< Return to Video

Como aprender alemão me ensinou o elo entre a matemática e a poesia | Harry Baker | TEDxVienna

  • 0:09 - 0:13
    Candidatei-me à universidade
    para estudar medicina
  • 0:13 - 0:15
    mas mudei de curso para a matemática
  • 0:15 - 0:18
    para ter mais tempo para escrever poesia.
  • 0:18 - 0:20
    (Risos)
  • 0:20 - 0:23
    Obrigado por se rirem
    das escolhas da minha vida.
  • 0:23 - 0:26
    (Risos)
  • 0:26 - 0:29
    (Aplausos)
  • 0:30 - 0:33
    Embora um dos primeiros
    poemas que escrevi
  • 0:33 - 0:35
    tenha sido um poema de amor
    sobre os números primos,
  • 0:35 - 0:39
    pensava que as duas coisas
    não estavam propriamente interligadas.
  • 0:39 - 0:42
    Eu gostava de matemática porque
    havia sempre uma resposta correta
  • 0:42 - 0:45
    e gostava de poesia porque
    nunca havia uma resposta errada.
  • 0:45 - 0:47
    Mas, quando mudei de curso,
    para a matemática,
  • 0:47 - 0:51
    tive a oportunidade de fazer matemática
    durante um ano, no estrangeiro
  • 0:51 - 0:54
    e pensei que seria uma forma divertida
    de viver num outro país
  • 0:54 - 0:55
    e experimentar uma outra cultura.
  • 0:55 - 0:58
    Assim, vivi e estudei matemática,
    durante um ano, na Alemanha
  • 0:58 - 1:00
    e achei que seria boa ideia
    aprender alemão
  • 1:00 - 1:03
    porque tinha ouvido dizer
    que era muito falada ali.
  • 1:03 - 1:05
    (Risos)
  • 1:05 - 1:07
    Quando cheguei à Alemanha,
  • 1:07 - 1:10
    o nível da minha linguagem
    era aproximadamente:
  • 1:10 - 1:13
    (em alemão): "Olá, chamo-me Harry.
  • 1:14 - 1:16
    "Sou inglês.
  • 1:16 - 1:18
    "Fala inglês?"
  • 1:18 - 1:19
    (Risos)
  • 1:20 - 1:22
    - Não.
    - Bolas!
  • 1:22 - 1:25
    (Risos)
  • 1:25 - 1:30
    Felizmente, à medida que o ano passou,
    a minha língua melhorou um pouco.
  • 1:30 - 1:33
    Queria falar-vos de algumas coisas
    que aprendi, ao longo do tempo.
  • 1:33 - 1:36
    Tenho consciência de que estou a falar
    de aprender alemão
  • 1:36 - 1:38
    num país de língua alemã,
  • 1:38 - 1:40
    embora confiasse que todos
    percebessem o meu inglês,
  • 1:40 - 1:44
    mas, não se preocupem:
    ""O meu inglês é incrivelmente bom."
  • 1:44 - 1:45
    (Risos)
  • 1:45 - 1:47
    O que me chocou
    na aprendizagem de outro idioma,
  • 1:47 - 1:50
    é que, embora toda a gente tenha
    a mesma intenção
  • 1:50 - 1:52
    de vir a ser fluente,
  • 1:52 - 1:54
    os percursos que seguimos
    são muito diferentes.
  • 1:54 - 1:56
    Medir o nosso progresso
    nesse percurso,
  • 1:56 - 1:59
    usar tabelas de verbos
    e testes de gramática,
  • 1:59 - 2:01
    embora seja útil para alguns,
  • 2:01 - 2:05
    para mim, não captavam a excitação
    do que era aprender outra língua.
  • 2:05 - 2:07
    Por isso, estabeleci pontos de referência
  • 2:07 - 2:10
    para saber quando é que estava
    a fazer progresso.
  • 2:10 - 2:13
    O primeiro era que, logo que
    possuísse os blocos básicos,
  • 2:13 - 2:15
    e pudesse confiar no instinto,
  • 2:15 - 2:17
    me lembrasse de explicar
    uma história a um amigo
  • 2:17 - 2:21
    em que tudo tivesse funcionado
    e, no fim, se juntasse em harmonia.
