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A escuta e seus inimigos | Avi Kluger | TEDxLaçador

  • 0:08 - 0:12
    (Português) Eu quero te contar
  • 0:12 - 0:17
    por que eu estou interessado em escutar.
  • 0:17 - 0:19
    Quando eu tinha 17 anos,
  • 0:19 - 0:22
    comecei a sofrer de uma dor na garganta.
  • 0:22 - 0:26
    Os psiquiatras chamam
    de "globus hystericus",
  • 0:26 - 0:28
    totalmente psicossomática.
  • 0:28 - 0:31
    Por fim, desenvolvi depressão,
  • 0:31 - 0:35
    cheguei a pensar em suicídio,
    e não conseguia relaxar.
  • 0:35 - 0:38
    Aos 25 anos, quando experimentei ioga,
  • 0:38 - 0:42
    eu sentia como se estivessem colocando
    um prego aqui na minha garganta
  • 0:42 - 0:44
    e atravessando até o outro lado.
  • 0:44 - 0:46
    Então aprendi a conviver com a dor,
  • 0:46 - 0:50
    trabalhando muitas horas e ignorando
    o que acontecia dentro de mim,
  • 0:50 - 0:53
    sem sentir nada daqui para baixo.
  • 0:53 - 0:56
    Dessa forma consegui formar uma família,
  • 0:56 - 0:58
    ter sucesso na minha carreira,
  • 0:58 - 1:01
    e tudo parecia bem
  • 1:01 - 1:04
    até por volta dos 46 anos.
  • 1:04 - 1:05
    Fui atingido por uma crise,
  • 1:05 - 1:08
    desencadeada por uma consultora
  • 1:08 - 1:11
    que usava perguntas
    de um Inquérito Apreciativo.
  • 1:11 - 1:12
    Ela perguntou:
  • 1:13 - 1:19
    "Quando os relacionamentos
    entre homens e mulheres foram ideais?
  • 1:19 - 1:22
    E você poderia nos contar uma história
  • 1:22 - 1:27
    sobre um momento no trabalho
    em que tenha se sentido cheio de vida?"
  • 1:28 - 1:30
    Fiquei atordoado.
  • 1:30 - 1:34
    Primeiro, percebi como tinha tido
    poucas alegrias na vida.
  • 1:34 - 1:40
    E segundo, percebi que responder
    essa pergunta me modificava,
  • 1:40 - 1:43
    graças a ter alguém me escutando.
  • 1:46 - 1:49
    Então eu me permiti
    experimentar várias coisas,
  • 1:49 - 1:53
    como massoterapia, psicodrama,
  • 1:53 - 1:55
    aulas de contação de histórias,
  • 1:55 - 1:57
    aulas de voz,
  • 1:58 - 2:01
    workshops de zen budismo,
  • 2:01 - 2:03
    e, mais recentemente,
    terapia comportamental dialética.
  • 2:03 - 2:06
    E as coisas começaram a mudar para mim.
  • 2:06 - 2:11
    Primeiro, pude sentir a dor de novo,
    mas não fugi dela.
  • 2:11 - 2:17
    Por fim, comecei até a sentir ansiedade,
    que até aquela idade não sabia o que era.
  • 2:17 - 2:23
    Mas depois ganhei alguns momentos
    de tranquilidade, quietude,
  • 2:23 - 2:25
    e momentos de alegria.
  • 2:25 - 2:29
    E comecei a me perguntar:
    "O que tornou isso possível?"
  • 2:29 - 2:32
    E minha resposta foi ter tido a sorte
  • 2:32 - 2:37
    de ter criado uma comunidade
    de pessoas para me escutar.
  • 2:38 - 2:43
    Então decidi pesquisar sobre a escuta.
  • 2:43 - 2:49
    E hoje eu gostaria de compartilhar
    os resultados dessa pesquisa.
  • 2:50 - 2:53
    Primeiro, olhei na literatura profissional
  • 2:53 - 2:56
    na minha área, administração
    e comportamento organizacional,
  • 2:56 - 2:58
    e em uma publicação importante,
  • 2:58 - 3:03
    entre 3 mil artigos, não encontrei
    nenhum discutindo a escuta.
