Engajando-se com a liberdade | Zahira Asmal | TEDxBeloHorizonte
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0:16 - 0:18Neste fim de semana,
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0:18 - 0:21os sul-africanos em todo o mundo
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0:21 - 0:24estão celebrando os vinte anos
de nossa democracia. -
0:24 - 0:26Perdoem-me se eu ficar um pouco emotiva,
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0:26 - 0:28pois estou celebrando com vocês.
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0:28 - 0:30Não estou em casa,
com meus amigos e minha equipe, -
0:30 - 0:32mas estou aqui com vocês hoje,
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0:32 - 0:34e espero que todos vocês celebrem
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0:34 - 0:37nossos vinte anos de democracia.
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0:38 - 0:42(Aplausos)
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0:46 - 0:48Quando eu era adolescente,
vinte anos atrás, -
0:48 - 0:51minha irmã e eu, neste mesmo dia,
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0:51 - 0:54estávamos muito ocupadas,
preparando muita comida -
0:54 - 0:57para milhares de pessoas
que iriam votar -
0:57 - 0:59pela primeira vez
na história da África do Sul, -
0:59 - 1:03a primeira vez em que centenas
e milhares de sul-africanos -
1:03 - 1:04iriam votar.
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1:04 - 1:09E 67% da população votante
da África do Sul -
1:09 - 1:12votaram em Nelson Rolihlahla Mandela,
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1:12 - 1:15carinhosamente chamado por nós de Madiba.
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1:15 - 1:20Conheci Madiba logo depois que ele
se tornou presidente da África do Sul. -
1:20 - 1:23Encontrei-o na casa
do Chefe Albert Lutuli, em Groutville. -
1:23 - 1:25Eu morava perto.
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1:25 - 1:27E conversamos sobre viagens,
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1:27 - 1:29sobre a comida favorita dele,
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1:29 - 1:31que, a propósito, é feijão.
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1:31 - 1:34E conversamos sobre o meu desejo
de ser designer, -
1:34 - 1:37e ele me contou
sobre seus estudos de Direito. -
1:37 - 1:40Ele me disse que, para ele,
era muito importante estudar Direito -
1:40 - 1:42e saber tudo sobre Direito,
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1:42 - 1:46para que pudesse mudá-lo
em prol da África do Sul. -
1:46 - 1:47Conforme fui ficando mais velha,
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1:47 - 1:50comecei a refletir sobre esse
momento com Mandela, -
1:50 - 1:54porque ele também me disse --
o que não entendi muito bem à época, -
1:54 - 1:56porque eu achava
que éramos uma nação livre, -
1:56 - 1:59naquela época, em 1994 --
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1:59 - 2:00mas ele me lembrou,
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2:00 - 2:03ele disse que ainda havia
muito trabalho a ser feito. -
2:03 - 2:05Ele disse: "Você queria ser designer?
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2:05 - 2:07Nós precisamos de designers.
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2:07 - 2:10Precisamos de muito mais pessoas
para fazer muito mais." -
2:10 - 2:12Porque ele me disse que nos democracia
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2:12 - 2:15era apenas parte da jornada
rumo à liberdade. -
2:15 - 2:16Naquele momento, não entendi.
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2:16 - 2:19Recentemente, tenho refletido
muito sobre isso, -
2:19 - 2:20sobre o que ele quis dizer.
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2:20 - 2:23E comecei a pensar
no que faço da minha vida, -
2:23 - 2:26e como tenho sido...
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2:26 - 2:28ou que sacrifícios tenho feito?
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2:28 - 2:31Sabe, Madiba se sacrificou muito,
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2:31 - 2:33junto com muitas outras pessoas.
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2:33 - 2:36E fiquei pensando:
"O que eu estou fazendo?" -
2:36 - 2:39Quando ele morreu, em dezembro passado,
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2:39 - 2:41comecei a pensar em tudo em minha vida:
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2:41 - 2:43meus relacionamentos, meu trabalho.
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2:43 - 2:45Com frequência, eu dizia a mim mesma,
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2:45 - 2:47mesmo nos momentos mais sombrios:
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2:47 - 2:50"O que Madiba faria?"
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2:50 - 2:53Sabe, venho de uma família
que é um pouco diversificada. -
2:53 - 2:56Nós morávamos na tropical KwaZulu- Natal,
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2:56 - 2:59que é a província
que fica na costa nordeste, -
2:59 - 3:02no nordeste da África do Sul.
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3:02 - 3:03Venho de uma pequena cidade.
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3:03 - 3:08Minha mãe é iraniana
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3:08 - 3:11e a mãe dela é de Rangum, em Myanmar.
