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Como evitar que o PowerPoint nos mate | David JP Phillips | TEDxStockholmSalon

  • 0:11 - 0:13
    Senhoras e senhores, bem-vindos.
  • 0:14 - 0:17
    Há uma questão que me intriga já há muito.
  • 0:18 - 0:22
    Porque é que os nossos PowerPoints
    têm o aspeto que têm?
  • 0:22 - 0:27
    Ou melhor: Porque diabo temos de aceitar
    que eles tenham esse aspeto?
  • 0:27 - 0:29
    Como é que podemos fazer isso?
  • 0:29 - 0:31
    Sabem o que, para mim,
  • 0:31 - 0:33
    ainda é mais difícil de compreender?
  • 0:34 - 0:38
    Como é que uma pessoa fica ali sentada
    na sala de reuniões, com mais outras dez,
  • 0:38 - 0:40
    a observar aquela porcaria de PowerPoint
  • 0:40 - 0:44
    cheia de gráficos, de elementos gráficos,
    números das páginas,
  • 0:45 - 0:48
    durante cinco, sete minutos,
    a pensar noutras coisas?
  • 0:49 - 0:53
    Estão a ver o sentimento,
    a chatice, o desperdício de tempo?
  • 0:54 - 0:56
    Essa pessoa, ao fim de 40 minutos,
  • 0:56 - 0:58
    levanta-se, meio atordoada,
  • 0:58 - 1:02
    corre para o seu gabinete,
    liga o computador, percorre-o
  • 1:02 - 1:05
    e: "Oh, meu deus, amanhã
    tenho de fazer uma apresentação
  • 1:05 - 1:07
    "tenho de fazer um PowerPoint".
  • 1:07 - 1:09
    (Risos)
  • 1:09 - 1:12
    Qual é a probabilidade de essa pessoa
    criar um PowerPoint igualmente mau
  • 1:12 - 1:16
    como aquele com que foi
    torturada pelos outros
  • 1:16 - 1:18
    na sala de reuniões?
  • 1:18 - 1:20
    Será uma probabilidade forte?
  • 1:20 - 1:21
    Claro!
  • 1:22 - 1:23
    Como assim?
  • 1:23 - 1:26
    Porque é que fazemos isso?
    Será por vingança?
  • 1:26 - 1:28
    É como se pensássemos:
  • 1:28 - 1:31
    "Fizeste-me isso a mim,
    vou-te fazer o mesmo, percebes?"
  • 1:32 - 1:34
    Será isso? Penso que não.
  • 1:34 - 1:38
    Penso que não tem a ver com vingança,
    nem com inteligência.
  • 1:38 - 1:41
    Penso que tem a ver com outra coisa.
  • 1:41 - 1:43
    A minha paixão na vida é o cérebro
  • 1:43 - 1:47
    e tenho outra paixão ainda maior
    que são as técnicas de apresentação.
  • 1:47 - 1:49
    Adoro combinar as duas coisas.
  • 1:50 - 1:52
    Há cerca de quatro anos,
  • 1:52 - 1:55
    fiquei tão preocupado
    que me passei dos carretos
  • 1:57 - 2:00
    porque a forma como fazemos
    execuções de neurónios
  • 2:00 - 2:03
    nas reuniões dos conselhos
    de administração,
  • 2:03 - 2:06
    não é justo para a nossa inteligência
    de Homo sapiens.
  • 2:08 - 2:10
    Pensei que tinha de haver
    qualquer coisa que pudesse fazer,
  • 2:10 - 2:13
    por isso pesquisei no mundo,
    procurei em seminários,
  • 2:13 - 2:16
    procurei em programas de formação,
    procurei em livros,
  • 2:17 - 2:19
    o que me pudesse resolver este problema,
  • 2:19 - 2:21
    mas não encontrei nada em parte alguma.
  • 2:22 - 2:25
    Pensei: "Bom, vou fazer
    como Franz Kafka disse:
  • 2:25 - 2:28
    " 'Se não está escrito, escreve-o tu'."
  • 2:28 - 2:29
    Quatro anos depois,
  • 2:29 - 2:32
    tenho a grande honra
    de estar aqui à vossa frente.
  • 2:33 - 2:34
    De que é que eu estou a falar?
  • 2:34 - 2:36
    A que PowerPoints me estou a referir?
  • 2:36 - 2:38
    Podem ter este aspeto.
  • 2:38 - 2:42
    Esta é uma das três principais
    universidades do mundo,
  • 2:42 - 2:46
    a aconselhar os alunos e os professores
    como criar PowerPoints excelentes.
