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Usar a ciência para limpar uma zona húmida | Marino Morikawa | TEDxTukuy

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    Certamente, perguntarão:
    "Que faz ali aquele louco, vestido assim?"
  • 0:12 - 0:13
    Não é?
  • 0:13 - 0:17
    Não foi por ter saído tarde de casa
    e agarrado na primeira coisa que vestir.
  • 0:17 - 0:18
    Não!
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    Este traje vai ter grande importância
    na recuperação de habitats naturais.
  • 0:25 - 0:30
    Por outras palavras, este traje
    vai devolver a cor da natureza.
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    Mas...
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    Por falar na "cor da natureza"...
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    Olhamos para ela com muitos sentimentos.
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    Um sentimento é de alegria,
    tranquilidade, felicidade.
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    Mas também olhamos para a cor
    da natureza com muita tristeza,
  • 0:49 - 0:52
    melancolia, deceção.
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    Foi uma das coisas que vivi.
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    Foi num habitat natural
    uma zona húmida chamada El Cascajo.
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    El Cascajo fica a norte de Lima,
    a cerca de hora e meia de distância.
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    No interior de El Cascajo
    passei uma infância fabulosa,
  • 1:14 - 1:18
    recordações familiares
    e umas aventuras fabulosas com o meu pai.
  • 1:19 - 1:25
    Mas, por algumas razões,
    por muitos motivos, deixámos de o visitar.
  • 1:26 - 1:29
    E o tempo foi passando.
  • 1:30 - 1:33
    Os meus estudos levaram-me ao Japão,
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    para fazer a minha pós-graduação,
  • 1:36 - 1:37
    o mestrado e o doutoramento.
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    Atualmente, trabalho na universidade
    como investigador científico e docente.
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    Uma das coisas que vivi no Japão
  • 1:49 - 1:53
    foi receber uma chamada curiosa
    do meu pai que me diz:
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    "Lembras-te de El Cascajo?"
  • 1:57 - 1:58
    E eu: "Claro, claro que sim".
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    "Nem vais acreditar, mas vão tapá-lo".
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    "O quê? O que é que
    estás a dizer?", perguntei.
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    "Está tão contaminado que está perdido".
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    Fiquei com um ponto
    de interrogação na cabeça.
  • 2:13 - 2:17
    Aproveitei umas férias e fui até ao Peru.
  • 2:17 - 2:20
    Disse ao meu pai:
    "Velhote, leva-me a El Cascajo".
  • 2:20 - 2:22
    "Ok".
  • 2:22 - 2:24
    E deparo com esta surpresa.
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    Uma zona húmida... de cor verde.
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    Muitas plantas aquáticas
    que a cobriam a 100%.
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    Perguntei ao meu pai:
    "Tens a certeza de que isto é El Cascajo?"
  • 2:41 - 2:42
    "Tenho".
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    "Bolas, não se vê nada!", digo eu.
  • 2:45 - 2:48
    "Isto é El Cascajo e está a morrer,
    ou já morreu", disse ele.
  • 2:49 - 2:51
    Doeu-me tanto
  • 2:51 - 2:55
    que, ao aproximar-me da zona húmida,
    ajoelhei-me
  • 2:56 - 2:59
    e a primeira coisa que fiz
    foi pedir-lhe perdão... por descurá-lo.
  • 3:01 - 3:04
    Levantei as plantas aquáticas
    e encontrei esta surpresa.
  • 3:05 - 3:10
    A água era castanha, malcheirosa
    e com muitas coisas flutuantes.
  • 3:11 - 3:14
    Não me perguntem que coisas eram essas.
  • 3:14 - 3:15
    (Risos)
  • 3:17 - 3:20
    Foi então que disse:
    "Bom... para alguma coisa estudei".
  • 3:21 - 3:22
    Não é?
  • 3:23 - 3:25
    Então, façamos qualquer coisa.
