Richard Mosse: O Que a Câmera Não Pode Ver
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0:01 - 0:03(música calma)
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0:08 - 0:11- A mudança climática
reside fora da percepção humana. -
0:11 - 0:12É maior do que nós.
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0:14 - 0:16Nós podemos ver suas expressões locais,
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0:16 - 0:18mas não podemos ver a mudança climática
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0:18 - 0:20e isto é realmente um problema inerente.
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0:22 - 0:25Isso está em uma escala
além da nossa percepção. -
0:28 - 0:30A própria floresta tropical
abrange nove países. -
0:30 - 0:31Então, como único indivíduo,
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0:31 - 0:33é difícil imagina-la como um objeto.
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0:34 - 0:36(árvore caindo)
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0:40 - 0:43Nós realmente estamos
em um momento crítico agora. -
0:43 - 0:46Novas pesquisas sugerem que
atualmente a floresta tropical -
0:46 - 0:48não está mais absorvendo carbono.
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0:48 - 0:50Estão ocorrendo muitas queimadas,
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0:50 - 0:52agora ela é uma rede
de produção de carbono. -
0:54 - 0:56Mas como contar a história adequadamente,
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0:56 - 0:59digo, nós vimos uma foto
da floresta tropical queimando, -
0:59 - 1:00nós vimos tudo.
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1:00 - 1:02E aquelas fotos são realmente importantes,
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1:02 - 1:03mas sabe,
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1:03 - 1:05há muito o que descobrir
na Amazônia brasileira. -
1:06 - 1:10Estou muito interessado em tentar
encontrar uma maneira -
1:10 - 1:12de expressar,
coisas profundamente complexas, -
1:12 - 1:15ao olhar cuidadosamente
para essas paisagens carregadas. -
1:15 - 1:18Coisas maiores do que câmera possa
necessariamente ver. -
1:27 - 1:30O meu primeiro grande projeto
é o meu primeiro projeto de verdade, -
1:30 - 1:32mas eu escolhi a crise
de pessoas desaparecidas -
1:32 - 1:34no pós-guerra das nações balcânicas.
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1:34 - 1:36Muitas pessoas não voltaram da guerra
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1:36 - 1:37e desapareceram.
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1:37 - 1:40Supunham que tinha sido enterradas
em valas comuns -
1:40 - 1:41as quais nunca foram identificadas.
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1:41 - 1:44Então a bela paisagem de Bósnia
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1:44 - 1:47e além dos Balcãs, foram
subscritas por esta tragédia. -
1:47 - 1:50E então havia uma tensão inerente
na própria terra, -
1:50 - 1:53mas também uma abstração inerente
dentro do assunto em questão. -
1:53 - 1:55E eu estava procurando por
algo para fotografar -
1:55 - 1:58que você não pudesse colocar
em frente das lentes. -
1:58 - 1:59E eu não consiga enxergar.
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2:01 - 2:03O falta de fechamento
de uma sociedade inteira -
2:03 - 2:06para mover-se da guerra
devido a uma incapacidade -
2:06 - 2:07para lamentar os mortos.
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2:09 - 2:12E eu comecei a olhar para a paisagem
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2:12 - 2:13e a documentar,
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2:14 - 2:19suponho, a absência dentro
do ambiente vivo, -
2:20 - 2:21a inscrição na terra,
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2:21 - 2:22ao menos emocionalmente.
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2:23 - 2:25Mas para mim aquilo foi fundamental.
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2:25 - 2:27De alguma forma é algo
para o qual eu continuo voltando -
2:27 - 2:29talvez em todos os meus projetos.
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2:36 - 2:39A Kodak anunciou uma descontinuação
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2:39 - 2:41de uma filmadora infravermelha
especifica chamada Aerohrome, -
2:41 - 2:44inventada na Segunda Guerra Mundial
em colaboração -
2:44 - 2:47com as forças armadas americanas para
detecção de camuflagem. -
2:49 - 2:52A luz infravermelha salta
para fora da clorofila -
2:52 - 2:53em plantas saudáveis.
