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Profissionais do sexo: a verdade por trás do sorriso | Antoinette Welch | TEDxAntioch

  • 0:09 - 0:12
    Sabem o que eu sonhava ser
    quando era uma garotinha?
  • 0:12 - 0:14
    Eu sonhava em ser policial,
  • 0:14 - 0:16
    e isso se tornou realidade.
  • 0:16 - 0:20
    Passei os primeiros 14 anos
    da minha carreira profissional
  • 0:20 - 0:21
    como policial.
  • 0:21 - 0:25
    E vocês sabem que os policiais
    têm as melhores histórias.
  • 0:25 - 0:27
    Mas, antes de contar minhas histórias,
  • 0:27 - 0:30
    quero avisá-los que,
    em uma delas, há um palavrão.
  • 0:31 - 0:33
    Então, quando eu chegar
    na parte que tem esse palavrão,
  • 0:33 - 0:35
    vou pausar e fazer isso
  • 0:36 - 0:41
    e vocês vão escolher uma palavra
    que julguem ser ruim.
  • 0:42 - 0:44
    Mas não falem. Certo?
  • 0:44 - 0:45
    Estamos de acordo?
  • 0:45 - 0:47
    Certo, então...
  • 0:47 - 0:52
    Lá estava eu, realizando o sonho
    da minha vida, me tornar uma policial.
  • 0:52 - 0:54
    Eu tinha acabado de me graduar
    na academia de polícia
  • 0:54 - 0:58
    e mal podia esperar
    para sair e salvar o mundo.
  • 0:58 - 0:59
    Então, claro,
  • 0:59 - 1:03
    minha primeira missão foi
    me vestir como uma prostituta
  • 1:03 - 1:05
    e esperar que os homens me abordassem.
  • 1:05 - 1:09
    Isso não era exatamente o que eu tinha
    em mente em termos de salvar o mundo.
  • 1:10 - 1:13
    Lá estava eu, parada na esquina,
  • 1:13 - 1:16
    imaginando que todos viveram
    a mesma vida que eu vivi,
  • 1:16 - 1:20
    sabe, ter tido um pônei, ter sido
    membro de uma irmandade,
  • 1:20 - 1:24
    ter se graduado em uma universidade,
    experiências normais que vivemos, certo?
  • 1:24 - 1:27
    Dizer que eu era ingênua é pouco.
  • 1:27 - 1:31
    Lá estava eu, esperando,
  • 1:31 - 1:33
    quando um cara parou sua caminhonete
  • 1:33 - 1:34
    e acenou para mim.
  • 1:34 - 1:37
    Lá fui eu toda toda,
  • 1:37 - 1:39
    e ele me disse:
  • 1:39 - 1:41
    "Quanto custa pra... você?"
  • 1:41 - 1:44
    E eu disse: "Oh meu Deus!"
  • 1:44 - 1:45
    (Risos)
  • 1:45 - 1:49
    Ele olhou pra mim e disse:
    "Você é da polícia" e foi embora.
  • 1:49 - 1:52
    Eu disse: "Como ele soube
    que eu era da polícia?"
  • 1:52 - 1:56
    Meu sargento disse: "Deve ter sido
    por causa da sua reação".
  • 1:56 - 1:57
    (Risos)
  • 1:57 - 2:01
    Em minha defesa, eu disse:
    "Você ouviu o que ele me disse?
  • 2:01 - 2:04
    As pessoas falam desse jeito?"
  • 2:04 - 2:07
    Outro dia, estava eu na rua novamente,
  • 2:07 - 2:10
    quando um homem parou o carro,
  • 2:10 - 2:13
    e ele estava completamente nu.
  • 2:13 - 2:17
    Ele não tinha roupa nenhuma,
    nem mesmo em seu carro.
  • 2:17 - 2:20
    É engraçado quando você está tipo:
    "Ei, senhor, posso ajudá-lo?"
  • 2:20 - 2:24
    Levamos ele em custódia,
    e fiquei pensando:
  • 2:24 - 2:28
    "Espero que esse homem tenha
    uma garagem para guardar esse carro".
  • 2:28 - 2:30
    (Risos)
  • 2:30 - 2:33
    Conforme os anos se passaram
    no departamento de polícia,
  • 2:33 - 2:37
    percebi que não havia nada de engraçado
    no que diz respeito à prostituição.
