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O alimentos como remédio | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona

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    Um toque pessoal...
  • 0:21 - 0:27
    esta é uma foto minha, tirada mais
    ou menos ao mesmo tempo que a minha avó
  • 0:27 - 0:32
    foi diagnosticada com doença cardíaca
    terminal e enviada para casa para morrer.
  • 0:33 - 0:36
    Ela já tinha feito tantas pontes,
    que não tinha mais artérias,
  • 0:36 - 0:38
    presa à cadeira de rodas,
    fortes dores no peito.
  • 0:38 - 0:43
    A vida dela estava acabada aos 65 anos.
  • 0:45 - 0:48
    Então ela ouviu falar
    deste cara, Nathan Pritikin,
  • 0:48 - 0:51
    um dos pioneiros
    da medicina de estilo de vida,
  • 0:51 - 0:54
    e o que aconteceu depois
    é narrado na biografia de Pritikin.
  • 0:54 - 0:57
    A minha avó era uma das pessoas
    "às portas da morte".
  • 0:57 - 1:01
    Frances Greger, a minha avó,
    chegou numa cadeira de rodas.
  • 1:01 - 1:04
    Ela tinha doença cardíaca,
    angina, claudicação.
  • 1:04 - 1:06
    A condição dela era tão ruim
  • 1:06 - 1:09
    que não podia andar sem fortes
    dores no peito e nas pernas.
  • 1:09 - 1:11
    No entanto, dentro de três semanas,
  • 1:11 - 1:14
    não só estava livre da cadeira de rodas,
  • 1:14 - 1:17
    como caminhava 16 km por dia!
  • 1:18 - 1:22
    Aqui está uma foto da minha avó
    no casamento do neto,
  • 1:22 - 1:25
    15 anos após os médicos
    terem abandonado ela para morrer.
  • 1:25 - 1:30
    Recebeu uma sentença de morte aos 65 anos,
    mas, graças à uma dieta saudável,
  • 1:30 - 1:35
    foi capaz de aproveitar mais 31 anos
    neste planeta até ter 96 anos...
  • 1:35 - 1:38
    (Aplausos)
  • 1:39 - 1:43
    para curtir os seis netos, incluindo eu.
  • 1:43 - 1:46
    É por isso que entrei na área médica.
  • 1:46 - 1:48
    (Risos)
  • 1:48 - 1:53
    Anos mais tarde, quando Dr. Dean Ornish
    publicou o épico ensaio sobre o coração,
  • 1:53 - 1:56
    provando, através da chamada
    angiografia quantitativa,
  • 1:56 - 1:59
    que a doença cardíaca poderia
    ser revertida, as artérias dilatariam,
  • 1:59 - 2:01
    sem drogas ou cirurgia,
  • 2:01 - 2:04
    apenas com um programa
    de dieta e estilo de vida saudáveis,
  • 2:04 - 2:07
    eu presumi que isso seria
    uma forma de mudar o jogo.
  • 2:07 - 2:12
    Minha família tinha presenciado isso,
    mas aqui estava, preto no branco,
  • 2:12 - 2:16
    publicado num dos jornais médicos
    mais prestigiados do mundo,
  • 2:16 - 2:18
    e no entanto nada aconteceu.
  • 2:18 - 2:19
    Eu disse: "Espere um segundo".
  • 2:19 - 2:23
    Se efetivamente a cura
    para nossa doença mortal número um
  • 2:23 - 2:26
    podia perder-se e ser ignorada,
  • 2:26 - 2:29
    o que mais existe na literatura médica
    que pode ajudar os meus pacientes,
  • 2:29 - 2:33
    mas que simplesmente não foi promovido
    pelo orçamento de alguma empresa?
  • 2:33 - 2:37
    Bem, eu fiz desta a missão
    da minha vida, descobrir isso.
  • 2:37 - 2:39
    Para os que não conhecem meu trabalho,
  • 2:39 - 2:43
    todos os anos eu leio todas as publicações
    dos jornais médicos de nutrição em inglês
  • 2:43 - 2:47
    pra que pessoas ocupadas,
    como vocês, não precisem fazê-lo.