  • 3:03 - 3:04
    Em outra publicação importante,
  • 3:04 - 3:08
    entre 4 mil artigos,
    dois tratavam sobre a escuta.
  • 3:09 - 3:11
    E enquanto isso reflete algo
  • 3:11 - 3:16
    sobre o desinteresse
    dos pesquisadores na escuta,
  • 3:16 - 3:21
    eu acho que reflete o desinteresse
    dos humanos em escutar.
  • 3:21 - 3:23
    Vejam esse gráfico.
  • 3:23 - 3:27
    Ele mostra o que as pessoas
    estão pesquisando no Google
  • 3:27 - 3:31
    de 2004 a 2015.
  • 3:31 - 3:35
    Em vermelho, a quantidade
    de buscas pela palavra "falar",
  • 3:35 - 3:38
    e em azul, "escutar".
  • 3:38 - 3:41
    É nisso que as pessoas estão interessadas.
  • 3:41 - 3:45
    E vocês que falam português,
    não se preocupem,
  • 3:45 - 3:49
    (Português) "falar" em vermelho
    versus (Português) "escutar" em azul.
  • 3:51 - 3:57
    Então comecei a olhar as teorias
    que existem sobre a escuta,
  • 3:57 - 4:00
    e vou mostrar três delas,
  • 4:00 - 4:02
    começando com a ideia
    de que, na verdade,
  • 4:02 - 4:08
    o ouvinte determina a qualidade
    do discurso de quem fala.
  • 4:08 - 4:12
    Se o ouvinte escuta, naturalmente
    a outra pessoa vai falar mais,
  • 4:12 - 4:18
    mas vai falar mais coerentemente
    e contar histórias mais interessantes.
  • 4:19 - 4:21
    Se isso não for suficiente,
  • 4:21 - 4:25
    quando alguém conta mais histórias,
    e histórias mais interessantes,
  • 4:25 - 4:31
    guarda tudo que disse na memória,
  • 4:31 - 4:34
    e assim sabe mais sobre si mesmo.
  • 4:34 - 4:39
    De forma que se uma criança
    chega em casa e diz para seus pais:
  • 4:39 - 4:41
    "Nós fizemos isso e aquilo na escola",
  • 4:41 - 4:46
    e os pais dizem: "Agora não.
    Tome um banho e vamos jantar",
  • 4:46 - 4:48
    a criança vai se lembrar
  • 4:48 - 4:51
    que aquilo que ela fez na escola
    não era tão interessante assim.
  • 4:51 - 4:54
    Isso vai ficar guardado na memória dela.
  • 4:54 - 5:00
    Assim, imperceptivelmente,
    o conjunto dos nossos ouvintes
  • 5:00 - 5:03
    muda nosso autoconhecimento.
  • 5:03 - 5:06
    Se isso não for suficiente,
  • 5:06 - 5:11
    escutar de determinada forma
    pode até mudar a personalidade,
  • 5:11 - 5:15
    uma escuta sem julgamentos e enfática.
  • 5:17 - 5:22
    Deixem-me explicar como a escuta
    pode mudar a personalidade.
  • 5:22 - 5:25
    Para isso, preciso parafrasear Pirandello,
  • 5:25 - 5:31
    no seu livro "Uno, nessuno e centomila",
    "Um, nenhum e cem mil".
  • 5:31 - 5:34
    A partir de agora vou atuar,
    então não se assustem.
  • 5:34 - 5:36
    Estou vendo que você ri de mim.
  • 5:36 - 5:40
    Tudo bem, continue rindo,
    mas faça-me um favor!
  • 5:40 - 5:42
    Você se lembram daquela vez
  • 5:42 - 5:46
    em que estava em casa,
    com um grande amigo,
  • 5:46 - 5:49
    e de repente um amigo novo bateu à porta,
  • 5:49 - 5:51
    E você, o que fez?
  • 5:51 - 5:54
    Com uma desculpa feia,
  • 5:54 - 5:58
    pediu para o velho amigo ir embora,
  • 5:58 - 6:00
    porque você tinha medo
  • 6:00 - 6:04
    que o velho amigo e o novo
    não se dariam muito bem.
  • 6:05 - 6:08
    Vejo que você se lembra disso,
    então me faça mais um pequeno favor.
