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A Letalidade da Solidão: John Cacioppo no TEDxDesMoines

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    Quando você observa o mundo lá fora,
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    certamente parece que a Terra é plana.
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    O chão debaixo de você
  • 0:14 - 0:16
    é estável e imóvel,
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    e estrelas e o sol circulam a Terra.
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    Centenas de anos atrás,
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    teorias elaboradas foram desenvolvidas
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    com base nessas observações de senso comum
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    para explicar e prever
    a extensão dos oceanos
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    e o movimento dos corpos celestes.
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    Quando a ciência demonstrou
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    que estas observações do senso comum
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    eram ilusões,
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    e descreveu a Terra e o Universo
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    de maneira completamente diferente,
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    as pessoas lentamente vieram a aceitar
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    que o mundo não era o que parecia.
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    Medições científicas e
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    cálculos sofisticados
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    têm demonstrado repetidamente que
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    o que nós pensamos ser intuitivo,
    óbvio e de senso comum
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    não pode ser aceito como verdade.
  • 1:02 - 1:04
    Por essa razão, as ciências modernas
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    baseavam-se na negação do senso comum
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    até que aparentemente referem-se a nós mesmos:
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    quando a ciência comprova um certo modo
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    de pensar sobre
    a nossa mente e comportamento,
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    ou o representa de
    uma forma incomum e nova,
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    nós tendemos a não acreditar
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    que tal ciência que vale a pena,
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    mesmo que possível.
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    Em vez disso, retornamos à intuição,
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    crenças anteriores e, sim, ao senso comum.
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    Por exemplo, se eu lhes dissesse
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    que pesquisas científicas têm demonstrado
    que os opostos se atraem,
  • 1:41 - 1:43
    não me diriam vocês
    que não precisamos que a ciência
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    nos fale algo que já sabemos?
  • 1:46 - 1:47
    Mas e se eu lhes dissesse que
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    pássaros do mesmo bando voam juntos,
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    de acordo com pesquisas científicas,
  • 1:50 - 1:53
    não diriam vocês
    que não precisamos que a ciência
  • 1:53 - 1:55
    nos fale algo que já sabemos?
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    Ou vocês já devem ter percebido,
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    é claro, que estas podem ambas
    ser verdades óbvias,
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    mas não podem ambas ser verdades,
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    pois são internamente inconsistentes.
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    A ciência da mente e do comportamento
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    está cheia de tais exemplos:
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    verdades óbvias que não
    podem ambas ser verdades.
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    Sabemos, por exemplo,
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    que duas cabeças pensam melhor que uma
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    e sabemos que muitos
    cozinheiros estragam a sopa.
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    Na próxima vez que vocês ouvirem
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    um relatório de ciência
    com algum resultado óbvio
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    lembrem-se de que o resultado
    oposto foi também óbvio,
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    mas teria sido provado estar errado.
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    É óbvio que somos
    individualistas rigorosos
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    Verdade, verdade, verdade!
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    Nascemos para o período
    mais prolongado de dependência
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    mas na transição para a idade adulta,
    alcançamos a autonomia,
  • 2:45 - 2:49
    independência, para nos tornarmos
    os reis da montanha,
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    os capitães do nosso universo.
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    É fácil pensar em nosso cérebro,
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    como está fundo, dentro da caixa craniana
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    separado, isolado, protegido dos outros.
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    Quando olhamos para o mundo social lá fora,
  • 3:02 - 3:04
    outras pessoas certamente
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    parecem ser cercanias
    distintas, independentes
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    sem forças mantendo-as unidas.
  • 3:11 - 3:13
    Não é de admirar que esqueçamos
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    de que somos membros de uma classe social,
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    nascidos dependentes dos nossos pais.
    Para que nossa espécie sobreviva,
  • 3:22 - 3:25
    essas crianças devem
    imediatamente envolver seus pais
  • 3:25 - 3:28
    em um comportamento protetor,
    e os pais devem se importar o suficiente
  • 3:28 - 3:33
    com estes filhos
    para nutri-los e protegê-los.
