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Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up"

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    Muitas vezes, na minha obra
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    poderá ver-se uma forma
    que se parece com uma vagina,
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    mas após um olhar mais aprofundado,
    também pode ser
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    um pénis com bolas.
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    Não sei se vai quer incluir tudo isto.
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    O meu trabalho é uma expressão
    da essência da minha sensualidade.
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    Sou um corpo que experiencia desejo,
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    experiencia prazer.
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    É sensual e carente
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    e sujo e expressivo.
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    Sou um corpo que está grávido,
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    mas não é necessáriamente
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    a mulher ou o corpo grávido
    que a sociedade me possa atribuir.
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    Experiencio prazer e dor,
    que todos podem experienciar,
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    é por essa razão
    que a ponho no meu trabalho.
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    ["Loie Hollowell's Transcendent Bodies"]
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    Nove meses depois.
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    Tive o meu bebé em casa, Juniper.
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    Ela tem seis meses de idade.
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    Dei à luz durante a pandemia.
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    Estou de volta ao estúdio.
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    E algumas coisas mudaram no mundo.
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    Creio que por volta dos oito ou nove anos
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    o meu pai deu-me o meu próprio estúdio.
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    Era um armário.
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    Com um cavalete pequenino
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    e uma tela em branco.
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    Lembro-me claramente do espaço.
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    Ter o meu próprio quarto
    ao lado do meu pai
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    e da minha mãe,
    foi bastante transformador.
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    Sempre me centrei na pintura e no desenho
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    porque ele me deu aquele espaço
    tão cedo.
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    A cor e a luz são personagens
    centrais na minha pintura.
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    Olhando para o meu trabalho
    em retrospectiva
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    há um forte sentido de claro-escuro
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    um espaço formado
    da luz para o escuro.
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    Cresci na California rodeada
    de artistas Luz e Espaço.
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    Robert Irwin e os seus lindos discos,
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    com esta linha no meio.
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    Experienciar luz pura,
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    espaço puro,
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    emoção pura.
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    Existe sempre aquela procura,
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    a busca por uma experiência
    repleta de luz
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    mesmo que seja um motivo sombrio
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    ou um motivo indescritível.
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    Quando tinha vinte e tal anos,
    engravidei
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    e não quis ficar com o bebé.
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    Fiz um aborto.
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    A Parentalidade planeada
    era incrível e maravilhosa.
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    A experiência emocional
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    e o término da relação
    foi emocionalmente intensa.
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    Queria perceber como fazer
    pinturas sobre isso.
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    Comecei a fazer retratos
    da minha vagina e ovários,
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    tentar retratar a experiência
    de ter um aborto.
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    Percebi que a abstração
    pode conter em si
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    a sensação ou a emoção
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    através da sua cor, da sua composição,
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    da sua textura.
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    Quando comecei a mergulhar
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    na criação de espaços tridimensional
    nas minhas pinturas
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    tive de lidar com
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    o espaço ilusório e o espaço real
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    a sombra construida e a luz construida
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    por oposição à luz real
    e à sombra real.
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    O problema era que antes desta mesclagem,
    não havia camadas suficientes
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    e sobressaiam as mil linhas sobrepostas.
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    Assim recentemente, a Alicia
    tem colocado mais camadas.
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    É o que estou a sentir agora,
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    Quando cerras os olhos
    e sentes aquela consistência,
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    a textura suave.
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    É isso!
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    Sim, este é bom!
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    Descubri que adoro ter uma pintura
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    que na realidade é uma escultura
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    porque muda segundo cada contexto,
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    segundo cada espaço onde se insere.
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    A transição deu-se comigo quando
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    o governador implementou a lei
    de permanecer em casa.
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    Estava prestes a dar à luz,
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    por isso, trouxe para casa
    uma série de pastel e papel para pastel
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    e comecei a desenhar em casa.
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    Procurava visualizar
    o meu segundo nascimento,
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    da minha filha,
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    e de algum modo ir para esse espaço
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    para começar a aceitar a dor.
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    A insanidade para onde vai o teu cérebro.
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    Estava a fazer desenhos
    do espaço do meu cérebro,
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    do espaço da barriga
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    e da abertura do colo uterino.
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    Esses desenhos estão a levar-me
    a este novo caminho.
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    Estou a pegar em moldes de gesso
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    que fiz quando estava grávida,
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    e de amigas minhas quando estavam grávidas
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    e a colocar na superfície do quadro.
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    Quando começo a ficar presa num sítio,
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    tenho de mudar,
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    então é quando vejo e exijo
    a mudança
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    das formas geométricas simples
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    para a realidade do meu corpo.
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    Após a minha mãe ter dado à luz
    a minha segunda irmã,
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    estávamos numa estação de serviço
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    e eu estava no banco de trás do carro.
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    Lembro-me de vê-la a encher o depósito.
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    A sua camisa começou a ficar molhada.
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    Eu pensei, "O que está a acontecer?".
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    E ela estava a verter...
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    ...estava a libertar...
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    ....porque a minha irmã estava
    a chorar ao pé de mim.
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    A sua camisa estava coberta de leite.
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    Existem discos que podemos comprar
    para evitar que isso aconteça.
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    Mas, foi uma experiência tão bonita
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    e é algo sobre o qual eu quero fazer arte.
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    Na verdade, ter o espaço para poder
    questionar o que faço e porquê,
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    pôs todas estas coisas,
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    para as quais senti ter uma linguagem
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    em questões.
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    "Porquê cores vivas?"
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    "Porquê contraste forte?"
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    "Porquê formas geométricas?"
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    Creio que estão são questões,
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    como artistas, que temos de
    continuar a perguntar.
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    "Porque fazemos isto?"
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    "O que é belo?"
  • 8:05 - 8:07
    "E porque é que é belo?"
  • Not Synced
    "E o que constrói o belo?"
Title:
Loie Hollowell's: Transcendent Bodies | Art21 "New York Close Up"
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"New York Close Up" series
Duration:
08:29

Portuguese subtitles

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