  • 2:21 - 2:24
    Encontrei-me a usar as palavras
    "Alles hat geklappt."
  • 2:24 - 2:27
    Penso que nunca tinha ouvido
    essa palavra
  • 2:27 - 2:29
    mas, quando a disse,
    pareceu-me que fazia sentido
  • 2:29 - 2:31
    porque, se batemos palmas,
  • 2:31 - 2:33
    é uma forma bastante literal
    de juntar as mãos.
  • 2:33 - 2:36
    Mas também, se fazemos um plano
    e ele funciona,
  • 2:36 - 2:39
    por vezes, sentimo-nos
    a aplaudir-nos.
  • 2:39 - 2:41
    Mas, quando eu disse aquelas palavras,
  • 2:41 - 2:44
    eu sabia que era a palavra certa
    para usar naquele contexto,
  • 2:44 - 2:46
    porque saía natural.
  • 2:46 - 2:49
    Até certo ponto, se eu não sabia
    uma palavra em alemão,
  • 2:49 - 2:52
    eu tentava dizer a palavra inglesa
    com um sotaque alemão
  • 2:52 - 2:54
    e tentava safar-me assim.
  • 2:54 - 2:58
    Mas, mais frequentemente,
    isso fazia-me parecer "ein Idiot".
  • 2:58 - 2:59
    (Risos)
  • 3:00 - 3:01
    A segunda fase, para mim,
  • 3:01 - 3:04
    foi quando começamos
    a sonhar noutra língua.
  • 3:04 - 3:06
    Muita gente fala nisso,
  • 3:06 - 3:08
    porque, depois de todos
    os nossos esforços,
  • 3:08 - 3:11
    é a altura em que sabemos
    que estamos finalmente mergulhados.
  • 3:11 - 3:13
    O primeiro sonho que eu tive em alemão,
  • 3:13 - 3:17
    sonhei que estava numa aula de alemão
    a aprender vocabulário novo,
  • 3:17 - 3:21
    o que significava que o meu subconsciente
    já estava cheio de alemão,
  • 3:21 - 3:23
    que eu entendia, com que eu podia sonhar,
  • 3:23 - 3:26
    mas também que tinha algum alemão
    que eu ainda não entendia
  • 3:26 - 3:29
    e estava a tentar ensinar-me
    durante o meu sono.
  • 3:29 - 3:30
    (Risos)
  • 3:30 - 3:31
    Embora eu não ache
  • 3:31 - 3:34
    que este é o método mais seguro
    para aprender uma língua,
  • 3:34 - 3:36
    foi muito entusiasmante na altura.
  • 3:36 - 3:37
    Mas, para mim, a terceira fase
  • 3:37 - 3:40
    e o momento em que, de facto,
    percebi que estava tudo ok,
  • 3:40 - 3:44
    é quando podemos perceber
    ou fazer piadas noutra língua.
  • 3:44 - 3:45
    Eu adoro trocadilhos
  • 3:45 - 3:48
    e, sempre que algum
    dos meus amigos não ingleses
  • 3:48 - 3:51
    consegue fazer trocadilhos em inglês,
  • 3:51 - 3:52
    fico sempre muito impressionado.
  • 3:52 - 3:56
    Chegou uma altura em que eu estava a falar
    com um amigo alemão que era poeta,
  • 3:56 - 3:59
    e ele estava a contar
    como, quando tinha ideias,
  • 3:59 - 4:03
    elas começavam a sobrepor-se umas às outras
    numa espécie de avalanche de ideias.
  • 4:03 - 4:06
    Disse-me que a palavra alemã
    para "avalanche" era "Lawine".
  • 4:07 - 4:09
    Sem perder um segundo, eu disse-lhe:
  • 4:09 - 4:12
    "Se houvesse muita neve
    entre os meses de março e maio,
  • 4:12 - 4:15
    "chamar-lhe-iam uma 'Avril Lawine'?"
  • 4:16 - 4:18
    (Risos)
  • 4:19 - 4:22
    E ele: "Isso é hilariante".
  • 4:23 - 4:26
    (Risos)
  • 4:26 - 4:28
    "Não podes deixar
    de dizer isso na TEDTalk.