  • 3:33 - 3:36
    Mesmo quando adultos, não somos
    espécimes particularmente admiráveis.
  • 3:36 - 3:38
    Outros animais conseguem correr mais rápido,
  • 3:38 - 3:39
    ter melhor visão e olfato,
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    e lutar muito mais
    eficazmente do que nós.
  • 3:42 - 3:43
    A nossa vantagem evolutiva
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    é o nosso cérebro e nossa capacidade de comunicação,
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    planejamento, raciocínio e de trabalhar juntos.
  • 3:49 - 3:53
    A nossa sobrevivência depende
    das nossas habilidades coletivas,
  • 3:53 - 3:56
    não da nossa mente individual.
  • 3:59 - 4:02
    Estamos conectados uns aos outros
    durante nossa vida toda,
  • 4:02 - 4:05
    através de uma miríade de forças invisíveis,
  • 4:05 - 4:09
    que, tais como a gravidade,
    são onipresentes e poderosas.
  • 4:09 - 4:13
    Afinal, as espécies sociais, por definição,
    criam uma estrutura que se funde,
  • 4:13 - 4:17
    que se estende para além de um organismo.
  • 4:17 - 4:20
    Estruturas que variam
    de casais e famílias
  • 4:20 - 4:24
    para escolas e nações e culturas.
  • 4:25 - 4:28
    Estas estruturas evoluíram lado a lado
  • 4:28 - 4:32
    com mecanismos neurais, hormonais
    e genéticos que os suportam,
  • 4:32 - 4:34
    porque o comportamento social consequente
  • 4:34 - 4:37
    ajuda estes organismos a sobreviver,
  • 4:37 - 4:40
    reproduzir e deixar um legado genético.
  • 4:42 - 4:43
    Para passar para a vida adulta,
  • 4:43 - 4:46
    para uma espécie social, incluindo a humana,
  • 4:46 - 4:50
    não é se tornar
    autônomo e solitário,
  • 4:50 - 4:53
    é tornar-se aquele de quem
    outros possam depender.
  • 4:55 - 4:58
    Quer saibamos ou não,
    nosso cérebro e biologia
  • 4:58 - 5:01
    têm sido moldados para
    favorecer esta consequência.
  • 5:02 - 5:06
    O biólogo evolucionista,
    David Sloan Wilson,
  • 5:06 - 5:08
    ressalta que, se você perguntar às pessoas:
  • 5:08 - 5:10
    "Quais são as características de uma boa pessoa?"
  • 5:10 - 5:14
    Você vai ouvir características como,
    generosa, compassiva e empática
  • 5:15 - 5:19
    Se você perguntar às pessoas quais são
    as qualidades de uma má pessoa,
  • 5:19 - 5:21
    você vai ouvir características tais como:
  • 5:21 - 5:24
    cruel, gananciosa, exploradora e egoísta.
  • 5:24 - 5:26
    Dito de outra forma,
    as qualidades de uma boa pessoa
  • 5:26 - 5:29
    descrevem alguém que se preocupa
    consigo mesma e com as outras,
  • 5:31 - 5:32
    e uma pessoa má,
    preocupa-se consigo
  • 5:32 - 5:35
    à custa de outras.
  • 5:36 - 5:40
    Durante toda a nossa herança biológica,
  • 5:40 - 5:43
    nosso cérebro e biologia
    têm sido esculpidos a nos orientar
  • 5:43 - 5:48
    para certos tipos de sentimento,
    pensamento e comportamento.
  • 5:49 - 5:50
    Por exemplo,
  • 5:50 - 5:54
    temos um número de
    mecanismos biológicos
  • 5:54 - 5:59
    que capitalizam sobre os
    sinais aversivos para motivar-nos a agir
  • 5:59 - 6:01
    de maneiras essenciais
    para a nossa sobrevivência.
  • 6:02 - 6:04
    A fome, por exemplo, é desencadeada
    pelo baixo nível de açúcar no sangue.