  • 3:25 - 3:29
    Batemos a todas as portas possíveis,
    mas todas elas se fecharam.
  • 3:31 - 3:35
    Diziam-me: "Mas, para quê?
    O que é que ganhamos com isso?"
  • 3:35 - 3:37
    Bem, paciência.
  • 3:37 - 3:40
    Então, façamos uma coisa mais simples.
  • 3:40 - 3:41
    Façamos isto.
  • 3:42 - 3:44
    Dar o primeiro passo.
  • 3:44 - 3:45
    Como assim?
  • 3:45 - 3:47
    Ok. Regressei ao Japão.
  • 3:47 - 3:50
    Fui ao banco, levantei
    todas as minhas poupanças
  • 3:50 - 3:53
    e fui a outros bancos pedir empréstimos.
  • 3:53 - 3:55
    E voltei ao Peru.
  • 3:56 - 4:00
    Mas, como este projeto era
    de recuperação de um habitat natural,
  • 4:00 - 4:03
    antes de começar,
    tinha que haver uma avaliação.
  • 4:04 - 4:06
    Durante essa avaliação...
  • 4:06 - 4:08
    Vou contar-vos uma história .
  • 4:08 - 4:11
    Quando cheguei à zona húmida,
    obviamente estava verde,
  • 4:11 - 4:14
    mas vi umas narinas a flutuar.
  • 4:14 - 4:16
    Pensei: "Hipopótamos!"
  • 4:16 - 4:18
    Mas não, eram uns porcos a nadar.
  • 4:18 - 4:20
    (Risos)
  • 4:21 - 4:25
    Havia criadores de animais
    à volta da zona húmida.
  • 4:26 - 4:33
    Ou seja, um escoamento ilegal de lixo
    durante mais de 20 anos!
  • 4:34 - 4:38
    O mais triste, meus senhores,
    é que as aves alimentavam-se ali.
  • 4:38 - 4:42
    Entre elas, muitas aves carniceiras.
  • 4:45 - 4:50
    Outra coisa, o tal esgoto
    drenava diretamente para a zona húmida
  • 4:50 - 4:52
    e uma grande parte para o mar!
  • 4:52 - 4:54
    Tudo aquilo, o que gerou?
  • 4:56 - 5:03
    A proliferação destas espécies invasoras
    "Pistia stratiotes" ou "alfaces de água".
  • 5:04 - 5:07
    E, por conseguinte,
    também havia terras contaminadas.
  • 5:09 - 5:16
    Então, a primeira coisa a fazer
    era eliminar o "lixo exterior".
  • 5:16 - 5:18
    Ou seja, essas alfaces de água.
  • 5:19 - 5:22
    Como assim?
    Desenhei o sistema de setorização
  • 5:22 - 5:25
    que consiste em dividir a zona húmida
    em oito partes.
  • 5:25 - 5:28
    Entre a A1 - A2, D1 e a D2.
  • 5:28 - 5:29
    Mas, para quê?
  • 5:29 - 5:31
    Para ter uma ordem do controlo da limpeza,
  • 5:32 - 5:35
    para haver os primeiros resultados
    de um espelho de água.
  • 5:36 - 5:39
    A começar pelo setor A1 e A2.
  • 5:39 - 5:41
    Mas, como separá-los?
  • 5:41 - 5:43
    Com materiais do local.
  • 5:43 - 5:46
    Usamos a Guadua angustifolia,
    ou seja o bambu.
  • 5:46 - 5:51
    Metemo-nos na água para separar
    toda a zona húmida com estas barreiras.
  • 5:51 - 5:55
    Aqui também disse: "Ok, comecemos".
  • 5:55 - 5:58
    Mas quem se põe a apanhar alfaces?
  • 5:58 - 5:59
    (Risos)
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    Como cavaleiro andante, tive que ser eu.
  • 6:04 - 6:07
    Mas foi um plano estratégico.
