Dependência emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta
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0:13 - 0:17A dependência emocional
é muito mal vista em nossa sociedade. -
0:17 - 0:20Ninguém quer ser um dependente emocional,
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0:20 - 0:22porque quando pensamos
em dependência emocional -
0:22 - 0:26a primeira coisa que nos vem
à cabeça é uma pessoa... -
0:26 - 0:29vamos dizer... pegajosa,
pessoas que não podem ficar sozinhas, -
0:29 - 0:32pessoas que não terminam
relacionamentos mesmo quando vão mal. -
0:33 - 0:35E isto, em nossa sociedade
que é o contrário disso, né? -
0:35 - 0:38Numa sociedade de homens
e mulheres que se fazem sozinhos -
0:38 - 0:41é muito mal visto;
queremos pessoas autônomas, -
0:41 - 0:44autossuficientes, independentes.
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0:44 - 0:51Mas, nos esquecemos que somos
a espécie mais social do planeta. -
0:51 - 0:53E isto é exatamente
a mesma coisa que dizer -
0:53 - 0:57que somos a espécie mais dependente
que existe no planeta. -
0:57 - 1:01Todo o nosso desenvolvimento foi social.
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1:01 - 1:03Sei que agora muitos dirão, bem...
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1:03 - 1:05é normal que as crianças
sejam dependentes, -
1:05 - 1:07mas os adultos tem que ser independentes.
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1:07 - 1:10Isso é o que pensava
a psicologia há pouco tempo. -
1:10 - 1:13Pensávamos que desenvolvimento era ir
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1:13 - 1:16da dependência absoluta na infância
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1:16 - 1:19à independência absoluta do adulto.
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1:19 - 1:22Mas, já sabemos que ultimamente
as pessoas não se emancipam. -
1:22 - 1:24Realmente, o que sabemos
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1:24 - 1:28é que se houvesse um adulto
absolutamente independente -
1:28 - 1:32seria uma patologia social e emocional.
Seria um problema. -
1:32 - 1:34Seja pela solidão dessa pessoa,
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1:34 - 1:37ou pela falta de empatia
que levou a estes problemas. -
1:37 - 1:41Realmente, nós não progredimos
da dependência à independência. -
1:41 - 1:45O que acontece é que mudamos
o tipo de dependência. -
1:45 - 1:49Quando somos pequenos, temos
o que chamamos de dependência vertical. -
1:49 - 1:52Certo? Não sei se podem ver minhas mãos...
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1:52 - 1:57Em que existe uma pessoa que cuida
e outra que é cuidada. -
1:57 - 1:59Uma pessoa que provê e outra que recebe,
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1:59 - 2:01que é o que acontece
com as crianças e os pais. -
2:01 - 2:05E, ao longo de nossa vida,
a dependência não desaparece, -
2:05 - 2:07mas vamos mudando a capacidade
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2:07 - 2:12até o ponto de chegar a ter a capacidade
de depender horizontalmente -
2:12 - 2:16uns dos outros, em que um cuida
e o outro recebe, -
2:16 - 2:20mas também o que recebe cuida e ambos dão.
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2:20 - 2:25Esta seria a relação de dependência
ideal entre adultos: a interdependência. -
2:26 - 2:30Vocês já sabem que tem muitíssimos
adultos que não chegam aqui, não sabem? -
2:30 - 2:34Alguns são seus parceiros, mas bem...
deveriam ter chegado aqui. -
2:35 - 2:37Há pessoas que têm dificuldades
nesta transição. -
2:37 - 2:42Há pais que são muito bons
com bebês muito dependentes, -
2:42 - 2:45mas, quando as crianças
se tornam adolescentes -
2:45 - 2:48e começam a exigir autonomia,
isto é um conflito. -
2:48 - 2:51E, depois, existem adultos
que, em suas relações de casal, -
2:51 - 2:54não buscam este tipo de relações,
continuam buscando estas. -
2:54 - 2:57Seguem buscando alguém
que cuide deles, que lhes sustente. -
2:57 - 3:01Ou, há outras que buscam alguém
de quem cuidar ou a quem salvar. -
3:01 - 3:04Ou, ás vezes, alguém para dominar, certo?