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2:53 - 2:55A camuflagem costuma ser feita de
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2:55 - 2:56tecido ou pintada
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2:56 - 2:59e estes materiais não possuem clorofila.
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2:59 - 3:01Se você pudesse registrar a
imagem de luz infravermelha -
3:01 - 3:03veria instantaneamente
os alvos inimigos, -
3:03 - 3:05essencialmente através da camuflagem.
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3:13 - 3:15No Congo, na época havia mais de 50
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3:15 - 3:16grupos armados diferentes.
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3:16 - 3:17Acho que agora há mais de 80
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3:17 - 3:19lutando uns contra os outros.
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3:19 - 3:21Então é um conflito muito opaco
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3:23 - 3:26e como resultado, mostra que
é muito esquecido. -
3:28 - 3:30Eu estava a procura
de um meio que literalmente -
3:30 - 3:32pode tornar visível o que não podemos ver,
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3:32 - 3:35e eu estava colidindo-o
contra uma invisibilidade. -
3:37 - 3:39Aquele salto metafórico foi
realmente importante, -
3:39 - 3:41e descobri que quanto mais empurrava
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3:41 - 3:43mais aquilo começava a dar frutos.
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3:43 - 3:46Aquilo começou a sensibilizar
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3:46 - 3:48algumas dessas narrativas
que eu estava documentando -
3:48 - 3:51e, isso foi notável.
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3:53 - 3:55Mas havia algum tipo de
início de nova fase -
3:55 - 3:58na minha prática que acho
que é uma continuação, -
3:58 - 4:00até hoje, do uso de tecnologias
de vigilância -
4:00 - 4:03para tentar ultrapassar os limites
da câmera, -
4:03 - 4:06das imagens do documentário,
especificamente. -
4:09 - 4:11Ao terminar o meu projeto no Congo,
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4:11 - 4:13eu encontrei uma câmera de vigilância
especifica -
4:13 - 4:16que pode ver e perceber o calor.
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4:16 - 4:19Está comprovado que reproduz o calor
do corpo humano -
4:19 - 4:20à 30 quilômetros de distância,
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4:20 - 4:22aproximadamente 19 milhas.
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4:23 - 4:26A imagem que ela produzia
era muito estranha e assombrosa. -
4:28 - 4:30O calor do nosso sangue nas veias
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4:30 - 4:34é instantaneamente retratado de maneiras
as quais não podemos enxergar -
4:34 - 4:34à olho nu,
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4:34 - 4:36nossa respiração, nosso suor.
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4:37 - 4:38(som de bipe)
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4:38 - 4:39- Espera, espera, espera, espera.
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4:39 - 4:40Só um minuto.
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4:40 - 4:41Só um minuto.
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4:48 - 4:49- E naquele momento,
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4:49 - 4:54havia a onda exponencial
de "imigração ilegal" -
4:54 - 4:55na União Europeia.
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4:55 - 5:00Refugiados vinham para clamar por
seus direitos humanos de asilo. -
5:04 - 5:07Esta mesma câmera pode ser vista
como uma arma tecnológica -
5:07 - 5:09para detectar e devolvê-los.
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5:09 - 5:12Então foi um prisma perfeito para mediar
todas -
5:12 - 5:15as narrativas complexas
que eu comecei a documentar -
5:15 - 5:17ao longo de muitos anos.
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5:21 - 5:22Haviam muitas pessoas
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5:22 - 5:25e ainda há muitas pessoas,
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5:25 - 5:28morrendo, afogando devido a
exposição ao clima. -
5:28 - 5:30E esta câmera é feita para indexavelmente
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5:30 - 5:32revelar a mortalidade humana expressada
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5:32 - 5:34através da combustão celular.
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5:36 - 5:38Esta é uma notável instância
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5:38 - 5:41da câmera mostrando
algo que nós não podemos ver. -
5:41 - 5:44Os voluntários da Cruz Vermelha
friccionando a vida, oferecendo calor -
5:44 - 5:46por meio dos cobertores em que
foram embrulhados, -
5:46 - 5:48ao redor dessas pessoas a beira da morte.