  • 4:28 - 4:30
    "Vão-se fartar de rir".
  • 4:30 - 4:31
    (Risos)
  • 4:32 - 4:34
    Penso que ser capaz
    de brincar com outra língua
  • 4:34 - 4:36
    é uma coisa sensacional,
  • 4:36 - 4:39
    e não é todos os dias
    que temos oportunidade de fazê-lo,
  • 4:39 - 4:41
    especialmente nos testes de gramática
  • 4:41 - 4:44
    — aliás, não nos dão pontos bónus
    pelos trocadilhos.
  • 4:44 - 4:47
    O que eu estava a experimentar
    era algo que nunca tinha experimentado
  • 4:48 - 4:51
    — uma coisa a que, na escola,
    eu e o meu pior rival de matemática,
  • 4:51 - 4:54
    o meu melhor amigo, Luke,
    chamávamos "o entusiasmo 'nerd' ".
  • 4:54 - 4:56
    É esse o sentimento que temos
  • 4:56 - 4:58
    quando embrulhamos a cabeça
    num conceito
  • 4:58 - 5:03
    ou quando conseguimos resolver um problema
    de forma especialmente límpida.
  • 5:03 - 5:06
    É este sentimento que experimentei
    quando comecei a escrever poesia,
  • 5:06 - 5:09
    quer fosse quando parecia
    que as palavras caíam no seu lugar,
  • 5:09 - 5:12
    quer fosse quando nos surgia
    um verso particularmente agradável,
  • 5:12 - 5:15
    quer talvez quando pensamos
    num trocadilho ridículo.
  • 5:15 - 5:16
    Para mim, a diferença era
  • 5:16 - 5:19
    que estava a apanhar isso
    nas conversas do dia-a-dia.
  • 5:19 - 5:22
    Quer fosse o "frisson" de ser compreendido
    pela pessoa à minha frente,
  • 5:22 - 5:26
    quer fosse ter uma leve ideia
    do que é que eles estavam a falar,
  • 5:26 - 5:28
    a formação de frases simples
  • 5:28 - 5:31
    pareciam mini-equações
    a resolver de vez em quando.
  • 5:31 - 5:34
    Envolvia o reconhecimento de padrões
    e a atenção aos pormenores
  • 5:34 - 5:36
    coisas que eu adorava na matemática.
  • 5:36 - 5:39
    Combinava-se com a criatividade
    e a capacidade de pensar fora do baralho
  • 5:39 - 5:41
    que eu apreciava na poesia.
  • 5:41 - 5:45
    Combinavam-se as duas coisas
    numa forma em que eu não tinha pensado.
  • 5:45 - 5:49
    De muitas formas, o alemão
    é uma língua lógica e matemática.
  • 5:49 - 5:53
    Lembro-me de perguntar aos meus colegas
    qual era a palavra alemã para "chaleira".
  • 5:53 - 5:56
    Disse-lhes: "Como é que se diz
    aquela coisa onde se cozinha a água?"
  • 5:56 - 5:58
    E eles: "Das ist ein Wasserkocher."
  • 5:58 - 5:59
    (Risos)
  • 5:59 - 6:01
    Para mim, fazia todo o sentido,
  • 6:01 - 6:03
    e havia todos aqueles momentos,
    em que...
  • 6:03 - 6:05
    (Risos)
  • 6:05 - 6:07
    ... em que eu ficava muito entusiasmado.
  • 6:07 - 6:09
    Um dia, cheguei a casa e disse
  • 6:09 - 6:11
    que a palavra alemã
    para luvas era "Handschuh",
  • 6:11 - 6:14
    porque são como um sapatinho
    que pomos nas mãos.
  • 6:14 - 6:15
    (Risos)
  • 6:15 - 6:17
    E pensei que era incrível.
  • 6:17 - 6:18
    E eles disseram...
  • 6:18 - 6:19
    (Risos)
  • 6:19 - 6:22
    "Porque é que estás
    tão entusiasmado com as luvas?"
  • 6:22 - 6:23
    (Risos)
  • 6:24 - 6:26
    Eu arranjei uma lista
    das minhas palavras preferidas.