  • 2:49 - 2:51
    Recebi este de um cliente.
  • 2:51 - 2:54
    É preciso ser meio cego
  • 2:54 - 2:57
    para querer ter uma coisa destas
    na empresa.
  • 2:58 - 3:00
    Eu adoro este.
  • 3:00 - 3:03
    Este recebeu o prémio do pior PowerPoint
  • 3:03 - 3:06
    mostrado por um CEO público em 2010.
  • 3:07 - 3:09
    É um belo prémio para ganharmos, não é?
  • 3:09 - 3:10
    "Oh, sim, muito obrigado".
  • 3:11 - 3:13
    Bem feito, camarada.
  • 3:13 - 3:16
    E vocês pensam:
    "É mesmo mau. Pode haver pior?"
  • 3:17 - 3:18
    Sim, pode.
  • 3:18 - 3:20
    (Risos)
  • 3:20 - 3:23
    Esta é a ONU no Afeganistão,
  • 3:23 - 3:27
    os militares dos EUA a descreverem
    a situação na área.
  • 3:29 - 3:32
    Bom, nem vale a pena dizer nada,
  • 3:32 - 3:34
    Mas depois temos este.
  • 3:34 - 3:37
    "Meu deus, David Phillips,
    este é que é o tal.
  • 3:38 - 3:40
    "Tem uma quantidade limitada de texto,
  • 3:40 - 3:41
    "tem uma imagem de apoio.
  • 3:41 - 3:43
    "Tem um cabeçalho explicativo.
  • 3:43 - 3:45
    "Este é mesmo bom".
  • 3:46 - 3:48
    O problema é que,
  • 3:48 - 3:50
    se se reconhecem em qualquer destes,
  • 3:50 - 3:53
    — e penso que sim, por aquilo que vejo —
  • 3:53 - 3:56
    quero que saibam o seguinte:
  • 3:56 - 4:00
    Se fizerem uma apresentação
    com uma coisa como esta
  • 4:02 - 4:05
    90% daquilo que disserem
  • 4:06 - 4:09
    desaparece ao fim de 30 segundos.
  • 4:10 - 4:13
    E depois: "Não, de forma alguma, José,
  • 4:13 - 4:18
    "eu sei que é mau, mas não pode ser
    assim tão mau, pois não?"
  • 4:18 - 4:22
    Vou dar-vos um exemplo
    de como a vossa memória de trabalho é má
  • 4:22 - 4:24
    e, já agora, a minha também.
  • 4:24 - 4:26
    Imaginem esta situação.
  • 4:26 - 4:28
    Estão na estação do comboio,
    à espera do comboio.
  • 4:28 - 4:30
    Veem-no a aproximar-se no horizonte.
  • 4:30 - 4:34
    Procuram e, por fim, encontram
    onde guardaram o bilhete.
  • 4:34 - 4:37
    Olham para ele e leem:
    "Carruagem 5, lugar 42. Já sei".
  • 4:38 - 4:39
    A sério?
  • 4:39 - 4:40
    (Risos)
  • 4:40 - 4:43
    Não fazem ideia nenhuma
    do lugar onde se vão sentar, pois não?
  • 4:43 - 4:46
    Pensam: "Serei só eu ou..."
    Bom. Vou ver: Cinco, 42".
  • 4:46 - 4:48
    Tonam a guardá-lo. Já fixaram?
  • 4:48 - 4:50
    Não, não fixaram.
  • 4:50 - 4:53
    Farão isso, em média, seis vezes
    antes de se sentarem.
  • 4:54 - 4:56
    Já vi pessoas a entrar no comboio;
  • 4:56 - 5:00
    "Cinco, 42... cinco, 42.
    Sim, é este o meu lugar, confirmado".
  • 5:01 - 5:04
    Infelizmente, a questão é esta:
  • 5:04 - 5:07
    não temos uma memória de trabalho
    separada para o PowerPoint
  • 5:07 - 5:10
    e uma memória de trabalho
    separada para bilhetes de comboio.
  • 5:11 - 5:13
    É a mesma memória de trabalho
  • 5:13 - 5:15
    terrivelmente traiçoeira
    para as duas atividades.