  • 6:08 - 6:11
    O que acha que teria acontecido,
  • 6:11 - 6:15
    se em vez de expulsar de sua casa
    o velho amigo, e deixe-me acrescentar,
  • 6:15 - 6:16
    o bom e velho amigo que já estava lá,
  • 6:16 - 6:20
    tivesse saído de casa por meia hora
  • 6:20 - 6:27
    e pedido que nesse tempo
    eles ficassem sentados na sua sala?
  • 6:27 - 6:32
    O que acha que teria acontecido
    quando voltasse para casa?
  • 6:32 - 6:33
    Não acha possível
  • 6:33 - 6:37
    que um deles dissesse:
    "Uau, que pessoa interessante!",
  • 6:37 - 6:42
    e o outro: "Você não acredita!
    Obrigado por nos apresentar!"
  • 6:42 - 6:46
    E veja que é exatamente
    isso que teria acontecido.
  • 6:46 - 6:48
    E agora mais uma pergunta.
  • 6:48 - 6:53
    Quem você pensa
    que expulsou de sua casa?
  • 6:54 - 6:59
    Não foi o bom e velho amigo,
    porque ele, ou ela,
  • 6:59 - 7:02
    "não vai se dar bem com o novo".
  • 7:02 - 7:05
    Acabamos de concluir
    que eles teriam se dado muito bem.
  • 7:05 - 7:06
    Vou dizer para você.
  • 7:06 - 7:11
    Você expulsou de casa o personagem
    que representa para o velho amigo,
  • 7:11 - 7:16
    porque ele não tem absolutamente
    nada a ver com o personagem
  • 7:16 - 7:19
    que quer representar
    agora para seu novo amigo.
  • 7:19 - 7:23
    E agora que descobrimos
    que você tem duas criaturas na mente,
  • 7:23 - 7:25
    quem sabe qual é a verdade?
  • 7:25 - 7:27
    Quantas criaturas tem dentro de você?
  • 7:27 - 7:33
    São muitos, centenas, ou talvez
    mais precisamente, milhares?
  • 7:35 - 7:38
    Então agradeço duas coisas ao Pirandello.
  • 7:38 - 7:41
    Primeiro: (Francês) Parabéns!
  • 7:41 - 7:44
    Setenta anos antes dos psicólogos,
  • 7:44 - 7:48
    você descreveu o self como vários,
    e não como uma unidade.
  • 7:48 - 7:54
    Nós dizemos "minha autoestima",
    como se só existisse um self.
  • 7:54 - 7:57
    E a segunda coisa, Sr. Pirandello,
  • 7:57 - 8:02
    que mal a plateia do TEDx fez para você?
  • 8:02 - 8:05
    Agora iremos para casa pensando:
    "Eu tenho esse e aquele personagem",
  • 8:05 - 8:09
    e vamos ficar loucos,
    como o herói do seu livro.
  • 8:10 - 8:12
    E aqui entra a escuta.
  • 8:12 - 8:17
    Entendo que, quando uma pessoa
    escuta de verdade,
  • 8:17 - 8:22
    começa a escutar personagens
    escondidos dentro dela.
  • 8:23 - 8:28
    Mas não só reconhecer
    partes diferentes do self,
  • 8:28 - 8:31
    mas construir pontes entre eles.
  • 8:31 - 8:34
    Assim esses elementos
    do self podem conviver.
  • 8:34 - 8:37
    Vamos ver as evidências.
  • 8:37 - 8:42
    Para juntar evidências, vocês sabem,
    algumas pessoas colecionam selos.
  • 8:42 - 8:45
    Eu coleciono artigos científicos
    sobre a escuta.
  • 8:45 - 8:48
    E cada artigo que tenha dados numéricos,
  • 8:48 - 8:53
    eu extraio e coloco em uma pilha
    para ter uma visão geral do que sabemos.
  • 8:53 - 8:55
    Esse processo é chamado de metanálise.
  • 8:55 - 8:58
    Fiz isso sobre vários tópicos
  • 8:58 - 9:01
    e vou resumir os resultados para vocês.
  • 9:02 - 9:04
    Este é o resultado.
  • 9:04 - 9:09
    Uma pessoa que escuta
    cria duas pessoas beneficiadas:
  • 9:09 - 9:11
    o que escuta e o que fala.
