Alimentos como Medicina |Michael Greger, M.D. | TEDxSedona
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0:15 - 0:18Uma nota pessoal:
-
0:21 - 0:25esta é uma foto minha,
tirada mais ou menos na altura -
0:25 - 0:30em que a minha avó foi diagnosticada
com uma doença cardíaca terminal -
0:30 - 0:33e enviada para casa para morrer.
-
0:33 - 0:37Já fizera tantas cirurgias de "bypass"
que quase não tinha "canalizações", -
0:37 - 0:40estava confinada a uma cadeira de rodas,
com fortes dores no peito. -
0:40 - 0:43A vida dela acabara aos 65 anos.
-
0:45 - 0:48Mas então ouviu falar
de um certo Nathan Pritikin, -
0:48 - 0:51um dos pioneiros
da medicina de estilo de vida, -
0:51 - 0:54e o que aconteceu depois
é narrado na biografia de Pritikin. -
0:54 - 0:57A minha avó era uma das
pessoas "às portas da morte". -
0:57 - 1:01Frances Greger, a minha avó,
chegou numa cadeira de rodas. -
1:01 - 1:04Tinha uma doença cardíaca,
angina de peito, coxeava. -
1:04 - 1:06O seu estado era tão mau
-
1:06 - 1:09que já não podia andar
sem grandes dores no peito e nas pernas. -
1:09 - 1:11No entanto, ao fim de três semanas,
-
1:11 - 1:14não só estava livre da cadeira de rodas
-
1:14 - 1:16como caminhava 16 km por dia!
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1:18 - 1:22Esta é uma foto da minha avó
no casamento do neto, -
1:22 - 1:25Quinze anos após os médicos
lhe dizerem que ela ia morrer. -
1:25 - 1:27Deram-lhe a sentença de morte
aos 65 anos -
1:27 - 1:30mas, graças a uma dieta saudável,
-
1:30 - 1:34pôde aproveitar mais 31 anos
neste planeta até aos 96 anos... -
1:35 - 1:38(Aplausos)
-
1:39 - 1:43para apreciar os seus seis netos,
incluindo eu. -
1:43 - 1:46É por isso que eu fui para medicina.
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1:46 - 1:48(Risos)
-
1:48 - 1:51Anos mais tarde,
quando o Dr. Dean Ornish publicou -
1:51 - 1:53o seu histórico ensaio sobre o coração,
-
1:53 - 1:56provando, através
da angiografia quantitativa -
1:56 - 1:59que as doenças cardíacas
podiam reverter-se, as artérias dilatarem, -
1:59 - 2:01sem drogas, nem cirurgia,
-
2:01 - 2:04apenas com um programa
baseado em dieta e estilo de vida, -
2:04 - 2:07eu presumi que isso ia mudar tudo.
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2:07 - 2:12A minha família viu-o com os seus olhos,
mas aqui estava, preto no branco, -
2:12 - 2:15publicado numa das revistas médicas
mais prestigiadas do mundo -
2:15 - 2:18e, no entanto, nada aconteceu.
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2:18 - 2:19Eu disse: "Esperem um segundo".
-
2:19 - 2:23Se, efectivamente, a cura
para a nossa doença mais mortal -
2:23 - 2:26podia perder-se e ser ignorada,
-
2:26 - 2:29o que mais existiria na literatura médica
que pudesse ajudar os meus doentes -
2:29 - 2:33mas que não era promovido
pelo orçamento de uma empresa? -
2:33 - 2:37Bem, a missão da minha vida
passou a ser descobrir isso. -
2:37 - 2:39Para quem não conhece o meu trabalho,
-
2:39 - 2:41todos os anos eu leio todas as publicações
-
2:41 - 2:44das revistas médicas
de nutrição, em língua inglesa, -
2:44 - 2:47para que as pessoas como vocês
não precisem de o fazer. -
2:47 - 2:48(Risos)
-
2:48 - 2:52Depois, compilo as descobertas
mais interessantes, inovadoras e práticas -
2:52 - 2:54nos meus vídeos e artigos
que envio todos os dias -
2:54 - 2:57para o meu site, NutritionFacts.org.