  • 2:47 - 2:48
    (Risos)
  • 2:48 - 2:52
    Depois compilo as descobertas
    mais interessantes, inovadoras e práticas
  • 2:52 - 2:57
    nos meus vídeos e artigos que envio todos
    os dias ao meu site NutritionFacts.org.
  • 2:57 - 2:59
    Tudo que está no site é gratuito.
  • 2:59 - 3:01
    Não há propagandas
    e nem patrocínios de empresas.
  • 3:01 - 3:04
    Estritamente não-comercial.
    Não vendemos nada.
  • 3:04 - 3:07
    É usado como um serviço público,
    como um trabalho de amor,
  • 3:07 - 3:12
    como um tributo à minha avó.
  • 3:12 - 3:17
    Sempre há novos vídeos, novidades,
    artigos de nutrição baseada em evidências.
  • 3:17 - 3:19
    Que conceito!
  • 3:20 - 3:22
    De onde Pritikin obteve as evidências?
  • 3:22 - 3:26
    Uma rede de hospitais missionários
    montada na África subsariana
  • 3:26 - 3:29
    revelou o que pode ser um
    dos mais importantes avanços da medicina,
  • 3:29 - 3:32
    segundo uma das figuras médicas
    mais notórias do século passado,
  • 3:32 - 3:34
    Dr. Dennis Burkit,
  • 3:34 - 3:37
    o fato de que muitas das nossas
    doenças mais comuns e graves,
  • 3:37 - 3:40
    como a doença cardíaca,
    serem universalmente raras.
  • 3:40 - 3:43
    Na população africana
    da Uganda, por exemplo,
  • 3:43 - 3:46
    a doença arterial coronariana
    quase não existia.
  • 3:46 - 3:50
    Espere um segundo, nosso assassino
    número um era quase inexistente?
  • 3:50 - 3:52
    O que eles comiam?
  • 3:52 - 3:53
    (Risos)
  • 3:54 - 3:57
    Bem, eles comiam muitos vegetais,
    grãos e verduras,
  • 3:57 - 4:03
    e a proteína era quase
    inteiramente de fontes vegetais,
  • 4:03 - 4:05
    e os níveis de colesterol provavam isso,
  • 4:06 - 4:10
    muito semelhantes ao que vemos
    num vegetariano moderno.
  • 4:10 - 4:12
    Vocês dizem: "Espere um segundo".
  • 4:12 - 4:16
    Talvez eles apenas morressem mais cedo
    e nunca chegassem a ter doença cardíaca.
  • 4:16 - 4:23
    Não. Vejam as taxas de ataque cardíaco
    na mesma idade, na Uganda e em St. Louis.
  • 4:23 - 4:26
    Das 632 autópsias na Uganda,
    apenas um infarte do miocárdio.
  • 4:27 - 4:32
    Em 632 autópsias correspondentes
    em idade e sexo no Missouri,
  • 4:32 - 4:34
    136 infartes do miocárdio;
  • 4:34 - 4:37
    uma taxa 100 vezes maior
    da nossa doença mais mortal.
  • 4:37 - 4:41
    Eles ficaram tão espantados, que fizeram
    mais 800 autópsias na Uganda.
  • 4:41 - 4:45
    Havia só aquele pequeno infarte curado,
    nem sequer tinha sido a causa de morte,
  • 4:45 - 4:50
    em 1.427 pacientes;
    menos de um caso em mil,
  • 4:51 - 4:55
    enquanto por aqui é epidêmico.
  • 4:55 - 5:01
    A arteriosclerose, o endurecimento
    das artérias, começa na infância.
  • 5:01 - 5:06
    Aos dez anos, quase todas as crianças
    com a dieta norte-americana padrão
  • 5:06 - 5:09
    já tem estrias de gorduras
    se acumulando dentro das artérias,
  • 5:10 - 5:12
    a primeira fase da doença.
  • 5:12 - 5:16
    Essas estrias se transformam
    em placas quando temos 20 anos,
  • 5:16 - 5:21
    pioram aos 30, e depois
    começam a nos matar.
  • 5:22 - 5:24
    No coração, chama-se ataque cardíaco;
  • 5:24 - 5:27
    no cérebro, a mesma doença pode provocar
    um acidente vascular cerebral.
  • 5:27 - 5:34
    Portanto, se há aqui alguém
    com mais de dez anos...
