Por que as coisas doem? | Lorimer Moseley | TEDxAdelaide
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0:13 - 0:16Bem agora que todos iam tirar um cochilo.
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0:16 - 0:17Não tirem um cochilo!
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0:18 - 0:21Levantem a mão, apertem a orelha
esquerda o máximo que puderem. -
0:21 - 0:23Levantem a mão se doer.
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0:23 - 0:25Excelente. Obrigado por me receberem.
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0:25 - 0:26(Risos)
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0:26 - 0:29Não, não é verdade...
Deixem-me contar uma história. -
0:29 - 0:31Só quero tirar isso da tela por enquanto.
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0:31 - 0:34Quero contar uma história que explica
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0:34 - 0:36os primeiros três anos
da neurobiologia da dor -
0:36 - 0:38que estudamos na universidade.
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0:38 - 0:41Oito anos atrás, eu caminhava no mato.
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0:41 - 0:43Eu usava um sarongue.
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0:43 - 0:44(Risos)
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0:46 - 0:48Muito legal. Isso é o que aconteceu.
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0:51 - 0:52Vocês viram aquilo?
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0:52 - 0:54Esperem, foi isso o que aconteceu.
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0:57 - 1:00Biologicamente, vou contar
o que aconteceu naquele momento. -
1:00 - 1:03Algo tocou minha pele na perna esquerda.
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1:04 - 1:05Isso ativa os receptores
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1:05 - 1:08no final das fibras nervosas
mielinizadas de condução rápida, -
1:09 - 1:11que sobem direto pela minha perna,
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1:11 - 1:14direto pela minha medula espinhal,
até essa parte do meu cérebro, -
1:14 - 1:15e eles dizem:
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1:15 - 1:18"Você acabou de ser tocado
na pele da perna esquerda". -
1:18 - 1:20(Ofegante) (Risos)
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1:20 - 1:23Enquanto isso, o que quer que fosse,
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1:23 - 1:26era suficientemente intenso para ativar
as terminações nervosas livres; -
1:26 - 1:28nós as chamamos de nociceptores.
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1:28 - 1:33Elas são Lada Niva magros,
não mielinizados, de condução lenta; -
1:34 - 1:36alguém sabe o que é uma Lada Niva...
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1:36 - 1:37(Risos)
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1:37 - 1:38fibras nervosas.
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1:38 - 1:41E essa mensagem viaja
até a minha medula espinhal, -
1:41 - 1:42e é o mais longe que ela vai.
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1:42 - 1:46E diz para um neurônio fresco
na minha medula espinhal: -
1:47 - 1:52"Algo perigoso aconteceu
na pele da sua perna esquerda, -
1:53 - 1:55companheiro".
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1:55 - 1:56(Risos)
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1:56 - 1:59E o nociceptor espinhal leva
essa mensagem até o tálamo, -
1:59 - 2:00que fica lá em algum lugar,
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2:00 - 2:05e diz: "Há perigo na pele
da perna esquerda, companheiro". -
2:06 - 2:10Agora o cérebro tem que avaliar
quão perigoso isso realmente é. -
2:10 - 2:11Então, ele olha tudo.
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2:12 - 2:15E entendo o aconteceu comigo assim,
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2:15 - 2:19com meu cérebro pensando: "Lobo frontal,
já passamos por algo assim antes?" -
2:19 - 2:22"Espere, vou perguntar
ao córtex parietal posterior." -
2:22 - 2:25"Já passamos por isso antes?"
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2:25 - 2:26"Sim, nós passamos."
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2:26 - 2:28"Aconteceu nesta fase do ciclo da marcha?"
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2:28 - 2:30"Sim, aconteceu."
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2:30 - 2:32"É proveniente do mesmo local?"
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2:32 - 2:33"Sim." "O que é isso?"
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2:33 - 2:37"Bem, desde pequeno, você costumava
arranhar as pernas nos galhos. -
2:38 - 2:40Isso não é perigoso.
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2:41 - 2:43Eu vou dar a você, o organismo, algo,
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2:43 - 2:46então pode chutar o galho
e continuar seu caminho feliz". -
2:46 - 2:48E foi o que aconteceu comigo.
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2:48 - 2:51Não posso mostrar agora,
mas tirei meu sarongue, -
2:51 - 2:53entrei no rio, saí do rio,
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2:53 - 2:55e essa é a última coisa que eu me lembro,
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2:56 - 2:58ter sido picado por uma cobra marrom.
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2:58 - 2:59(Murmúrios)
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3:00 - 3:01Sobrevivente.