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3:11 - 3:13Ela tem cabelos ruivos vibrantes,
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3:13 - 3:16sardas no rosto e olhos cor de âmbar.
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3:16 - 3:20E meu pai é sul-africano
de descendência indiana. -
3:20 - 3:24A família dele está na África do Sul
há quatro gerações. -
3:24 - 3:28Em nossa casa,
falávamos gujarate, inglês e zulu, -
3:28 - 3:32e recitávamos poesia em árabe e em urdu.
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3:32 - 3:33Então, nossa vida era bem colorida.
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3:33 - 3:37Nossa casa era cheia de vida,
barulhenta, cheia de debates, -
3:37 - 3:39cantorias e orações.
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3:39 - 3:41E foi uma infância feliz.
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3:41 - 3:45Mas sabia que, do lado de fora,
estávamos vivendo uma época de apartheid, -
3:45 - 3:47escura e sombria.
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3:47 - 3:49Foi uma época muito ruim
para a África do Sul. -
3:49 - 3:55E soube, quando ainda bem jovem,
sobre o apartheid, -
3:55 - 3:58porque vivíamos no extremo sul da África,
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3:58 - 4:01mas eu tinha de viver numa área
exclusiva para indianos, -
4:01 - 4:04e tinha de frequentar
uma escola exclusiva para indianos. -
4:04 - 4:09Todos os dias, em todos os momentos,
tínhamos de nos classificar, -
4:09 - 4:10tínhamos de preencher formulários,
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4:10 - 4:13sempre justificando quem éramos.
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4:13 - 4:14E esses formulários tinham
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4:14 - 4:16"Ing..." -- perdão,
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4:16 - 4:18"Branco", "Negro", "Indiano" ou "Mestiço".
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4:18 - 4:20Às vezes, também havia a opção "Outros".
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4:20 - 4:22Eu sempre marcava "Outros".
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4:22 - 4:25Meu pai ficava bastante frustrado.
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4:25 - 4:26Meu pai adorava pescar, sabe.
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4:26 - 4:27Era um pescador e tanto,
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4:27 - 4:30e passávamos bastante tempo na praia.
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4:30 - 4:32Morávamos perto do Oceano Índico.
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4:32 - 4:33E eu ia com meu pai.
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4:33 - 4:35Acho que eu não ajudava em nada,
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4:35 - 4:37mas ia com ele mesmo assim.
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4:37 - 4:40Certa vez, fomos expulsos da praia.
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4:40 - 4:42De forma não muito gentil, devo dizer.
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4:42 - 4:45Perguntei a meu pai: "Por que estamos
sendo expulsos da praia?" -
4:45 - 4:48E ele disse: "Zahira, somos indianos.
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4:48 - 4:50Não temos permissão
para ficar nesta praia". -
4:50 - 4:52Eu disse: "Mas pai, aprendi na escola
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4:52 - 4:54que este é o Oceano Índico.
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4:54 - 4:56Achei que você fosse
o dono da praia!" (Risos) -
4:56 - 4:58Então, quando ainda bem jovem,
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4:58 - 5:01comecei a perceber
que algo não estava certo. -
5:01 - 5:03Eu não me sentia bem.
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5:03 - 5:06Não me sentia bem
com o que estava acontecendo. -
5:06 - 5:08Percebi que o que havia em minha casa
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5:08 - 5:11era colorido, era expansivo.
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5:11 - 5:13O havia do lado de fora era sombrio
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5:13 - 5:15e repressivo.
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5:15 - 5:18Era a época penosa do apartheid.
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5:18 - 5:22E minha família,
como a maioria dos sul-africanos, -
5:22 - 5:26levava uma vida de estranha indignidade.
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5:26 - 5:30Aceitávamos muito facilmente
nossas circunstâncias, -
5:30 - 5:32e também parecia que,
quanto mais escura fosse sua pele, -
5:32 - 5:34pior você era tratado.
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5:34 - 5:36Vivíamos à margem da sociedade,
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5:36 - 5:39com pouquíssimo acesso
a oportunidades econômicas. -
5:39 - 5:42Então, conforme fui ficando mais velha,
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5:42 - 5:45tornei-me bastante consciente,
social e politicamente. -
5:45 - 5:47Soube, quando ainda adolescente,
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5:47 - 5:50que Mandela havia sido preso,
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5:50 - 5:52e soube por quê.
