Ngozi Okonjo-Iweala: fazendo negócios na África
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0:05 - 0:08Muito obrigada, Chris. Todos que subiram aqui
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0:08 - 0:12se disseram assustados. Não sei se estou assustada,
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0:12 - 0:16mas é a minha primeira vez falando a uma audiência como essa.
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0:16 - 0:20E eu não tenho nenhum tipo de tecnologia para apresentar.
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0:20 - 0:23Não tenho slides, então vocês terão de se contentar comigo.
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0:23 - 0:26(Risadas)
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0:26 - 0:32Eu gostaria de compartilhar algumas histórias com vocês
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0:32 - 0:35e falar sobre uma África diferente.
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0:35 - 0:39Algumas alusões à África já foram feitas nesta manhã
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0:39 - 0:44que vocês já conhecem: a África do HIV/AIDS,
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0:44 - 0:50a África da malária, a África da pobreza e a África dos conflitos,
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0:50 - 0:53E a África dos desastres.
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0:53 - 0:57Embora seja verdade que essas coisas estão acontecendo
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0:57 - 1:01existe uma África da qual não se ouve muito frequentemente.
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1:01 - 1:05E me encontro perplexa, e me pergunto porquê.
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1:05 - 1:09Essa é a África que está mudando, mencionada pelo Chris.
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1:09 - 1:11Essa é África da oportunidade.
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1:11 - 1:14Essa é a África em que as pessoas querem ser donas
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1:14 - 1:16do seu próprio futuro, do seu destino.
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1:16 - 1:19E essa é a África em que as pessoas estão buscando parcerias
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1:19 - 1:23para fazer isso. É sobre isso que quero falar hoje.
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1:23 - 1:25E eu quero começar contando a vocês
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1:25 - 1:27uma história sobre essa mudança na África.
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1:28 - 1:33No dia 15 de setembro de 2005, o Sr. Diepreye Alamieyeseigha,
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1:33 - 1:37governador de um dos estados ricos em petróleo da Nigéria,
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1:37 - 1:44foi preso pela Polícia Metropolitana de Londres em uma visita a Londres.
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1:44 - 1:49Ele foi preso devido a transferências no valor de 8 milhões de dólares
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1:49 - 1:52feitas para algumas contas inativas
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1:52 - 1:55pertencentes a ele e a sua família.
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1:56 - 1:58Essa prisão ocorreu porque houve cooperação
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1:58 - 2:01entre a Polícia Metropolitana de Londres
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2:01 - 2:04e a Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros da Nigéria --
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2:04 - 2:11liderada por uma das nossas pessoas mais capazes e corajosas: Sr. Nuhu Ribadu.
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2:11 - 2:14Alamieyeseigha foi indiciado em Londres.
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2:14 - 2:18Mas devido alguns deslizes, conseguiu escapar vestido de mulher,
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2:18 - 2:21e fugiu de volta para Nigéria onde,
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2:21 - 2:25de acordo com nossa constituição, os eleitos
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2:25 - 2:27governadores e presidentes -- como em muitos países --
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2:27 - 2:32têm imunidade e não podem ser processados. Mas algo aconteceu:
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2:32 - 2:36as pessoas ficaram tão indignadas com esse comportamento que foi possível
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2:36 - 2:42para a a legislação do seu estado cassar o seu mandato e tirá-lo do poder.
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2:43 - 2:45Hoje, Alams -- como o apelidamos -- está na cadeia.
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2:46 - 2:51Essa é a história sobre o fato de que as pessoas na Africa
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2:51 - 2:56não estão mais dispostas a tolerar líderes corruptos.
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2:57 - 3:02Essa é a história das pessoas que querem seus recursos
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3:02 - 3:07administrados adequadamente para o seu bem, e não levados para
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3:07 - 3:10locais onde eles beneficiarão somente poucos da elite.
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3:10 - 3:14E então, quando vocês ouvirem sobre a África corrupta --
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3:14 - 3:18corrupção o tempo todo -- Eu quero que saibam que o povo
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3:18 - 3:21e os governos estão dando duro para combater isso
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3:21 - 3:25em alguns países, e que algum sucesso está emergindo.
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3:25 - 3:28Isso significa que o problema está resolvido? A resposta é não.
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3:28 - 3:32Ainda há um longo caminho a percorrer, mas há vontade para fazê-lo.