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3:01 - 3:02(Risos)
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3:02 - 3:04Muito obrigado.
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3:04 - 3:05(Aplausos)
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3:05 - 3:06Por algum motivo,
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3:06 - 3:10a cobra marrom envenena, claramente,
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3:10 - 3:13e uma das coisas que faz
é ativar as fibras nervosas. -
3:13 - 3:15Na verdade, meu cérebro
recebeu essas mensagens -
3:15 - 3:18dizendo: "Perigo! Perigo! Perigo! Perigo!"
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3:18 - 3:21e, em sua sabedoria,
disse: "Não. Não. Não". -
3:22 - 3:27Seis meses depois, eu caminhava
no mato com uma companhia chata. -
3:27 - 3:29Vocês sabem como é um chato?
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3:29 - 3:32Aquelas pessoas que,
não importa o que digam, são chatas. -
3:32 - 3:33(Risos)
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3:33 - 3:37É irrelevante, mas vamos chamá-la de Naomi
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3:38 - 3:40porque esse é o nome dela.
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3:40 - 3:41(Risos)
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3:42 - 3:44De qualquer forma, foi o que aconteceu.
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3:45 - 3:48Ai! Ai! E estou agonizando.
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3:48 - 3:51Sinto uma pontada de dor
queimando minha perna. -
3:52 - 3:55Direi, biologicamente, o que aconteceu.
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3:55 - 3:57Algo tocou a minha pele na perna esquerda.
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3:57 - 4:00Ativou as grandes e gordas
fibras nervosas mielinizadas -
4:00 - 4:02que enviaram uma mensagem até aqui.
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4:02 - 4:05"Algo tocou a pele da sua perna esquerda."
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4:06 - 4:09É intenso o bastante pra ativar
essas terminações nervosas livres. -
4:09 - 4:12Os receptores de perigo levam
a mensagem para minha medula espinhal: -
4:12 - 4:16"Algo perigoso aconteceu
na pele da perna esquerda..." -
4:16 - 4:17Plateia: Companheiro.
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4:17 - 4:18Sim!
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4:18 - 4:19(Risos)
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4:20 - 4:22Muito bem, você nem ensaiou.
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4:22 - 4:25Vai para o tálamo e diz a mesma coisa:
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4:25 - 4:28"Algo perigoso acaba de acontecer
na pele da perna esquerda..." -
4:28 - 4:30Plateia: Companheiro!
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4:30 - 4:33O cérebro diz: "Muito obrigado, tálamo.
As crianças estão bem? Bem, então... -
4:33 - 4:34(Risos)
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4:34 - 4:37Córtex frontal, algo para me dizer?
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4:37 - 4:40"Espere, vou perguntar ao córtex
parietal posterior: onde estamos?" -
4:40 - 4:42"Estamos caminhando no mato..."
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4:42 - 4:44Plateia: Companheiro.
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4:44 - 4:45(Risos)
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4:45 - 4:48Você é um companheiro pouco feliz.
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4:48 - 4:50"Nesta fase do ciclo da marcha?"
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4:50 - 4:52"De onde vem isso?
Já estivemos aqui antes?" -
4:52 - 4:53"Ah sim, estivemos."
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4:54 - 4:56"Na última vez, você quase morreu."
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4:57 - 5:00"Eu vou fazer isso doer tanto
que você não poderá fazer mais nada!" -
5:00 - 5:04E eu estava em absoluta agonia
pelo que pareceram minutos. -
5:04 - 5:05Gritando de dor,
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5:06 - 5:10até que um dos meus amigos olhou pra minha
perna e viu o arranhãozinho de um galho. -
5:10 - 5:12(Risos)
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5:12 - 5:15A dor nessas situações
era totalmente diferente -
5:15 - 5:17por causa do significado.
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5:17 - 5:21Quero convencê-los de que a dor
é uma ilusão 100% do tempo. -
5:21 - 5:22Aqui está uma ilusão visual...
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5:22 - 5:24Deem uma olhada nessa foto,
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5:24 - 5:27temos um quadrado com um A nele
e outro com um B. -
5:27 - 5:30Levantem a mão se vocês acham
que o quadrado com A nele -
5:30 - 5:33parece mais escuro que o quadrado com o B.
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5:34 - 5:36Graças a Deus por isso.
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5:36 - 5:41Nenhum de vocês tem uma desordem
neurológica realmente constrangedora. -
5:41 - 5:42Exceto você.
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5:42 - 5:43(Risos)
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5:43 - 5:44Isso não é verdade.