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2:57 - 2:59Tudo o que está no site é gratuito.
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2:59 - 3:01Não há anúncios
nem patrocínios de empresas. -
3:01 - 3:04É estritamente não-comercial.
Não vendemos nada. -
3:04 - 3:07É colocado no site como
serviço público, um acto de amor, -
3:07 - 3:11em homenagem à minha avó.
-
3:12 - 3:15Todos os dias há novos vídeos e artigos
-
3:15 - 3:18sobre as novidades da nutrição
baseadas em provas. -
3:18 - 3:20Que grande conceito!
-
3:20 - 3:22Onde é que Pritikin
foi buscar as suas provas? -
3:22 - 3:26Uma rede de hospitais missionários
montada na África subsaariana -
3:26 - 3:29descobriu o que pode ser um dos
mais importantes avanços na medicina, -
3:29 - 3:32— segundo uma das figuras médicas
mais notórias do século passado, -
3:33 - 3:34o Dr. Dennis Burkit —
-
3:34 - 3:37o facto de que muitas das doenças
mais comuns e mais graves, -
3:37 - 3:40como a doença cardíaca,
eram raras no mundo. -
3:40 - 3:43Na população africana do Uganda,
por exemplo, -
3:43 - 3:46a doença arterial coronária
quase não existia. -
3:46 - 3:50Esperem aí, o nosso assassino nº1
quase não existia? -
3:50 - 3:52O que é que eles comiam?
-
3:52 - 3:53(Risos)
-
3:54 - 3:57Comiam muitos vegetais,
grãos e verduras, -
3:57 - 4:03e as proteínas provinham
quase inteiramente de fontes vegetais, -
4:03 - 4:06e tinham os níveis de colesterol
para o provar, -
4:06 - 4:10muito semelhantes aos que vemos
num vegetariano moderno. -
4:10 - 4:12Vocês dizem: "Espere aí.
-
4:12 - 4:14"Talvez eles apenas morressem mais cedo
-
4:14 - 4:17"e nunca chegassem a ter
doenças cardíacas". -
4:17 - 4:20Não. Estas são taxas de ataques cardíacos,
para idades semelhantes, -
4:20 - 4:22no Uganda e em St. Louis.
-
4:23 - 4:27Das 632 autópsias no Uganda,
apenas um enfarte do miocárdio. -
4:27 - 4:32Em 632 autópsias correspondentes
em idade e sexo no Missouri, -
4:32 - 4:34136 enfartes do miocárdio
-
4:34 - 4:37— uma taxa mais de 100 vezes maior
da nossa doença mais mortal. -
4:37 - 4:41Ficaram tão espantados, que voltaram
ao Uganda e fizeram mais 800 autópsias. -
4:41 - 4:45Só havia aquele pequeno enfarte curado;
nem sequer tinha sido a causa de morte. -
4:45 - 4:50Em 1427 doentes,
menos de um caso em 1000, -
4:51 - 4:54enquanto que aqui
essa doença é uma epidemia. -
4:55 - 5:01A aterosclerose, o endurecimento
das artérias, começa na infância. -
5:02 - 5:06Aos 10 anos, quase todos os miúdos
que crescem com a dieta típica americana -
5:06 - 5:09já têm estrias de gordura
a acumular-se dentro das artérias -
5:09 - 5:12— a primeira fase da doença.
-
5:12 - 5:16Essas estrias transformam-se
em placas quando temos 20 anos, -
5:16 - 5:20pioram aos 30,
e depois podem começar a matar-nos. -
5:22 - 5:24No coração, chama-se ataque cardíaco;
-
5:24 - 5:27no cérebro, a mesma doença pode provocar
um acidente vascular cerebral. -
5:27 - 5:33Portanto, se há aqui alguém
com mais de 10 anos... -
5:34 - 5:36(Risos)
-
5:37 - 5:41a questão não é se querem alimentar-se bem
para evitar doenças cardíacas, -
5:41 - 5:46mas se querem inverter a doença cardíaca
que provavelmente já têm, -
5:47 - 5:48quer já o saibam, quer não.