  • 5:18 - 5:21
    Posso estar a ser exagerado
    quando digo isto,
  • 5:21 - 5:23
    mas há um homem neste planeta
  • 5:23 - 5:25
    que sabe mais sobre o cérebro
    do que todos os demais,
  • 5:25 - 5:28
    um dos neurologistas mais eminentes
    chamado John Medina
  • 5:28 - 5:30
    que põe as coisas deste modo:
  • 5:30 - 5:33
    [Se as empresas tivessem
    tão pouco respeito pelo negócio,
  • 5:33 - 5:35
    [como têm pelas apresentações,
  • 5:35 - 5:36
    [a maioria ia à falência]
  • 5:36 - 5:39
    E é com estas palavras
    que eu vos dou as boas-vindas
  • 5:39 - 5:42
    a "Como evitar ser Morto
    pelo PowerPoint".
  • 5:43 - 5:46
    O meu objetivo para esta noite,
    durante estes 18 minutos,
  • 5:46 - 5:49
    é dar-vos cinco princípios de conceção
  • 5:49 - 5:54
    que, cognitiva e psicologicamente,
    otimizam os vossos PowerPoints.
  • 5:55 - 5:57
    Se nunca os usaram antes,
  • 5:57 - 6:00
    vão fazer uma diferença tremenda
  • 6:00 - 6:03
    em todos os PowerPoints que criarem
    a partir de hoje.
  • 6:05 - 6:07
    Portanto, comecemos.
  • 6:07 - 6:09
    O primeiro destes cinco
    é uma só mensagem.
  • 6:09 - 6:11
    Recebi isto de um cliente e eu disse:
  • 6:11 - 6:14
    "Há aqui uma data de problemas,
  • 6:14 - 6:15
    "mas vamos começar pelo primeiro.
  • 6:16 - 6:17
    "Tem aqui duas mensagens.
  • 6:17 - 6:21
    "Vamos pôr uma de lado e usar
    apenas uma mensagem por cada diapositivo".
  • 6:22 - 6:24
    Porque é que devemos usar
    só uma mensagem por diapositivo?
  • 6:24 - 6:26
    Vou dar-vos este magnífico exemplo.
  • 6:26 - 6:30
    Vocês estão numa festa agradável,
    a música vai soando, bum-bum,
  • 6:30 - 6:32
    estão a conversar com uma pessoa,
  • 6:32 - 6:34
    estão a passar um bocado agradável
    — bla. blá, blá.
  • 6:34 - 6:38
    Então, ouvem o vosso nome,
    alguém diz o vosso nome algures.
  • 6:38 - 6:41
    Toda a vossa atenção
    é desviada nessa direção
  • 6:42 - 6:44
    e só acenam com a cabeça
    à pessoa ao vosso lado,
  • 6:44 - 6:46
    esperando que estejam a acenar
    nas alturas certas.
  • 6:46 - 6:48
    Sim... sim... sim.
  • 6:48 - 6:50
    Ao fim de um minuto,
    deixam de ouvir falar de vocês
  • 6:50 - 6:52
    e vocês desviam de novo a atenção.
  • 6:52 - 6:55
    Nessa altura, a pessoa pergunta:
    "Não estás de acordo?"
  • 6:55 - 6:57
    Não adoramos todos esta situação?
  • 6:57 - 7:00
    Não fazemos a mínima ideia
    do que é que ela esteve a dizer.
  • 7:00 - 7:02
    Acontece o mesmo com o PowerPoint.
  • 7:02 - 7:04
    Se apresentamos mais do que uma mensagem,
  • 7:04 - 7:07
    a grande a probabilidade é
    de se focarem nesta e não naquela
  • 7:07 - 7:09
    ou naquela e não nesta.
  • 7:09 - 7:11
    Tornem-na simples para os seres humanos.
  • 7:11 - 7:13
    Ponham só uma mensagem por diapositivo.
  • 7:13 - 7:16
    Somos extremamente limitados
    para entender mais.
  • 7:18 - 7:20
    Adiante. Voltamos à memória de trabalho.
  • 7:20 - 7:24
    Já vos dei esta ideia desagradável
    de que a nossa memória de trabalho é má
  • 7:24 - 7:27
    e receio não ter notícias melhores.
  • 7:27 - 7:30
    Vou avançar com notícias piores,
    que são as seguintes.
  • 7:31 - 7:35
    Esta equação tem a base
    de John Sweller e de Mayer.
  • 7:35 - 7:36
    Eles chegaram à conclusão
  • 7:36 - 7:40
    de que há uma coisa no nosso cérebro
    chamada "o efeito de redundância"
  • 7:40 - 7:41
    que funciona assim.