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3:04 - 3:07E estas não são relações saudáveis.
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3:07 - 3:11As relações saudáveis de dependência
entre adultos são estas: as horizontais. -
3:12 - 3:16O que é preciso para ter relações
horizontais entre adultos? -
3:16 - 3:17Duas coisas.
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3:17 - 3:19Assim que eu gosto, que seja simples.
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3:19 - 3:21Autonomia e intimidade.
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3:21 - 3:23E agora a pergunta seguinte:
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3:23 - 3:26como temos autonomia e intimidade?
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3:26 - 3:29A primeira variável é
a regulação emocional. -
3:29 - 3:32Regulação emocional
é tudo aquilo que eu faço, -
3:32 - 3:35que influencia meu estado
de ânimo e minhas emoções. -
3:35 - 3:39Os seres humanos têm, basicamente,
dois grandes tipos de regulação emocional: -
3:39 - 3:43a autorregulação e a corregulação.
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3:43 - 3:47Autorregulação é tudo aquilo
que eu faço sozinho, -
3:47 - 3:51que influencia meu estado de ânimo:
praticar esporte, meditar, -
3:51 - 3:54fazer relaxamento...
Tudo isto é autorregulação. -
3:54 - 4:00Corregulação é o que faço com outra
pessoa ou pessoas, para ficar melhor. -
4:00 - 4:01Me dão uma notícia ruim
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4:01 - 4:06e ligo para alguém e conversando
com esta pessoa me sinto melhor. -
4:06 - 4:07Isto é corregulação.
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4:07 - 4:09Estas são as duas grandes formas.
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4:09 - 4:13Vemos que existem pessoas
que são muito boas autorregulando-se, -
4:13 - 4:17mas muito ruins corregulando-se.
O que acontece com estas pessoas? -
4:17 - 4:20Que quando se sentem mal
ou quando há um conflito -
4:20 - 4:25tendem a se isolarem, a se distanciarem,
porque precisam se autorregular -
4:25 - 4:27antes de voltarem
a fazer contato com os demais. -
4:27 - 4:30E também vemos que há pessoas
com quem acontece o contrário. -
4:30 - 4:35Que são muito boas corregulando-se,
mas muito ruins se autorregulando. -
4:35 - 4:38O que acontece? Quando há
um conflito ou se sentem mal, -
4:38 - 4:41precisam do outro, precisam de gente.
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4:42 - 4:45Imaginem que estes dois formam um casal.
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4:45 - 4:49Não precisam imaginar muito,
estes casais são muito comuns. -
4:49 - 4:54Em que há um "auto" e um "co"
e tê uma briga, o que vai acontecer? -
4:55 - 5:00O "auto" vai tentar fugir,
e o "co" vai atrás do "auto", né? -
5:00 - 5:03O que acontece? Não vão se corregular.
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5:03 - 5:07Vão se "codesregular" mutuamente.
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5:07 - 5:13Esta variável, a corregulação
e a codesregulação, é o elemento central -
5:13 - 5:17que distingue os casais que funcionam bem
dos que funcionam mal. -
5:19 - 5:22Esse é um problema porque as pessoas,
à medida em que se codesregulam, -
5:22 - 5:26vão se distanciando cada vez mais,
não se aproximando, vão se sentindo pior. -
5:26 - 5:30E as pessoas, quando se codesregulam,
não resolvem os conflitos. -
5:30 - 5:33Simplesmente, o que fazem?
Estacionam, certo? -
5:34 - 5:38E o que faz com que uma relação cresça
é poder resolver os conflitos. -
5:38 - 5:40Os conflitos não são o problema,
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5:40 - 5:43o problema é como resolvemos
estes conflitos, certo? -
5:43 - 5:48Vejam que este elemento que parece
tão insignificante é essencial. -
5:49 - 5:53Junto com a corregulação, outra variável
muito importante é a segurança da relação -
5:53 - 5:56que é quanto me sinto seguro
quando estou sozinho, -
5:56 - 5:58e quanto me sinto seguro
quanto estou com as pessoas. -
5:58 - 6:02Então, já sabemos onde está a autonomia.