  • 9:11 - 9:13
    Vamos ver em detalhes.
  • 9:13 - 9:15
    Por exemplo,
  • 9:15 - 9:21
    experiências mostram que um mau-ouvinte
    sem dúvida cria maus-falantes.
  • 9:21 - 9:24
    Minha própria equipe mostra
    que um bom ouvinte
  • 9:24 - 9:27
    sem dúvida cria falantes
  • 9:27 - 9:31
    com atitudes mais complexas
    e menos extremas.
  • 9:31 - 9:38
    E por fim, pesquisas em treinamentos
    sugerem que a escuta pode ser ensinada.
  • 9:38 - 9:40
    Vamos ver mais dados.
  • 9:40 - 9:42
    Existem evidências
  • 9:42 - 9:47
    de que bons ouvintes também têm
    bom desempenho, por exemplo:
  • 9:47 - 9:52
    médicos que escutam bem tendem a sofrer
    menos processos por negligência médica;
  • 9:52 - 9:58
    detetives que escutam bem
    tendem a escutar do suspeito
  • 9:58 - 10:01
    informações desconhecidas da polícia;
  • 10:01 - 10:06
    vendedores que escutam bem vendem mais;
  • 10:07 - 10:11
    diretores de escola que escutam
    seus professores,
  • 10:11 - 10:15
    seus alunos têm melhores notas;
  • 10:15 - 10:20
    e por fim, supervisores que escutam,
    seus empregados sofrem menos acidentes.
  • 10:21 - 10:23
    Deixem-me mostrar ainda mais.
  • 10:23 - 10:27
    Deixem-me explicar
    este gráfico de metanálise.
  • 10:27 - 10:33
    Na primeira linha, podem ver
    que nesta coleção encontrei 13 estudos,
  • 10:33 - 10:38
    que acumulam informações
    sobre quase 8 mil pessoas,
  • 10:38 - 10:42
    e sugerem que se vocês escutam os outros,
  • 10:42 - 10:45
    especialmente se vocês forem o chefe,
    vão achar que vocês são líderes,
  • 10:45 - 10:50
    que sabem lidar com aspectos
    de liderança de pessoas.
  • 10:50 - 10:52
    Vocês vão sentir mais
    segurança psicológica,
  • 10:52 - 10:54
    dizer o que pensam,
  • 10:54 - 10:56
    confiar no ouvinte.
  • 10:56 - 11:00
    Se for seu chefe, vocês terão
    mais satisfação no trabalho.
  • 11:00 - 11:03
    Se forem um médico, seus pacientes
    ficarão mais satisfeitos.
  • 11:03 - 11:07
    Se forem chefes, seus funcionários
    serão mais comprometidos.
  • 11:07 - 11:10
    Se trabalharem em um hospital
    e escutarem seus pacientes,
  • 11:10 - 11:13
    terão menos violência contra a equipe.
  • 11:13 - 11:18
    Se seu gerente escutar vocês,
    vocês vão se esgotar menos,
  • 11:18 - 11:22
    terão melhor desempenho, e talvez até
    um pouco menos de depressão.
  • 11:22 - 11:24
    E deixem-me dizer
  • 11:24 - 11:27
    que tudo que está à direita desta linha
  • 11:27 - 11:31
    é considerado uma forte
    associação, na minha área.
  • 11:31 - 11:34
    Vou explicar o que quero dizer
    com forte associação.
  • 11:34 - 11:37
    Vamos pegar a satisfação
    no trabalho como exemplo.
  • 11:37 - 11:41
    Se quero fazer um prognóstico
    com foco na satisfação no trabalho,
  • 11:41 - 11:44
    e sei quanto vocês recebem
    em relação a outras pessoas,
  • 11:44 - 11:48
    consigo ter uma ideia
    da sua satisfação no trabalho.
  • 11:48 - 11:51
    Mas se eu souber se seu chefe
    escuta vocês ou não,
  • 11:51 - 11:57
    tenho um indicador 13,5 vezes
    mais forte e preciso do que seu salário.
  • 11:59 - 12:02
    Depois disso, em minha pesquisa,
    em anos anteriores,
  • 12:02 - 12:06
    estudei o efeito destrutivo
    do feedback no desempenho.