  • 5:34 - 5:37
    (Risos)
  • 5:37 - 5:41
    A questão não é se querem se alimentar
    bem para prevenir a doença cardíaca;
  • 5:41 - 5:46
    mas se querem reverter a doença cardíaca
    que provavelmente já têm,
  • 5:47 - 5:49
    quer saibam ou não.
  • 5:49 - 5:50
    Mas isso é mesmo possível?
  • 5:50 - 5:53
    Quando se estudou pessoas
    com doença cardíaca,
  • 5:53 - 5:54
    elas fizeram a dieta de base vegetal
  • 5:54 - 5:57
    das populações que não sofriam
    desta epidemia cardíaca,
  • 5:57 - 6:00
    e a esperança era poder
    desacelerar um pouco a doença,
  • 6:00 - 6:03
    ou mesmo pará-la.
  • 6:04 - 6:07
    Mas em vez disso,
    aconteceu algo miraculoso.
  • 6:07 - 6:10
    Ao deixarem de comer
    dietas entupidoras das artérias,
  • 6:10 - 6:12
    os corpos foram capazes
    de dissolver parte da placa,
  • 6:12 - 6:15
    abrindo as artérias,
    mas sem remédios ou cirurgia
  • 6:15 - 6:18
    sugerindo que os corpos
    sempre quiseram estar saudáveis,
  • 6:18 - 6:21
    mas nunca lhes foi dada a oportunidade.
  • 6:21 - 6:26
    Esta incrível melhoria do fluxo sanguíneo
    para o próprio músculo cardíaco
  • 6:26 - 6:32
    ocorreu após apenas três semanas
    de nutrição baseada em vegetais.
  • 6:32 - 6:36
    O corpo humano é uma máquina de autocura,
  • 6:36 - 6:41
    a não ser que você o agrida
    com um garfo três vezes ao dia.
  • 6:41 - 6:46
    Claro que você pode escolher ser moderado
    e agredir-se com um martelo menor...
  • 6:46 - 6:48
    (Risos)
  • 6:48 - 6:51
    mas por que agredir-se?
  • 6:51 - 6:53
    Isto não é nada novo.
  • 6:53 - 6:56
    American Heart Journal, 1977,
    casos como o Sr. F.W.:
  • 6:56 - 6:58
    sua doença cardíaca estava tão ruim,
  • 6:58 - 7:01
    que ele nem conseguia
    chegar à caixa de correio.
  • 7:01 - 7:04
    Começou a alimentar-se
    melhor, e meses depois,
  • 7:04 - 7:07
    estava escalando montanhas, sem dores.
  • 7:07 - 7:08
    Tudo certo?
  • 7:08 - 7:10
    (Risos)
  • 7:10 - 7:14
    Existe agora um novo tipo
    de drogas contra a angina no mercado.
  • 7:14 - 7:16
    Custam milhares de dólares por ano,
  • 7:16 - 7:20
    mas na dose mais alta,
    podem prolongar a duração do exercício
  • 7:20 - 7:21
    apenas uns 33,5 segundos.
  • 7:21 - 7:24
    (Risos)
  • 7:24 - 7:26
    Parece que quem escolher os remédios
  • 7:26 - 7:30
    não vai escalar montanhas em breve.
  • 7:30 - 7:32
    (Risos)
  • 7:32 - 7:34
    A nutrição de base vegetal
    é mais segura e barata.
  • 7:34 - 7:40
    E pode funcionar melhor porque trata
    as causas reais da doença.
  • 7:42 - 7:46
    Normalmente, falaria sobre o câncer
    e outras 15 principais causas de morte,
  • 7:46 - 7:49
    falaria sobre como a alimentação
    pode prevenir, parar ou reverter
  • 7:49 - 7:53
    os 15 principais assassinos,
    mas o que mais você precisa saber?
  • 7:53 - 7:58
    Há apenas uma dieta já comprovada
    na reversão das doenças do coração
  • 7:58 - 8:00
    na maioria dos pacientes:
    dieta baseada em vegetais.
  • 8:00 - 8:05
    Portanto quando alguém tentar lhe vender
    alguma dieta nova, faça-me um favor,
  • 8:05 - 8:06
    faça uma pergunta simples:
  • 8:06 - 8:10
    "Esta dieta já foi comprovada
    na reversão da doença cardíaca,
  • 8:10 - 8:12
    a razão número um pela qual
    eu e meus próximos morreremos?"