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6:02 - 6:07Se sou capaz de me autorregular
e sou capaz de ficar bem sozinho, -
6:07 - 6:09tenho capacidade de autonomia.
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6:09 - 6:14Se sou capaz de me corregular e tenho
capacidade de ficar bem com os demais, -
6:14 - 6:17tenho capacidade de intimidade.
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6:17 - 6:23E isto é o que precisamos para poder
manter relações adultas saudáveis, -
6:23 - 6:24horizontais, como dissemos, né?
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6:24 - 6:27Pessoas capazes de ter
autonomia e intimidade. -
6:28 - 6:34A notícia que trago para vocês é
que acreditamos que essas pessoas existem. -
6:35 - 6:38Não sabemos onde estão.
Estamos procurando, não se preocupem. -
6:38 - 6:41Quando as encontrarmos, avisaremos vocês.
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6:41 - 6:43Se, por acaso... As chamo de "verdes".
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6:43 - 6:44Aí tenho um pontinho verde.
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6:44 - 6:47Se, por acaso, encontrarem
com um "verde"... -
6:47 - 6:49Casem! Imediatamente!
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6:49 - 6:50(Risos)
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6:50 - 6:54Nada de união estável. Casem!
"É muito feio"... Tanto faz! Casem! -
6:54 - 6:58"É que é um cara e eu não sou gay".
Não importa! Ninguém é perfeito! Casem! -
6:58 - 7:00"E que não é assim tão bom..."
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7:00 - 7:01(Aplausos)
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7:01 - 7:02Muito obrigado! Obrigado!
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7:02 - 7:05(Aplausos)
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7:06 - 7:09E agora vem o melhor.
"É que não sei se é bom de cama". -
7:09 - 7:12É bom de cama! Isso é o pior.
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7:12 - 7:16Porque a maior causadora
das dinfunções sexuais -
7:16 - 7:17é a ansiedade interpessoal.
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7:17 - 7:21E elas não tem! Estas pessoas não tem.
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7:21 - 7:23Ou seja, além de tudo, são boas de cama.
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7:23 - 7:28Casem! Não pensem e terão
um casamento tão feliz como... -
7:28 - 7:30o do Caco e da Piggy,
que vocês sabem que foi bom. -
7:30 - 7:36Então, como a maioria de nós não tem
esse grande nível de regulação, -
7:36 - 7:39é provável que encontrem
pessoas com outros problemas. -
7:39 - 7:44Por exemplo, pessoas ruins neste polo,
no polo da corregulação, certo? -
7:44 - 7:46São pessoas que se corregulam, como dizia,
-
7:46 - 7:48que têm mais problemas para a autonomia.
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7:48 - 7:50Portanto, seu medo, qual é?
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7:50 - 7:53Muitas vezes estão inconscientes
sobre este medo. -
7:53 - 7:55Mas seu medo básico
é de serem abandonadas. -
7:55 - 7:58Abandonadas real ou emocionalmente.
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7:58 - 8:00Seu medo é que deixem de ser amadas.
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8:00 - 8:04Estas pessoas estão constantemente
forçando para que as amem. -
8:04 - 8:08Como? Sendo queridas, trabalhando muito,
-
8:08 - 8:10sendo muito eficazes,
sendo muito eficientes. -
8:10 - 8:13Acredito que muitos de vocês
se reconhecem nisto. -
8:13 - 8:17Se esquecendo das próprias necessidades,
se prendendo às necessidades dos demais. -
8:17 - 8:20Custa muito para elas dizer não.
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8:20 - 8:23Dizem não duas vezes,
na terceira dizem sim, certo? -
8:23 - 8:25Então têm que insistir três vezes.