  • 12:06 - 12:13
    Descobri que de 607 experimentos,
    em aproximadamente 40% deles,
  • 12:13 - 12:18
    após o feedback, seja positivo
    ou negativo, o desempenho caiu.
  • 12:18 - 12:22
    Em 38% sobre escuta, ao contrário,
    não encontrei nenhuma evidência
  • 12:22 - 12:25
    de que a escuta pudesse
    causar algum prejuízo.
  • 12:25 - 12:29
    Talvez 5% deles tenha mostrado
    que não produzia efeito nenhum.
  • 12:29 - 12:32
    Então minha estimativa mais conservadora
  • 12:32 - 12:38
    é de que dar feedback é 7,5 vezes
    mais perigoso do que somente escutar.
  • 12:39 - 12:42
    Falar pode causar problemas.
  • 12:43 - 12:48
    Então, se escutar é tão útil,
  • 12:48 - 12:52
    por que a maioria de nós
    tem dificuldade em escutar,
  • 12:52 - 12:54
    a maior parte do tempo?
  • 12:54 - 12:58
    Quero apresentar para vocês
    os inimigos da escuta.
  • 12:58 - 13:05
    Eles são o tédio, o controle,
    medo de intimidade, trauma e custo.
  • 13:05 - 13:08
    Vamos falar sobre cada um deles.
  • 13:10 - 13:14
    Minha abordagem é: vamos colaborar
    com os inimigos da escuta,
  • 13:14 - 13:16
    em vez de lutar contra eles.
  • 13:16 - 13:18
    O primeiro inimigo é o tédio.
  • 13:18 - 13:20
    Algumas pessoas falam sem parar,
  • 13:20 - 13:22
    e vocês dizem: "Não consigo
    mais escutar isso".
  • 13:22 - 13:25
    Querem sair da sala,
    ou querem que eles saiam.
  • 13:25 - 13:27
    O que vocês podem fazer?
  • 13:27 - 13:31
    Podem pedir que eles contem histórias.
  • 13:31 - 13:33
    Em vez de perguntar: "Qual o seu nome?",
  • 13:33 - 13:36
    "Pode me contar algo
    interessante sobre seu nome?"
  • 13:36 - 13:39
    Vocês podem questionar essas pessoas,
  • 13:39 - 13:41
    e depois de qualquer coisa
    que elas disserem:
  • 13:41 - 13:45
    "E o que mais?", e esperar.
  • 13:46 - 13:49
    Às vezes a pessoa chata
    começa a dizer a verdade,
  • 13:49 - 13:51
    ou o que realmente importa.
  • 13:51 - 13:53
    E deixa de ser chata.
  • 13:53 - 13:57
    Próximo, todos nós queremos status social.
  • 13:57 - 14:01
    Talvez seja uma força evolutiva
    contra a qual não podemos lutar.
  • 14:01 - 14:03
    Mas podemos fazer isso de duas formas:
  • 14:03 - 14:05
    podemos dominar os outros
  • 14:05 - 14:08
    intimidando e inspirando medo,
  • 14:08 - 14:12
    ou podemos ter alguma habilidade
    que as pessoas queiram imitar,
  • 14:12 - 14:14
    e criamos prestígio.
  • 14:14 - 14:17
    E descobrimos que ao escutar
  • 14:17 - 14:22
    perdemos status social pelo poder,
  • 14:23 - 14:27
    mas ganhamos status social pelo prestígio.
  • 14:27 - 14:31
    Então depende de vocês, decidirem
    como querem construir seu status.
  • 14:31 - 14:36
    E algumas pessoas ficam nervosas
    quando vocês tentam escutá-las.
  • 14:36 - 14:39
    Vocês fazem perguntas
    que não as deixam à vontade.
  • 14:39 - 14:45
    Com essas pessoas, comecem
    falando só sobre assuntos técnicos.
  • 14:45 - 14:49
    E quando vocês escutam as pessoas,
  • 14:49 - 14:51
    podem começar a ouvir
    histórias horríveis,
  • 14:51 - 14:55
    sobre o Holocausto, sobre estupro,
  • 14:55 - 14:59
    sobre câncer, morte, morte prematura.