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3:32 - 3:36E estamos alcançando êxito nessa luta tão importante.
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3:36 - 3:38Assim, quando vocês ouvirem falar de corrupção,
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3:38 - 3:41não pensem que não se está fazendo nada a esse respeito –
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3:41 - 3:44que não se pode trabalhar em nenhum país africano
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3:44 - 3:47por causa da corrupção extrema. Isso não é verdade.
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3:47 - 3:53Há uma vontade de lutar e, em muitos países, essa luta é contínua
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3:53 - 3:57e está sendo ganha. Em outros, como o meu,
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3:57 - 4:00a Nigéria, onde há uma longa história de ditaduras,
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4:00 - 4:04a luta está em curso e temos um longo caminho a percorrer.
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4:04 - 4:08Mas a verdade é que isto está ocorrendo.
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4:09 - 4:11Os resultados mostram que:
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4:11 - 4:15o monitoramento independente pelo Banco Mundial e outras organizações
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4:15 - 4:19mostra que em vários casos a tendência é declinante
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4:19 - 4:22em termos de corrupção e a governança está melhorando.
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4:22 - 4:26Um estudo conduzido pela Comissão Ecnonômica para a África mostrou
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4:26 - 4:30uma clara tendência ascendente em governos de 28 países africanos.
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4:30 - 4:32Deixem-me dizer só mais uma coisa
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4:32 - 4:34antes de deixar este tópico de governo.
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4:34 - 4:37As pessoas falam de corrupção, corrupção.
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4:37 - 4:39Sempre que falam disso,
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4:39 - 4:41imediatamente, pensa-se na África.
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4:41 - 4:45Essa é a imgem: países africanos. Mas deixe-me dizer isto:
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4:45 - 4:51se Alams conseguiu exportar 8 milhões de dólares para uma conta em Londres –
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4:53 - 4:57se as pessoas que aceitaram o dinheiro tivessem estimado que
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4:57 - 5:01entre 20 a 40 bilhões de fundos de países em desenvolvimento
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5:01 - 5:04estão entesourados no exterior, em países desenvolvidos – se são capazes disso,
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5:04 - 5:07o que é isso então? Não é corrupção?
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5:08 - 5:12Neste país, se você recebe um bem roubado, não será processado?
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5:13 - 5:16Então, quando falamos nesse tipo de corrupção, pensemos também
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5:16 - 5:19no que está ocorrendo na outra parte do planeta --
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5:19 - 5:23onde o dinheiro está indo e o que pode ser feito para isso acabar.
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5:23 - 5:26Agora estou trabalhando em um plano com o Banco Mundial,
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5:26 - 5:29sobre o resgate de ativos, tratando de fazer o que podemos
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5:29 - 5:32para recuperar o dinheiro que foi levado ao exterior --
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5:32 - 5:35dinheiro dos países em desenvolvimento - para trazer esse dinheiro de volta.
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5:35 - 5:38Porque se conseguirmos trazer de volta esses 20 bilhões de dólares,
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5:38 - 5:41poderia haver muito mais para alguns desses países
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5:41 - 5:44do que toda ajuda que estamos recebendo.
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5:44 - 5:51(Aplausos)
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5:51 - 5:55A segunda questão que quero discutir é a vontade para reforma.
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5:55 - 5:59Os africanos, depois -- estão cansados, estamos cansados
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5:59 - 6:04de ser objeto de caridade e ajuda de todo mundo.
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6:04 - 6:08Somos gratos, mas sabemos que
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6:08 - 6:12podemos tomar conta de nosso próprio destino se tivermos a determinação de reformar.
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6:13 - 6:17O que está acontecendo em muitos países africanos é que entendem
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6:17 - 6:21que ninguém pode fazer nada por nós. Somos nós que temos que agir.
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6:21 - 6:25Podemos convidar sócios que nos apoiem, mas nós temos que começar.
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6:25 - 6:28Temos que reformar nossas economias, trocar nossos líderes,
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6:28 - 6:34nos tornarmos mais democráticos, estar mais abertos à mudança e à informação.
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6:34 - 6:36E é isso que começamos a fazer
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6:36 - 6:39em um dos maiores países do continente, a Nigéria.
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6:39 - 6:42Na verdade, se você não está na Nigéria, você não está na África.
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6:42 - 6:43Tinha de dizer isso.