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8:25 - 8:30Sempre digo que se vai ter uma equipe
de trabalho, tem que ter, pelo menos, -
8:30 - 8:34um deste polo, que chamamos
de "dependente-submisso". -
8:34 - 8:36Têm que ter, pelo menos,
um "dependente-submisso", -
8:36 - 8:39que é quem faz as tarefas
que ninguém quer fazer, certo? -
8:39 - 8:42"Tem que buscar um alto-falante".
"Mas é o aniversário da minha filha". -
8:42 - 8:46"Precisa ir buscar". Três vezes.
"Tá bom, eu vou". E deixa a filha. -
8:46 - 8:48Então, em uma equipe são muito bons.
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8:48 - 8:50Costumam se desgastar em 4 ou 5 anos.
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8:50 - 8:54Precisa trocar por outro, porque já
não tem conserto. Já tenham isso previsto. -
8:54 - 8:55Falando sério,
-
8:55 - 8:58este tipo de pessoa
são pessoas que estão em risco -
8:58 - 9:01de cair em relações abusivas.
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9:01 - 9:05Porque podem cair nelas,
e se caem é mais fácil -
9:05 - 9:08que fiquem do que as deixem.
-
9:08 - 9:09Também podem ter...
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9:09 - 9:12E o que fazemos com isso?
Com os verdes têm que se casar, eu disse. -
9:12 - 9:15Isto que viram que coloquei
em amarelo, certo? -
9:15 - 9:16O que temos que fazer?
-
9:16 - 9:22Depende. Se seu parceiro é um pouquinho
cuidadoso, gosta de agradar, ótimo! -
9:22 - 9:26Ótimo, né?! Vai te tratar como um rei,
ou como rainha, então continue com eles. -
9:26 - 9:29São um pouco chatos,
a cada mês e meio, dois meses -
9:29 - 9:31dizem que você não os ama o suficiente,
-
9:31 - 9:34você se sente mal quando ele
te dá um super presente -
9:34 - 9:36e você não se lembra
do aniversário dele... -
9:36 - 9:40São pequenas coisas que,
com jogo de cintura, você vai resolvendo. -
9:40 - 9:45Se são muito dependentes,
muito do polo submisso, não. -
9:45 - 9:48Porque uma coisa é você sair
com seus colegas uma noite, -
9:48 - 9:50e receber uma mensagem à 1h dizendo:
-
9:50 - 9:54"Divirta-se com seus amigos, amor.
Te amo", e outra às 3h. -
9:54 - 9:56Tudo bem... E outra coisa é receber 15!
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9:57 - 9:58Se você recebe 15, eu...
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9:58 - 10:02Se é seu parceiro, se têm filhos,
já não tem "meu amor". -
10:02 - 10:06Nada! Segue... Mas, se não...
Tem muita gente no mundo, né? -
10:07 - 10:11Olhe e vai ver... Na TED...
Muita gente. Pode procurar... -
10:11 - 10:14(Risos) (Aplausos)
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10:15 - 10:16Obrigado!
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10:18 - 10:20Você também pode gostar
de alguém do polo oposto. -
10:20 - 10:24Se este é do polo dependente, este é
o polo contradependente ou esquiva. -
10:24 - 10:29Se estes têm medo da autonomia,
estes têm medo da intimidade. -
10:29 - 10:33Se seu medo era serem abandonados,
o medo deles era serem invadidos. -
10:33 - 10:36Perder sua individualidade,
perder essa autonomia que valorizam. -
10:36 - 10:40O que eles fazem, então?
Vão embora, se distanciam. -
10:40 - 10:44Colocam espaço para os demais, precisam
de muito mais espaço que os demais. -
10:44 - 10:47Não somente com os demais,
também precisam de espaço consigo mesmos. -
10:47 - 10:51Eles não sabem, mas não
percebem bem suas emoções, certo? -
10:51 - 10:54Eles acreditam que sentem
menos que os demais. -
10:54 - 10:58Ou acreditam que o resto do mundo
está louco e que temos muitas emoções. -
10:58 - 11:01Mas realmente eles sentem
menos emoções que o normal. -
11:01 - 11:04Sinto muito pelo que estão
descobrindo hoje. -
11:04 - 11:08Alguns também quase não sentem,
inclusive fisicamente. -
11:08 - 11:09Muitos estão desconectados fisicamente.
