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Porta de Ishtar e Caminho Procissional (reconstrução), Babilônia, c. 575 a.C.

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    [Fundo musical] ¶
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    Dr. Zucker: - Estamos no Museu
    Pergamon, em Berlim,
  • 0:08 - 0:11
    e um dos objetos mais
    impressionantes dele,
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    bem, não é
    um objeto.
  • 0:12 - 0:14
    Dra. Harris: É uma
    porta de uma cidade.
  • 0:14 - 0:16
    Havia oito portas duplas
    que formavam
  • 0:16 - 0:19
    parte das paredes ao redor
    da antiga cidade de Babilônia.
  • 0:19 - 0:21
    - É enorme.
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    - Não somente
    nos impressiona,
  • 0:23 - 0:25
    impressionou as pessoas,
    quando construído.
  • 0:25 - 0:27
    De fato, era uma das
    Maravilhas do Mundo.
  • 0:27 - 0:29
    - Então Nabucodonosor,
    de fama bíblica,
  • 0:29 - 0:32
    subiu ao trono e
    começou a reconstruir
  • 0:32 - 0:35
    a já antiga cidade
    de Babilônia.
  • 0:35 - 0:38
    Esta é uma cidade que tem as suas
    raízes no terceiro milênio a.C.,
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    mas tinha se tornado um
    importante centro político
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    sob o rei Hammurabi
    em 1700 a.C..
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    A cidade tinha permanecido povoada, mas
    só recuperou importância no século VI
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    sob Nabucodonosor II
    e com o seu pai.
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    E o que estamos vendo aqui é parte
    da enorme campanha de construção
  • 0:56 - 0:58
    que Nabucodonosor II
    tinha empreendido.
  • 0:58 - 1:01
    - Podemos reconhecer
    Nabucodonosor da Bíblia,
  • 1:01 - 1:04
    do livro
    de Daniel.
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    Ele é o soberano da
    Babilônia que conquista
  • 1:06 - 1:08
    e destrói o Templo
    de Jerusalém
  • 1:08 - 1:11
    e que é responsável
    pelo exílio dos judeus.
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    - Claro que era
    poderosíssimo:
  • 1:13 - 1:16
    foi capaz de realizar esta
    enorme construção, você sabe;
  • 1:16 - 1:19
    fortificou e fortaleceu
    onze quilômetros
  • 1:19 - 1:21
    de muro ao redor da
    cidade de Babilônia;
  • 1:21 - 1:25
    reconstruiu o grande
    Zigurate na Babilônia
  • 1:25 - 1:27
    que teve o Templo de Marduk
    em sua parte superior
  • 1:27 - 1:30
    E é provavelmente a fonte da
    história da Torre de Babel;
  • 1:30 - 1:35
    criou palácios e criou
    esse portão extraordinário.
  • 1:35 - 1:37
    - E jardins
    suspensos que também
  • 1:37 - 1:39
    foram considerados uma das
    maravilhas do mundo.
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    Então, a cidade de Babilônia
    tinha oito portas duplas.
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    A que estamos olhando
    é uma daquelas portas
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    e, na verdade, a
    menor das portas duplas.
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    A outra teria
    sido ainda maior,
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    se é que é
    possível imaginar.
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    - De fato, tão
    grande que o museu
  • 1:53 - 1:55
    não pode realmente
    colocá-la em exposição,
  • 1:55 - 1:57
    mesmo neste
    espaço gigantesco.
  • 1:57 - 2:00
    Esta porta, que naturalmente teria
    sido aberta apenas para o amigável,
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    está no final de um longo
    caminho procissional,
  • 2:02 - 2:07
    forrado com belos leões que falam
    muito claramente de orgulho,
  • 2:07 - 2:10
    de poder, e do governo
    de Nabucodonosor.
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    - Os leões vistos no