  • 2:37 - 2:41
    Durante minha carreira
    como policial, vi dez mortos.
  • 2:41 - 2:43
    Quatro eram prostitutas
    que haviam sido assassinadas,
  • 2:43 - 2:46
    cada uma delas de maneira
    extremamente violenta:
  • 2:46 - 2:49
    um esfaqueamento muito sangrento,
  • 2:49 - 2:50
    um ferimento de bala,
  • 2:50 - 2:52
    um crânio esmagado.
  • 2:52 - 2:56
    E a mulher que foi estrangulada
    até a morte não foi encontrada por dias
  • 2:56 - 2:58
    até a vizinhança começar a reclamar
  • 2:58 - 3:01
    do cheiro ruim que vinha
    de um carro abandonado.
  • 3:02 - 3:06
    Também vi em primeira mão
    que mulheres envolvidas na prostituição,
  • 3:06 - 3:09
    demograficamente,
    são as pessoas mais propensas
  • 3:09 - 3:15
    a apanharem, serem esfaqueadas, levarem
    um tiro, serem estupradas ou assassinadas.
  • 3:16 - 3:20
    E as que sobrevivem a esses ataques dizem
    que geralmente não chamam a polícia
  • 3:20 - 3:24
    porque têm medo que a polícia
    não acredite nelas,
  • 3:24 - 3:26
    têm medo de serem presas,
  • 3:26 - 3:29
    mas a maioria diz que não chama a polícia
  • 3:29 - 3:32
    porque acha que ninguém se importa.
  • 3:33 - 3:37
    Existe um grande mito que diz
    que as mulheres querem ser prostitutas,
  • 3:37 - 3:39
    que gostam disso.
  • 3:39 - 3:44
    Chamo isso de "Síndrome
    da mulher linda, prostituta e feliz".
  • 3:44 - 3:46
    Ao longo dos últimos 20 anos,
  • 3:46 - 3:50
    conheci centenas de mulheres
    envolvidas na prostituição,
  • 3:50 - 3:54
    e a história da prostituta feliz
    não poderia estar mais longe da verdade.
  • 3:55 - 3:59
    Nenhuma garotinha sonha
    em crescer e se tornar prostituta.
  • 3:59 - 4:05
    A realidade é que mais de 90%
    das mulheres envolvidas na prostituição
  • 4:05 - 4:07
    foram vítimas de abuso sexual na infância
  • 4:07 - 4:11
    ou foram estupradas
    por volta dos 18 anos de idade.
  • 4:11 - 4:17
    A idade média em que uma criança
    se torna prostituta é de 13 anos.
  • 4:17 - 4:19
    E as crianças começam a ser prostituídas,
  • 4:19 - 4:22
    geralmente, por membros
    da própria família.
  • 4:22 - 4:26
    Elas começam a ser trocadas pelo aluguel,
    por drogas e até mesmo por dinheiro extra.
  • 4:26 - 4:29
    Conheci uma prostituta
  • 4:29 - 4:32
    que me contou que a mãe dela
    começou a prostituí-la
  • 4:32 - 4:35
    quando ela tinha
    apenas seis anos de idade.
  • 4:36 - 4:40
    Por toda a vida essas mulheres
    escutam que o único valor que elas têm
  • 4:40 - 4:43
    é o valor que o outro
    vai pagar pelo seu corpo.
  • 4:44 - 4:49
    Outro mito é que as mulheres querem
    ser prostitutas e o fazem voluntariamente:
  • 4:49 - 4:52
    é consentimento adulto.
  • 4:54 - 4:59
    Não se engane pela mulher sorrindo quando
    entra com você em um quarto de hotel,
  • 4:59 - 5:02
    em uma casa de massagens ou no seu carro.
  • 5:02 - 5:04
    É uma farsa.
  • 5:04 - 5:06
    Os traficantes e cafetões dessas mulheres
  • 5:06 - 5:08
    sabem como machucá-las
  • 5:08 - 5:11
    e usam o medo para controlá-las.
  • 5:11 - 5:16
    Eles dizem coisas do tipo:
    "É melhor você sorrir e fazer direito
  • 5:16 - 5:20
    ou eu te arrebento".
  • 5:20 - 5:23
    Outro mito é que todas
    essas mulheres são estrangeiras
  • 5:23 - 5:26
    ou que isso acontece apenas no exterior.