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5:52 - 5:53Soube que o Chefe Albert Lutuli --
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5:53 - 5:55que era amigo de nossa família
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5:55 - 5:57e que tinha morado
na nossa casa -
5:57 - 5:59por vários meses,
quando esteve em prisão domiciliar -- -
5:59 - 6:03quando ele ganhou
o prêmio Nobel da Paz, em 1960, -
6:03 - 6:06teve de receber
um "acesso branco honorífico", -
6:06 - 6:08ou "status honorífico de branco",
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6:08 - 6:11só para poder viajar e receber o prêmio.
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6:11 - 6:15Também soube que meu tio,
professor Kader Asmal, -
6:15 - 6:17esteve exilado por 37 anos,
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6:17 - 6:20vivendo na Irlanda.
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6:20 - 6:23Ele foi exilado por ter sido
um dos fundadores -
6:23 - 6:26do movimento antiapartheid na Europa.
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6:26 - 6:29Também soube que nossos telefones
eram grampeados. -
6:29 - 6:32Nossa casa recebia a visita
de funcionários do Partido Nacional -
6:32 - 6:35e minha família
era constantemente interrogada -
6:35 - 6:38sobre as atividades do meu tio,
enquanto exilado. -
6:38 - 6:40Na época, o governo achava
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6:40 - 6:44que meu tio deveria
ter sido preso com Mandela. -
6:44 - 6:46Naquela época, um grupo de negros
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6:46 - 6:47era considerado um "protesto ilegal",
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6:47 - 6:51em vez de um encontro social ou festa.
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6:51 - 6:52Havia a Lei das Áreas Reservadas --
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6:52 - 6:55sim, criavam-se leis todos os anos,
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6:55 - 6:57para nos reprimir e nos restringir.
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6:57 - 6:59A Lei das Áreas Reservadas
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6:59 - 7:03nos forçavam a viver
com pessoas da mesma raça que nós. -
7:03 - 7:06Alguns de nós foram até postos
para fora de suas casas a força -
7:06 - 7:08e obrigados a viver na miséria,
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7:08 - 7:10às margens das cidades.
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7:10 - 7:12Havia a Lei de Educação Bantu,
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7:12 - 7:14que limitava a educação das pessoas,
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7:14 - 7:16a educação de pessoas negras,
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7:16 - 7:19perpetuando, assim, sua perseguição.
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7:19 - 7:21Havia a Lei da Terra,
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7:21 - 7:25que nos impossibilitava
de possuir terra na África do Sul. -
7:25 - 7:28A minha "favorita"
era a Lei da Imoralidade, -
7:28 - 7:32que tornava ilegal
amar pessoas de outras raças. -
7:33 - 7:37Estudantes de toda a África do Sul,
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7:37 - 7:40nos anos 70, eram mortos
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7:40 - 7:42pelas Forças de Defesa da África do Sul.
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7:42 - 7:46Eles estavam "protestando":
não queriam estudar africâner. -
7:46 - 7:49Negros em todo o país eram mortos.
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7:49 - 7:51Estavam "protestando":
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7:51 - 7:53não queriam usar as cadernetas
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7:53 - 7:57que limitavam sua movimentação no país.
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7:57 - 7:59Todos queríamos ser livres.
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7:59 - 8:01Mas percebi que, naquela época,
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8:01 - 8:04ninguém era livre:
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8:04 - 8:08nem os perseguidos, nem os perseguidores.
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8:08 - 8:11Éramos escravos de senhores colonos;
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8:11 - 8:14nossa cultura era considerada
"não sofisticada". -
8:14 - 8:17Em restaurantes, tínhamos de entrar
pelas portas dos fundos, -
8:17 - 8:19isso se recebêssemos permissão.
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8:19 - 8:24Éramos proibidos de visitar
diversas regiões da África do Sul. -
8:24 - 8:25Dá para imaginar?
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8:25 - 8:28Todo aquele espaço, num país lindo,
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8:28 - 8:30e não tínhamos acesso a ele.
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8:30 - 8:35Eu protestava porque acreditava
que as coisas podiam melhorar. -
8:35 - 8:36Eu desejava ser livre,
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8:36 - 8:38não apenas para viajar pelo país
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8:38 - 8:40e ver coisas lindas,
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8:40 - 8:43mas também para ter
liberdade de me expressar, -
8:43 - 8:45e ser simplesmente eu mesma.
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8:45 - 8:47Queria que minha cor, minha cultura,
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8:47 - 8:51minha herança, minha língua fossem
importantes como as de qualquer um. -
8:51 - 8:54Ou não, se de fato não fossem importantes.
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8:55 - 8:57Eu não queria viver com medo.
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8:57 - 8:59Lembro-me que éramos
chamados de sul-africanos, -
8:59 - 9:01mas não sabia o que isso significava.