  • 6:07 - 6:10
    Andei metido na zona húmida
    durante uma semana,
  • 6:10 - 6:12
    desde as 7 da manhã às 8 da noite,
  • 6:12 - 6:14
    a tirar as alfaces.
  • 6:14 - 6:16
    Mas com um objetivo.
  • 6:17 - 6:22
    Como eu sabia quantas pessoas
    passavam por ali,
  • 6:22 - 6:25
    eram entre 70 a 100 pessoas por dia,
  • 6:26 - 6:32
    o objetivo era que essas pessoas
    me vissem, olhassem outra vez
  • 6:33 - 6:37
    e todos me diziam: "Estás doido?
    Vais ficar doente, o meu filho ficou".
  • 6:38 - 6:41
    O objetivo era esse...
    que ficassem com essa ideia.
  • 6:41 - 6:44
    Saía da zona húmida e explicava-lhes:
  • 6:44 - 6:49
    "Não senhor, a cor
    que estão a ver não é a cor real.
  • 6:51 - 6:54
    "A cor da zona húmida é uma cor fabulosa!"
  • 6:55 - 7:00
    Explicava os benefícios da zona húmida,
    as suas propriedades, o que podemos gozar
  • 7:00 - 7:05
    e a sustentabilidade
    que este habitat natural pode ter.
  • 7:07 - 7:10
    E aqui... passou-se uma coisa.
  • 7:11 - 7:15
    A extração da "Pistia stratiotes"
    foi feita manualmente.
  • 7:15 - 7:18
    Começámos com o setor A1 deste modo.
  • 7:19 - 7:24
    Podem ver aquele barquito,
    ou uma chata, como lhe chamam no porto.
  • 7:24 - 7:28
    Aquela quantidade de alfaces
    pesa cerca de 150 kg.
  • 7:28 - 7:30
    E o tempo foi passando, a limpar.
  • 7:30 - 7:32
    Pouco a pouco, o grupo ia crescendo.
  • 7:33 - 7:39
    Um dia, levantei-me tarde
    e cheguei à zona húmida às 8 da manhã
  • 7:39 - 7:41
    e deparo com esta surpresa.
  • 7:42 - 7:44
    Mais de 100 pessoas na zona húmida!
  • 7:44 - 7:48
    Gritaram: "Estamos contigo,
    salvemos El Cascajo!"
  • 7:48 - 7:50
    Foi a primeira vez que me senti
    como um político,
  • 7:50 - 7:52
    a cumprimentar toda a gente.
  • 7:52 - 7:53
    (Risos)
  • 7:53 - 7:56
    Foi uma alegria fabulosa
  • 7:56 - 8:01
    ver aquelas pessoas sem proteção,
    metidos na zona húmida a tirar alfaces.
  • 8:01 - 8:03
    "Vamos salvar El Cascajo!
  • 8:03 - 8:05
    "Sim, todos juntos".
  • 8:05 - 8:06
    Bom, excelente!
  • 8:07 - 8:09
    O resultado da A1 foi assim:
  • 8:09 - 8:12
    Tirámos 70 toneladas de alfaces.
  • 8:13 - 8:14
    O que fizemos a essas alfaces?
  • 8:14 - 8:17
    Composto, adubo orgânico.
  • 8:17 - 8:24
    Para quê? Para alimentar zonas desertas
    e zonas áridas, para gerar áreas verdes.
  • 8:24 - 8:26
    Tivemos resultados excelentes.
  • 8:26 - 8:28
    Graças a um programa com o governo local,
  • 8:28 - 8:32
    que, diga-se de passagem,
    também me ajudou desde o princípio.
  • 8:33 - 8:39
    Limpámos, sucessivamente,
    a A1, a A2, depois a B1, etc.
  • 8:40 - 8:42
    O passo seguinte foi um sistema
    para tratar a água.
  • 8:42 - 8:43
    O que é que fizemos?
  • 8:43 - 8:45
    Implementámos a nanotecnologia.