-
5:49 - 5:50Mas isso é mesmo possível?
-
5:50 - 5:53Quando se estudaram
pessoas com doenças cardíacas, -
5:53 - 5:55colocando-as na dieta de base vegetal
-
5:55 - 5:57das populações que não sofriam
desta epidemia cardíaca, -
5:57 - 6:00a esperança era poder abrandar
um pouco a doença, -
6:00 - 6:03ou mesmo pará-la.
-
6:04 - 6:07Mas em vez disso
aconteceu algo de milagroso. -
6:07 - 6:10Assim que deixavam de comer
dietas entupidoras das artérias, -
6:10 - 6:13o corpo conseguia dissolver
parte da placa, -
6:13 - 6:15abrindo as artérias,
mas sem fármacos nem cirurgia, -
6:15 - 6:18o que sugere que o corpo
sempre quisera estar saudável, -
6:18 - 6:21mas nunca lhe fora dada
essa oportunidade. -
6:21 - 6:26Essa incrível melhoria do fluxo sanguíneo
para o próprio músculo cardíaco -
6:26 - 6:32ocorreu apenas três semanas depois
de uma nutrição baseada em vegetais. -
6:33 - 6:36O corpo humano é
uma máquina que se cura a si mesma, -
6:36 - 6:41a não ser que seja agredido
com um garfo três vezes por dia. -
6:41 - 6:46Claro que podemos ser mais moderados
e agredi-lo com um martelo mais pequeno... -
6:46 - 6:48(Risos)
-
6:48 - 6:51mas por que razão agredi-lo?
-
6:51 - 6:53Isto não é nada de novo.
-
6:53 - 6:56Na revista American Heart, 1977,
há casos como o Sr. F.W.: -
6:56 - 6:58Tinha uma doença cardíaca tão má
-
6:58 - 7:01que nem conseguia
andar até à caixa de correio. -
7:01 - 7:04Começou a alimentar-se melhor
e, alguns meses depois, -
7:04 - 7:07estava a escalar montanhas, sem dores.
-
7:07 - 7:08Boa!
-
7:08 - 7:10(Risos)
-
7:10 - 7:14Existe agora no mercado um novo tipo
de drogas anti-angina de peito. -
7:14 - 7:16Custam milhares de dólares por ano,
-
7:16 - 7:19mas na dose mais alta,
só podem prolongar a duração do exercício -
7:19 - 7:22uns 33,5 segundos.
-
7:22 - 7:23(Risos)
-
7:24 - 7:26Parece que quem escolher os fármacos
-
7:26 - 7:30não vai escalar montanhas tão cedo.
-
7:30 - 7:32(Risos)
-
7:32 - 7:35A alimentação de base vegetal
não é só mais segura e mais barata. -
7:35 - 7:40Pode funcionar melhor porque
trata as causas reais da doença. -
7:42 - 7:46Habitualmente, falo do cancro,
das 15 principais causas de morte, -
7:46 - 7:50falo sobre como a alimentação
poderá evitar, parar ou reverter -
7:50 - 7:53cada um dos 15 principais assassinos,
mas que mais é preciso saber? -
7:53 - 7:58Só há uma dieta já comprovada
na reversão das doenças do coração -
7:58 - 8:00na maioria dos doentes:
uma dieta baseada em vegetais. -
8:00 - 8:05Portanto quando alguém vos tentar vender
uma dieta nova, façam-me um favor, -
8:05 - 8:07façam uma pergunta simples:
-
8:07 - 8:10"Essa dieta já foi comprovada
na reversão da doença cardíaca, -
8:10 - 8:12"a razão mais provável
para nós morrermos?" -
8:12 - 8:15Se a resposta for "Não", porque
haveremos sequer de a considerar? -
8:15 - 8:18Se isto é tudo o que
uma dieta vegetal pode fazer, -
8:18 - 8:21reverter a principal causa de morte
de homens e mulheres, -
8:22 - 8:26não deveria ela ser a dieta padrão
até provas em contrário? -
8:26 - 8:28O facto de poder ser útil
na prevenção, paragem ou reversão -
8:29 - 8:32de outras doenças mortais
como a diabetes tipo 2 e a hipertensão, -
8:32 - 8:36parece tornar avassalador o argumento
para uma alimentação de base vegetal. -
8:37 - 8:41A maior parte das mortes
nos EUA são evitáveis -
8:42 - 8:45e estão relacionadas com a alimentação.