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5:45 - 5:47Vejam o que acontece
com outro olhar sobre isso. -
5:47 - 5:50Estes são aqueles dois quadrados
tirados daquela foto. -
5:51 - 5:55Espero que vejam que são idênticos
e alguns podem não acreditar em mim. -
5:55 - 5:58Vou colocar o A em cima disso
e vou colocar o B em cima disso. -
5:59 - 6:01Alguns podem não acreditar em mim ainda,
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6:01 - 6:04então por que nós simplesmente
não movemos o A em cima do B, -
6:06 - 6:08ou o B por cima do A?
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6:09 - 6:12Não importa quanto tempo olhem,
o A parecerá mais escuro que o B -
6:12 - 6:15porque o cérebro está
fazendo coisas bem legais, -
6:16 - 6:18muito rapidamente sem a nossa consciência.
-
6:18 - 6:19Vejam isso.
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6:19 - 6:22Virem a cabeça para o lado
e deem uma olhada na mesma foto. -
6:23 - 6:25Nada muda.
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6:25 - 6:26(Risos)
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6:27 - 6:29Fantástico. 100%!
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6:32 - 6:34Então, o que realmente acontece aqui,
-
6:35 - 6:37exatamente a mesma frequência
está atingindo sua retina, -
6:38 - 6:40e envia uma mensagem
para a parte de trás do cérebro, -
6:41 - 6:43e então toda essa coisa legal
acontece muito rapidamente -
6:43 - 6:46pra fazer as perguntas:
"O que isso realmente significa?" -
6:46 - 6:49"O que é biologicamente
vantajoso pra mim?" -
6:49 - 6:51E então obtemos uma imagem visual.
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6:51 - 6:54Isto é uma ilusão visual
e a visão não tem a ver com emoção, -
6:54 - 6:56não é necessariamente sobre sobrevivência,
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6:56 - 6:58mas a dor é.
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6:59 - 7:01Alguns podem não saber
se não forem medicamente treinados, -
7:01 - 7:04mas o que está acontecendo
na perna direita desse cara, -
7:04 - 7:06isso não está certo, isso é...
-
7:06 - 7:07(Risos)
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7:07 - 7:08essa é uma situação perigosa,
-
7:08 - 7:11e uma mensagem de perigo chega ao cérebro,
-
7:11 - 7:13e o cérebro precisa fazer
exatamente as mesmas perguntas: -
7:14 - 7:16"O que isto significa?
O que deve ser feito aqui?" -
7:16 - 7:22E, com sorte, a orquestra no cérebro
dessa pessoa fará a perna doer. -
7:23 - 7:26No trabalho que realizo há muito tempo,
-
7:26 - 7:30fazemos nosso melhor para descobrir
como podemos convencer as pessoas com dor -
7:31 - 7:33de que entendemos que estão com dor,
-
7:33 - 7:35mas não se trata apenas
dos tecidos do corpo. -
7:36 - 7:38Como podemos convencê-los disso?
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7:38 - 7:42E uma mudança conceitual crucial
que achamos ser realmente importante -
7:42 - 7:45é entender que a dor é o resultado final.
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7:45 - 7:48A dor é uma saída do cérebro
projetada para nos proteger. -
7:50 - 7:53Não é algo que vem dos tecidos do corpo.
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7:55 - 7:56Não há nada aqui.
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7:56 - 7:58Mostramos aos pacientes uma faca afiada,
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7:58 - 8:00e dizemos que esta faca é afiada, sim?
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8:00 - 8:01Sim.
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8:02 - 8:05E pode estar um pouco fria, é dura,
tem todas essas propriedades. -
8:05 - 8:07Esta faca, dolorosa ali parada.
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8:07 - 8:11Não, não é. Essa faca não tem
as propriedades da dor. -
8:11 - 8:16E quando a enfiamos na barriga deles;
nós fazemos isso regularmente, direto; -
8:16 - 8:17(Risos)
-
8:17 - 8:20a barriga não adota a propriedade da dor.
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8:20 - 8:23O cérebro tem que fazer algumas coisas
muito rápidas e interessantes -
8:24 - 8:27para projetar essa ilusão
de que a dor existe lá. -
8:27 - 8:31A dor é uma construção
do cérebro, 100% do tempo. -
8:32 - 8:34Podemos manipular a dor
facilmente sem tocar nos tecidos. -
8:34 - 8:36Fizemos esta experiência há um tempo,
-
8:36 - 8:39na qual temos voluntários
saudáveis supostamente "normais". -
8:40 - 8:41Não são pessoas normais,
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8:41 - 8:43porque se voluntariaram
para um experimento de dor, -
8:43 - 8:44(Risos)
-
8:44 - 8:47mas digamos que são razoavelmente normais.