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6:43 - 6:44(Risos)
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6:44 - 6:46Um em quatro africanos subsaharianos é nigeriano,
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6:48 - 6:53e o país tem 140 milhões de pessoas dinâmicas - gente caótica,
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6:54 - 6:58mas gente muito interessante. Você não se entediará.
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6:58 - 6:59(Risos)
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6:59 - 7:01O que começamos a fazer foi nos dar conta
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7:01 - 7:03de que tínhamos que assumir responsabilidade e nos reformar.
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7:04 - 7:06E com o apoio de um líder
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7:06 - 7:09que, na época, estava disposto a fazer reformas,
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7:09 - 7:11apresentamos um extenso programa de reformas
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7:11 - 7:13que nós mesmo desenvolvemos.
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7:13 - 7:16Não o Fundo Monetário Internacional. Nem o Banco Mundial,
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7:16 - 7:19onde trabalhei durante 21 anos e cheguei a ser vice-presidente.
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7:20 - 7:22Ninguém pode fazer isso por você. Você mesmo tem que fazê-lo.
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7:22 - 7:26Iniciamos um programa que retirava o estado das empresas
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7:26 - 7:30nas quais não tinham função alguma -- que não eram de sua competência.
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7:30 - 7:32O estado não deve se envolver com os negócios
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7:32 - 7:33de produção de bens e serviços
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7:33 - 7:36porque é ineficiente e incompetente.
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7:36 - 7:40Assim decidimos privatizar várias de nossas empresas.
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7:40 - 7:44(Aplausos)
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7:45 - 7:49Como resultado, liberalizamos vários de nossos mercados.
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7:49 - 7:52Vocês acreditam que antes dessa reforma --
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7:52 - 7:56que começou no fim de 2003, quando saí de Washington
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7:56 - 7:58para assumir o cargo de Ministra da Fazenda --
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8:00 - 8:04tínhamos uma companhia de telecomunicações com capacidade de fornecer
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8:04 - 8:09apenas 4.500 linhas em seus 30 anos de vida.
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8:09 - 8:11(Risos)
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8:11 - 8:14Possuir um telefone me meu país era um grande luxo.
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8:14 - 8:16Não se conseguia. Você tinha que subornar.
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8:16 - 8:18Fazíamos de tudo para conseguir um telefone.
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8:18 - 8:21Quando o presidente Obasanjo apoiou e lançou
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8:21 - 8:25a liberalização do setor de telecomunicações,
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8:26 - 8:34passamos de 4.500 para 32 milhões de linhas GSM e continuamos aumentando.
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8:34 - 8:39O mercado de telecomunicações na Nigéria é o segundo mais rápido em expansão do planeta
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8:39 - 8:44depois da China. Recebemos investimentos na área de 1 bilhão de dólares por ano
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8:44 - 8:50em telecomunicações. E ninguém sabe disso, exceto uns espertos.
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8:50 - 8:53(Risos)
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8:53 - 8:57A primeira mais esperta a entrar
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8:57 - 8:59foi a empresa MTN da África do Sul.
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8:59 - 9:03Nos três anos em que fui Ministra da Fazenda,
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9:03 - 9:06a MTN teve uma média anual de lucro de 360 milhões de dólares.
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9:08 - 9:14360 milhões em um mercado, em um país que é pobre,
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9:14 - 9:18com uma média de renda per capita um pouco abaixo de 500 dólares.
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9:19 - 9:21Então, o mercado existe.
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9:21 - 9:24Eles o esconderam, mas outros o reconheceram rápido.
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9:25 - 9:28Os próprios nigerianos começaram a criar
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9:28 - 9:30algumas empresas de telecomunicações sem fio,
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9:30 - 9:32e outras três ou quatro já surgiram.
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9:32 - 9:35Mas existe um mercado imenso lá fora,
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9:35 - 9:38e as pessoas não estão sabendo, ou não querem saber.
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9:40 - 9:42Então, privatização foi uma das coisas que fizemos.
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9:43 - 9:49Outra coisa que também fizemos foi administrar melhor nossas finanças.
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9:50 - 9:52Porque ninguém vai lhe ajudar ou apoiar
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9:53 - 9:56se você não está administrando bem suas próprias finanças.
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9:56 - 10:00E a Nigéria, com o setor petrolífero, tinha a reputação
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10:00 - 10:05de ser corrupta e de não administrar bem suas próprias finanças públicas.