  • 6:04 - 6:06
    e o motiva a comer;
  • 6:06 - 6:09
    um importante sistema de alerta
    para um organismo
  • 6:09 - 6:13
    que exigiria muito mais
    tempo e esforço para encontrar comida
  • 6:13 - 6:15
    do que ir para à geladeira,
    armário da cozinha
  • 6:15 - 6:19
    ou lanchonetes.
  • 6:19 - 6:20
    A sede é um sinal aversivo
  • 6:20 - 6:23
    que nos motiva a procurar
    por água potável
  • 6:23 - 6:26
    antes que sejamos vítimas da desidratação.
  • 6:26 - 6:31
    E a dor é um sistema aversivo que
    nos previne de dano potencial nos tecidos
  • 6:31 - 6:34
    e nos motiva a cuidar
    do nosso corpo físico.
  • 6:35 - 6:40
    Você pode pensar que o sistema
    biológico de alertas pára por aí,
  • 6:40 - 6:42
    mas tem mais.
  • 6:42 - 6:44
    Apesar de não ser parte do senso comum,
    embora não seja intuitiva,
  • 6:44 - 6:48
    a dor e a aversão da solidão,
  • 6:48 - 6:51
    de sentir-se isolado
    dos que estão ao seu redor,
  • 6:51 - 6:55
    é também parte do mecanismo
    biológico de avisos
  • 6:55 - 7:00
    que o alertam para as ameaças
    e danos ao seu corpo social,
  • 7:00 - 7:03
    os quais voce também precisa
    para sobreviver e prosperar.
  • 7:04 - 7:07
    Quase todos nós
    já sentimos dor física
  • 7:07 - 7:09
    e quase quase todos nós já sentimos
  • 7:09 - 7:10
    a angústia da saudade de casa,
  • 7:10 - 7:12
    a agonia do luto,
  • 7:12 - 7:15
    o tormento de um amor não correspondido
  • 7:15 - 7:17
    e a dor de ter sido desprezados.
  • 7:17 - 7:20
    Todas estas são variações
    da experiência da solidão.
  • 7:21 - 7:23
    Quando eu comecei a estudar
    os efeitos da solidão
  • 7:23 - 7:25
    e cérebro e biologia
    duas décadas atrás,
  • 7:27 - 7:30
    a solidão havia sido caracterizada
    como uma doença não-crônica
  • 7:30 - 7:32
    sem características redentoras.
  • 7:33 - 7:37
    Foi ainda equiparada
    com timidez, depressão.
  • 7:37 - 7:42
    com ser solitário, alguém
    com poucas habilidades sociais.
  • 7:43 - 7:46
    Avaliações científicas
    e cálculos sofisticados,
  • 7:46 - 7:50
    para nossa surpresa, revelaram
    que tudo era mito.
  • 7:51 - 7:54
    A ciência e o senso comum
    tinham novamente produzido
  • 7:54 - 7:58
    duas representações muito diferentes
    de um fenômeno.
  • 7:58 - 8:01
    E no entanto, se você olhar para a forma
    em que cada vez mais vivemos nossas vidas,
  • 8:01 - 8:05
    isto mostra o quanto
    nós ainda cremos
  • 8:05 - 8:10
    nestes mitos de solidão e
    valores de autonomia e independência.
  • 8:11 - 8:12
    Por exemplo, se você observar
  • 8:12 - 8:17
    a porcentagem de residências
    com um morador em 1940 nos EUA,
  • 8:17 - 8:20
    era muito menor do que 15%
  • 8:20 - 8:22
    das residências por estado.
  • 8:22 - 8:24
    Avance para 1970,
  • 8:24 - 8:28
    e aumenta para
    entre 15 e 20%.
  • 8:28 - 8:30
    Avance para o ano 2000
  • 8:30 - 8:35
    e agora é superior a 25%
    na maioria dos estados da América do Norte.
  • 8:35 - 8:37
    E aquele estado-azul claro, Utah,
  • 8:37 - 8:41
    no censo de 2010 passou para azul-escuro.