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8:47 - 8:50Colocamos uma peça de metal
muito fria nas costas da mão deles, -
8:51 - 8:53e lhes mostramos uma de duas luzes.
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8:53 - 8:56Uma luz é vermelha e outra é azul.
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8:56 - 9:00Não falamos nada sobre as luzes,
apenas lhes mostramos. -
9:03 - 9:04Eu vejo essa mão.
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9:05 - 9:07Perguntamos a eles: "Dói muito?"
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9:07 - 9:10E se eles veem a luz vermelha,
dói mais do que se veem a luz azul. -
9:10 - 9:12O estímulo é exatamente o mesmo,
-
9:12 - 9:15o diferente é o significado do estímulo.
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9:15 - 9:18Há uma indicação que diz:
"Isso está muito quente". -
9:18 - 9:20Porque vermelho significa quente.
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9:21 - 9:24Então, o cérebro sensato
e inteligente deveria dizer: -
9:24 - 9:29"Não quero que você faça isso,
então eu vou fazer isso doer". -
9:31 - 9:34Há pessoas nos Estados Unidos
que podem usar alunos de psicologia -
9:34 - 9:39em experimentos em troca de pontos
nas provas ou sexo, ou outra coisa. -
9:39 - 9:40(Risos)
-
9:40 - 9:44Enfim, colocam a cabeça dentro
do que pensam ser um estimulador, -
9:44 - 9:47e eles se certificam de que o sujeito
possa ver o botão de intensidade. -
9:47 - 9:49E conforme aumentam
o botão de intensidade; -
9:49 - 9:54esta pequena figura lá mostrando
as linhas subindo a uma taxa constante; -
9:54 - 9:58essa é a dor de cabeça relatada por eles,
e coincide com o botão de intensidade. -
9:58 - 10:00Mas o estimulador não está fazendo nada.
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10:00 - 10:03É só um daqueles secadores
de cabelo de plástico antigos -
10:03 - 10:04que não fazem nada.
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10:04 - 10:05Vocês conhecem essas coisas?
-
10:05 - 10:07Você provavelmente já usou um.
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10:07 - 10:09(Risos)
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10:09 - 10:12O truque é que eles têm
que ver o botão de intensidade. -
10:13 - 10:15Sempre quis fazer um experimento
-
10:15 - 10:19com base no filme "Isto É Spinal Tap",
em que o botão de intensidade vai até 11. -
10:19 - 10:21Lembram-se daquele filme?
-
10:22 - 10:24O realmente importante
do ponto de vista clínico; -
10:24 - 10:28sou um neurocientista clínico,
e vejo pacientes com dor; -
10:28 - 10:32é que qualquer indício confiável
de que eles estejam em perigo -
10:32 - 10:33deve alterar a dor deles.
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10:33 - 10:35Eles entram nos departamentos hospitalares
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10:35 - 10:37com modelos como este na mesa.
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10:38 - 10:40O que seu cérebro diz
quando vê um disco vertebral -
10:40 - 10:43que escorregou tanto que saiu da coluna?
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10:43 - 10:45(Risos)
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10:45 - 10:47Já viram um disco vertebral num cadáver?
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10:48 - 10:50Não dá para soltar aqueles danados.
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10:50 - 10:53Eles são imóveis,
não dá para soltar um disco. -
10:53 - 10:56Mas essa é a nossa linguagem
e ela manipula nosso cérebro. -
10:56 - 10:59Ela não pode não manipular nosso cérebro.
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10:59 - 11:03Podemos até modular a localização da dor
e fazer umas coisas interessantes. -
11:04 - 11:06Está bem estabelecido que a dor reflexa
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11:06 - 11:11causa dor em uma área do corpo
que pode ser fisiologicamente normal. -
11:11 - 11:13Podem ter ouvido falar de dor reflexa.
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11:13 - 11:14(Espirro na plateia)
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11:14 - 11:15Saúde!
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11:15 - 11:19Fazemos experimentos em que causamos
dor em um membro artificial, -
11:19 - 11:20que nem é da pessoa.
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11:20 - 11:24Este é Meng, um pós-doutorando em meu
laboratório em Oxford, no Reino Unido, -
11:24 - 11:26e roubamos um membro protético;
-
11:26 - 11:30que é uma outra história muito engraçada,
mas não vou contar para vocês; -
11:30 - 11:33e nós podemos fazer essa manipulação
-
11:33 - 11:37de modo que comece a sentir como se
o membro plástico na sua frente fosse seu. -
11:37 - 11:39E podemos fazer a mão de borracha doer.