  • 5:26 - 5:29
    Sabe de onde são todas as mulheres
    que estou falando? São todas americanas.
  • 5:30 - 5:35
    Tráfico sexual e prostituição acontecem
    na maioria das cidades dos Estados Unidos.
  • 5:36 - 5:38
    Então, como se parece uma prostituta?
  • 5:39 - 5:41
    Ela pode parecer assim
  • 5:42 - 5:48
    ou assim ou de qualquer maneira
    entre esses dois exemplos.
  • 5:48 - 5:52
    Eu as conheci pessoalmente
    como mães, filhas,
  • 5:52 - 5:54
    irmãs, avós.
  • 5:55 - 5:57
    Raça não é um fator.
  • 5:58 - 6:00
    Idade não é um fator.
  • 6:00 - 6:03
    A prostituta mais velha que conheci
  • 6:03 - 6:06
    era uma avó de 64 anos.
  • 6:07 - 6:08
    Algumas são prostitutas
  • 6:08 - 6:11
    porque têm um vício terrível em drogas
  • 6:11 - 6:13
    e se prostituem para sustentar o vício.
  • 6:14 - 6:16
    Outras foram vítimas
    de abuso sexual na infância
  • 6:16 - 6:19
    e por conta disso pensam
    que esse é seu único valor.
  • 6:19 - 6:22
    Algumas são fugitivas ou sem teto
  • 6:22 - 6:25
    e têm que se prostituir
    só para ter o que comer
  • 6:25 - 6:27
    ou algum lugar para ficar.
  • 6:28 - 6:31
    Há também as mães solteiras,
    que estão apavoradas,
  • 6:31 - 6:33
    se sentem encurraladas e desesperadas.
  • 6:33 - 6:37
    Mas sabem que podem fazer
    dinheiro suficiente em um fim de semana
  • 6:37 - 6:41
    e então serão capazes de sustentar
    a família pelo resto do mês.
  • 6:41 - 6:44
    Parece-lhes que essas mulheres
    querem se prostituir?
  • 6:44 - 6:48
    Quando você conversa com elas,
    todas dizem a mesma coisa.
  • 6:48 - 6:51
    Como odeiam o que estão fazendo.
  • 6:51 - 6:54
    Como não têm esperança.
  • 6:54 - 6:57
    Como precisam cheirar
    uma carreira de cocaína
  • 6:57 - 7:00
    para poderem colocar um sorriso no rosto
    e fazer o que tem que ser feito.
  • 7:00 - 7:04
    Como cada dia na prostituição
    leva um pouco mais de sua alma.
  • 7:04 - 7:08
    Como não têm esperança.
    Como se sentem completamente sem valor.
  • 7:08 - 7:11
    Isso soa como se quisessem
    estar fazendo o que fazem?
  • 7:11 - 7:14
    Ou soa como se elas
    estivessem sendo forçadas,
  • 7:14 - 7:17
    seja pelo cafetão, pelo traficante,
  • 7:17 - 7:19
    pelos vícios, por seu estado mental
  • 7:19 - 7:22
    ou pelo mero desespero de sobreviver?
  • 7:23 - 7:25
    Há oito anos, deixei
    o departamento de polícia
  • 7:25 - 7:29
    e me tornei promotora
    pelo estado do Tennessee.
  • 7:29 - 7:31
    E foi trabalhando no sistema judicial,
  • 7:31 - 7:35
    que vi que muitas mulheres começaram
    a ser presas por prostituição,
  • 7:35 - 7:37
    foi uma explosão.
  • 7:37 - 7:40
    Foi na mesma época
    em que sites como "Backpage"
  • 7:40 - 7:43
    começaram a postar
    anúncios de prostituição.
  • 7:43 - 7:47
    Ali percebi que todas essas mulheres
    sendo presas por prostituição,
  • 7:47 - 7:50
    muitas delas não faziam
    ideia da reação social
  • 7:50 - 7:53
    que uma condenação
    por prostituição traria.
  • 7:53 - 7:56
    Mas o mais importante
    é que muitas delas não percebiam
  • 7:56 - 7:59
    o perigo que corriam de serem estupradas,
  • 7:59 - 8:02
    cruelmente atacadas
    ou até mesmo assassinadas.