  • 8:12 - 8:15
    Se a resposta for "não",
    por que considerá-la?
  • 8:15 - 8:18
    Se isto é tudo o que uma dieta
    vegetal pode fazer,
  • 8:18 - 8:21
    reverter a principal causa de morte
    de homens e mulheres,
  • 8:22 - 8:26
    não deveria ser ela a dieta padrão
    até provas em contrário?
  • 8:26 - 8:28
    O fato de poder ser útil
    para prevenir, impedir ou reverter
  • 8:28 - 8:31
    outras doenças mortais
    como diabetes tipo 2 e hipertensão,
  • 8:31 - 8:37
    torna o argumento de uma alimentação
    de base vegetal simplesmente indiscutível.
  • 8:37 - 8:42
    A maioria das mortes
    nos EUA são preveníveis
  • 8:42 - 8:45
    e relacionadas com a alimentação.
  • 8:46 - 8:48
    Segundo o Estudo
    da Carga Global de Doença,
  • 8:48 - 8:51
    a maior análise de fatores de risco
    de doenças humanas,
  • 8:51 - 8:53
    financiado pela Fundação
    Bill e Melinda Gates,
  • 8:53 - 8:58
    a principal causa de morte
    nos EUA é a alimentação.
  • 8:58 - 9:04
    A principal causa de deficiência
    nos EUA é a alimentação.
  • 9:04 - 9:07
    Deixou o tabagismo em segundo lugar,
  • 9:07 - 9:11
    os cigarros só matam cerca de meio milhão
    de norte-americanos por ano,
  • 9:11 - 9:16
    enquanto que nossa dieta
    mata centenas de milhares mais.
  • 9:17 - 9:20
    Logo, se a maioria das mortes
    é prevenível e relacionada com nutrição,
  • 9:20 - 9:24
    então, obviamente, a nutrição
    é a principal matéria
  • 9:24 - 9:25
    ensinada nas faculdades de medicina, né?
  • 9:25 - 9:27
    (Risos)
  • 9:27 - 9:30
    Quero dizer, obviamente
    é a principal tema
  • 9:30 - 9:36
    sobre o qual seu médico fala
    em todas as consultas, certo?
  • 9:37 - 9:39
    Como pode haver esta desconexão
  • 9:39 - 9:44
    entre a ciência e a prática da medicina?
  • 9:46 - 9:49
    Vamos fazer um exercício de imaginação.
  • 9:49 - 9:55
    Imagine-se um fumante na década de 1950.
  • 9:55 - 9:57
    (Risos)
  • 9:57 - 10:02
    Nessa altura, o consumo médio
    de cigarros per capita
  • 10:02 - 10:04
    era de 4 mil cigarros por ano,
  • 10:04 - 10:09
    o que significa que a pessoa "média"
    fumava meio maço por dia.
  • 10:09 - 10:13
    Os meios de comunicação
    diziam às pessoas para fumar.
  • 10:13 - 10:17
    Atletas famosos concordavam,
    até o Papai Noel queria que você fumasse.
  • 10:17 - 10:19
    (Risos)
  • 10:20 - 10:22
    Quero dizer, vejam isto.
  • 10:22 - 10:25
    Quer manter-se em forma e elegante?
  • 10:25 - 10:29
    Então, certifique-se de fumar
    e comer muitos cachorros-quentes
  • 10:29 - 10:32
    e muito açúcar, para continuar magro.
  • 10:32 - 10:37
    Bem melhor que essa maçã.
    Quero dizer, como isso é possível?
  • 10:37 - 10:40
    "Sem dúvida, maçãs
    lembram saúde e frescor",
  • 10:40 - 10:42
    diz uma circular da indústria tabagista,
  • 10:42 - 10:44
    e traz "muitas possibilidades
    de cigarros para jovens".
  • 10:44 - 10:50
    Queriam fazer cigarros com sabor de maçã
    para as crianças. Vergonhoso!
  • 10:51 - 10:54
    "Para uma boa digestão, fume."