  • 6:26 - 6:28
    São estas as minhas palavras preferidas:
  • 6:28 - 6:32
    Aprendi que a palavra alemã
    para "tartaruga" é "Schildkröte",
  • 6:32 - 6:34
    que é uma espécie de "sapo com escudo".
  • 6:34 - 6:36
    Quando descobri isso,
  • 6:36 - 6:38
    pensei logo num caracol,
  • 6:38 - 6:41
    porque esperava que devia ser
    uma espécie de "lesma com escudo"
  • 6:42 - 6:44
    (Risos)
  • 6:44 - 6:48
    Acontece que a palavra alemã
    para "caracol" é "Schnecke",
  • 6:49 - 6:52
    mas a palavra alemã para "lesma"
    é "Nacktschnecke"...
  • 6:52 - 6:54
    (Risos)
  • 6:54 - 6:57
    ... porque é como um caracol nu.
  • 6:57 - 6:58
    (Risos)
  • 6:58 - 7:00
    Pensei que era fantástico.
  • 7:00 - 7:01
    (Risos)
  • 7:02 - 7:03
    O meu colega disse:
  • 7:03 - 7:05
    "Porque é que trouxeste
    caracóis cá para casa?"
  • 7:05 - 7:06
    (Risos)
  • 7:06 - 7:10
    De certa forma, esta colagem de palavras
    pode ser muito poética.
  • 7:10 - 7:14
    Lembro-me de aprender que a palavra alemã
    para "iris" é "Regenbogenhaut",
  • 7:14 - 7:16
    que se traduz por "pele do arco-íris".
  • 7:16 - 7:18
    Acho-a de grande beleza
  • 7:18 - 7:20
    e também tem um pouco
    dessa estranha lógica.
  • 7:20 - 7:24
    Igualmente, descobri que a palavra alemã
    para "mamilo" é "Brustwarze"...
  • 7:24 - 7:25
    (Risos)
  • 7:26 - 7:28
    ... que significa "verruga do peito",
  • 7:28 - 7:30
    o que, embora menos bela...
  • 7:31 - 7:33
    (Risos)
  • 7:34 - 7:37
    (Aplausos)
  • 7:44 - 7:47
    ... também tem um pouco
    dessa estranha lógica.
  • 7:48 - 7:51
    Assim, pensei que seria divertido
    tentar inventar as minhas palavras.
  • 7:52 - 7:55
    Onde eu vivia, em Hanôver,
    há uma grande população turca.
  • 7:55 - 7:59
    Portanto, há muitos locais onde se vende
    "kebab" e "döner" e "falafel".
  • 7:59 - 8:03
    Fiquei felicíssimo quando encontrei
    a palavra para "falafel" é "Falafel".
  • 8:03 - 8:05
    (Risos)
  • 8:05 - 8:08
    Mas a palavra alemã
    para "colher" é "Löffel".
  • 8:08 - 8:12
    Se houver uma colher especial
    que só se usa para comer "falafel"
  • 8:12 - 8:15
    podíamos chamar-lhe uma "Falafellöffel".
  • 8:15 - 8:16
    (Risos)
  • 8:17 - 8:20
    Então, escrevi um poema
    intitulado "Falafellöffel",
  • 8:22 - 8:24
    sobre um tipo chamado Phil.
  • 8:24 - 8:26
    Já estão a ver onde é que isto vai parar.
  • 8:26 - 8:29
    Não envolve qualquer tipo
    de pergunta e resposta,
  • 8:29 - 8:31
    o que é especificamente alemão,
  • 8:31 - 8:33
    mas penso que vocês
    devem ser um pouco melhores
  • 8:33 - 8:35
    do que em Inglaterra.
  • 8:36 - 8:38
    "Phil ist voll.
  • 8:39 - 8:41
    "Die Nacht ist gut verlaufen.
  • 8:42 - 8:45
    "Phil sieht ein Geschäft
    und er fragt, was sie verkaufen.
  • 8:45 - 8:49
    "Falafellöffel.
    Für Löffel voll Falafel."
  • 8:49 - 8:53
    — ou seja, "colheres Falafel,
    para colheradas de Falafel".