  • 14:59 - 15:02
    Vocês podem se sentir sobrecarregados,
  • 15:02 - 15:05
    como se precisassem ajudar a pessoa
    que compartilhou a história,
  • 15:05 - 15:07
    mas saibam que, normalmente,
  • 15:07 - 15:12
    a outra pessoa só quer ser escutada.
  • 15:12 - 15:18
    Se escutarem, e acreditarem
    que isso é útil, não sentirão essa carga.
  • 15:18 - 15:23
    E por último, escutar custa, é um esforço.
  • 15:23 - 15:26
    Então eu sugiro: guardem suas fichas,
  • 15:26 - 15:29
    não comecem a escutar todo mundo
    de uma hora pra outra, é impossivel.
  • 15:29 - 15:33
    Cada dia escolham uma ou duas pessoas
    para escutar um pouco mais.
  • 15:33 - 15:39
    Respeitem o limite de quanto
    podem realmente escutar.
  • 15:39 - 15:41
    E para ter energia para isso,
  • 15:41 - 15:45
    vão precisar de alguém
    que também escute vocês.
  • 15:50 - 15:53
    Na verdade, nada
    do que eu disse é novidade.
  • 15:53 - 15:57
    Vejam o que está escrito
    no Livro dos Provérbios, na Bíblia:
  • 15:58 - 16:03
    "Os propósitos do coração do homem
    são águas profundas;
  • 16:03 - 16:08
    mas quem tem discernimento
    os traz à tona".
  • 16:08 - 16:13
    Ou seja, cada um de nós
    tem uma recomendação, um conselho,
  • 16:13 - 16:15
    para nossos próprios problemas e desafios,
  • 16:15 - 16:19
    e o valor desse conselho
  • 16:19 - 16:23
    é como a água, que é fonte da vida.
  • 16:23 - 16:26
    Ou seja, o conselho que temos
    para nós mesmos é uma fonte de vida.
  • 16:26 - 16:32
    Mas um homem, ou um prisioneiro
    do entendimento, vai jogá-lo fora.
  • 16:32 - 16:37
    É o outro que vai trazer
    nossa própria sabedoria à tona.
  • 16:37 - 16:42
    Então, gostaria de concluir
    com dois sonhos que tenho.
  • 16:42 - 16:46
    Um, desejo que dentro de 20 ou 30 anos
  • 16:46 - 16:48
    cada criança, em cada escola,
  • 16:48 - 16:52
    aprenda leitura, escrita,
  • 16:52 - 16:54
    e escuta.
  • 16:55 - 16:57
    E meu outro pequeno desejo
  • 16:57 - 17:01
    é que durante o intervalo hoje e amanhã,
  • 17:01 - 17:04
    vocês perguntem a alguém à sua volta:
  • 17:04 - 17:07
    "Poderia me contar
    uma história sobre boa escuta?"
  • 17:07 - 17:09
    Aproveitem.
  • 17:09 - 17:12
    (Aplausos)
Title:
A escuta e seus inimigos | Avi Kluger | TEDxLaçador
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Avi mostra a importância da escuta, seus benefícios em todas as áreas, e mostra seus inimigos. Ele conclui falando sobre seu sonho de que todas as crianças tenham aula de escuta na escola.

Avi é o primogênito de dois sobreviventes do Holocausto. Atualmente é professor de Comportamento Organizacional na "School of Business Administration" na "Hebrew University", em Jerusalém, Israel. Em sua pesquisa, Prof. Kluger demonstrou que o feedback, mesmo positivo, pode ser prejudicial para o desempenho. Esta pesquisa (com Angelo DeNisi), foi reconhecida em 1996 como "Outstanding Paper in Organizational Behavior" pela "Academy of Management", e recebeu o primeiro "William A. Owens Scholarly Achievement Award" de melhor publicação (1996) pela "Society for Industrial and Organizational Psychology". Mais tarde, essa pesquisa (com Dina Van-Dijk), recebeu o "Award for Best Competitive Paper" pela "Organizational Behavior Division of the Academy of Management". Desenvolveu várias ferramentas para escuta, incluindo "Feedforward" (com Dina Nir), e atualmente se dedica a questões sobre escuta efetiva, como acadêmico e como instrutor, ensinando pessoas de diversas culturas a escutar os outros.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:21

Portuguese, Brazilian subtitles

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