  • 10:55 - 10:58
    A Phillip Morris não alegava
    poderes curativos,
  • 10:58 - 11:03
    mas, ei, é melhor prevenir
    do que remediar, fumem.
  • 11:05 - 11:09
    "Sopre na cara dela
    e ela te seguirá por toda parte!"
  • 11:09 - 11:12
    (Risos)
  • 11:17 - 11:20
    "Nenhuma mulher diz que não."
  • 11:20 - 11:23
    Eles são "tão redondos,
    tão firmes, tão carregados".
  • 11:23 - 11:26
    (Risos)
  • 11:26 - 11:31
    Afinal de contas, o John Wayne os fumava
    até ter câncer de pulmão e morrer.
  • 11:32 - 11:36
    Nessa altura até homens
    das cavernas fumavam
  • 11:36 - 11:38
    (Risos)
  • 11:39 - 11:42
    E os médicos igualmente.
  • 11:42 - 11:46
    Isto não quer dizer que não houvesse
    controvérsia entre os médicos.
  • 11:46 - 11:51
    Alguns médicos fumavam Camels,
    outros preferiam Luckys,
  • 11:51 - 11:53
    portanto havia algum desentendimento.
  • 11:53 - 11:56
    O líder do senado dos EUA concordava,
  • 11:56 - 11:58
    quem queria proporcionar
    uma pausa à sua garganta?
  • 11:58 - 12:01
    "Nem um único caso
    de irritação da garganta."
  • 12:01 - 12:07
    Como poderia haver, se "os cigarros
    são tão puros como a água que se bebe".
  • 12:09 - 12:11
    Talvez em Flint, no Michigan.
  • 12:11 - 12:13
    (Risos)
  • 12:13 - 12:16
    Mas não se preocupe, se ficar inflamado,
  • 12:16 - 12:20
    o médico pode simplesmente
    prescrever cigarros.
  • 12:20 - 12:24
    Isso apareceu no Jornal da Associação
    Médica Norte-Americana, AMA.
  • 12:24 - 12:27
    Quando a AMA dizia que o fumo,
    em geral, era bom para você;
  • 12:27 - 12:29
    quando a Associação Médica
    Norte-Americana diz isso,
  • 12:29 - 12:34
    a quem você recorreria
    se apenas quisesse os fatos?
  • 12:34 - 12:37
    Os novos dados apresentados pela ciência?
  • 12:37 - 12:41
    Bem, ela estava demasiado cansada
    para se divertir, "então fumou um Camel".
  • 12:41 - 12:43
    (Risos)
  • 12:43 - 12:47
    O Babe Ruth falou de ciência
    médica baseada em provas,
  • 12:47 - 12:53
    pelo menos enquanto ainda podia falar
    antes de morrer de câncer na garganta.
  • 12:54 - 12:59
    Veja, se por algum milagre houvesse
    um site SmokingFacts.org
  • 12:59 - 13:01
    que pudesse divulgar
    diretamente a ciência,
  • 13:01 - 13:04
    rompendo filtros institucionais
    corrompidos por dinheiro,
  • 13:04 - 13:06
    vocês saberiam de estudos como este.
  • 13:06 - 13:10
    Este é um estudo de adventistas
    na Califórnia publicado em 1958,
  • 13:10 - 13:15
    que mostrava que os não fumantes tinham
    90% menos cancro que os fumantes.
  • 13:15 - 13:17
    Mas não foi o primeiro.
  • 13:17 - 13:19
    Ao perguntarem ao cirurgião
    Michael DeBakey
  • 13:19 - 13:22
    por que estudos dos anos 1930
  • 13:22 - 13:25
    que relacionavam o câncer do pulmão
    com o tabagismo foram ignorados,
  • 13:25 - 13:27
    ele teve de lhes lembrar
    como era naquela época.
  • 13:27 - 13:30
    Éramos uma sociedade de fumantes.
    Eles estavam em toda a parte.
  • 13:30 - 13:32
    Estavam no cinema, nos aviões;
  • 13:32 - 13:35
    as reuniões dos médicos eram
    uma baita nuvem de fumo.
  • 13:35 - 13:39
    Fumar era, numa palavra, normal.
  • 13:40 - 13:43
    Certo. Então voltemos
    ao nosso exercício de raciocínio.