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11:09 - 11:11São, normalmente, os que dançam muito mal.
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11:11 - 11:14Costumam se dedicar à informática
com certa frequência. -
11:14 - 11:17(Risos) Para já irem os reconhecendo...
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11:17 - 11:21Há maneiras simples de reconhecê-los.
Pode se colocar em frente a um... -
11:21 - 11:22Estão tão distantes de seus sentimentos,
-
11:22 - 11:25que podem se colocar diante de um e dizer:
-
11:25 - 11:27"Ei, como se sente?
Vamos falar dos seus sentimentos". -
11:27 - 11:32E normalmente eles ficam paralisados.
Piscam umas três vezes e dizem: "O quê?" -
11:32 - 11:34Esquiva. Sem dúvida.
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11:35 - 11:40Existem esquivas manifestos que se vê.
Você está três anos com essa pessoa. -
11:41 - 11:43Nunca conheceu ninguém da sua família.
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11:43 - 11:46Nunca conheceu seus amigos.
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11:46 - 11:49Vamos! Se não percebeu
que é esquiva, não sei o que falta! -
11:49 - 11:52Estes são os manifestos,
mas também existem os emocionais. -
11:52 - 11:55que são os que aparentam
se relacionar muito bem, -
11:55 - 11:57mas não criam intimidade.
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11:58 - 12:00Por um mistério da natureza,
que ainda não sei, -
12:00 - 12:02vejamos se alguém faz
uma tese de doutorado, -
12:02 - 12:06em todas as famílias
têm um cunhado esquiva emocional. -
12:06 - 12:11Não sabemos porquê. Este é o personagem
que você encontra nas ceias de natal, -
12:11 - 12:14nos churrascos... Fala com ele, e diz:
"E aí? Tudo bem, tudo bem". -
12:14 - 12:17"Ah! Como vai? Tudo muito, muito,
muito bem". Mas não se conecta. -
12:17 - 12:19Não sei se vocês conhecem algum destes.
-
12:19 - 12:25Esquiva emocional. Parece que...
mas a intimidade custa horrores, né? -
12:25 - 12:27Como se a autoestima deles
dependesse dos demais. -
12:27 - 12:30Estes são menos dependentes
da opinião dos demais. -
12:30 - 12:32Em um certo momento
são mais capazes de dizer que sim. -
12:32 - 12:35Se aqueles sentem
que não recebem o quanto dão, -
12:35 - 12:40estes sentem, muitas vezes,
muita cobrança. -
12:40 - 12:43Como se os demais pedissem muito a eles,
pedem muita vinculação afetiva. -
12:43 - 12:45Também se cansam.
-
12:45 - 12:47São pessoas... muitas vezes,
quando são cuidadores, -
12:47 - 12:49são cuidadores muito cansados.
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12:49 - 12:52E também se sentem culpados
-
12:52 - 12:55por sentirem que não estão
a altura do amor que recebem. -
12:55 - 12:57Ou que eles não amam tanto como os demais.
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12:57 - 13:00E o terceiro grande bloqueio,
que não tem tanto a ver com a regulação -
13:00 - 13:04senão com a segurança da relação,
é o bloqueio que chamamos dominante. -
13:04 - 13:07Se aqueles eram submissos dependentes,
estes são contradependentes, -
13:07 - 13:09estes são dominantes.