    caminho procissional
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    representam Ishtar, uma
    das deusas babilônicas:
  • 2:15 - 2:19
    a deusa da guerra e da
    sabedoria e da sexualidade.
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    - Estão posicionados
    ao nível dos olhos
  • 2:22 - 2:24
    e são um pouco menor do
    que o tamanho natural,
  • 2:24 - 2:26
    todavia são
    muito grandes.
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    - E eles são
    assustadores.
  • 2:27 - 2:29
    - Suas bocas estão abertas
    nestes rugidos ferozes.
  • 2:29 - 2:32
    - É verdade. Eles estão
    rosnando, não estão?
  • 2:32 - 2:34
    - Eles estão. Porém, o fato
    deles serem colocados
  • 2:34 - 2:36
    neste caminho normal,
    faz com que pareçam
  • 2:36 - 2:39
    ter sido treinados
    ou controlados
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    pelo próprio rei
    Nabucodonosor.
  • 2:41 - 2:43
    - Faz-nos temer
    não só os leões
  • 2:43 - 2:45
    Mas também nos
    faz temer o rei.
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    A imagem de um
    leão é bonita.
  • 2:47 - 2:50
    Esta faiança é erguida para criar
    uma espécie de escultura em relevo.
  • 2:50 - 2:53
    Então... além dos leões, há
    duas outras formas animais
  • 2:53 - 2:55
    para decorar a porta,
    e ambas foram elaboradas
  • 2:55 - 2:57
    para ser tão ferozes
    quanto os leões.
  • 2:57 - 3:00
    Uma espécie de touro antigo,
    conhecido como um auroque.
  • 3:00 - 3:02
    Estes deveriam ser
    terrivelmente cruéis.
  • 3:02 - 3:05
    E, em seguida, alternando
    com as linhas de auroque,
  • 3:05 - 3:07
    está uma espécie de
    dragão mesopotâmio,
  • 3:07 - 3:09
    que é realmente uma
    besta complexa.
  • 3:09 - 3:12
    As patas dianteiras
    são as de leões.
  • 3:12 - 3:15
    A cabeça e o pescoço vêm
    de uma cobra ou serpente.
  • 3:15 - 3:18
    As patas traseiras vêm
    de uma águia, talvez.
  • 3:18 - 3:21
    - E suas caudas têm um ferrão,
    como um escorpião.
  • 3:21 - 3:24
    - Esses dragões estão
    associados com Marduk,
  • 3:24 - 3:26
    o deus padroeiro
    da cidade.
  • 3:26 - 3:29
    E Nabucodonosor associou-se
    diretamente com Marduk.
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    Os auroques, que
    são estes touros,
  • 3:31 - 3:34
    estão ligados
    com o deus Adad,
  • 3:34 - 3:35
    um deus associado
    com as tempestades,
  • 3:35 - 3:37
    com a fertilidade
    da terra,
  • 3:37 - 3:38
    com a colheita.
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    Todos estes animais falam
    em proteger a cidade,
  • 3:41 - 3:43
    também abastecendo
    a cidade.
  • 3:43 - 3:45
    - Eles são
    animais ferozes,
  • 3:45 - 3:49
    mas também estão representados
    em um caminho muito habitual
  • 3:49 - 3:52
    ao longo da procissão e
    na torre e no arco do portão,
  • 3:52 - 3:55
    de modo que
    há uma simetria,
  • 3:55 - 3:58
    um senso de ordem na forma
    como são representados.
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    - Um dos aspectos mais
    extraordinários destas torres
  • 4:01 - 4:03
    da porta como
    um todo, é a cor.
  • 4:03 - 4:05
    Este é um lugar árido,
    onde o sol é brilhante,
  • 4:05 - 4:07
    onde realmente
    fica quente.
  • 4:07 - 4:09
    E você pode imaginar
    o quão brilhante
  • 4:09 - 4:13
    os azuis e os verdes da superfície
    teriam sido originalmente,
  • 4:13 - 4:17
    não no contexto do museu, mas sim
    no contexto da margem de um deserto.
  • 4:17 - 4:19
    Na Mesopotâmia havia um
    problema real, você sabe,
  • 4:19 - 4:22
    os egípcios eram capazes de
    construir grandes pirâmides
  • 4:22 - 4:25
    e outros monumentos feitos da
    pedra nativa que os rodeava,
  • 4:25 - 4:27
    mas na Mesopotâmia
    eles não têm isso.
  • 4:27 - 4:30
    Este era um vale do rio, a Babilônia
    ficava às margens do Eufrates.
  • 4:30 - 4:33
    Na verdade, o Eufrates