-
8:46 - 8:48Segundo o Estudo
do Peso Global das Doenças -
8:48 - 8:51— a maior análise de factores de risco
de doenças humanas na história, -
8:51 - 8:54financiado pela Fundação
Bill and Melinda Gates — -
8:54 - 8:58a principal causa de morte
nos EUA é a nossa dieta. -
8:58 - 9:04A principal causa de incapacidade
nos EUA é a nossa dieta. -
9:04 - 9:07Já deixou o tabagismo no segundo lugar,
-
9:07 - 9:11pois os cigarros agora só matam
meio milhão de americanos por ano, -
9:11 - 9:15enquanto que a nossa dieta
mata centenas de milhares mais. -
9:17 - 9:20Se a maioria das mortes é evitável
e está relacionada com a nutrição, -
9:20 - 9:23então, obviamente, a nutrição
é a principal matéria -
9:23 - 9:26ensinada nas faculdades
de medicina, certo? -
9:26 - 9:27(Risos)
-
9:27 - 9:30Quero dizer, obviamente
é a principal coisa -
9:30 - 9:35de que o seu médico vos fala
em todas as consultas, certo? -
9:37 - 9:40Como pode haver esta desconexão
-
9:40 - 9:44entre a ciência e a prática da medicina?
-
9:46 - 9:49Vamos fazer um exercício de imaginação.
-
9:49 - 9:55Imaginem-se um fumador
na década de 1950. -
9:55 - 9:57(Risos)
-
9:57 - 10:02Nessa altura, o consumo médio
de cigarros "per capita" -
10:02 - 10:04era de 4000 cigarros por ano,
-
10:04 - 10:09o que significa que, em média,
as pessoas fumavam meio maço por dia. -
10:09 - 10:13Os meios de comunicação
diziam às pessoas para fumar. -
10:13 - 10:17Atletas famosos concordavam,
até o Pai Natal queria que vocês fumassem. -
10:17 - 10:19(Risos)
-
10:20 - 10:22Quero dizer, vejam isto.
-
10:22 - 10:25"Querem manter-se em forma e elegantes?"
-
10:25 - 10:29Então, certifiquem-se que fumam
e comem muitos cachorros quentes, -
10:29 - 10:32e muito açúcar, para continuar magro.
-
10:32 - 10:34Bem melhor que essa maçã.
-
10:34 - 10:37Quero dizer, como é que é possível?
-
10:37 - 10:40"As maçãs estão conotadas
com saúde e frescura," -
10:40 - 10:42lê-se num memorando
da indústria tabaqueira, -
10:42 - 10:45o que traz "muitas possibilidades
para cigarros para jovens, com esse sabor." -
10:45 - 10:49Queriam fazer cigarros com sabor a maçã
para os miúdos. Uma pouca vergonha! -
10:51 - 10:54"Para uma boa digestão, fume."
-
10:55 - 10:58A Phillip Morris não alegava
poderes curativos, -
10:58 - 11:02mas era melhor estar prevenido
e fumar, do que remediar. -
11:05 - 11:09"Sopre na cara dela
e ela segui-lo-á por toda a parte!" -
11:09 - 11:12(Risos)
-
11:17 - 11:20"Nenhuma mulher diz que não."