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9:01 - 9:04Eramos tão absurdamente
excluídos das atividades, -
9:04 - 9:06atividades importantes na África do Sul --
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9:06 - 9:08como poderíamos ser chamados
de sul-africanos? -
9:08 - 9:11Simplesmente não era possível.
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9:11 - 9:13Essa época da história da África do Sul
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9:13 - 9:17foi tão dolorosa para tantas pessoas
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9:17 - 9:21que, até hoje, algumas pessoas
não conseguem falar sobre ela. -
9:21 - 9:23Então, vinte anos depois, eu me pergunto:
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9:23 - 9:26"O que a liberdade significa para nós?"
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9:26 - 9:30Eu me sinto livre, hoje eu me sinto livre
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9:30 - 9:33e dou valor à minha liberdade.
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9:33 - 9:35Sei como era antes
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9:35 - 9:37e jamais quero passar
por aquilo novamente. -
9:37 - 9:40Nem sequer desejo que alguém
passe pelo que passei, -
9:40 - 9:43quando ainda bem nova, na África do Sul.
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9:43 - 9:45Então, me engajei com minha liberdade
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9:45 - 9:49a cada dia e a cada momento da minha vida.
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9:49 - 9:53Meus amigos e colegas
me chamam de ativista. -
9:53 - 9:54Alguns deles me dizem:
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9:54 - 9:57"Ouvir você falar sobre o apartheid
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9:57 - 10:00me causa certo desconforto."
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10:00 - 10:02Minha resposta é:
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10:02 - 10:05"Se ouvir te causa certo desconforto,
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10:05 - 10:08imagine como foi ter vivido o apartheid."
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10:09 - 10:10Alguns me dizem:
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10:10 - 10:13"Esqueça o apartheid, Zahira. Acabou."
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10:13 - 10:15Eu respondo: "O apartheid não acabou,
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10:15 - 10:18considerando que muitos
sul-africanos ainda vivem -
10:18 - 10:19essa dura realidade."
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10:20 - 10:22Alguns de meus amigos e colegas me dizem:
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10:22 - 10:26"Zahira, com seu trabalho e com o que
você faz, por que se importa com isso? -
10:26 - 10:28Faça outra coisa, mais divertida."
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10:29 - 10:33E eu respondo: "Madiba nos lembrou
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10:33 - 10:36que o trabalho árduo ainda não terminou.
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10:36 - 10:40Além disso, imagine se Madiba dissesse
'Por que se importar com isso?' -
10:40 - 10:44Qual teria sido o destino
da África do Sul?" -
10:44 - 10:47Então, eu me pergunto,
em países como a África do Sul e Brasil, -
10:47 - 10:50o que a liberdade significa para nós?
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10:50 - 10:52Tanto o Brasil quanto a África do Sul
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10:52 - 10:55têm o pior coeficiente de Gini do mundo.
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10:55 - 10:58Em termos socioeconômicos,
isso significa que nossos países, -
10:58 - 11:00nossas sociedades são as mais desiguais.
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11:00 - 11:04Tão desiguais, na verdade,
que talvez jamais sejam iguais. -
11:04 - 11:07No Brasil, permitam dizer,
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11:07 - 11:10alguns de seus edifícios
têm duas entradas distintas, -
11:10 - 11:12"de serviço" e "social".
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11:12 - 11:15Na verdade, a maioria dos edifícios
que visitei em São Paulo tem isso! -
11:15 - 11:17Isso é inaceitável!
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11:17 - 11:20São duas entradas distintas para pessoas!
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11:20 - 11:23Isso me lembra
da minha infância no apartheid. -
11:23 - 11:25Perigosamente parecido.
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11:25 - 11:28Designers nesta sala: mudem isso!
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11:28 - 11:33(Aplausos)
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11:34 - 11:38Muitos sul-africanos estão vivendo
abaixo da linha vermelha. -
11:38 - 11:41Muitos sul-africanos
estão vivendo sem educação. -
11:41 - 11:44Muitos sul-africanos
estão vivendo sem dignidade. -
11:44 - 11:46Isso é inaceitável.
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11:46 - 11:48Então, com trinta anos
de democracia no Brasil -
11:48 - 11:50e vinte anos de democracia
na África do Sul, -
11:50 - 11:53o que isso de fato significa para nós?
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11:53 - 11:55Os desafios que nossa democracia enfrenta
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11:55 - 11:58devem ser vistos como oportunidades,
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11:58 - 12:00não como... perdoem-me...
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12:00 - 12:02e processos de engajamento,
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12:02 - 12:04e não como problemas a serem resolvidos.
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12:04 - 12:07As pessoas não são problemas.