  • 8:46 - 8:51
    Na área da nanotecnologia,
    temos dois sistemas.
  • 8:51 - 8:55
    O sistema de borbulhagem micronano
    e os biofiltros.
  • 8:55 - 8:58
    O que é a borbulhagem micronano?
  • 8:58 - 8:59
    O que é isso?
  • 9:00 - 9:03
    Imaginem as borbulhas das gasosas.
  • 9:03 - 9:07
    A nanoborbulha é 10 mil vezes mais pequena.
  • 9:07 - 9:10
    Ou seja, é difícil de ver
    com estes pequenos olhos que tenho.
  • 9:10 - 9:12
    (Risos)
  • 9:13 - 9:19
    A diferença é que as borbulhas
    da gasosa duram pouco tempo
  • 9:19 - 9:24
    Em contrapartida, as nanoborbulhas
    mantêm-se no líquido entre 5 a 8 horas.
  • 9:24 - 9:26
    E estão tanto tempo para quê?
  • 9:26 - 9:28
    Para uma função.
  • 9:28 - 9:33
    A nanoborbulha, a toda a volta,
    tem iões positivos e negativos.
  • 9:33 - 9:37
    Em poucas palavras,
    tem uma alta concentração de energia.
  • 9:38 - 9:41
    Em poucas palavras,
    é uma corrente eletrostática.
  • 9:41 - 9:44
    Todos nós brincámos
    com a capa de plástico dos livros.
  • 9:44 - 9:47
    Passávamos pelos cabelos
    e eles punham-se em pé, não era?
  • 9:47 - 9:49
    É a mesma coisa!
  • 9:49 - 9:51
    Então, o que é que vai acontecer?
  • 9:51 - 9:55
    A nanoborbulha vai impregnar-se assim.
  • 9:55 - 9:57
    Dou como exemplo os vírus.
  • 9:57 - 10:00
    Os vírus vão ser atraídos
    por esta corrente eletrostática
  • 10:00 - 10:02
    e vão ficar colados.
  • 10:03 - 10:05
    E o que é que vai acontecer?
  • 10:06 - 10:10
    Quando esta borbulha explode,
    liberta todos estes iões
  • 10:10 - 10:11
    e vai gerar radicais livres.
  • 10:12 - 10:16
    Vamos dar um bom uso à palavra,
    criámos uma "bombinha"
  • 10:16 - 10:20
    para que estas bactérias
    se destruam ou morram.
  • 10:22 - 10:24
    Como é que a instalamos?
  • 10:24 - 10:26
    Também com materiais locais.
  • 10:26 - 10:28
    Como podem ver ali.
  • 10:28 - 10:35
    Uma bomba de água, bomba de oxigénio,
    um grupo eletrógeno e tubo de PVC.
  • 10:36 - 10:40
    Podem vê-lo ali. Parece um detergente
    que está a limpar.
  • 10:41 - 10:43
    As nanoborbulhas estão a funcionar.
  • 10:43 - 10:46
    Graficamente, seria deste modo.
  • 10:47 - 10:48
    Ali está o tubo de PVC.
  • 10:48 - 10:50
    Mas como se forma esta nanoborbulha?
  • 10:50 - 10:59
    Graças à interação do ar, da água
    e de um dispositivo que redesenhei.
  • 10:59 - 11:03
    Redesenhei-o nos laboratórios
    da universidade de Tsukuba, no Japão.
  • 11:03 - 11:11
    Este dispositivo transforma
    esta interseção nestas nanoborbulhas.
  • 11:12 - 11:18
    Assim, vai limpando pouco a pouco
    os contaminantes da zona húmida.
  • 11:19 - 11:24
    Depois destas nanoborbulhas,
    introduzimos os biofiltros.
  • 11:25 - 11:30
    Os filtros, todos sabem bem,
    vão cumprir uma função de absorção.
  • 11:30 - 11:34
    Para quê? Para ter um resultado,
    para reduzir a carga contaminante.