-
11:20 - 11:23São "tão redondos, tão firmes,
tão carregados." -
11:23 - 11:25(Risos)
-
11:26 - 11:31Afinal de contas, o John Wayne fumava-os
até ter cancro do pulmão e morrer. -
11:32 - 11:36Nessa altura, até os trogloditas fumavam.
-
11:36 - 11:38(Risos)
-
11:39 - 11:42E os médicos igualmente.
-
11:42 - 11:46Isto não quer dizer que não houvesse
controvérsia entre os médicos. -
11:46 - 11:51Uns médicos fumavam Camels,
outros preferiam Luckys, -
11:51 - 11:53portanto, havia algum desentendimento.
-
11:53 - 11:56O líder do Senado dos EUA concordava:
-
11:56 - 11:58"Quem quer proporcionar
uma pausa à garganta?" -
11:59 - 12:01"Nem um único caso
de irritação da garganta." -
12:01 - 12:07Como poderia haver, se "os cigarros
são tão puros como a água que bebemos." -
12:09 - 12:11Talvez em Flint, no Michigan.
-
12:11 - 12:13(Risos)
-
12:13 - 12:16Mas não se preocupem,
se ficarem inflamados, -
12:16 - 12:20o médico pode passar
uma receita para cigarros. -
12:20 - 12:24Isto apareceu na revista
da Associação Americana de Medicina. -
12:24 - 12:27Quando a AMA dizia que o fumo,
em geral, era bom para nós, -
12:27 - 12:29quando a Associação Americana
de Medicina dizia isso, -
12:29 - 12:33a quem poderíamos recorrer
se apenas quiséssemos os factos? -
12:34 - 12:37Quais são os dados novos
avançados pela ciência? -
12:37 - 12:39Ela estava demasiado cansada
para se divertir. -
12:39 - 12:41"mas depois fumou um Camel."
-
12:41 - 12:43(Risos)
-
12:43 - 12:47Babe Ruth falou de ciência médica
baseada em provas, -
12:47 - 12:52pelo menos enquanto ainda podia falar
antes de morrer de cancro da garganta. -
12:54 - 12:59Vejam, se por algum milagre houvesse
um site SmokingFacts.org -
12:59 - 13:01que pudesse divulgar
directamente a ciência, -
13:01 - 13:04ultrapassando filtros institucionais
corruptíveis pelo dinheiro, -
13:04 - 13:06talvez soubéssemos de estudos como este.
-
13:06 - 13:10Isto é um Estudo com Adventistas
na Califórnia, publicado em 1958, -
13:10 - 13:15que mostrava que os não-fumadores tinham
menos 90% de cancro que os fumadores. -
13:15 - 13:17Mas não foi o primeiro.
-
13:17 - 13:20Quando perguntaram ao famoso cirurgião
Michael DeBakey -
13:20 - 13:22porque é que estudos dos anos 30
-
13:22 - 13:25que relacionavam o cancro do pulmão
com o tabagismo tinham sido ignorados, -
13:25 - 13:28ele teve de lhes lembrar
como era nessa altura. -
13:28 - 13:30Éramos uma sociedade de fumadores.
Estava em toda a parte. -
13:30 - 13:32Estava no cinema, nos aviões.
-
13:32 - 13:35As reuniões dos médicos
eram uma enorme nuvem de fumo. -
13:35 - 13:39Numa palavra fumar era normal.
-
13:40 - 13:43Ok. Então voltemos
ao nosso exercício de pensamento. -
13:43 - 13:48Se fôssemos um fumador nos anos 50
que conhecesse os factos, o que faríamos? -
13:48 - 13:50Com acesso à ciência
-
13:50 - 13:53perceberíamos que o melhor
balanço das provas disponíveis -
13:53 - 13:55sugeria que o hábito de fumar
não era muito bom. -
13:55 - 13:58Então mudávamos ou esperávamos?