  • 7:41 - 7:45
    Se temos texto, frases, no PowerPoint
  • 7:45 - 7:50
    e insistimos com a ideia irritante
    de falar ao mesmo tempo,
  • 7:52 - 7:54
    aquilo de que a audiência se vai lembrar
  • 7:55 - 7:56
    é zero.
  • 7:56 - 7:57
    (Risos)
  • 7:57 - 7:59
    Ou muito perto de zero.
  • 8:00 - 8:04
    Porque é que é assim?
    Como é que isso acontece?
  • 8:04 - 8:07
    Não pode ser assim.
    Não é prático.
  • 8:07 - 8:10
    Não podemos mostrar isto
    e falar ao mesmo tempo.
  • 8:10 - 8:11
    Então, o que é que fazemos?
  • 8:12 - 8:15
    Usem o PowerPoint para aquilo
    que ele deve ser usado.
  • 8:15 - 8:19
    Agarrem nisto e coloquem o texto
    na área da documentação
  • 8:19 - 8:22
    e usem a área aqui em cima
    para o material da apresentação:
  • 8:22 - 8:24
    pequenos pedaços simples
    de texto e uma imagem.
  • 8:24 - 8:26
    Ou seja, o que reforça a imagem.
  • 8:26 - 8:29
    Aquilo que reforça a mensagem.
  • 8:29 - 8:32
    Usem o PowerPoint
    para aquilo que ele deve ser usado.
  • 8:34 - 8:36
    Vamos ao terceiro destes cinco princípios,
  • 8:36 - 8:38
    que é o tamanho.
  • 8:38 - 8:39
    Mas, antes de entrar nisso,
  • 8:39 - 8:42
    quero que tomem atenção ao seguinte.
  • 8:42 - 8:45
    Sempre que abrimos os olhos,
    durante toda a nossa vida,
  • 8:46 - 8:48
    concentramo-nos em quatro coisas:
  • 8:48 - 8:51
    objetos em movimento,
    cores de sinalização,
  • 8:51 - 8:53
    como o vermelho, o laranja e o amarelo,
  • 8:53 - 8:57
    objetos de grande contraste
    e objetos grandes.
  • 8:59 - 9:01
    Vou dar um exemplo prático.
  • 9:01 - 9:04
    Imaginem que estão em casa
    com um amigo, um grande amigo.
  • 9:04 - 9:07
    A televisão está ligada, mas sem som.
  • 9:08 - 9:10
    Estão a ter uma conversa importante,
  • 9:10 - 9:12
    mas acham que é fácil
    não olhar para a televisão?
  • 9:13 - 9:14
    Não. Porquê?
  • 9:14 - 9:16
    Porque tem objetos em movimento,
  • 9:16 - 9:18
    tem cores de sinalização,
    tem grande contraste,
  • 9:18 - 9:21
    e agora, normalmente, são muito grandes.
  • 9:23 - 9:25
    Porque é que não usam isso
    em vosso benefício?
  • 9:25 - 9:28
    Se olharem para isto,
    o que é que atrai a vossa atenção
  • 9:28 - 9:31
    sem hipótese de serem
    os olhos a controlar?
  • 9:31 - 9:34
    Vão ser sempre as três coisas importantes.
  • 9:34 - 9:36
    Reparem nesta situação prática,
    reparem nisto.
  • 9:36 - 9:38
    O que é que atraiu os vossos olhos?
  • 9:38 - 9:41
    Eu estou a ver que os olhos
    estão sempre a olhar para o título.
  • 9:41 - 9:45
    Quando é que o título é a parte
    mais importante num PowerPoint?
  • 9:45 - 9:47
    É muito raro.
  • 9:48 - 9:52
    Mesmo assim, todos os modelos
    de PowerPoint são criados assim,
  • 9:52 - 9:56
    em que o título é o objeto maior
    e o conteúdo é o mais pequeno
  • 9:56 - 10:00
    — totalmente ao contrário
    das nossas reações biológicas.
  • 10:00 - 10:04
    Como é que isto fica
    se vos mostrar um exemplo?
  • 10:04 - 10:07
    Reduzimos o título e fica com este aspeto.
  • 10:07 - 10:09
    Reparam como agora os olhos
    são atraídos pelo conteúdo?
  • 10:10 - 10:12
    Aqui são sugados pelo título.
  • 10:12 - 10:13
    (Risos)
  • 10:13 - 10:16
    Aqui são atraídos pelo conteúdo.
  • 10:16 - 10:18
    Eu consigo controlar exatamente
    para onde vocês olham.