  • 11:34 - 11:36
    Mais a palavra "bio" que está na moda.
  • 11:37 - 11:39
    E assim foi.
  • 11:40 - 11:42
    Utilizámos também os materiais do local.
  • 11:42 - 11:46
    Utilizei a argila, o barro,
    para construir estes biofiltros
  • 11:46 - 11:48
    duma maneira natural.
  • 11:48 - 11:54
    Também desta maneira, conseguimos
    a absorção de bactérias ou vírus
  • 11:54 - 11:57
    ou contaminantes, como compostos
    orgânicos, inorgânicos.
  • 11:58 - 12:00
    Tudo que seja absorvido por este biofiltro.
  • 12:01 - 12:05
    O tempo de vida?
    Estão ali metidos até hoje.
  • 12:05 - 12:08
    Mas podem reutilizar-se de outro modo.
  • 12:08 - 12:13
    Quando já não servem, o que é que faço?
  • 12:13 - 12:19
    Triturei-o, transformei-o
    de novo em barro e fiz lajes.
  • 12:21 - 12:25
    Lembram-se da cor da água
    da zona húmida?
  • 12:25 - 12:29
    Em pouco tempo, transformámo-la assim.
  • 12:30 - 12:31
    Fabuloso!
  • 12:31 - 12:33
    (Aplausos)
  • 12:33 - 12:35
    Mas, não se emocionem.
  • 12:35 - 12:37
    Não se emocionem.
  • 12:37 - 12:39
    Aqui vem a surpresa.
  • 12:41 - 12:46
    Em pouco tempo,
    chegaram as aves migratórias.
  • 12:46 - 12:48
    Mais de 77 espécies!
  • 12:49 - 12:51
    Uma coisa fabulosa.
  • 12:52 - 12:53
    Sabem que mais?
  • 12:53 - 12:57
    Aqui passou-se uma coisa muito curiosa,
    em janeiro de 2013.
  • 12:57 - 12:59
    Eu estava no laboratório da universidade,
  • 12:59 - 13:02
    obviamente com as minhas experiências,
    todas "nerd"...
  • 13:02 - 13:04
    (Risos)
  • 13:04 - 13:06
    e recebi outra chamada telefónica,
  • 13:06 - 13:10
    mas não era do meu pai,
    era de outra pessoa, que diz:
  • 13:10 - 13:14
    "Ouve, lembras-te da zona húmida
    que estava verde?"
  • 13:15 - 13:16
    "Lembro", respondi.
  • 13:16 - 13:19
    "Bem, agora está branca".
  • 13:19 - 13:22
    "Oh, meu Deus,
    puseram-lhe lixivia", disse eu.
  • 13:22 - 13:24
    Não senhor.
  • 13:24 - 13:25
    Passou-se o seguinte.
  • 13:25 - 13:27
    A zona húmida ficou branca, sim,
  • 13:27 - 13:30
    mas por causa das aves migratórias.
  • 13:31 - 13:34
    São aves, não são morcegos.
  • 13:34 - 13:35
    (Risos)
  • 13:37 - 13:39
    Eu estava nervoso,
  • 13:39 - 13:41
    por causa das dúvidas
    que tinha gerado nos bancos
  • 13:42 - 13:49
    Mas, ao ver este cenário,
  • 13:49 - 13:53
    a primeira coisa que pensei,,,
    mais que isso... senti-me bem.
  • 13:52 - 13:55
    "As minhas filhas", pensei.
  • 13:55 - 13:56
    (Risos)
  • 13:57 - 13:59
    Mas sabem o que é
    o mais belo de tudo isto?
  • 13:59 - 14:04
    Ao ver este espetáculo, olhei para elas
    e todas as dúvidas desapareceram.
  • 14:04 - 14:07
    Disse-lhes: "Obrigado,
    já desapareceu todo o nervosismo".