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10:05 - 10:09Então, o que fizemos? Introduzimos uma lei fiscal
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10:10 - 10:12que desvinculava nosso orçamento do preço do petróleo.
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10:12 - 10:16Antes fazíamos um orçamento baseado em qualquer ganho do petróleo,
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10:16 - 10:21porque o petróleo é o maior setor, o maior gerador de receita.
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10:21 - 10:24na economia: 70% dos nossos rendimentos provêm do petróleo.
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10:24 - 10:28Tão logo os desvinculamos, começamos a fazer um orçamento
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10:28 - 10:31com um preço um pouco abaixo do preço do petróleo
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10:31 - 10:35e economizar tudo que estava acima daquele preço.
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10:36 - 10:39Não sabíamos se teríamos sucesso; era muito controverso.
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10:39 - 10:42Mas o resultado imediato foi que a volatilidade
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10:42 - 10:45que estava presente em termos do nosso desenvolvimento econômico --
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10:45 - 10:49onde, mesmo se o preço do petróleo estivesse alto, cresceríamos muito rápido.
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10:49 - 10:51Quando eles colapsam, nós colapsamos.
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10:51 - 10:55E nessa economia mal podíamos pagar nada, nenhum salário.
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10:56 - 11:00Aquilo estabilizou. Conseguimos economizar, pouco antes de ir-me,
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11:00 - 11:0627 bilhões de dólares. Ao passo que – e isso foi paras as nossas reservas –
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11:06 - 11:10quando começei em 2003, tínhamos 7 bilhões de dólares em reservas.
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11:11 - 11:14Quando saí, tínhamos subido para quase 30 bilhões de dólares. E
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11:14 - 11:17neste momento, temos quase que 40 bilhões de dólares em reservas
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11:18 - 11:22devido a uma administração financeira adequada.
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11:23 - 11:26E isto fortalece a nossa economia, a faz estável.
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11:26 - 11:29Nossa taxa de câmbio que costumava flutuar o tempo todo
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11:29 - 11:33está bem estável e está sendo controlada, assim os empresários
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11:33 - 11:38têm uma previsibilidade dos preços na economia.
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11:40 - 11:44Baixamos a inflação de 28% para 11%.
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11:46 - 11:52E o nosso PIB cresceu de uma média de 2.3% na década passada
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11:52 - 11:55para aproximadamente 6.5% agora.
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11:56 - 11:59Então todas as mudanças e reformas que conseguimos fazer
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11:59 - 12:02mostram-se nos resultados que são mensuráveis na economia.
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12:02 - 12:06E o que é mais importante, porque queremos nos distanciar do petróleo
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12:06 - 12:08e diversificar – e existem tantas oportunidades
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12:08 - 12:11nesse país grande, como em muitos países na África –
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12:13 - 12:16o que surpreende é que grande parte desse crescimento veio
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12:16 - 12:19não só do setor petrolífero, mas do não-petrolífero.
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12:19 - 12:22A agricultura cresceu mais de 8%.
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12:22 - 12:26Como nas telecoms, os setores de habitação e construção também cresceram,
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12:26 - 12:31eu poderia continuar falando. Isso é para ilustrar que
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12:31 - 12:33uma vez que se coloque a macro-economia em ordem,
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12:33 - 12:37as oportunidades em vários outros setores são enormes.
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12:38 - 12:41Nós temos oportunidades em agricultura, como mencionei.
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12:41 - 12:45Nós temos oportunidades em minérios sólidos. Temos muito minério
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12:45 - 12:48que ninguém ainda fez investimentos ou explorou. E sabemos
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12:48 - 12:51que sem uma legislação adequada para isso ser possível,
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12:51 - 12:54isso não aconteceria. Então agora temos um código de minas
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12:54 - 12:57que é comparável com alguns dos melhores no mundo.
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12:58 - 13:00Temos oportunidades em habitação e bens imóveis.
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13:00 - 13:03Não havia nada num país com 140 milhões de habitantes –
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13:04 - 13:09nenhum shopping comercial como se tem aqui.
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13:10 - 13:13Isso era uma oportunidade de investir para alguém
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13:13 - 13:15que estimulasse a imaginação das pessoas.