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5:48 - 5:51E você pode ver a marca térmica da mão,
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5:51 - 5:53o calor que dá vida sendo transferido.
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5:54 - 5:55Estou lá primeiramente como humano
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5:55 - 5:58e há instâncias onde colocamos
nossas prioridades -
5:58 - 6:00em segundo plano, e ajudamos
quando não há mais ninguém. -
6:00 - 6:02Isso é apenas o que os humanos fazem.
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6:03 - 6:05Mas em instâncias
em que continuamos a filmar, -
6:05 - 6:09quando há outros voluntários,
por exemplo, trabalhando, -
6:09 - 6:13há um real senso
naquilo que acreditamos fazer, -
6:14 - 6:19um senso de fé na importância
da imagem do documentário -
6:20 - 6:22da imagem evidencial.
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6:22 - 6:25Caso contrário, você não iria
tão longe para realizar -
6:25 - 6:28esse tipo de gravação.
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6:31 - 6:34Então eu realizei uma série de
imagens panorâmicas em larga escala, -
6:34 - 6:37mapas de calor de campos de refugiados.
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6:37 - 6:39E também fiz um vídeo imersivo na tela
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6:39 - 6:43chamado Incoming, com trilha sonora
de Ben Frost -
6:43 - 6:46e cinematografia de Trevor Tweeten.
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6:46 - 6:48Bem, estes são os meus bons amigos
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6:48 - 6:50com quem eu colaborei,
também em Enclave, no Congo, -
6:50 - 6:54e com quem eu trabalhei novamente
em meu novo filme, Broken Spectre. -
6:59 - 7:02Podemos tentar ampliar esta tela?
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7:15 - 7:16A fotografia está no cerne
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7:16 - 7:20da compreensão da velocidade
de desmatamento, -
7:20 - 7:22e eu comecei a pesquisar as câmeras
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7:22 - 7:24nos satélites que produzem todos os dados.
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7:31 - 7:34Mas o que realmente me deixou
mais curioso foi o fato -
7:34 - 7:37de que as mesmas câmeras estão
sendo usadas pelo agronegócio -
7:37 - 7:40e pela mineração, para maximizar a
exploração da terra. -
7:45 - 7:47Mas eu também queria mudar a marcha,
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7:47 - 7:49porque muitas das coisas
que vemos na Amazônia -
7:49 - 7:53é registrada de cima,
de uma grande altitude. -
7:53 - 7:55E quanto as coisas que nós não vemos,
as não humanas? -
8:03 - 8:07Se você pegar uma polegada quadrada
de vida na floresta tropical, -
8:07 - 8:10é apenas isso, é viajar com a vida.
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8:10 - 8:12Só a quantidade de
espécies já é extraordinária. -
8:13 - 8:16Os cientistas usam
luzes ultravioletas para experimentar -
8:16 - 8:17e mostrar coisas sobre as plantas.
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8:17 - 8:19Então tomei emprestada
aquela linguagem -
8:19 - 8:21e criei estas, tão estranhas,
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8:21 - 8:23quase que góticas e noturnas.
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8:29 - 8:32- Sim, podemos colocar a barra grande
e achatada aqui. -
8:32 - 8:33Vamos manter assim.
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8:34 - 8:36- Você pode ver na verdade
pequenos animais -
8:36 - 8:37se movendo ao redor.
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8:37 - 8:39Tivemos muitos problemas técnicos.
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8:39 - 8:40- Sim, passaríamos horas e horas
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8:40 - 8:43e então de repente a luz apagaria
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8:43 - 8:44ou a câmera desligaria.
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8:44 - 8:47Na verdade, metade do tempo
a câmera estava superaquecida. -
8:52 - 8:55- A terceira escala a qual
escolhi examinar -
8:55 - 8:56foi a escala humana.
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9:04 - 9:06Nós mantivemos muita responsabilidade
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9:06 - 9:09em relação aos processos que
descobrimos na Amazônia. -
9:09 - 9:11Muita carne barata vindo diretamente
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9:11 - 9:15da floresta primária e também
aos nossos bancos. -
9:15 - 9:16Grande parte do dinheiro é baseado
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9:16 - 9:18nos interesses do agronegócio no Brasil.