  • 10:18 - 10:21
    Então, porque é que as pessoas
    criam PowerPoints
  • 10:22 - 10:24
    em que as pessoas gastam
    70% do tempo no título
  • 10:24 - 10:27
    quando ele não é a parte mais importante?
  • 10:27 - 10:29
    O que gostava que vocês
    aprendessem com isto
  • 10:29 - 10:32
    é que a parte mais importante
    do PowerPoint
  • 10:32 - 10:34
    também deve ser a maior,
    e mais nenhuma.
  • 10:35 - 10:38
    Avançamos para o número quatro,
    o contraste.
  • 10:41 - 10:44
    O contraste controla a nossa atenção.
  • 10:44 - 10:46
    O que é que isso é?
  • 10:46 - 10:47
    Se eu mostrar uma lista como esta,
  • 10:47 - 10:49
    os vossos olhos passeiam por toda a parte
  • 10:49 - 10:52
    porque vocês não sabem bem
    em que devem concentrar-se.
  • 10:52 - 10:55
    Por isso, eu uso uma funcionalidade
    do PowerPoint, que é esta.
  • 10:55 - 10:58
    Vou mostrar o primeiro assunto,
    retiro-o com contraste
  • 10:58 - 11:00
    e mostro o segundo,
  • 11:00 - 11:03
    e faço o mesmo uma e outra vez,
    vezes sem conta.
  • 11:03 - 11:05
    Assim, vocês seguem exatamente
    a mancha branca.
  • 11:05 - 11:08
    Se eu fizer isto, e for repetindo,
  • 11:08 - 11:10
    vejo os vossos olhos
    a seguir obedientemente
  • 11:10 - 11:14
    até parecem um gatinho
    atrás de um ponto a laser na parede.
  • 11:14 - 11:16
    "Onde é que ele está?
    Apanhei-o, apanhei-o".
  • 11:16 - 11:20
    Porque estão a seguir
    a mancha branca e não o resto.
  • 11:20 - 11:22
    Isto é um ótimo exemplo.
  • 11:22 - 11:23
    Por favor, usem isto.
  • 11:24 - 11:27
    Usem isto porque podem
    mostrar enormes quadros como este
  • 11:27 - 11:30
    se usarem o efeito do contraste,
    o princípio do contraste.
  • 11:30 - 11:31
    Reparem no aspeto disto.
  • 11:31 - 11:34
    Os olhos percorrem todo o local,
    não sabem onde se concentrarem,
  • 11:34 - 11:36
    mas eu aplico o princípio do contraste
  • 11:36 - 11:40
    e fica com este aspeto e, de repente,
    sabem exatamente onde se concentrarem.
  • 11:40 - 11:42
    Aqui, passeiam por toda a parte
  • 11:42 - 11:44
    e aqui, estão exatamente
    onde eu quero que estejam.
  • 11:46 - 11:49
    Ora bem, há um grande inconveniente
    com os PowerPoints.
  • 11:49 - 11:53
    É que a maioria das empresas
    do planeta, hoje em dia,
  • 11:54 - 11:57
    teimam em ter fundos brancos
    nos PowerPoints.
  • 11:57 - 11:59
    Reparem nisto.
  • 11:59 - 12:01
    Oh, é vivo, é brilhante.
  • 12:01 - 12:05
    Digam lá, quem tem o contraste
    maior, eu ou o ecrã?
  • 12:05 - 12:06
    Bom, é o ecrã.
  • 12:06 - 12:09
    Quem, habitualmente, tem
    o maior, eu ou o ecrã?
  • 12:09 - 12:10
    É o ecrã.
  • 12:10 - 12:13
    Portanto, a única opção que tenho
    é vestir-me de cores de sinalização
  • 12:13 - 12:15
    (Risos)
  • 12:15 - 12:18
    e andar aos saltos pelo palco
    para equilibrar esse problema.
  • 12:19 - 12:22
    Obviamente, não é uma boa
    estratégia para uma empresa,
  • 12:22 - 12:23
    a longo prazo, pois não?
  • 12:23 - 12:27
    Penso que a estratégia a longo prazo
    é fazer o contrário.
  • 12:27 - 12:29
    O PowerPoint não deve ter
    um fundo branco.
  • 12:29 - 12:32
    Se eu fizer isto, os nossos olhos relaxam.
  • 12:32 - 12:33
    Concentram-se em mim.
  • 12:33 - 12:34
    Eu sou o objeto maior.
  • 12:34 - 12:37
    Sou eu o objeto de maior contraste.