  • 8:53 - 8:54
    "Was?"
  • 8:54 - 8:56
    "Falafellöffel.
    Für Löffel voll Falafel."
  • 8:56 - 8:57
    "Wie?"
  • 8:57 - 9:00
    "Falafellöffel.
    Für Löffel voll Falafel."
  • 9:00 - 9:04
    Phil não fala alemão,
    por isso fica um bocado confuso.
  • 9:05 - 9:09
    Vejam, aquele é o Phil
    e Phil adora "falafel".
  • 9:09 - 9:12
    Num sorteio de "falafel"
    ele roubaria todas as rifas.
  • 9:13 - 9:15
    Responde sempre afirmativamente
    quando lhe oferecem "falafel":
  • 9:16 - 9:18
    mesmo que esteja cheio,
    acharia um horror se não aceitasse.
  • 9:18 - 9:20
    (Risos)
  • 9:21 - 9:23
    Para nós, não nos importaríamos
  • 9:23 - 9:26
    de passar a vida sem "falafel".
  • 9:26 - 9:29
    (Risos)
  • 9:30 - 9:33
    Mas Phil fica a ferver
    enquanto não tem o seu "falafel".
  • 9:33 - 9:36
    Por isso, se oferecessem a Phil
    uma colher para "Falafel"
  • 9:36 - 9:39
    ele diria "sim, apesar de não saber
    o que é uma "colher"!
  • 9:40 - 9:44
    Para Phil, uma vida de amor e risos
    terá que ser seguida de um "falafel".
  • 9:44 - 9:45
    (Risos)
  • 9:45 - 9:48
    É "sim", apesar de não saber
    o que é uma "colher"!
  • 9:48 - 9:51
    Se um "falafel" caísse de uma "colher",
    Phil sentir-se-ia terrível...
  • 9:51 - 9:52
    (Risos)
  • 9:52 - 9:55
    .... por isso, é "sim", apesar
    de não saber o que é uma "colher"!
  • 9:55 - 9:58
    Um "falafel" fofo é uma incógnita,
    para ser sincero,
  • 9:58 - 10:00
    mas ele não sabe o que é uma "colher"!
  • 10:00 - 10:02
    Uma colher de "falafel" imundo
    pode ser letal,
  • 10:02 - 10:05
    quando deixamos Phil,
    ele ainda tem uma mensagem para os filhos:
  • 10:05 - 10:08
    "Sim", apesar de não saber
    o que é uma "colher",
  • 10:08 - 10:11
    sempre "sim", apesar de não saber
    o que é uma "colher".
  • 10:11 - 10:15
    Por isso, quando eu digo:
    "Wie viel Falafel ist zu viel Falafel?"
  • 10:15 - 10:19
    — que significa: "Quanto 'falafel'
    é 'falafel' demais?" —
  • 10:19 - 10:21
    vocês podem responder em uníssono:
  • 10:21 - 10:25
    "Vier Löffel voll Falafel
    ist zu viel Falafel."
  • 10:25 - 10:27
    (Risos)
  • 10:27 - 10:31
    — o que significa: "Quatro colheres cheias
    de 'falafel' é 'falafel' demais!".
  • 10:31 - 10:34
    Se alguém aqui não fala alemão,
    posso guiá-los, se repetirem comigo:
  • 10:34 - 10:35
    - Vier.
    - Vier.
  • 10:35 - 10:37
    - Löffel voll
    - Löffel voll
  • 10:38 - 10:39
    - Falafel
    - Falafel
  • 10:39 - 10:42
    - Ist zu viel
    - Ist zu viel
  • 10:42 - 10:44
    - Falafel
    - Falafel
  • 10:44 - 10:45
    Wunderbar!
  • 10:46 - 10:47
    (Risos)
  • 10:47 - 10:50
    Wie viel Falafel ist zu viel Falafel?
  • 10:50 - 10:52
    Vier Löffel voll Falafel
    ist zu viel Falafel.
  • 10:52 - 10:55
    Wie viel Falafel ist zu viel Falafel?
  • 10:55 - 10:57
    Público: Vier Löffel...
  • 10:57 - 10:59
    HB: Lauter! Wie viel Falafel
    ist zu viel Falafel?