  • 8:42 - 8:44
    A prevalência da solidão
    também está crescendo.
  • 8:45 - 8:49
    Na década 80, estudiosos têm
    estimado que cerca de 20% dos norte-americanos
  • 8:49 - 8:52
    sentiram-se mais solitários do que
    em qualquer outra época.
  • 8:52 - 8:56
    Duas pesquisas nacionalmente
    representativas recentes indicam
  • 8:56 - 8:58
    que esse número dobrou,
  • 9:00 - 9:02
    mas você não ouve as pessoas
    falando que sentem-se solitárias,
  • 9:02 - 9:05
    e isso ocorre porque a
    solidão é estigmatizada.
  • 9:07 - 9:11
    Equivale psicologicamente a
    ser uma pessoa derrotada ou fraca.
  • 9:11 - 9:13
    E isso é realmente lamentável,
  • 9:13 - 9:16
    porque significa que estamos mais
    propensos a negar que nos sentimos sós,
  • 9:16 - 9:20
    que é tão lógico quanto
    negar que sentimos
  • 9:20 - 9:22
    fome, sede ou dor.
  • 9:23 - 9:26
    Pois agora sabemos que viver
    com solidão é o principal fator de risco
  • 9:26 - 9:29
    de morbidade e mortalidade generalizadas.
  • 9:31 - 9:33
    Observe duas condições
    que sabemos a respeito:
  • 9:33 - 9:35
    a morte prematura.
  • 9:35 - 9:41
    Viver com poluição no ar aumenta
    suas chances de morte prematura em 5%.
  • 9:42 - 9:45
    Viver com obesidade, o que sabemos ser
    um problema nacional de saúde,
  • 9:45 - 9:49
    aumenta suas chances
    de morte prematura em 20%.
  • 9:50 - 9:53
    Consumo excessivo de álcool: 30%.
  • 9:54 - 9:58
    Uma análise médica recente com cerca
    de cem mil participantes
  • 9:58 - 10:01
    mostra que viver com solidão aumenta suas chances
  • 10:01 - 10:04
    de morte prematura em 45%.
  • 10:07 - 10:10
    Nós não somos a única espécie social,
    e pesquisas experimentais
  • 10:10 - 10:14
    com animais sociais não-humanos
    que foram isolados mostram
  • 10:14 - 10:18
    que eles também sofrem
    consequências fisiológicas insalubres
  • 10:18 - 10:21
    e têm a vida abreviada.
  • 10:24 - 10:28
    Em nossa história, como espécie,
    temos sobrevivido e prosperado
  • 10:28 - 10:30
    por termos ficado unidos;
  • 10:30 - 10:35
    casais, famílias e tribos,
    para a proteção e assistência mútua.
  • 10:35 - 10:38
    Pensamos em solidão
    como uma situação triste,
  • 10:38 - 10:41
    mas para espécies sociais,
    estar nos perímetros sociais,
  • 10:41 - 10:44
    não só é triste, é perigoso.
  • 10:46 - 10:51
    Os cérebros das espécies sociais,
    incluindo a nossa própria, evoluíram
  • 10:51 - 10:53
    para reagirem quando
    estiverem no perímetro social,
  • 10:53 - 10:56
    entrando em estado de autopreservação.
  • 10:58 - 11:01
    Se você isolar um roedor, e em seguida,
    colocá-lo em um campo aberto
  • 11:01 - 11:04
    tal como esses pontos
    na parte inferior da imagem,
  • 11:04 - 11:06
    ele se engaja no que chamamos
    de evasão antipredatória.
  • 11:06 - 11:11
    Ele anda ao redor e não
    se aventura na parte do meio
  • 11:11 - 11:16
    onde escapar de um predator
    voador seria mais difícil.
  • 11:17 - 11:19
    Quando humanos sentem-se isolados,
  • 11:19 - 11:24
    eles também estão não só em
    uma circunstância infeliz,
  • 11:24 - 11:26
    mas em uma circunstância perigosa.