  • 13:43 - 13:48
    Se você fosse um fumante nos anos 1950
    que conhecesse os fatos, o que faria?
  • 13:48 - 13:50
    Se você tem acesso à ciência,
  • 13:50 - 13:55
    percebe que as provas disponíveis sugerem
    que o hábito de fumar não é tão bom.
  • 13:55 - 13:58
    Então você mudaria ou esperaria?
  • 13:58 - 14:03
    Se esperasse que seu médico dissesse,
    entre baforadas, para parar,
  • 14:03 - 14:05
    você já teria câncer.
  • 14:05 - 14:08
    Se esperasse os poderes instituídos
    reconhecerem oficialmente,
  • 14:08 - 14:11
    como fez o porta-voz para assuntos
    de saúde na década seguinte,
  • 14:11 - 14:13
    você já estaria morto.
  • 14:13 - 14:20
    Foram precisos mais de 7 mil estudos
    e a morte de muitos fumantes
  • 14:20 - 14:24
    antes de o relatório contra o tabagismo,
    do porta-voz para assuntos de saúde, sair.
  • 14:24 - 14:27
    Seria de pensar que depois
    dos primeiros 6 mil estudos
  • 14:27 - 14:29
    talvez as pessoas recebessem um aviso?
  • 14:30 - 14:33
    É uma indústria poderosa.
  • 14:33 - 14:39
    Talvez devêssemos ter parado de fumar
    depois do 700º estudo, como este.
  • 14:39 - 14:43
    Como fumante nos anos 50, por um lado,
    havia a sociedade, o governo,
  • 14:43 - 14:47
    a própria classe médica
    te dizendo para fumar.
  • 14:47 - 14:51
    E, por outro lado,
    tudo o que você tinha era a ciência.
  • 14:51 - 14:54
    Se ao menos você estivesse
    par de estudos como este.
  • 14:54 - 14:56
    Muito bem, avancemos 55 anos.
  • 14:56 - 14:58
    Há um novo estudo
    adventista na Califórnia,
  • 14:58 - 15:02
    avisando os norte-americanos sobre
    outra coisa que estão colocando na boca.
  • 15:02 - 15:06
    Claro, não é só um estudo;
    é o conjunto de todos os estudos.
  • 15:06 - 15:09
    A mortalidade por todas as causas,
    das nossas mais temidas doenças,
  • 15:09 - 15:14
    é significativamente menor entre aqueles
    que têm dietas baseadas em plantas.
  • 15:15 - 15:21
    Em vez de imaginar alguém
    que tinha o hábito de fumar nos anos 1950,
  • 15:21 - 15:27
    imagine você, ou alguém que você conhece,
    com hábitos alimentares dos EUA de hoje.
  • 15:28 - 15:29
    O que você faria?
  • 15:29 - 15:33
    Com acesso à ciência, você percebe
    que as provas disponíveis
  • 15:33 - 15:34
    sugerem que sua dieta não é boa.
  • 15:34 - 15:37
    Então você muda ou espera?
  • 15:37 - 15:42
    Se esperar até que o seu médico
    lhe diga, entre garfadas, para mudar,
  • 15:42 - 15:43
    será tarde demais.
  • 15:43 - 15:46
    Mesmo após o relatório do porta-voz
    para assuntos de saúde,
  • 15:46 - 15:49
    a Associação Médica Americana
    recusou-se oficialmente a apoiá-lo.
  • 15:49 - 15:50
    Por quê?
  • 15:50 - 15:53
    Talvez porque tinham acabado de receber
    um cheque de 10 milhões
  • 15:53 - 15:55
    da indústria do tabaco?
  • 15:55 - 15:56
    Talvez.
  • 15:56 - 15:57
    (Risos)
  • 15:57 - 16:03
    Sabemos porque a AMA
    bajulava a indústria do tabaco,
  • 16:03 - 16:05
    mas por que mais médicos
    individuais não falavam?
  • 16:05 - 16:08
    Havia algumas almas valentes
    à frente do seu tempo,
  • 16:08 - 16:11
    que falavam contra indústrias
    que matavam milhões,
  • 16:11 - 16:12
    por que não havia mais?
  • 16:12 - 16:19
    Talvez porque a maioria
    dos próprios médicos
  • 16:19 - 16:20
    fumava cigarros.