  • 10:59 - 11:01
    Público: Vier Löffel...
  • 11:01 - 11:04
    HB: Schneller! Wie viel Falafel
    ist zu viel Falafel?
  • 11:04 - 11:06
    Público: Vier Löffel...
  • 11:06 - 11:08
    Vier Löffel voll Falafel
    ist zu viel Falafel!
  • 11:08 - 11:11
    No seu leito de morte,
    uma mensagem para os seus filhos,
  • 11:11 - 11:13
    a dizer "sim", apesar de não saber
    o que é uma "colher,
  • 11:13 - 11:16
    sempre "sim", apesar de não saber
    o que é uma "colher,
  • 11:16 - 11:17
    Phil war voll.
  • 11:17 - 11:18
    (Risos)
  • 11:18 - 11:20
    Die Nacht war gut verlaufen.
  • 11:21 - 11:22
    (Risos)
  • 11:22 - 11:26
    Phil sah ein Geschäft
    und er fragte, was sie verkaufen
  • 11:26 - 11:30
    "Falafellöffel. Für Löffel voll Falafel."
  • 11:30 - 11:33
    "Falafellöffel! Für Löffel voll Falafel!?"
  • 11:34 - 11:38
    "Ja - Falafellöffel!
    Für Löffel voll Falafel!"
  • 11:39 - 11:41
    Temos que fazer um esforço
    quando viajamos!
  • 11:42 - 11:45
    (Aplausos)
  • 12:12 - 12:17
    Disraeli, um dos meus poetas preferidos,
    aqui no Reino Unido, disse-me um dia
  • 12:17 - 12:19
    que aprender uma língua
  • 12:19 - 12:22
    é como aprender a pensar
    numa outra cor.
  • 12:21 - 12:24
    Falei com outras pessoas
    que dizem que sentem
  • 12:24 - 12:27
    que têm personalidades diferentes
    em idiomas diferentes.
  • 12:27 - 12:30
    Cedo aprendi,
    quando estudava alemão,
  • 12:30 - 12:34
    que, quando exprimo uma opinião em inglês,
    muitas vezes digo coisas como:
  • 12:34 - 12:39
    "Acho... talvez... se calhar...
    talvez possamos fazer isso".
  • 12:40 - 12:44
    Ou: "Tenho a sensação... está a ver...
    se não for muito incómodo,
  • 12:44 - 12:46
    "talvez possamos fazer isso".
  • 12:47 - 12:51
    Embora, em inglês, isso só possa parecer
    que eu não estou muito seguro,
  • 12:51 - 12:55
    em alemão, afeta rapidamente
    a estrutura da frase
  • 12:55 - 12:58
    e eu não sabia onde colocar os verbos.
  • 12:58 - 13:00
    (Risos)
  • 13:00 - 13:04
    Por consequência,
    o Harry alemão
  • 13:04 - 13:07
    passou a ser muito mais decisivo e direto
    sobre o que queria dizer
  • 13:07 - 13:09
    do que o Harry inglês,
  • 13:09 - 13:11
    apenas porque não dispunha
    do domínio da língua
  • 13:11 - 13:14
    para poder duvidar de mim,
    fosse como fosse...
  • 13:14 - 13:15
    (Risos)
  • 13:15 - 13:17
    ... o que era uma coisa incrível.
  • 13:18 - 13:21
    Outro efeito colateral
    foi que, embora ache que, em inglês,
  • 13:21 - 13:26
    me sinto um pouco mais confortável
    a falar com mil estranhos
  • 13:26 - 13:29
    do que numa conversa a dois,
  • 13:29 - 13:32
    em alemão, como estava entusiasmado
    por aprender a língua,
  • 13:32 - 13:35
    a conversa a dois
    tornou-se em trabalho de casa.
  • 13:36 - 13:38
    Sentia-me entusiasmado
    a fazer perguntas
  • 13:38 - 13:41
    e a aprender simples factos
    sobre a vida de outras pessoas
  • 13:41 - 13:44
    porque era o tipo de vocabulário
    que eu percebia.