  • 11:26 - 11:30
    E os cérebros deles também entram
    em modo de autopreservação.
  • 11:31 - 11:34
    Em um estudo com imagens
    cerebrais que fizemos,
  • 11:34 - 11:36
    mostramos à pessoas imagens negativas
  • 11:36 - 11:38
    que nada tinham a ver com outras pessoas
  • 11:38 - 11:40
    ou imagens sociais negativas
  • 11:40 - 11:42
    enquanto elas sentavam-se
    ao scanner, fizemos a varredura.
  • 11:42 - 11:44
    O que descobrimos foi
  • 11:44 - 11:46
    que quanto mais solitário o cérebro,
  • 11:47 - 11:50
    quando uma imagem social negativa
    era apresentada,
  • 11:50 - 11:52
    isso quer dizer, no ambiente de uma pessoa,
  • 11:52 - 11:55
    quando algo socialmente
    negativo acontecia,
  • 11:56 - 11:58
    o cérebro prestava mais atenção,
  • 11:58 - 12:03
    maior atividade do córtex visual
    mostrado em amarelo aqui, àquela imagem.
  • 12:04 - 12:07
    Agora, ao você seguir essa imagem adiante,
  • 12:07 - 12:09
    você chega a essas duas áreas azuis:
  • 12:09 - 12:11
    essa é a junção temporoparietal.
  • 12:11 - 12:15
    Esta é uma parte do tecido cerebral
    que está envolvida na teoria da mente,
  • 12:15 - 12:18
    em leitura da mente e mentalização,
  • 12:18 - 12:21
    em assumir a perspectiva de
    outra pessoa, e em empatia.
  • 12:22 - 12:27
    É responsável pelo controle da atenção
    necessária para sair de si mesmo
  • 12:27 - 12:32
    e colocar-se, pelo menos figurativamente,
    dentro da cabeça de outra pessoa
  • 12:32 - 12:34
    para que você entenda o ponto de vista dessa pessoa.
  • 12:34 - 12:36
    Quanto mais solitário o cérebro,
  • 12:36 - 12:40
    quando algo negativo
    no contexto social era mostrado,
  • 12:40 - 12:42
    menor a atividade nessa região.
  • 12:43 - 12:45
    É perigoso no perímetro social
  • 12:45 - 12:48
    quando acontece algo negativo
    no ambiente social
  • 12:48 - 12:51
    esse cérebro está focado na autopreservação,
  • 12:51 - 12:54
    não na preocupação por outra pessoa.
  • 12:56 - 13:00
    A semelhança nos efeitos neurais
    e comportamentais em toda filogenia
  • 13:00 - 13:04
    é um testemunho da importância
    do ambiente social
  • 13:04 - 13:06
    para as espécies sociais.
  • 13:06 - 13:11
    E essas raízes evolutivas profundas
    orientando nosso cérebro e biologia
  • 13:11 - 13:12
    em direção à nossa autopreservação
  • 13:12 - 13:15
    também sugerem que
    muito do que é acionado
  • 13:15 - 13:18
    pelo isolamento social não é consciente.
  • 13:20 - 13:24
    Por exemplo, quando você se sente isolado
  • 13:25 - 13:28
    você sente esse motivo,
    esse desejo, essa intenção
  • 13:28 - 13:30
    de se conectar com outras pessoas novamente.
  • 13:31 - 13:32
    O que você não sente,
  • 13:32 - 13:37
    é que seu cérebro entrou em
    hipervigilância contra ameaças sociais
  • 13:37 - 13:42
    e essa hipervigilância
    significa que você introduz
  • 13:42 - 13:45
    vieses cognitivos de atenção,
    confirmação e até mesmo de memória
  • 13:46 - 13:48
    em termos dessas interações sociais.
  • 13:48 - 13:50
    E se você está à procura de perigos ,
  • 13:50 - 13:51
    é mais provável que você veja perigos
  • 13:51 - 13:53
    quer eles existam ou não,
  • 13:53 - 13:55
    o que significa ser mais provável que você
  • 13:55 - 13:56
    tenha interações negativas.