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13:10 - 13:14Se os dependentes têm medo
de serem abandonados, -
13:14 - 13:16os dominantes não têm medo
de serem abandonados, -
13:16 - 13:19é como se tivessem, novamente,
inconscientemente, -
13:19 - 13:20no fundo, a convicção
-
13:20 - 13:24de que se as pessoas os conhecerem
de verdade, vão lhes abandonar. -
13:24 - 13:27É como se tivessem tão baixo valor
-
13:27 - 13:29que estão convencidos
de que serão abandonados. -
13:29 - 13:32Ou, às vezes, a convicção
a que chegaram ao longo da vida -
13:32 - 13:34é que não podem confiar nos demais.
-
13:34 - 13:37Que os demais vão acabar lhes traindo.
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13:37 - 13:40Então, quando você é assim,
como pode ter uma relação? -
13:41 - 13:42A partir do controle.
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13:42 - 13:46É a única forma que tem. Então,
utilizam diferentes formas de controle. -
13:46 - 13:49Como? Controle agressivo. Domínio direto.
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13:49 - 13:51Disso já sabem que tem muito...
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13:51 - 13:53Às vezes, controle indireto.
Passivo-agressivo. -
13:53 - 13:55Em que parece que não estou controlando.
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13:55 - 13:57"Mãe, vou tomar uma cerveja".
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13:57 - 14:01"Vai filho, divirta-se.
Bem, não chegue muito tarde... -
14:01 - 14:04que você sabe que não durmo
enquanto você não chega... -
14:04 - 14:07Você sabe que quando não durmo,
sobe minha pressão... -
14:07 - 14:10E, quando sobe minha pressão,
o médico disse que posso ter um infarto". -
14:10 - 14:12Às 11h em casa.
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14:12 - 14:16Seria um domínio passivo-agressivo.
Que você não percebe. -
14:16 - 14:20Existem alguns ainda mais sutis,
e alguns que chamamos: -
14:20 - 14:21a dependência invertida.
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14:21 - 14:24Que o que fazem é cuidar,
mas cuidar tanto, -
14:24 - 14:27que fazem de você totalmente
dependente deste cuidado. -
14:27 - 14:29São cuidadores-castradores.
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14:29 - 14:33Pessoas que vão te envolvendo totalmente.
Tem um livro de Stephen King, "Misery". -
14:33 - 14:37Tem um filme também, que retrata
de forma um pouco exagerada este padrão. -
14:37 - 14:42Bem, por aí podem ver,
temos estes três grandes blocos. -
14:42 - 14:43O que acontece com qualquer um destes?
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14:43 - 14:47Podem perceber que nenhum deles
mantêm relações horizontais, não? -
14:47 - 14:49O que acontece com eles
quando se encontram com os verdes? -
14:49 - 14:53Que são muito poucos, mas se encontram
alguns. Dificilmente formam uma relação. -
14:54 - 14:58Os verdes se tornam racistas,
ficam entre eles, não entendem os outros. -
14:58 - 15:01Mas os outros também
não entendem os verdes, certo? -
15:01 - 15:03Quais outros grupos se encaixariam?
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15:03 - 15:07Por exemplo, se temos daquele polo, dois
agradadores-cuidadores, formarão um casal? -
15:08 - 15:11Os dois tentando agradar.
Os dois tentando cuidar. -
15:11 - 15:16Nenhum sendo capaz de receber cuidado.
Isso não vai a lugar nenhum. Termina. -
15:16 - 15:21Dois esquivas?
Se se cumprimentam na rua, já... -
15:21 - 15:24nos damos por satisfeitos.
Como vão formar um casal? -
15:24 - 15:26Mas vamos imaginar o contrário:
-
15:26 - 15:30um agradador-cuidador com um esquiva.
-
15:30 - 15:34O agradador-cuidador não pode evitá-lo,
quer salvar o esquiva de sua tristeza. -
15:35 - 15:38Não pode, este ser desvalido,
que fala pouco e olha para baixo. -
15:38 - 15:41Vejam como se encaixam bem:
o Coiote e o Papa-Léguas, né? -
15:41 - 15:46O mesmo acontece com os dominantes
e os mais submissos, né? -
15:46 - 15:49É muito difícil que se encaixem
dominantes com dominantes. -
15:49 - 15:52Mas dominantes com submissos
encaixam perfeitamente bem também. -
15:52 - 15:54Por isso vemos tantos casais
deste bloco, certo? -
15:54 - 15:57Aí entram, não em um
equilíbrio conflitivo, -
15:57 - 15:59e sim em uma escalada conflitiva.