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13:16 - 13:19E agora, temos uma situação em que o movimento nesse shopping
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13:19 - 13:22está quatro vezes além do volume de negócios projetado.
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13:23 - 13:26Então, há grande movimento em construção, imóveis,
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13:26 - 13:28mercados de hipotecas. Serviços financeiros:
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13:29 - 13:33Tínhamos 89 bancos. Muitos sem fazer negócios reais.
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13:33 - 13:37Fundimos os bancos de 89 para 25 exigindo
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13:37 - 13:42que aumentassem o capital – capital social.
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13:42 - 13:47E isso foi de cerca de 25 a 150 milhões de dólares.
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13:47 - 13:51Os bancos – esses bancos agora estão fundidos, e esse reforçamento
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13:51 - 13:55do sistema bancário tem atraído muito investimento de fora.
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13:55 - 13:59O Banco Barclays da Grã-Bretanha está trazendo 500 milhões.
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13:59 - 14:03O Banco Standard Chartered: 140 milhões.
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14:03 - 14:06E posso continuar sem parar. Mais e mais dólares no sistema.
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14:06 - 14:08Estamos fazendo o mesmo no setor de seguro.
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14:08 - 14:11Então, em serviços financeiros, uma grande oportunidade.
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14:11 - 14:17No turismo, em muitos países africanos, uma grande oportunidade.
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14:17 - 14:20O que muita gente conhece sobre a África Oriental são
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14:21 - 14:24os animais e plantas selvagens, os elefantes, etc.
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14:24 - 14:26Mas organizar o mercado de turismo de uma forma
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14:26 - 14:29que traga benefícios reais para o povo é muito importante.
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14:30 - 14:33Então o que estou tentando dizer? Estou tentando lhes dizer
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14:33 - 14:36que existe uma nova onda no continente.
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14:36 - 14:41Uma nova onda de abertura e democratização em que, desde 2000,
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14:41 - 14:43mais de dois-terços dos países africanos tiveram
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14:43 - 14:45eleições democráticas com vários partidos políticos.
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14:46 - 14:49Nem todos tem sido perfeitos, ou serão,
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14:49 - 14:51mas a tendência é muito evidente
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14:51 - 14:55Estou tentando lhes dizer que nos últimos três anos,
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14:55 - 14:58a taxa média de crescimento no continente mudou
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14:58 - 15:02de cerca de 2.5% para quase 5% ao ano.
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15:02 - 15:06Isso é melhor do que o performance de muitos países da OCDE.
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15:07 - 15:11Então é óbvio que as coisas estão mudando.
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15:11 - 15:13Conflitos no continente diminuíram;
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15:14 - 15:16Há uma década atrás, aproximadamente 12 conflitos,
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15:16 - 15:18Agora caíram para 3 ou 4 conflitos,
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15:18 - 15:21Um dos mais terríveis, sem dúvida nenhuma, é Darfur.
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15:21 - 15:24E, vocês sabem, tem-se o efeito dos países vizinhos onde
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15:24 - 15:26se algum problema ocorre numa parte do continente,
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15:26 - 15:29é como se o continente inteiro tivesse sido afetado.
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15:29 - 15:32Mas você deveria saber que esse continente não é –
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15:32 - 15:38é um continente com muitos países, não um país só.
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15:38 - 15:40E se os conflitos diminuiram para 3 ou 4,
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15:40 - 15:43isso significa que existe uma pletora de oportunidades para investir
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15:43 - 15:50numa economia estável, em crescimento, excitante
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15:50 - 15:53onde existem muitas oportunidades.
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15:54 - 15:58Eu gostaria de fazer uma observação sobre esse investimento.
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15:59 - 16:01A melhor maneira de ajudar os africanos nos dias de hoje
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16:02 - 16:05é os ajudar a se tornarem independentes.
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16:05 - 16:09E a melhor maneira de fazer isso é ajudar a criar empregos.
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16:10 - 16:14Não vejo problema em querer combater a malária e doar dinheiro
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16:14 - 16:18para salvar vidas de crianças. Não é isso que estou dizendo. Isso é bom.
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16:19 - 16:23Mas imaginem o impacto em uma família, se os pais puderem trabalhar
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16:23 - 16:25e assegurar que seus filhos irão para a escola,
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16:25 - 16:28que eles mesmos podem comprar remédios para combater as doenças.