  • 13:57 - 14:01
    E essa vigilância ameaça de
    ficar sempre à procura do próximo adversário
  • 14:01 - 14:04
    ativa mecanismos neurobiológicos
  • 14:04 - 14:07
    que podem prejudicar a saúde
    e levar à mortalidade precoce.
  • 14:10 - 14:11
    A solidão aumenta a resposta defensiva
  • 14:11 - 14:14
    porque você está focado
    em seu próprio bem-estar
  • 14:14 - 14:17
    ao invés de tomar
    o lugar ou a perspectiva
  • 14:17 - 14:19
    das pessoas com quem você interage .
  • 14:19 - 14:22
    A solidão aumenta os sintomas depressivos
  • 14:22 - 14:26
    os quais têm o efeito peculiar
    de diminuir a sua probabilidade
  • 14:26 - 14:27
    de ter conflitos sociais.
  • 14:27 - 14:29
    E através da acústica, da postura
  • 14:29 - 14:32
    e das expressões faciais de tristeza,
  • 14:32 - 14:36
    tais como esta criança nesta
    foto, servem como um sinal
  • 14:36 - 14:39
    aos outros ao redor
    para reconectarem-se com você,
  • 14:39 - 14:41
    se eles estiverem dispostos a fazê-lo.
  • 14:41 - 14:44
    Por isso é uma chamada segura para a conexão.
  • 14:44 - 14:46
    A solidão aumenta os
    níveis de cortisol matinais,
  • 14:46 - 14:48
    um poderoso hormônio do estresse,
  • 14:48 - 14:50
    a consequência da
    preparação do cérebro
  • 14:50 - 14:52
    para mais um dia perigoso.
  • 14:53 - 14:57
    E a solidão aumenta
    a resposta prepotente,
  • 14:57 - 14:58
    o que significa que é mais provável você
  • 14:58 - 15:03
    acabar vítima de uma série inteira de
    comportamentos impulsivos insalubres.
  • 15:04 - 15:06
    E o final do dia
  • 15:06 - 15:10
    não traz o fim do estado
    de alerta elevado do cérebro.
  • 15:10 - 15:14
    Se é perigoso afastar feras
    selvagens sozinho com uma vara,
  • 15:14 - 15:19
    imagine como é perigoso
    guardar essa vara à noite
  • 15:20 - 15:22
    quando os predadores estão soltos
  • 15:22 - 15:24
    e você está sem essa
    proximidade social segura.
  • 15:25 - 15:29
    Descobrimos que a solidão
    também diminui o sono saudável,
  • 15:29 - 15:31
    aumentando o número
    de microdespertares,
  • 15:31 - 15:34
    aumenta o sono fragmentado
  • 15:34 - 15:38
    e assim, diminui a desintoxicação
    dos dias estressantes
  • 15:38 - 15:41
    ao longo da noite.
  • 15:42 - 15:46
    Solidão até mesmo altera
    expressões do gene, tais como
  • 15:46 - 15:49
    a biologia inflamatória
    para lidar com ataques.
  • 15:50 - 15:53
    Não faz muito tempo nós pensávamos
    nos genes como o teclado
  • 15:53 - 15:55
    no qual se tocava a canção da vida.
  • 15:55 - 15:58
    O que esta pesquisa
    sugere é que
  • 15:58 - 16:01
    se os genes são as teclas do piano,
  • 16:01 - 16:03
    então, o ambiente, incluindo
    o seu ambiente social
  • 16:03 - 16:09
    é o pianista influenciando
    quais teclas são ligadas e desligadas .
  • 16:10 - 16:12
    Bem, se a solidão é perigosa,
  • 16:12 - 16:13
    o que podemos fazer a respeito?
  • 16:14 - 16:15
    Quando sentimos fome,
  • 16:15 - 16:17
    podemos ir ao refrigerador
    e fazer um lanche.