  • 12:37 - 12:39
    Atraio a vossa atenção.
  • 12:39 - 12:40
    Porque é que isso é importante?
  • 12:41 - 12:45
    É importante porque sou eu,
    sempre fui
  • 12:45 - 12:48
    e sempre serei a apresentação.
  • 12:49 - 12:51
    Isto é a minha ajuda visual.
  • 12:57 - 13:01
    Passando para o último princípio,
    ou seja, os objetos.
  • 13:03 - 13:07
    Este é um dos princípios
    mais difíceis
  • 13:07 - 13:08
    e trata-se disto.
  • 13:08 - 13:10
    Quantos objetos tenho aqui?
  • 13:10 - 13:13
    Se os contarem rapidamente,
    verão que são 16.
  • 13:13 - 13:15
    Também estão a ver esta beleza no fim
  • 13:15 - 13:17
    que diz "página 12 de 95"?
  • 13:18 - 13:19
    O que é isto?
  • 13:19 - 13:21
    Porque é que fazemos isto?
  • 13:21 - 13:22
    Isto só cria ansiedade.
  • 13:22 - 13:26
    A reação é: "Oh, meu deus,
    não aguento mais 83".
  • 13:26 - 13:28
    (Risos)
  • 13:28 - 13:31
    Mas também posso criar esperança
  • 13:31 - 13:33
    porque, imaginem
  • 13:33 - 13:36
    imaginem quando é "90 em 95".
  • 13:36 - 13:40
    "Ok, já estou a ver a luz
    ao fundo do túnel!"
  • 13:43 - 13:45
    A sério, não façam isso.
  • 13:46 - 13:48
    Há tantas ideias
  • 13:48 - 13:51
    sobre quantos objetos
    devemos ter num PowerPoint
  • 13:52 - 13:54
    e, de uma vez por todas,
    eu quero puxar dos galões
  • 13:55 - 13:57
    e dizer qual é a quantidade perfeita.
  • 13:57 - 14:00
    Para isso, é preciso que vocês
    também o sintam.
  • 14:00 - 14:03
    Quantos objetos é que acham
    que deve ter?
  • 14:03 - 14:06
    Vamos fazer isso,
    mostrando umas bolas.
  • 14:06 - 14:08
    Eu mostro umas bolas.
  • 14:08 - 14:10
    Façam um sinal depois de as terem contado.
  • 14:10 - 14:12
    É uma instrução simples. De acordo?
  • 14:12 - 14:14
    Ótimo, cá vamos.
  • 14:14 - 14:15
    Bum.
  • 14:17 - 14:19
    Ok, demoram uns dois segundos.
  • 14:20 - 14:21
    Certo. Bom trabalho.
  • 14:21 - 14:23
    Agora outro conjunto de bolas.
  • 14:23 - 14:25
    Contem-nas e façam sinal
    depois de as contarem.
  • 14:25 - 14:26
    Cá vamos.
  • 14:27 - 14:28
    Excelente.
  • 14:28 - 14:31
    Demoram cerca de 1,2 segundos,
    se são normais
  • 14:31 - 14:33
    — parece que 90% são normais
  • 14:33 - 14:35
    (Risos)
  • 14:35 - 14:37
    Vamos mostrar o terceiro e último
    conjunto de bolas
  • 14:37 - 14:40
    Olhem, e façam sinal
    depois de as terem contado.
  • 14:40 - 14:43
    Oh, o que é que aconteceu?
  • 14:43 - 14:47
    Mal carreguei no botão
    vocês fizeram sinal imediatamente!
  • 14:47 - 14:51
    Se são normais, demora 0,2 segundos,
  • 14:51 - 14:53
    dois décimos de segundo.
  • 14:53 - 14:57
    As anteriores demoram 1,2 segundos
    estas demoram 0,2 segundos.
  • 14:58 - 15:00
    Para quem for bom em matemática,
  • 15:00 - 15:05
    é uma diferença de cerca de 500%.
  • 15:06 - 15:08
    Como é que isto é possível?
  • 15:08 - 15:11
    Só há uma diferença de dois objetos.
  • 15:11 - 15:14
    Bom, eu posso sugerir uma explicação:
  • 15:14 - 15:16
    neste aqui, é preciso contar;
  • 15:16 - 15:17
    e neste, basta ver.
  • 15:17 - 15:19
    Estará certo?