    atravessa direto a cidade.
  • 4:33 - 4:35
    Quando os mesopotâmios
    queriam construir,
  • 4:35 - 4:37
    eles criavam edifícios
    a partir de tijolos,
  • 4:37 - 4:40
    fabricados a partir da
    argila do vale do rio.
  • 4:40 - 4:43
    O azul brilhante que vemos na
    superfície da porta é faiança.
  • 4:43 - 4:46
    Esta é uma técnica que era
    conhecida pelos antigos egípcios
  • 4:46 - 4:48
    e outras partes do
    mundo antigo,
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    e utiliza cobre para criar
    esta azul brilhante.
  • 4:51 - 4:52
    E este é um
    belo exemplo.
  • 4:52 - 4:58
    - Então o portão é enorme,
    é assustador, é decorativo,
  • 4:58 - 5:00
    e é brilhantemente
    colorido.
  • 5:00 - 5:03
    Não é de admirar que Nabucodonosor
    estivesse tão orgulhoso dele
  • 5:03 - 5:05
    e escrevesse uma
    inscrição ao lado.
  • 5:05 - 5:07
    - Vamos lê-la.
  • 5:07 - 5:11
    Agora temos certeza de onde a inscrição
    foi originalmente colocada na parede,
  • 5:11 - 5:15
    contudo, nesta reconstrução, está no
    lado esquerdo da torre esquerda.
  • 5:15 - 5:17
    Aqui está um trecho:
    "Eu, Nabucodonosor,
  • 5:17 - 5:20
    estabeleci as fundações dos portões
    ao nível de água do solo".
  • 5:20 - 5:23
    E as tinha construído a
    partir de pura pedra azul.
  • 5:23 - 5:26
    Nas paredes da sala interna do
    portão, estão touros e dragões,
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    e eu, portanto, magnificamente
    os adornei com luxuoso esplendor
  • 5:30 - 5:34
    para que toda a humanidade
    os observe com reverência.
  • 5:34 - 5:38
    - E nós estamos reverenciando
    dois milênios e meio mais tarde.
  • 5:38 - 5:41
    - Nabucodonosor entendeu
    seu lugar na história
  • 5:41 - 5:44
    e realmente escreveu inscrições
    em seus novos edifícios,
  • 5:44 - 5:47
    o que não só os identificou e
    identificou o propósito deles,
  • 5:47 - 5:50
    como a ele mesmo como
    patrono deles e, mais ainda,
  • 5:50 - 5:53
    pediu aos governantes futuros
    para reconstruí-los para ele.
  • 5:53 - 5:57
    - É como se ele soubesse
    que os impérios vão e vêm.
  • 5:57 - 5:59
    - E pudesse falar
    ao longo da história
  • 5:59 - 6:02
    e no nosso tempo, o
    governante da Mesopotâmia,
  • 6:02 - 6:05
    que hoje chamamos de Iraque,
    parece ter prestado atenção.
  • 6:05 - 6:07
    Saddam Hussein, na realidade,
    tinha começado
  • 6:07 - 6:09
    a reconstrução de
    partes da Babilônia.
  • 6:09 - 6:12
    Construiu seu próprio palácio
    a algumas centenas
  • 6:12 - 6:14
    de metros de distância
    da Porta de Ishtar
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    E começou a reconstrução
    de partes da cidade também.
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    Isso chegou a um impasse, obviamente,
    nas recentes ações militares contra ele
  • 6:21 - 6:24
    e, é claro, ele foi afinal
    deposto e morto.
  • 6:24 - 6:28
    - E o que significava reconstruir
    esta cidade lendária?
  • 6:28 - 6:30
    - Saddam Hussein
    queria muito reconstruí-lo
  • 6:30 - 6:33
    não por Nabucodonosor, mas
    por sua própria ambição política.
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    - Reivindicando o poder de
    Nabucodonosor para si mesmo.
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    - Com certeza! E o poder
    da antiga Mesopotâmia!
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    [Fundo musical]
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    [Legendado por: Noemia Monteiro Bito]
Title:
Porta de Ishtar e Caminho Procissional (reconstrução), Babilônia, c. 575 a.C.
Description:

Reconstrução da Porta de Ishtar e o Caminho Procissional, Babilônia, c. 575 a.C., tijolos de barro vidrado (Pergamon Museum, Berlim).

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Video Language:
English
Duration:
06:50

Portuguese, Brazilian subtitles

Incomplete

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