  • 16:17 - 16:18
    Quando sentimos sede,
  • 16:18 - 16:21
    podemos ir à torneira
    e encher um copo de água.
  • 16:21 - 16:25
    Mas quando nos sentimos solitários,
    não temos uma despensa cheia de amigos
  • 16:25 - 16:27
    com quem podemos conectar,
  • 16:27 - 16:30
    e nenhuma rede social online
  • 16:30 - 16:33
    pode substituir o toque
    confortante de um amigo.
  • 16:34 - 16:38
    Primeiro, reconheça o sinal
  • 16:38 - 16:40
    e não negue-o.
  • 16:41 - 16:45
    Segundo, entenda
    o que ele faz ao seu cérebro,
  • 16:45 - 16:48
    ao seu corpo, ao seu comportamento.
  • 16:49 - 16:50
    É perigoso,
  • 16:50 - 16:53
    como membro de uma espécie social,
    sentir-se isolado
  • 16:53 - 16:56
    e nossos cérebros entram
    em modo de autopreservação.
  • 16:57 - 17:01
    Isso acarreta alguns
    efeitos indesejados e desconhecidos
  • 17:01 - 17:03
    nos nossos pensamentos e
    nossas ações para com os outros.
  • 17:03 - 17:07
    Esteja ciente e
    entenda esses efeitos
  • 17:07 - 17:10
    e seja responsável por
    suas ações em relação aos outros.
  • 17:10 - 17:12
    E terceiro, reaja.
  • 17:13 - 17:16
    Entenda que não é
    a quantidade de amigos,
  • 17:16 - 17:20
    mas a qualidade de uns poucos
    relacionamentos o que realmente importa.
  • 17:20 - 17:24
    Zele pelos três componentes
    de conexão.
  • 17:24 - 17:31
    Pode-se promover conexões essenciais
    ao desenvolver uma única relação
  • 17:31 - 17:35
    que é confiável, em que você pode confiar
    e que pode confiar em você.
  • 17:36 - 17:38
    Você pode promover
    conexão relacional
  • 17:38 - 17:42
    simplesmente ao dividir
    bons momentos com amigos e família.
  • 17:42 - 17:47
    Muitas vezes vamos para a mesa de jantar
    felizes que provemos para a nossa família,
  • 17:47 - 17:51
    mas esquecemos de dividir qualquer
    bom momento do percurso com eles.
  • 17:52 - 17:56
    Conexões coletivas podem ser
    alcançadas ao nos tornarmos
  • 17:56 - 17:58
    parte de algo maior do que nós mesmos.
  • 17:59 - 18:03
    Se os obstáculos à conexão
    parecem intransponíveis,
  • 18:03 - 18:07
    considere voluntariar-se
    para algo de que goste.
  • 18:07 - 18:12
    Talvez possa ajudar a servir os necessitados,
    ajudar em um museu,
  • 18:12 - 18:17
    um zoológico, um clube
    de corrida ou um evento TEDx.
  • 18:17 - 18:22
    Ou simplesmente dedique tempo conversando
    com idosos em lares de repouso.
  • 18:24 - 18:28
    Compartilhar bons momentos é
    uma das chaves para a conexão.
  • 18:28 - 18:33
    E não espere. A próxima vez que
    sentir-se alienado, isolado ou excluído,
  • 18:33 - 18:36
    responda ao sinal aversivo
  • 18:36 - 18:39
    como o faria se fosse fome, sede ou dor,
  • 18:39 - 18:41
    e conecte-se.
  • 18:41 - 18:42
    Obrigado.
  • 18:42 - 18:45
    (Aplausos)
Title:
A Letalidade da Solidão: John Cacioppo no TEDxDesMoines
Description:

John Cacioppo demonstra a importância da interação social para os seres humanos como espécie social, e como a solidão pode realmente prejudicar a nossa saúde e até causar a morte. Ele nos dá algumas sugestões de como nos reconectar aos outros.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:45

Portuguese, Brazilian subtitles

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