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16:28 - 16:32Se pudermos investir em lugares onde pode-se ganhar dinheiro
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16:32 - 16:37enquanto criamos empregos e ajudamos as pessoas a serem independentes,
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16:37 - 16:42não é isso uma oportunidade maravilhosa? Não é essa a trilha a percorrer?
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16:42 - 16:45E gostaria de dizer que algumas das melhores pessoas para se investir
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16:45 - 16:47no continente são as mulheres.
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16:48 - 16:55(Aplausos)
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16:55 - 17:00Eu tenho um CD aqui. Desculpe se não disse nada antes.
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17:00 - 17:02Pena, teria gostado se tivessem visto isso.
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17:02 - 17:05O CD diz “África: Aberta para Negócios.”
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17:06 - 17:09Na verdade esse vídeo recebeu o prêmio
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17:09 - 17:11como o melhor documentário do ano.
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17:11 - 17:13A mulher que fez o vídeo
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17:13 - 17:18estará na Tanzânia, onde haverá uma sessão em junho.
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17:19 - 17:24O vídeo nos mostra os africanos, mulheres africanas, que
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17:24 - 17:29contra todas as expectativas criaram negócios, alguns de classe mundial.
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17:29 - 17:32Umas das mulheres no vídeo, Adenike Ogunlesi,
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17:32 - 17:34fabricando roupas para crianças –
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17:34 - 17:39que começou como um hobby e cesceu em uma empresa.
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17:39 - 17:42Misturando nossos tecidos africanos,
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17:43 - 17:44com tecidos de outras partes.
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17:44 - 17:49Então, ela faz uma jardineirinha de veludo cotelê,
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17:49 - 17:53misturado com tecido africano. Designs muito criativos.
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17:55 - 17:58Chegou ao ponto de receber uma encomenda da Wal-Mart.
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17:59 - 18:00(Risos)
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18:01 - 18:03De 10.000 peças.
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18:04 - 18:08Então isso mostra que temos pessoas capazes.
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18:08 - 18:13E que as mulheres são diligentes; são focadas; são trabalhadoras.
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18:13 - 18:15Eu poderia continuar dando exemplos:
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18:15 - 18:19Beatrice Gakuba de Rwanda, que começou um negócio vendendo flores
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18:19 - 18:24e agora, exporta para “Dutch Auction” em Amsterdam diariamente,
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18:24 - 18:28e emprega 200 mulheres e homens para trabalharem com ela.
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18:29 - 18:33Porém, muitos deles estão sem capital para expandir,
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18:34 - 18:37porque ninguém tem fé em outros países
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18:37 - 18:42que podemos fazer o que for preciso. Ninguém pensa em termos de mercado.
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18:42 - 18:45Ninguém pensa que as oportunidades existem.
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18:45 - 18:48Mas aqui estou eu, alertando a todos, se perderem a barca agora,
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18:48 - 18:50perderão para sempre.
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18:50 - 18:56Então, se quiserem ir na África, pensem em investimento.
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18:57 - 19:03Pensem nas Beatrices, pensem nas Adenikes desse mundo,
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19:03 - 19:06que estão fazendo coisas incríveis que as trazem
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19:06 - 19:09para dentro da economia global, e ao mesmo tempo elas garantem
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19:09 - 19:12empregos para os seus companheiros, homens e mulheres,
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19:12 - 19:14e que as crianças nessas famílias recebam uma educação
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19:14 - 19:17porque seus pais estarão ganhando um salário adequado.
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19:18 - 19:22Então eu os convido para explorar as oportunidades.
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19:23 - 19:27Quando vocês forem a Tanzânia, escutem bem,
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19:27 - 19:31pois tenho certeza que vão ouvir falar sobre as várias possibilidades que terão
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19:31 - 19:36para se envolverem em algo que poderá fazer bem
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19:36 - 19:41para o continente, para o povo e para vocês.
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19:41 - 19:42Muito obrigada.
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19:42 - 19:50(Aplausos)
- Title:
- Ngozi Okonjo-Iweala: fazendo negócios na África
- Speaker:
- Ngozi Okonjo-Iweala
- Description:
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Conhecemos as imagens negativas da África – fome, doenças, conflito e corrupção. Mas, Ngozi Okonjo-Iweala diz, existe uma outra história pouco contada acontecendo em muitas nações africanas: reformas, crescimento econômico e oportunidades empresariais.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 19:49