  • 14:10 - 14:13
    Como se lembram,
    El Cascajo era de cor verde.
  • 14:14 - 14:17
    Quando o deixei, estava assim
  • 14:17 - 14:20
    Agora, sim, aplausos, por favor.
  • 14:20 - 14:21
    (Risos)
  • 14:21 - 14:24
    (Aplausos)
  • 14:28 - 14:33
    Mas, para continuarmos a manter
    El Cascajo precisávamos duma equipa.
  • 14:33 - 14:37
    Essa equipa, primeiro, foram as crianças.
  • 14:38 - 14:40
    Antes disso, as mães proibiam-nos
    de se aproximarem
  • 14:40 - 14:44
    porque, quando eles ali se metiam,
    saíam de lá cheios de sarna.
  • 14:44 - 14:45
    Agora as crianças já brincam.
  • 14:45 - 14:48
    Já brincam ali,
    a atirar pedrinhas aos animais.
  • 14:48 - 14:50
    Eu grito: "Não atirem pedras!"
  • 14:52 - 14:55
    Mas, ao ver estes miúdos, penso:
    "Voltei ao passado".
  • 14:56 - 14:58
    É uma coisa bonita.
  • 14:59 - 15:02
    Agora El Cascajo tem uma grande família,
  • 15:02 - 15:05
    Chama-se Cascajo Team.
  • 15:05 - 15:08
    Qualquer um pode pertencer a esta família.
  • 15:09 - 15:13
    Para mantê-lo,
    fazemos campanhas de limpeza.
  • 15:14 - 15:18
    Tivemos mais de 150 voluntários
    de todo o Peru.
  • 15:18 - 15:21
    Aproveito para anunciar que amanhã
    temos uma campanha de limpeza.
  • 15:22 - 15:25
    (Risos)
  • 15:28 - 15:30
    Antes disso, sabem que mais?
  • 15:32 - 15:36
    Uma pessoa muito especial na minha vida
    disse-me o seguinte:
  • 15:37 - 15:41
    "Ouve, porque não fazes isto
    em todo o Peru?"
  • 15:44 - 15:46
    A culpada é ela.
  • 15:47 - 15:48
    É a minha irmã Marian.
  • 15:48 - 15:51
    Penso: "Seria bonito, não era?"
  • 15:52 - 15:53
    Pois bem.
  • 15:54 - 15:55
    Façamos isso.
  • 15:55 - 15:58
    É por isso que, no próximo ano,
    vou voltar ao meu Peru.
  • 15:58 - 16:03
    Vou começar com o lago Titicaca,
    o rio Chira, a lagoa de Paca.
  • 16:03 - 16:05
    e muitos mais habitats naturais.
  • 16:05 - 16:07
    Já tenho uma lista de espera.
  • 16:08 - 16:11
    (Aplausos)
  • 16:14 - 16:20
    Ela deixou-me uma frase
    que quero partilhar convosco.
  • 16:20 - 16:23
    Gostaria que também a partilhem.
  • 16:23 - 16:28
    "Que a cor do coração da natureza
    chegue ao coração de todos".
  • 16:28 - 16:30
    Muito obrigado.
  • 16:30 - 16:33
    (Aplausos)
Title:
Usar a ciência para limpar uma zona húmida | Marino Morikawa | TEDxTukuy
Description:

Esta palestra foi dada num evento TEDx, organizado de forma independente por uma comunidade local mas usando o formato das Conferências TED. Saiba mais em: http://ted.com/tedx.

Marino Morikawa recuperou a zona húmida El Cascajo. Contaminado pelo abandono, pela criação de porcos e por um esgoto, a zona húmida não era a mesma que Marino Morikawa conhecera quando era pequeno. Ao descobrir a situação de El Cascajo, Morikawa voltou temporariamente ao Peru e dedicou-se a limpá-lo, utilizando biofiltros e nanoborbulhas. Hoje continua a trabalhar para salvar rios e lagos.

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:38

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