  • 13:44 - 13:47
    Do mesmo modo, sentia-me entusiasmado
    por falar de mim mesmo,
  • 13:47 - 13:49
    porque precisava de praticar.
  • 13:49 - 13:52
    Enquanto o alemão me ensinou
    um elo entre a matemática e a poesia
  • 13:52 - 13:54
    que eu não tinha imaginado
    anteriormente,
  • 13:54 - 13:56
    também me ensinou coisas
    sobre a minha personalidade
  • 13:56 - 13:58
    de que eu não estava à espera.
  • 13:58 - 14:02
    Percebi que os pontos de referência
    que eu tinha estabelecido em alemão,
  • 14:02 - 14:03
    e em aprender uma língua,
  • 14:03 - 14:04
    eram coisas que eu já conhecia.
  • 14:04 - 14:07
    Na matemática, embora,
    a princípio, possa ser difícil
  • 14:07 - 14:09
    dominar os blocos básicos de construção,
  • 14:09 - 14:11
    quando eles estão no seu lugar,
  • 14:11 - 14:14
    podemos começar a divertir-nos
    e a saltitar entre eles
  • 14:14 - 14:16
    e a confiar no nosso instinto.
  • 14:16 - 14:17
    No que se refere à escrita,
  • 14:17 - 14:21
    se conseguirmos mergulhar o suficiente
    no mundo de um poema ou de uma história,
  • 14:21 - 14:25
    torna-se possível que essas ideias
    apareçam do nada, segundo parece.
  • 14:25 - 14:28
    Muitas vezes, fui para a cama,
    ou adormeci em pleno dia,
  • 14:28 - 14:29
    enquanto escrevia um poema
  • 14:29 - 14:32
    e, quando acordava,
    ali está uma ideia nova
  • 14:32 - 14:35
    que é quase como se eu tivesse tentado
    ensinar-me a mim mesmo nos meus sonhos.
  • 14:35 - 14:38
    A última coisa foi que,
    com estas duas coisas,
  • 14:38 - 14:39
    tanto na aprendizagem de alemão,
  • 14:39 - 14:41
    como em muitos aspetos
    da minha vida,
  • 14:41 - 14:43
    percebi que,
    se nos dedicarmos ao trabalho,
  • 14:43 - 14:47
    podemos sentir-nos confortáveis
    e estar dispostos a correr riscos,
  • 14:47 - 14:48
    mas também a divertir-nos.
  • 14:48 - 14:51
    É aí que podemos começar a mostrar-nos.
  • 14:51 - 14:53
    Depois de terminar aquele ano
    no estrangeiro,
  • 14:53 - 14:56
    voltei para o último ano
    na universidade em Bristol,
  • 14:56 - 14:59
    e passei da classe
    de principiantes de alemão
  • 14:59 - 15:01
    para a classe de avançados de alemão.
  • 15:01 - 15:03
    Mas, embora no final do ano,
  • 15:03 - 15:06
    me tenha portado bem
    nos exames orais,
  • 15:06 - 15:10
    consegui falhar
    no exame final de gramática.
  • 15:10 - 15:12
    No entanto, acabei o curso de matemática
  • 15:12 - 15:15
    e, desde então, tenho podido
    fazer poesia a tempo inteiro,
  • 15:15 - 15:18
    e viajar pelo mundo,
    a fazer aquilo que gosto de fazer.
  • 15:18 - 15:21
    De certa forma, tem sido um percurso
    especial e estranho
  • 15:21 - 15:23
    mas tudo tem "geklappt".
  • 15:24 - 15:25
    Obrigado.
  • 15:25 - 15:28
    (Aplausos)
Title:
Como aprender alemão me ensinou o elo entre a matemática e a poesia | Harry Baker | TEDxVienna
Description:

Na matemática, há respostas corretas. Na poesia, não há respostas erradas. Descubram como aprender uma língua nova, em especial uma língua tão belamente lógica como o alemão, ensinou a Harry Baker, campeão da Poesia Mundial, que as duas coisas estavam muito mais interligadas do que ele julgava.

Esta palestra foi feita num evento TEDx, usando o formato das Conferências TED, mas organizado de forma independente por uma comunidade local. Saiba mais em: http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:32

Portuguese subtitles

Revisions