  • 8:03 - 8:06
    Também comecei a suspeitar fortemente
  • 8:06 - 8:09
    que muitas dessas mulheres
    sendo presas por prostituição
  • 8:09 - 8:11
    eram, na verdade,
    vítimas de tráfico sexual.
  • 8:11 - 8:15
    Estas vítimas não gostam de contar
    à polícia o que está acontecendo,
  • 8:15 - 8:19
    pois colocaram em suas cabeças
    que a polícia não ajudará,
  • 8:19 - 8:24
    ou que, se contarem e o cafetão
    ou o traficante as encontrar depois,
  • 8:24 - 8:27
    eles se certificarão
    de que elas se arrependam.
  • 8:27 - 8:28
    Para sempre.
  • 8:29 - 8:33
    As consequências
    de uma condenação por prostituição
  • 8:33 - 8:35
    vão afetá-las pelo resto de suas vidas.
  • 8:35 - 8:37
    Nós, como sociedade,
  • 8:37 - 8:41
    achamos que está tudo bem desprezar
    uma mulher envolvida em tráfico sexual.
  • 8:41 - 8:43
    Nós até fazemos piadas.
  • 8:43 - 8:46
    Ninguém parece realmente se importar.
  • 8:46 - 8:49
    Mas acredito que, na verdade,
  • 8:49 - 8:54
    se cada um de nós olhasse para si mesmo,
    nós veríamos que julgamos.
  • 8:54 - 8:56
    Podemos até dizer: "Não, eu não julgo".
  • 8:56 - 9:00
    Mas e se descobríssemos
    que alguém importante para nós,
  • 9:00 - 9:02
    uma pessoa da família,
    uma colega de trabalho,
  • 9:02 - 9:06
    ou uma amiga foi condenada
    por prostituição?
  • 9:06 - 9:10
    Creio que você mudaria sua opinião
    sobre essa pessoa pelo resto de sua vida.
  • 9:11 - 9:13
    Se tiver uma condenação por prostituição,
  • 9:13 - 9:18
    você pode ser inelegível para alugar
    um apartamento por até cinco anos.
  • 9:18 - 9:22
    Empregadores não querem contratar alguém
    com histórico de crimes sexuais.
  • 9:23 - 9:25
    Então, o que resta para essas mulheres?
  • 9:25 - 9:28
    Nenhum lugar para viver,
    nenhum lugar para ganhar a vida,
  • 9:28 - 9:31
    estamos basicamente forçando-as
    a voltar para a prostituição,
  • 9:31 - 9:33
    apenas para sobreviver.
  • 9:34 - 9:39
    Agora, compare isso com os homens
    que são presos por usarem prostitutas.
  • 9:40 - 9:42
    É mais aceitável.
  • 9:42 - 9:46
    Nós rapidamente os perdoamos,
    você sabe, homens têm necessidades.
  • 9:47 - 9:50
    Não usamos isso contra eles eternamente.
  • 9:50 - 9:52
    E por quê?
  • 9:52 - 9:54
    É porque meninos são meninos?
  • 9:56 - 9:59
    Então percebi que precisávamos fazer algo,
  • 9:59 - 10:02
    que a sociedade precisava perceber
  • 10:02 - 10:06
    as ramificações
    desse processo de pensamento
  • 10:06 - 10:10
    e fazer algo para quebrar
    o ciclo da prostituição
  • 10:10 - 10:13
    e identificar as vítimas
    de tráfico sexual.
  • 10:13 - 10:15
    Essas mulheres precisavam
    de uma segunda chance.
  • 10:16 - 10:20
    Elas precisavam de uma boa experiência
    com o sistema judicial.
  • 10:20 - 10:24
    Mas, acima de tudo,
    precisavam saber que têm valor,
  • 10:24 - 10:27
    que são dignas de amor e apoio.
  • 10:27 - 10:30
    Então Deus colocou algo em meu coração
  • 10:31 - 10:33
    e criei o projeto Hannah.
  • 10:33 - 10:38
    Hannah, do antigo testamento,
    foi julgada mal por seu tipo de vida.
  • 10:38 - 10:41
    Mas, quando disseram
    a ela que ela tinha valor
  • 10:41 - 10:43
    e que era digna de amor e respeito,
  • 10:43 - 10:46
    isso mudou toda sua vida.