-
15:59 - 16:03Por isso vocês viram que os dominantes
têm as luzes vermelhas, -
16:03 - 16:04ou seja, os focos vermelhos.
-
16:04 - 16:07É com eles que vocês
não têm que formar um casal. -
16:07 - 16:10Bem, isto seria um pouco...
Poderia ficar aqui um tempo, mas... -
16:10 - 16:13A ideia era dar uma noção,
-
16:14 - 16:17quase uma caricatura
das diferentes relações. -
16:17 - 16:19Como se formam, como se estruturam.
-
16:19 - 16:21E como se mantêm.
-
16:21 - 16:24Gostaria de terminar com duas citações:
-
16:24 - 16:28A do poeta inglês, Auden:
"Devemos nos apegar ou morrer". -
16:28 - 16:32"We must attach or die".
Que é inglês, mas parece mediterrâneo. -
16:33 - 16:36E a citação de Sartre:
"O inferno são os outros". -
16:37 - 16:39Estas duas citações
representam os dois polos. -
16:39 - 16:42E a ideia delas é que,
entre estes dois polos, -
16:42 - 16:45entre esses tipos de relações asfixiantes
-
16:45 - 16:47e viver as demais como um inferno,
-
16:47 - 16:53tem uma ampla gama
de relações saudáveis possíveis. -
16:53 - 16:57E estas relações saudáveis são
muito interessantes por duas razões: -
16:57 - 17:02a primeira, porque realmente nós
nos conhecemos na relação com os demais. -
17:03 - 17:07Quando estou com os demais,
quando tenho conflitos com os demais, -
17:07 - 17:13nestes conflitos aparecem essas partes
de mim que não gosto de ver normalmente. -
17:13 - 17:17A segunda razão porque as relações
são interessantes, eu acho, é porque -
17:17 - 17:23se se resolvem bem os conflitos, ajuda
a gente a aprender a amar as pessoas -
17:23 - 17:26que são falhas, que cometem erros,
que se enganam... -
17:26 - 17:28Um pouco como todos nós, não?
-
17:28 - 17:33Então, já sabem, agora quando terminar,
no intervalo, quando estiverem aí fora, -
17:33 - 17:40se enrolem, se envolvam, como dizem...
se apaixonem uns pelos outros, sei lá... -
17:40 - 17:44Dependam uns dos outros, mas,
por favor, dependam de uma forma saudável. -
17:44 - 17:45Muito obrigado!
-
17:45 - 17:47(Aplausos)
-
17:47 - 17:48Obrigado.
-
17:48 - 17:49(Aplausos)
- Title:
- Dependência emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta
- Description:
-
É sempre negativo ser dependente emocional? Nesta surpreendente e divertida palestra em que todos nos sentiremos identificados, Arun nos ensina a reconhecer as personalidades com as que podemos estabelecer uma relação saudável de codependência. Arun é psicólogo clínico (doutor em Psicologia), Mestre em Psicologia Clínica, Mestre em Sexologia, Especialista em Hipnose Clínica, Especialista EuroPsy em Psicologia e Psicoterapia, Membro do conselho diretor da Federação Espanhola de Sociedades Sexológicas (FESS), Presidente da Comissão de Adoções Internacionais do COP-AO, e Assessor do ORAS-CONHU (Fundo de População das Nações Unidas).
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- Spanish
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:56
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Custodio Marcelino approved Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Custodio Marcelino edited Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Custodio Marcelino edited Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Custodio Marcelino accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Custodio Marcelino edited Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Claudia Sander edited Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Custodio Marcelino declined Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta | |
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Custodio Marcelino edited Portuguese, Brazilian subtitles for Dependencia emocional | Arun Mansukhani | TEDxMalagueta |