-
11:40 - 11:45E podemos pegar uma faca
e passá-la pela mão de borracha, -
11:45 - 11:49e você tem reações cerebrais
para proteger aquela mão de borracha. -
11:49 - 11:53Está sentindo dor em um pedaço
de plástico, efetivamente. -
11:53 - 11:57Eis uma experiência legal em que pegamos
duas pessoas do Clip-art da Microsoft, -
11:57 - 12:01e colocamos uma "webcam"
na testa de uma delas -
12:01 - 12:05e um par de óculos
de realidade virtual na outra. -
12:06 - 12:08E então nós os fazemos apertar as mãos.
-
12:08 - 12:10E como estão apertando as mãos,
-
12:10 - 12:15a pessoa à direita,
que está usando os óculos... -
12:15 - 12:19o campo visual dela vem
da testa da outra pessoa. -
12:19 - 12:20Entenderam?
-
12:20 - 12:24Então, estão efetivamente olhando
para a outra pessoa, pensando que são eles -
12:24 - 12:28porque estão apertando as mãos,
o comando motor se encaixa, tudo está bem. -
12:28 - 12:33E então nós entramos e colocamos
um estímulo doloroso no braço da pessoa, -
12:33 - 12:36e eles veem o braço da pessoa ali,
-
12:36 - 12:41com quem estão apertando as mãos,
e dizem: "Ai! Isso realmente dói". -
12:41 - 12:42E nós dizemos: "Onde dói?"
-
12:42 - 12:44"No braço daquele homem".
-
12:44 - 12:46(Risos)
-
12:46 - 12:49Acertam todas as vezes,
apontando exatamente onde estão, -
12:49 - 12:52mas se vendo do lado de fora,
tirando uma foto, -
12:52 - 12:55temos o estímulo doloroso aqui,
e eles estão dizendo: "Dói lá". -
12:56 - 13:00O cérebro não está apenas produzindo dor,
-
13:00 - 13:03está projetando para este local no ar.
-
13:03 - 13:05Nós podemos manipular isso.
-
13:05 - 13:07Isso tudo se torna importante
quando a dor persiste -
13:07 - 13:10porque aí duas coisas acontecem
-
13:10 - 13:13que tornam a vida de alguém
com dor realmente difícil, -
13:13 - 13:16e custam ao país 40 bilhões
de dólares ao ano. -
13:16 - 13:18Custam mais à Austrália do que o câncer,
-
13:18 - 13:21doença cardiovascular e diabetes juntos.
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13:22 - 13:26Obrigado por essa expressão facial,
eu queria que alguém fizesse... -
13:26 - 13:27(Risos)
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13:28 - 13:31O problema é que se continuarmos
estimulando os neurônios, -
13:31 - 13:35as células cerebrais que produzem
dor serão mais eficazes. -
13:35 - 13:39Se tornarão cada vez mais sensíveis
e precisaremos de uma influência menor. -
13:39 - 13:42A ilusão de aumentar a sensibilidade
-
13:43 - 13:45torna-se muito inútil.
-
13:45 - 13:49Está tentando protegê-lo de algo
que não precisa de proteção. -
13:49 - 13:50É muito real.
-
13:51 - 13:53A outra coisa que acontece
é que todas essas redes -
13:53 - 13:58perdem a capacidade de serem específicas
e precisas, de modo que a dor se espalha. -
13:58 - 14:00A dor muda de qualidade.
-
14:01 - 14:06Finalmente, não é sequer informativa;
é inútil e pouco informativa. -
14:07 - 14:11Talvez a próxima palestra TED seja
sobre a questão que realmente importa: -
14:11 - 14:13"O que fazemos sobre isso?"
-
14:13 - 14:15Quem sabe?
-
14:15 - 14:16Não, nós sabemos,
-
14:16 - 14:18é o que estamos pesquisando,
mas meu tempo acabou. -
14:18 - 14:20Muito obrigado por me receberem.
-
14:20 - 14:23(Aplausos)
- Title:
- Por que as coisas doem? | Lorimer Moseley | TEDxAdelaide
- Description:
-
O que é dor? De onde ela vem? Quão útil ela é?
Lorimer Moseley, Professor de Neurociências Clínicas e Presidente em Fisioterapia da University of South Australia, discute essas questões e analisa o que as respostas podem significar para nós e para aqueles que sofrem de dor crônica.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:33
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Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for Why things hurt | Lorimer Moseley | TEDxAdelaide | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Why things hurt | Lorimer Moseley | TEDxAdelaide | |
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