  • 10:46 - 10:50
    O projeto Hannah é único
    e funciona junto ao sistema judiciário.
  • 10:50 - 10:53
    Quando uma mulher
    é presa por prostituição,
  • 10:53 - 10:57
    ela tem a oportunidade
    de participar do projeto Hannah.
  • 10:57 - 10:59
    Quando participam do projeto Hannah,
  • 10:59 - 11:01
    o juiz concorda em retirar
    a acusação contra elas
  • 11:01 - 11:03
    e expurgá-la.
  • 11:03 - 11:06
    Isso é muito importante,
    é um recomeço para essas mulheres.
  • 11:07 - 11:09
    E o que acontece no projeto Hannah?
  • 11:09 - 11:12
    Bem, é um programa de um dia
    organizado pelo tribunal
  • 11:12 - 11:16
    onde essas mulheres recebem
    teste gratuito de HIV e DST
  • 11:16 - 11:18
    e uma aula sobre DST;
  • 11:18 - 11:21
    também recebem informações
    sobre como obter aconselhamento
  • 11:21 - 11:24
    por agressão sexual e trauma;
  • 11:24 - 11:28
    elas também escutam
    de um representante do sistema judicial
  • 11:28 - 11:32
    histórias sobre casos locais
    de mulheres envolvidas na prostituição
  • 11:32 - 11:35
    que foram assassinadas
    ou gravemente feridas.
  • 11:35 - 11:37
    Não fazemos isso para assustá-las,
  • 11:37 - 11:40
    fazemos isso para mostrar a realidade
    que acontece até mesmo aqui,
  • 11:40 - 11:42
    não importando o tamanho da cidade.
  • 11:42 - 11:45
    E, por fim, temos uma palestrante
  • 11:45 - 11:49
    que é ex-vítima de tráfico
    sexual e prostituição.
  • 11:49 - 11:53
    Ela pode falar com essas mulheres
    em um nível muito pessoal
  • 11:53 - 11:56
    e dizer a elas que é possível
    escapar e se recuperar.
  • 11:57 - 12:00
    Temos organizações trabalhando conosco
  • 12:00 - 12:02
    que podem ajudar
    essas mulheres imediatamente,
  • 12:02 - 12:06
    seja para sair dessa vida,
    conseguir um emprego, obter moradia,
  • 12:06 - 12:08
    ajudá-las com a dependência de drogas.
  • 12:09 - 12:13
    Mas o que mais me surpreendeu
    no projeto Hannah
  • 12:13 - 12:17
    foi que o maior efeito veio do tratamento
    de amor e respeito com essas mulheres.
  • 12:17 - 12:21
    No final do dia, as mulheres
    preenchem uma pesquisa,
  • 12:21 - 12:23
    e há uma sessão para comentários.
  • 12:23 - 12:26
    E uma mulher escreveu:
  • 12:26 - 12:29
    "Nesta aula, eu era como todos os outros,
  • 12:29 - 12:31
    e fui tratada como tal desde o início.
  • 12:31 - 12:34
    Isso significou mais
    do que qualquer coisa".
  • 12:35 - 12:37
    Que triste,
  • 12:37 - 12:40
    o simples fato de tratar alguém
    como uma pessoa fazer tanta diferença.
  • 12:41 - 12:43
    Como mostramos a elas amor e respeito?
  • 12:44 - 12:47
    Por afirmação verbal e atos de serviço.
  • 12:47 - 12:50
    O projeto Hannah tem voluntários
  • 12:50 - 12:54
    que não fazem nada além de amar
    e servir a todas essas mulheres.
  • 12:54 - 12:57
    Servimos café da manhã, almoço
  • 12:57 - 12:59
    e, no fim do dia, damos a elas
    uma sacolinha de brindes.
  • 12:59 - 13:03
    É incrível ver um grupo de mulheres
    que chegam pela manhã
  • 13:03 - 13:07
    muito tristes, quebradas e na defensiva,
  • 13:07 - 13:11
    mas, conforme o dia vai passando,
    podemos ver que há esperança,
  • 13:11 - 13:14
    que elas começam a perceber
    que as pessoas se importam com elas,
  • 13:14 - 13:16
    que elas podem ser amadas.
