 4:11na criação de espaços tridimensional
nas minhas pinturas -
4:11 - 4:14tive de lidar com
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4:14 - 4:16o espaço ilusório e o espaço real
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4:16 - 4:19a sombra construida e a luz construida
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4:19 - 4:21por oposição à luz real
e à sombra real. -
4:24 - 4:32O problema era que antes desta mesclagem,
não havia camadas suficientes -
4:32 - 4:35e sobressaiam as mil linhas sobrepostas.
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4:35 - 4:38Assim recentemente, a Alicia
tem colocado mais camadas. -
4:38 - 4:41É o que estou a sentir agora,
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4:41 - 4:43Quando cerras os olhos
e sentes aquela consistência, -
4:44 - 4:46a textura suave.
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4:47 - 4:48É isso!
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4:52 - 4:55Sim, este é bom!
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4:59 - 5:03Descubri que adoro ter uma pintura
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5:03 - 5:05que na realidade é uma escultura
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5:06 - 5:09porque muda segundo cada contexto,
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5:09 - 5:12segundo cada espaço onde se insere.
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5:36 - 5:39A transição deu-se comigo quando
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5:39 - 5:42o governador implementou a lei
de permanecer em casa. -
5:43 - 5:45Estava prestes a dar à luz,
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5:45 - 5:49por isso, trouxe para casa
uma série de pastel e papel para pastel -
5:49 - 5:51e comecei a desenhar em casa.
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5:52 - 5:56Procurava visualizar
o meu segundo nascimento, -
5:56 - 5:57da minha filha,
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5:57 - 6:00e de algum modo ir para esse espaço
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6:00 - 6:02para começar a aceitar a dor.
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6:02 - 6:06A insanidade para onde vai o teu cérebro.
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6:07 - 6:10Estava a fazer desenhos
do espaço do meu cérebro, -
6:10 - 6:11do espaço da barriga
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6:11 - 6:14e da abertura do colo uterino.
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6:14 - 6:19Esses desenhos estão a levar-me
a este novo caminho. -
6:21 - 6:24Estou a pegar em moldes de gesso
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6:25 - 6:27que fiz quando estava grávida,
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6:27 - 6:30e de amigas minhas quando estavam grávidas
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6:30 - 6:33e a colocar na superfície do quadro.
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6:34 - 6:38Quando começo a ficar presa num sítio,
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6:39 - 6:41tenho de mudar,
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6:41 - 6:43então é quando vejo e exijo
a mudança -
6:43 - 6:46das formas geométricas simples
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6:46 - 6:48para a realidade do meu corpo.
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6:55 - 6:58Após a minha mãe ter dado à luz
a minha segunda irmã, -
6:58 - 7:00estávamos numa estação de serviço
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7:00 - 7:02e eu estava no banco de trás do carro.
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7:02 - 7:05Lembro-me de vê-la a encher o depósito.
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7:05 - 7:09A sua camisa começou a ficar molhada.
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7:09 - 7:11Eu pensei, "O que está a acontecer?".
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7:11 - 7:13E ela estava a verter...
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7:13 - 7:14...estava a libertar...
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7:14 - 7:17....porque a minha irmã estava
a chorar ao pé de mim. -
7:17 - 7:20A sua camisa estava coberta de leite.
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7:23 - 7:27Existem discos que podemos comprar
para evitar que isso aconteça. -
7:27 - 7:30Mas, foi uma experiência tão bonita
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7:30 - 7:33e é algo sobre o qual eu quero fazer arte.
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7:36 - 7:41Na verdade, ter o espaço para poder
questionar o que faço e porquê, -
7:41 - 7:43pôs todas estas coisas,
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7:43 - 7:46para as quais senti ter uma linguagem
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7:46 - 7:48em questões.
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7:48 - 7:49"Porquê cores vivas?"
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7:51 - 7:52"Porquê contraste forte?"
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7:53 - 7:55"Porquê formas geométricas?"
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7:55 - 7:57Creio que estão são questões,
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7:58 - 8:00como artistas, que temos de
continuar a perguntar. -
8:00 - 8:01"Porque fazemos isto?"
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8:04 - 8:05"O que é belo?"
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8:05 - 8:07"E porque é que é belo?"
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8:08 - 8:12"E o que constrói o belo?"
- Title:
- Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up"
- Description:
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Como se pinta uma gravidez?
A pintora Loie Hollowell cria representações do corpo humano que são altamente contrastadas, mas profundamente pessoais. Evocam as nossas experiências universais de sensualidade, desejo, prazer e dor. Nativa da California, Hollowell trabalha com um vocabulário de formas elementares e orgânicas que transpõe em cor vibrante e de alto-contraste, evocando a "luz pura, espaço puro, [e] emoção pura" dos heróis criativos como Robert Irwin entre outros artistas do movimento Californiano Light and Space.
De regresso ao seu estúdio em Ridgewood, Queens, após a sua segunda gravidez, Hollowell e as suas assistentes constroem formas sinuosas diretamente sobre a superficie das suas telas. Para Hollowell, esta estratégia transforma a obra de pintura bidimensional para esculturas penduradas tridimensionais, sobre as quais jogar com luz, espaço e sombra real e ilusória. A fisicalidade das superfícies ecoa nas imagens abstratas sobre as quais a Hollowell pinta, incluindo órgãos reprodutivos, seios e outras formas corporais. A artista relata candidamente as memórias corpóreas que preenchem o seu trabalho:
- Video Language:
- English
- Team:
- Art21
- Project:
- "New York Close Up" series
- Duration:
- 08:29
Lost Souls published Portuguese subtitles for Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up" | ||
Lost Souls edited Portuguese subtitles for Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up" | ||
Alexandra Pal edited Portuguese subtitles for Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up" | ||
Alexandra Pal edited Portuguese subtitles for Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up" | ||
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