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12:07 - 12:11Por meio do meu trabalho,
descobri, na África do Sul, -
12:11 - 12:15tanto coisas que acalentaram meu coração
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12:15 - 12:18quanto coisas que me deixaram
de cabelo em pé. -
12:18 - 12:21Vi pessoas viverem em situações...
-
12:21 - 12:24em condições e circunstâncias
tão terríveis -
12:24 - 12:26e que me deixaram tão triste,
-
12:26 - 12:28que até minhas próprias circunstâncias,
quando criança, -
12:28 - 12:30nem se comparavam.
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12:30 - 12:33Ainda assim, essas pessoas...
o que acalentava meu coração -
12:33 - 12:35é que elas tinham muita esperança
-
12:35 - 12:37de que teriam uma vida melhor.
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12:37 - 12:40Se não para si, para seus filhos e netos.
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12:40 - 12:45Elas ainda têm a esperança
que Madiba lhes deu, -
12:45 - 12:46tantos anos atrás:
-
12:46 - 12:49que, por meio da liberdade
e da nossa democracia, -
12:49 - 12:51uma vida melhor virá.
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12:52 - 12:54Então, percebo, nesses momentos,
-
12:54 - 12:56ao encontrar essas lindas pessoas
-
12:56 - 12:59que compartilham suas vidas comigo
tão generosamente -- -
12:59 - 13:02mesmo não tendo absolutamente nada --
-
13:03 - 13:07eu me lembro das palavras
que Madiba disse: -
13:07 - 13:12que a jornada pela liberdade
e pela libertação -
13:12 - 13:15apenas começou com nossa democracia.
-
13:15 - 13:19Então, a liberdade tem de ser
negociada, constantemente. -
13:19 - 13:22E a liberdade tem de ser
demonstrada, sempre. -
13:22 - 13:26Mas, acima de tudo, a liberdade
precisa ser compartilhada. -
13:26 - 13:29Àqueles com liberdade política:
-
13:29 - 13:32garantam que suas políticas de governo
-
13:32 - 13:35tenham como cerne
o interesse de todo o povo. -
13:35 - 13:37Àqueles que têm liberdade econômica:
-
13:37 - 13:40garantam que todas as pessoas
tenham lares, -
13:40 - 13:43que todas as pessoas tenham acesso
a serviços de qualidade -
13:43 - 13:47e tenham acesso à educação
e ao aprendizado. -
13:47 - 13:49Àqueles que têm liberdade social:
-
13:49 - 13:53garantam que vão se libertar do ódio,
-
13:53 - 13:55da raiva e da inveja.
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13:55 - 13:58Madiba nos lembra que o amor
-
13:58 - 14:02surge mais naturalmente
no coração humano. -
14:02 - 14:04A liberdade não é uma competição,
-
14:04 - 14:07nem é uma corrida
com uma linha de chegada. -
14:07 - 14:10Nossa liberdade deve ser
uma corrida de revezamento: -
14:10 - 14:12devemos passá-la adiante.
-
14:12 - 14:14Quero que todos nós, hoje,
-
14:14 - 14:18enquanto celebramos os vinte anos
de democracia da África do Sul, -
14:18 - 14:20pensemos em nossa vida,
-
14:20 - 14:22pensemos em nosso trabalho.
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14:22 - 14:25Engajem-se com sua liberdade, ativamente.
-
14:25 - 14:28Sejam ativistas!
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14:28 - 14:32Empenhem-se pela liberdade dos outros,
-
14:32 - 14:35sejam vocês médicos,
sejam vocês engenheiros, -
14:35 - 14:36designers ou arquitetos,
-
14:36 - 14:40e principalmente se vocês
forem líderes políticos. -
14:41 - 14:43A cada dia de nossa vida,
-
14:43 - 14:47quando passarmos por momentos de dúvida,
-
14:47 - 14:49ou se estivermos buscando inspiração,
-
14:49 - 14:51devemos pensar no seguinte:
-
14:51 - 14:53"O que Madiba faria?"
-
14:53 - 14:54Obrigada.
-
14:54 - 14:57(Aplausos)
- Title:
- Engajando-se com a liberdade | Zahira Asmal | TEDxBeloHorizonte
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das Conferências TED.
Na véspera do vigésimo aniversário da democracia na África do Sul, Zahira Asmal compartilhou histórias sobre sua jornada pela liberdade em seu país. Uma jornada pessoal, profissional e política, desde tempos de segregação e de exclusão à busca pela integração e pela inclusão.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 15:09
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Leonardo Silva approved Portuguese, Brazilian subtitles for Engaging with liberty: Zahira Asmal at TEDxBeloHorizonte | |
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