  • 13:16 - 13:18
    No fim do dia, nós nos abraçamos,
  • 13:18 - 13:21
    choramos e amamos juntas.
  • 13:21 - 13:23
    É incrível.
  • 13:23 - 13:26
    E como eu sei que é o amor e respeito
  • 13:26 - 13:28
    que fazem tanta diferença?
  • 13:28 - 13:31
    Porque elas me dizem
    e escrevem a respeito.
  • 13:31 - 13:35
    Tantas mulheres escreveram
    a mesma coisa que aquela mulher escreveu:
  • 13:35 - 13:37
    "Obrigada por se importar".
  • 13:37 - 13:39
    O projeto Hannah está funcionando?
  • 13:39 - 13:40
    Sim, está.
  • 13:40 - 13:45
    Mulheres me ligam,
    mandam e-mails e me visitam
  • 13:45 - 13:49
    para me contar como sua vida mudou
    desde que participaram do projeto Hannah.
  • 13:49 - 13:53
    Estamos começando novas edições do projeto
    em outras cidades do estado do Tennesse
  • 13:53 - 13:55
    e do estado da Georgia.
  • 13:55 - 14:00
    Mais de mil pessoas participaram
    do projeto Hannah desde 2011.
  • 14:00 - 14:05
    Um terço delas foram identificadas
    como vítimas de tráfico sexual.
  • 14:05 - 14:09
    Se não fosse pelo projeto Hannah,
    o sistema judicial teria
  • 14:09 - 14:13
    inadvertidamente condenado
    todas essas vítimas por um crime.
  • 14:15 - 14:18
    Em nossa cultura,
    por conta da nossa atitude cultural,
  • 14:18 - 14:21
    impedimos essas mulheres
    de procurarem ajuda,
  • 14:21 - 14:26
    marcando-as para sempre
    com uma marca de vergonha e julgamento.
  • 14:26 - 14:31
    Nós, como sociedade, precisamos mudar
    nosso ponto de vista sobre a prostituição
  • 14:31 - 14:33
    e ensinar aqueles à nossa volta
  • 14:33 - 14:37
    que prostituição
    não é um crime sem vítimas.
  • 14:38 - 14:42
    Então, qual é a verdade por trás
    do sorriso de uma profissional do sexo?
  • 14:43 - 14:49
    O sorriso é uma máscara
    escondendo o medo, a força,
  • 14:49 - 14:55
    as ameaças, o abuso sexual na infância,
    o estupro, o vício e a vergonha.
  • 14:56 - 15:00
    Isso me faz pensar o que essas garotas
    sonhavam em ser quando crescessem.
  • 15:00 - 15:01
    Obrigada.
  • 15:01 - 15:03
    (Aplausos)
Title:
Profissionais do sexo: a verdade por trás do sorriso | Antoinette Welch | TEDxAntioch
Description:

Nesta palestra, Antoinette Welch, ex-policial em Nashville, Tennessee, que ganhou um caso marcante sob a lei do tráfico sexual aprimorada, identifica e aborda as questões com a percepção social desigual sobre a prostituição, como esses pontos de vista deixam as mulheres se afogarem no ciclo da prostituição e como o Projeto Hannah nivela o jogo para aquelas que querem e precisam de ajuda para sair do ciclo vicioso.

The Hannah Project trabalha em conjunto com o sistema judiciário e é um programa de um dia organizado pelo tribunal para mulheres presas por prostituição. Sua missão é ser o elo perdido entre o sistema judiciário a ajudar a identificar as vítimas do tráfico sexual e as que estão presas no ciclo da prostituição, e é o primeiro desse tipo nos Estados Unidos.

Antoinette Welch, é fundadora do programa The Hannah Project, usado para rastrear vítimas de tráfico sexual, bem como ajudar as mulheres presas no ciclo da prostituição com opções de tratamento e aconselhamento. O Projeto Hannah foi mostrado em cinco documentários e em um best-seller escrito pelo vencedor do Prêmio Pulitzer, Nicolas Kristoff, sobre o tema tráfico sexual. A Sra. Welch passou oito anos como instrutora na John School de Nashville. Em um programa destinado a conhecer infratores que pela primeira vez foram pegos solicitando prostitutas, e para tentar compreender as ramificações completas de seu comportamento e para evitar novas ocorrências.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:11

Portuguese, Brazilian subtitles

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