  • 15:20 - 15:23
    O que acabaram de experimentar
    é o seguinte:
  • 15:23 - 15:25
    o processo cognitivo de contar
  • 15:25 - 15:30
    demora 500% mais tempo,
    exige mais 500% de recursos de energia
  • 15:31 - 15:34
    a executar, do que o processo de ver.
  • 15:38 - 15:42
    O que gostava que nunca mais
    se esquecessem
  • 15:42 - 15:45
    o que eu gostava
    que metessem na cabeça, é isto:
  • 15:45 - 15:46
    [Sex]
  • 15:46 - 15:49
    que é o número sueco para isto:
  • 15:49 - 15:50
    [Seis]
  • 15:50 - 15:51
    (Risos)
  • 15:51 - 15:54
    O número mágico é seis.
  • 15:54 - 15:57
    Não é cinco, não é sete, é seis.
  • 15:57 - 15:59
    E gostava que prestassem atenção a isto.
  • 15:59 - 16:02
    Quando, no futuro, forem
    fazer uma apresentação
  • 16:02 - 16:04
    e criarem este espantoso PowerPoint,
  • 16:05 - 16:08
    se tiverem mais de sete objetos
    ou sete objetos, ou mais,
  • 16:08 - 16:10
    podem ter a certeza
    de que todas as pessoas
  • 16:10 - 16:14
    terão de usar mais 500% de recursos
    de energia e cognitivos
  • 16:14 - 16:16
    para perceberem o que está
    no vosso PowerPoint.
  • 16:16 - 16:18
    Ora bem, qual será a reação natural
  • 16:18 - 16:20
    do cérebro que gosta de poupar energia?
  • 16:20 - 16:24
    Será: "Vou investir mais 500%
    de recursos cognitivos
  • 16:24 - 16:26
    "para perceber
    este dispositivo estapafúrdio"?
  • 16:26 - 16:28
    ou será: "Não vou"?
  • 16:28 - 16:30
    "Não vou".
  • 16:30 - 16:33
    E vocês serão mortos pelo PowerPoint.
  • 16:34 - 16:36
    Como é isto na vida real?
  • 16:36 - 16:38
    Bom, reparem nisto.
  • 16:38 - 16:41
    Dezasseis objetos — estamos
    de acordo que são demasiados?
  • 16:41 - 16:42
    Estamos.
  • 16:42 - 16:45
    Como será, se os reduzirmos?
  • 16:45 - 16:47
    Reparem. Passamos disto para isto.
  • 16:48 - 16:51
    E o nosso cérebro fica "aaah!"
  • 16:52 - 16:55
    E aqui o nosso cérebro fica "oooh..."
  • 16:56 - 16:57
    Aaah!
  • 16:57 - 16:58
    (Risos)
  • 16:59 - 17:00
    Oooh...
  • 17:02 - 17:05
    E parto do princípio que, de futuro,
  • 17:05 - 17:10
    quando apresentarem PowerPoints
    aos vossos colegas, aos amigos,
  • 17:10 - 17:14
    querem que eles façam "aaah!"
  • 17:15 - 17:17
    quando lhes mostrarem
    os vossos diapositivos.
  • 17:17 - 17:21
    Não querem que eles façam "oooh...".
  • 17:25 - 17:27
    Já viram aquele filme,
  • 17:27 - 17:30
    "Encontro de Irmãos", com Dustin Hoffman?
  • 17:30 - 17:31
    Já viram?
  • 17:31 - 17:33
    É uma beleza. não é?
  • 17:33 - 17:36
    Ele entra numa cafetaria
    e alguém deixa cair palitos
  • 17:36 - 17:39
    e ele diz: "Bum, 247".
  • 17:39 - 17:41
    É espantoso, não é?
  • 17:41 - 17:43
    O limite de perceção dele está aqui.
  • 17:44 - 17:46
    O vosso limite de perceção...
  • 17:46 - 17:47
    (Risos)
  • 17:48 - 17:49
    está aqui.
  • 17:50 - 17:52
    O que me espanta
  • 17:52 - 17:57
    é que, em todos os países onde vou,
    em todas as empresas que conheço,
  • 17:57 - 17:59
    parece que criam PowerPoints
  • 17:59 - 18:05
    na esperança de que todos os colegas
    sejam autistas ou sábios,
  • 18:05 - 18:06
    (Risos)
  • 18:06 - 18:09
    o que, obviamente, não é o caso.
  • 18:13 - 18:15
    Mas agora vocês dirão:
  • 18:15 - 18:20
    "Meu deus, David, isso significa
    que vou ter de ter mais diapositivos".