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9:19 - 9:22Então, isso está em todo lugar.
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9:22 - 9:25Isso nos cerca. Mas como
envolver o espectador? -
9:25 - 9:27Este é um problema sério, e
um com o qual queríamos lidar. -
9:27 - 9:30E nossa resposta foi fazer um faroeste.
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9:41 - 9:43E isso é estranhamente incongruente.
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9:43 - 9:45Você pensaria na floresta tropical,
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9:45 - 9:47porém, em todo lugar que visitamos
na floresta tropical, -
9:47 - 9:50muitos dos processos de desmatamento
que estávamos testemunhando -
9:50 - 9:52eram liderados por vaqueiros.
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9:57 - 10:01A cultura dos vaqueiros, na verdade,
começou há séculos na Espanha -
10:01 - 10:03e então foi exportada para
a América do Norte, -
10:03 - 10:05onde se tornou algo distinta.
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10:05 - 10:08E então, ela faz o seu caminho até o
Norte do Brasil, na Amazônia, -
10:08 - 10:12onde se tornou meio bastarda
pelas aspirações culturais -
10:12 - 10:17dos Estados Unidos, do destino manifesto
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10:17 - 10:19o qual já havia devastado o ambiente
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10:19 - 10:22e as comunidades indígenas
nos Estados Unidos, -
10:22 - 10:25mas que está agora fazendo
a mesma coisa na Amazônia. -
10:25 - 10:27E isso tem um espírito semelhante.
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10:30 - 10:32A textura do Spaghetti Western
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10:32 - 10:34imediatamente ressoa com o expectador,
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10:34 - 10:36com o expectador ocidental,
de qualquer forma. -
10:38 - 10:41E eu acho que esperançosamente
isso soará bem -
10:41 - 10:42familiar para nós.
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10:42 - 10:43Esta é a nossa cultura.
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10:58 - 10:59Nós não partimos.
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10:59 - 11:01Abrimos a porta numa
manhã com uma ideia fixa -
11:01 - 11:03de que precisamos ir e provar.
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11:04 - 11:07Tentamos absorver a narrativa
do campo na vida real, -
11:07 - 11:09e essa é uma conversa com o sujeito
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11:09 - 11:12e com as pessoas que encontramos
ao longo do caminho. -
11:17 - 11:18- Nada se compara a realmente estar
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11:18 - 11:20no campo, e você aprender muito
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11:20 - 11:22das conversas com as pessoas
na terra. -
11:22 - 11:24Isso é simplesmente fantástico.
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11:28 - 11:31- O meu poder, se eu tiver algum,
é conseguir mostrar isso para vocês, -
11:31 - 11:35o que tenho visto,
da forma mais poderosa do que, -
11:35 - 11:38não sei, do que talvez as
imagens que tenham visto -
11:38 - 11:40no jornal sobre o mesmo tema.
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11:40 - 11:44Ou de uma maneira nova e diferente,
que os faça se lembrar disso.
- Title:
- Richard Mosse: O Que a Câmera Não Pode Ver
- Description:
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Episódio 284: O artista Richard Mosse documenta crises humanitárias e catástrofes ambientais tornando o invisível visível. Este filme acompanha Mosse e seus colegas Ben Frost e Trevor Tweeten enquanto viajam pelo mundo para filmar eventos mundiais sub-representados em áreas de conflito, reaproveitando tecnologias de vigilância e ferramentas científicas para capturar histórias e cenas que evocam uma compreensão mais profunda e que motiva o expectador a agir. Em locais como a República Democrática do Congo (RDC), onde mais de 50 grupos armados estão em combate, ou em rotas de migração do Oriente Médio e do norte da África para a União Europeia, o artista trabalha para chamar a atenção para o conflito e sofrimento ao redor o mundo. “Meu poder, se é que tenho algum”, diz Mosse, “é conseguir mostrar a vocês as coisas que vi de uma maneira mais poderosa do que talvez as imagens que tenham visto no jornal sobre o mesmo tema”.