-
13:58 - 14:00Se esperássemos que o médico,
entre fumaradas, -
14:00 - 14:04dissesse para desistirmos,
já teríamos cancro. -
14:05 - 14:08Se esperássemos que os poderes instituídos
o reconhecessem, -
14:08 - 14:11como o Director-Geral de Saúde
fez na década seguinte, -
14:11 - 14:13já estaríamos mortos.
-
14:13 - 14:20Foram precisos mais de 7000 estudos
e a morte de muitos fumadores -
14:20 - 14:23antes de sair o primeiro relatório do
Director-Geral de Saúde contra o tabagismo. -
14:23 - 14:27Seria de pensar que, depois
dos primeiros 6000 estudos, -
14:27 - 14:29talvez as pessoas recebessem um aviso?
-
14:30 - 14:33É uma indústria poderosa.
-
14:33 - 14:38Talvez devêssemos ter parado de fumar
depois do 700.º estudo, como este. -
14:39 - 14:43Um fumador nos anos 50 tinha, por um lado,
a sociedade, o governo, -
14:43 - 14:46a própria classe médica
a dizer-lhe para fumar. -
14:47 - 14:51E, por outro lado,
tudo o que tínhamos era a ciência. -
14:51 - 14:54Se ao menos estivéssemos a par
de estudos como este. -
14:54 - 14:56Muito bem, avancemos 55 anos.
-
14:56 - 14:59Há um novo estudo
com Adventistas na Califórnia -
14:59 - 15:02a avisar os americanos doutra coisa
que podem estar a pôr na boca. -
15:02 - 15:06Claro, não é só um estudo;
é o conjunto de todos os estudos. -
15:06 - 15:09A mortalidade por todas as causas juntas
de muitas das doenças mais temidas, -
15:09 - 15:14é significativamente menor entre aqueles
que seguem dietas baseadas em plantas. -
15:14 - 15:20Portanto, em vez de fazer o mesmo
que os fumadores dos anos 50, -
15:21 - 15:24imaginem que vocês,
ou alguém que conhecem, -
15:24 - 15:27seguem os hábitos alimentares
de hoje nos EUA. -
15:28 - 15:29O que é que fazemos?
-
15:29 - 15:33Com o acesso à ciência, percebemos
que o melhor balanço das provas disponíveis -
15:33 - 15:35sugere que esses hábitos
alimentares não são bons. -
15:35 - 15:37Então mudamos ou esperamos?
-
15:37 - 15:41Se esperarem até que o médico
vos diga, entre garfadas, para mudar, -
15:42 - 15:43será tarde demais.
-
15:43 - 15:46Mesmo após o relatório
do Director-Geral de Saúde ter saído, -
15:46 - 15:49a Associação Americana de Medicina
recusou-se oficialmente a apoiá-lo. -
15:49 - 15:53Porquê? Talvez porque tinham acabado
de receber um cheque de 10 milhões -
15:53 - 15:55da indústria do tabaco?
-
15:55 - 15:56Será?
-
15:56 - 15:57(Risos)
-
15:57 - 16:00Sabemos porque é
que a indústria do tabaco, -
16:00 - 16:03porque é que a AMA estava
a apoiar a indústria do tabaco, -
16:03 - 16:05mas porque é que não havia
mais médicos individuais a falar? -
16:05 - 16:08Havia algumas almas corajosas
à frente do seu tempo, -
16:08 - 16:11que falavam contra indústrias
que matavam milhões, -
16:11 - 16:12Mas porque é que não havia mais?
-
16:12 - 16:19Talvez porque a maioria
dos próprios médicos -
16:19 - 16:20fumava cigarros.
-
16:20 - 16:23Tal como hoje muitos médicos
continuam a comer -
16:23 - 16:26alimentos que contribuem
para a epidemia de doenças alimentares. -
16:26 - 16:29Qual era o grito de guerra
da AMA nessa altura? -
16:29 - 16:30Tudo com moderação.