  • 18:20 - 18:22
    (Risos)
  • 18:24 - 18:26
    Sim, perfeitamente corretos.
  • 18:27 - 18:29
    compreenderam-me perfeitamente.
  • 18:29 - 18:31
    Quero tornar clara uma coisa
  • 18:31 - 18:34
    ou seja, a quantidade de dispositivos
    no vosso PowerPoint
  • 18:34 - 18:37
    nunca foi problema.
  • 18:39 - 18:44
    É a quantidade de objetos por diapositivo
    que tem sido o problema.
  • 18:45 - 18:46
    A ideia estúpida
  • 18:46 - 18:49
    que as empresas de todo o mundo
  • 18:49 - 18:51
    tiveram com limitações, tipo:
  • 18:51 - 18:53
    "Oh, tivemos uma ideia brilhante:
  • 18:53 - 18:56
    "Não podem usar 40 diapositivos.
    Só podem usar quatro".
  • 18:56 - 18:58
    O que é que as pessoas fazem?
  • 18:58 - 18:59
    (Risos)
  • 18:59 - 19:01
    Bom, põem o conteúdo
    nos restantes 36
  • 19:01 - 19:04
    e fazem asneira nos primeiros quatro.
  • 19:04 - 19:07
    Meu deus, isso é contraproducente ou quê?
  • 19:07 - 19:10
    E consideramo-nos inteligentes?
  • 19:12 - 19:13
    Não, não.
  • 19:13 - 19:15
    Ok, comparem.
  • 19:15 - 19:19
    Comecei com 95 destes.
  • 19:19 - 19:23
    Acabámos com 135 destes.
  • 19:24 - 19:26
    E, sim, teve um efeito imediato
  • 19:26 - 19:29
    na aplicação em que estávamos a trabalhar.
  • 19:31 - 19:33
    Resumindo.
  • 19:33 - 19:36
    Vamos brincar um pouco
    e fazer um interrogatório
  • 19:36 - 19:38
    porque, obviamente,
    tenho de provar o meu ponto.
  • 19:38 - 19:41
    Lembram-se de mais de 90%
    do que eu disse?
  • 19:41 - 19:43
    Não vou ser assim tão exigente.
  • 19:43 - 19:45
    Façamos umas palavras cruzadas,
    em vez disso.
  • 19:45 - 19:47
    Vai ser assim.
  • 19:47 - 19:48
    As palavras vão aparecer.
  • 19:48 - 19:52
    Vou pedir que as digam em voz
    tão alta quanto possível.
  • 19:52 - 19:54
    Quantas mensagens
    devemos ter por diapositivo?
  • 19:54 - 19:56
    (Audiência): Uma.
  • 19:56 - 19:57
    Uma. Muito bem.
  • 19:57 - 19:58
    (Risos)
  • 19:58 - 20:01
    Penso que já estão a olhar
    para uma palavra diferente agora.
  • 20:01 - 20:02
    (Risos)
  • 20:03 - 20:05
    O que é que podemos usar
    para guiar a nossa atenção?
  • 20:05 - 20:06
    (Audiência): Contraste.
  • 20:06 - 20:08
    - Sim, e outra coisa?
    - Tamanho.
  • 20:08 - 20:09
    Bem respondido.
  • 20:09 - 20:12
    O que é que devemos evitar usar
    se falarmos ao mesmo tempo?
  • 20:12 - 20:13
    (Audiência): Frases.
  • 20:13 - 20:14
    Belíssimo.
  • 20:14 - 20:16
    E que tipo de fundo devemos ter?
  • 20:16 - 20:18
    Devemos ter um fundo escuro.
  • 20:18 - 20:20
    Finalmente, agora já podem dizer.
  • 20:20 - 20:22
    Quantos objetos por diapositivo?
  • 20:22 - 20:24
    Seis. Magnífico.
  • 20:25 - 20:26
    Muito obrigado.
  • 20:26 - 20:28
    (Aplausos)
Title:
Como evitar que o PowerPoint nos mate | David JP Phillips | TEDxStockholmSalon
Description:

Com uma profundidade de conhecimento raramente vista e uma paixão pelo seu tema, David Phillips tornou-se na principal figura de proa sueca na arte de fazer apresentações. É fundador e proprietário do maior recurso da Suécia sobre este tema, Presentationsteknik.com. Também é o autor do livro revolucionário "How to Avoid Death by PowerPoint" publicado em mais de 30 países.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
20:32

Portuguese subtitles

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