  • 16:20 - 16:23
    Assim como muitos médicos
    ainda comem alimentos
  • 16:23 - 16:26
    que contribuem para a nossa
    epidemia de doenças alimentares.
  • 16:26 - 16:28
    Qual era o grito de guerra
    da AMA na época?
  • 16:28 - 16:30
    Tudo em moderação.
  • 16:30 - 16:36
    "Extensos estudos científicos provaram
    que fumar em moderação", oh, tudo bem..
  • 16:36 - 16:39
    Soa familiar?
  • 16:39 - 16:41
    A indústria alimentar usou
    táticas da indústria de tabaco,
  • 16:41 - 16:44
    distorcendo a ciência, desinformando.
  • 16:44 - 16:45
    Os mesmos cientistas pagos
  • 16:45 - 16:48
    para menosprezar os riscos
    de cigarros e de produtos tóxicos
  • 16:48 - 16:52
    foram também pagos
    pela Associação Nacional de Confeiteiros
  • 16:52 - 16:54
    para ignorar os riscos dos doces,
  • 16:54 - 16:59
    e os mesmos pagos pela indústria da carne
    para desconsiderar os riscos da carne,
  • 16:59 - 17:02
    sabendo que produtos
    de origem animal ou processados
  • 17:02 - 17:08
    matam pelo menos
    14 milhões de pessoas por ano.
  • 17:08 - 17:12
    Nós, envolvidos nesta revolução
    da nutrição com evidências,
  • 17:12 - 17:15
    falamos de 14 milhões de vidas em risco.
  • 17:16 - 17:18
    Talvez a nutrição de base vegetal
  • 17:18 - 17:22
    devesse ser considerada o equivalente
    nutricional de deixar de fumar,
  • 17:22 - 17:26
    mas quanto temos de esperar antes de o CDC
    dizer: não esperem para operar o coração,
  • 17:26 - 17:30
    comecem a comer de forma mais saudável.
  • 17:30 - 17:32
    Até o sistema mudar,
  • 17:32 - 17:37
    precisamos nos responsabilizar
    por nossa saúde e da nossa família.
  • 17:37 - 17:41
    Não podemos esperar até que a sociedade
    se atualize com a ciência,
  • 17:42 - 17:45
    porque é uma questão de vida ou de morte.
  • 17:45 - 17:47
    Há alguns anos atrás,
  • 17:48 - 17:52
    o Dr. Kim Williams tornou-se presidente
    da Faculdade Americana de Cardiologia.
  • 17:52 - 17:53
    Perguntaram na entrevista
  • 17:53 - 17:56
    por que ele segue a mesma dieta
    que recomenda aos seus pacientes,
  • 17:56 - 17:58
    uma dieta estritamente vegetal.
  • 17:58 - 18:01
    "Não me importo de morrer",
    respondeu o Dr. Williams.
  • 18:02 - 18:04
    "Só não quero que seja por minha causa."
  • 18:04 - 18:06
    (Risos)
  • 18:06 - 18:08
    Obrigado.
  • 18:08 - 18:11
    (Aplausos)
Title:
O alimentos como remédio | Michael Greger, M.D. | TEDxSedona
Description:

De acordo com o estudo Global Burden of Disease,o maior estudo de fatores de risco de doenças na história, financiado pela Fundação Bill and Melinda Gates, a principal causa de mortes e de deficiência nos EUA é a nossa alimentação. Os cigarros agora matam apenas meio milhão de norte-americanos por ano, enquanto a nossa alimentação parece matar centenas de milhares mais. A boa notícia é que isso significa que temos um tremendo poder sobre o destino da nossa saúde e sobre a nossa longevidade.

A alimentação saudável tem o potencial não só de prevenir, mas de reverter algumas das nossas principais causas de morte, incluindo doenças cardíacas, diabetes de tipo 2 e hipertensão. Então, por qual razão a nutrição não é a principal matéria ensinada nas faculdades de medicina?

O Dr. Michael Greger é médico, autor e orador sobre assuntos de saúde pública, particularmente os benefícios de uma alimentação com base em vegetais integrais e sobre os perigos dos produtos de origem animal. É vegano e criador do NutritionFacts.org.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:29

Portuguese, Brazilian subtitles

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