-
16:31 - 16:36"Extensos estudos científicos provaram
que fumar com moderação".... sim, está bem. -
16:36 - 16:38Soa familiar?
-
16:39 - 16:42A indústria alimentar usou
as mesmas tácticas das tabaqueiras, -
16:42 - 16:44distorcendo a ciência, desinformando.
-
16:44 - 16:46Os mesmos cientistas que foram pagos
-
16:46 - 16:48para menosprezar os riscos
de cigarros e de químicos tóxicos -
16:48 - 16:52foram também pagos pela
Associação Nacional de Pasteleiros -
16:52 - 16:54para menosprezar os riscos dos doces
-
16:54 - 16:59e os mesmos pagos pela indústria da carne
para menosprezar os riscos da carne, -
16:59 - 17:02sabendo-se que os produtos
de origem animal ou processados -
17:02 - 17:08matam pelo menos
14 milhões de pessoas por ano. -
17:08 - 17:12Então, para nós que estamos envolvidos
nesta revolução da nutrição, comprovada, -
17:12 - 17:15falamos de 14 milhões de vidas em risco.
-
17:16 - 17:18Talvez a nutrição de base vegetal
-
17:18 - 17:22devesse ser considerada o equivalente
nutricional de deixar de fumar. -
17:22 - 17:24Mas quanto tempo temos de esperar
-
17:24 - 17:25antes de os Centros de Saúde dizerem
-
17:26 - 17:27para não esperarmos pela cirurgia
-
17:27 - 17:30e começarmos também
a comer de forma mais saudável? -
17:30 - 17:32Enquanto o sistema não mudar,
-
17:32 - 17:35precisamos de assumir
a responsabilidade pessoal -
17:35 - 17:37pela nossa saúde e da nossa família.
-
17:37 - 17:41Não podemos esperar até que a sociedade
se actualize com a ciência -
17:42 - 17:45porque é uma questão de vida ou de morte.
-
17:45 - 17:47Há uns anos,
-
17:48 - 17:51o Dr. Kim Williams tornou-se presidente
do Colégio Americano de Cardiologia. -
17:51 - 17:53Perguntaram-lhe numa entrevista
-
17:53 - 17:56porque é que seguia a mesma dieta
que recomenda aos seus doentes, -
17:56 - 17:58uma dieta estritamente vegetal.
-
17:58 - 18:01"Não me importo de morrer,"
respondeu o Dr. Williams. -
18:02 - 18:04"Só não quero que seja por minha causa."
-
18:04 - 18:06(Risos)
-
18:06 - 18:08Obrigado.
-
18:08 - 18:12(Aplausos)
- Title:
- Alimentos como Medicina |Michael Greger, M.D. | TEDxSedona
- Description:
-
De acordo com o Estudo Global do Peso das Doenças (o maior estudo de factores de risco de doenças na história, financiado pela Fundação Bill and Melinda Gates), a principal causa, quer de mortes, quer de deficiência, nos EUA, é a alimentação. Os cigarros agora matam apenas meio milhão de americanos por ano, enquanto que a nossa alimentação parece matar centenas de milhares mais. A boa notícia é que isso significa que temos um tremendo poder sobre o destino da nossa saúde e sobre a nossa longevidade.
A alimentação saudável tem o potencial, não só de prevenir, mas de inverter algumas das principais causas de morte incluindo as doenças cardíacas, a diabetes de tipo 2, e a hipertensão. Então, por que razão a nutrição não é a principal matéria ensinada nas faculdades de medicina?
O Dr. Michael Greger é médico, autor e orador sobre assuntos de saúde pública, particularmente sobre os benefícios de uma alimentação com base em vegetais integrais e os perigos de comer produtos de origem animal. É vegano e criador do NutritionFacts.org.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:29
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Food as Medicine | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Food as Medicine | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona | |
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for Food as Medicine | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona | |
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João Madureira edited Portuguese subtitles for Food as Medicine | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona | |
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João Madureira edited Portuguese subtitles for Food as Medicine | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona |