-
(Meio sino)
-
(Sino)
-
No início de nossa prática
todas as manhãs aqui em Plum Village.
-
e também no ano passado
durante a turnê pelos EUA,
-
fomos convidados a transformar
o eu ilusório
-
e transformar nossos complexos de inferioridade,
superioridade e igualdade.
-
Amigos na América estão
muito confusos e consternados
-
sobre a expressão “complexo de igualdade”.
-
No nosso país, a igualdade não é apenas
legalmente obrigatória,
-
mas também é uma espécie de chavão
para o movimento dos direitos humanos.
-
Gostaria de saber se você poderia
dar mais informações a mim e aos meus amigos
-
sobre como praticar e lidar com
esses complexos.
-
O complexo de igualdade pode trazer
muito sofrimento também.
-
Igualdade não trará sofrimento,
-
mas complexo de igualdade
trará sofrimento.
-
(Risos)
-
E temos que entender realmente
o significado da palavra “igualdade”.
-
No Budismo temos a palavra “equanimidade”.
-
Na França falamos de
'liberté, egalité' (liberdade, igualdade).
-
Então temos que pensar um pouco na
igualdade como uma qualidade, uma virtude.
-
Sabemos que o complexo de superioridade
-
causa sofrimento a nós e aos outros.
-
O complexo de inferioridade,
baixa autoestima,
-
pode ser a raiz de
muitas doenças mentais.
-
E nós acreditamos
que a igualdade é a solução.
-
O direito de ser igual.
-
Mas quando você pratica
o ensinamento do Buda,
-
você entende profundamente.
-
Sofremos porque nos
comparamos com outros eus.
-
"Eu sou melhor que ele".
-
Esse é o complexo de superioridade.
-
"Eu sou pior,
não consigo alcançá-lo".
-
O complexo de inferioridade.
-
"Eu sou igual a ele".
-
Isso também é um complexo.
-
Então você tenta ser igual.
-
Você tenta provar que 'eu sou igual'.
-
Então você ainda sofre.
-
Mas no ensinamento do Budismo,
não existe eu.
-
Não há comparação,
então a felicidade é perfeita.
-
(Risos)
-
A felicidade é perfeita,
você não compara mais
-
e você vê isso: ‘Querida,
você sou eu e eu sou você.
-
Seu sofrimento é meu sofrimento,
sua felicidade é minha felicidade.'
-
É muito mais profundo.
-
É por isso que a visão da interexistência
é muito importante.
-
Quando você medita você vê
-
que nós apenas inter-somos,
-
você não existe isoladamente,
-
você tem que interser com os outros.
-
É por isso que em Plum Village dizemos:
-
'Você existe, logo existo.'
-
Nós inter-somos.
-
É por isso que não vemos
um indivíduo que sofre sozinho
-
e que é feliz sozinho.
-
Vemos um casal vivendo em harmonia
-
e considerando a felicidade
da outra pessoa como sua felicidade,
-
o sofrimento da outra pessoa
como seu sofrimento.
-
Então a harmonia é a base
da paz e felicidade.
-
Harmonia tem a visão
da interexistência como base.
-
Na prática da atenção plena,
-
não apenas tentamos remover
o complexo de superioridade,
-
o complexo de inferioridade,
-
mas também o complexo de igualdade.
-
"Eu sou tão bom quanto você!"
-
"Eu tenho o direito de ser
tão bom quanto ele', e assim por diante.
-
Ainda existe um eu e, portanto,
sempre há uma comparação.
-
Na medida em que você
continua comparando, você sofre.
-
Mas com a visão da interexistência,
-
você não compara mais
porque você é ele e ele é você.
-
Há harmonia, paz e felicidade.
-
Eu acho que isso é simples o bastante
-
para nossos amigos entenderem.
-
Boa sorte!
-
(Risos)
-
(Sino)
-
(Sino)