O trabalho de Mosse chama atenção especificamente para as ferramentas que usamos para capturar e distribuir informações sobre acontecimentos globais. Ele questiona ativamente porquê certos conflitos permanecem relativamente invisíveis, como na RDC com "The Enclave" (2012-2013), ou questiona os sistemas de vigilância direcionada e a desumanização, em "Incoming" (2014-2017). Esses projetos apontam não apenas para os problemas das situações e locais em que Mosse e seus colegas trabalham, mas também para as dificuldades que encontramos em perceber e entender esses eventos e processos como espectadores. Os conflitos e crises que Mosse documenta são aparentemente muito opacos e complexos para serem descritos apropriadamente, e muitas vezes ficam ocultos ou deturpados. Esta questão está especialmente presente em seus projetos recentes, os quais estão centrados na Floresta Amazônica. A Amazônia está no centro de seus novos trabalhos, "Broken Spectre" (2018-2022) e "Tristes Tropiques" (2018-2022), que colocam em foco as realidades das mudanças climáticas, revelando tanto suas operações mundanas quanto seus efeitos catastróficos. O artista usa imagens multiespectrais, câmeras que capturam luz ultravioleta e tropos da mídia ocidental para mostrar ao público as várias escalas e impactos do desmatamento na Amazônia, bem como suas próprias implicações nisso. “Não podemos ver a mudança climática, e esse é realmente o problema inerente.” diz Mosse, "está em uma escala além de nossa percepção."
CRÉDITOS | Produtor da Série "Extended Play": Ian Forster. Diretor: Ian Forster. Editor: Riley Hooper. Câmera: Sean Hanley, Andrew Kemp, Sebastián Lasaosa Rogers. Câmera Assistente: Oscar Harrison. Som: Fivel Rothberg. Colorista: Russell Yaffe. Mixagem de Som: Collin Blendell. Editor Assistente: Michelle Hanks. Música: Blue Dot Sessions, Joel Pickard. Arte Cedida Por: Richard Mosse, Jack Shainman Gallery, Carlier | Gebauer, Altman Siegel Gallery. Colaboradores de Arte: Ben Frost, Som; Trevor Tweeten, Cinematografia & Edição; Jerome Thelia, Colorista; Matthew Warren, Gerente de Estúdio; Metropolis Film Labs, Digitalização de Filme; Spectral Devices, Engenheiro de Câmeras Multiespectrais. Vídeo dos Bastidores da Amazônia: Richard Mosse, Edimar Tozzo, Gabriel Uchida. Agradecimentos Especiais: 180 Studios, Pavilhão Irlandês da 55ª Bienal de Veneza, Galeria Nacional de Victoria.
Saiba mais sobre a Associação Hutukara Yanomami e ajude os indígenas a segurar o céu em: https://www.paypal.com/donate/?cmd=_s-xclick&hosted_button_id=G56QEGMA9Y56J&source=url
"Extended Play" é apoiada pela "The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts" (Fundação Andy Warhol para Artes Visuais); e, em parte, pelos fundos públicos do Departamento de Assuntos Culturais da cidade de Nova York em parceria com a Câmara Municipal; o Conselho Contemporâneo da Art21; e por contribuintes individuais.
TRADUÇÕES
As legendas traduzidas são generosamente contribuídas por meio de nossa comunidade de tradução voluntária.#RichardMosse #Art21 #Art21ExtendedPlay
- Video Language:
- English
- Team:
- Art21
- Project:
- "Extended Play" series
- Duration:
- 12:56
Jéssica Santos published Portuguese, Brazilian subtitles for Richard Mosse: What the Camera Cannot See | ||
Jéssica Santos edited Portuguese, Brazilian subtitles for Richard Mosse: What the Camera Cannot See | ||
Jéssica Santos edited Portuguese, Brazilian subtitles for Richard Mosse: What the Camera Cannot See | ||
Jéssica Santos edited Portuguese, Brazilian subtitles for Richard Mosse: What the Camera Cannot See |