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The Future of Psychedelic and Medical Marijuana Research

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    MAPS - Associação Multidiscilinar para Estudos Psicodélicos
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    "Ciência psicodélica no século XXI"
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    Apresentado pela MAPS em colaboração com: o Heffter Research Institute, o Counsil on Spiritual Practices & a Beckeley Foundation
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    Patrocine um vídeo da conferência Ciência Psicodélica no século XXI e coloque seu nome aqui
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    Dr. Andrew Weil. O futuro das pesquisas com psicodélicos e maconha
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    Olá, boa tarde
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    e oi para todos na distante Rhode Island
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    É um prazer estar aqui. Achei que eu viria apenas virtualmente,
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    mas Rick Doblin conseguiu uma carona
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    de St. Rafael e outra de volta ao aeroporto internacional de São Francisco imediatamente após minha palestra
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    então estou feliz de estar aqui pessoalmente
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    Bom, eu devo dizer logo no início que eu não sou
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    a melhor pessoa para fornecer
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    prognósticos ou pensamentos de onde as coisas estão indo porque
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    quando fiz experimentos com humanos e maconha em 1968
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    eu achava que a maconha seria legalizada em 10 anos
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    Eu pensava que era apenas uma questão de fornecer informações confiáveis para as pessoas porque
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    as leis e atitudes estava embasadas em premissas tão equivocadas
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    sobre maconha e sobre psicodélicos
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    mas rapidamente aprendi que não era o caso
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    Na verdade, as pessoas acreditam no que querem acreditar e não acreditam naquilo que não querem acreditar
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    independentemente dos fatos e evidências
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    eu vi isto várias vezes ao tentar mudar o paradigma médico
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    e a educação em medicina
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    Existem muitas pessoas que acreditam que a maneira de mudar as coisas
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    é fazendo pesquisa e produzindo dados, informações
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    Posso afirmar que em medicina este não é o caso
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    Temos inclusive resultados muito bons mostrando que médicos não mudam suas práticas
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    baseados nos resultados de pesquisas aleatorizadas e controladas
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    O centro de medicina integrativa que fundei e dirigino Arizona
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    Na Faculdade de Medicina da Universidade do Arizona
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    é hoje um centro de excelência na Universidade do Arizona
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    e líder mundial no treinamento de médicos e profissionais da saúde
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    em um novo modelo de medicina
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    Falarei mais disto em um instante
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    A razão pela qual fomos capazes de criar isto foi o apoio de um homem
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    Jim Dolan que foi o reitor da Faculdade de Medicina
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    O primeiro reitor da medicina a aceitar algo deste tipo
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    Ele se aposentou alguns anos atrás e disse que
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    seu feito que mais tinha orgulho era o centro de medicina integrativa
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    e ele também disse que, e eu acho que isso é uma lição para todos nós
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    a maneira como médicos e cientistas reagem a novas informações
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    é função da fonte e não do conteúdo
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    de forma que se a fonte é desconhecidas ou não familiar, a reação instintiva
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    é de defesa, exclusão e reação contrária
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    E o exemplo que ele gostava de usar, e que acho muito pertinente
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    é de que a observação de que a aspirina era
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    um anticoagulante e poderia ser usada para prevenção de ataques cardíacos
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    foi originalmente feita nos anos 50
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    por um médico generalista no sul da Califórnia
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    nesta época a retirada das tonsilas palatinas era universal
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    você não conseguia passar pela adolescência com suas tonsilas e adenóides
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    se você fosse de uma família classe média
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    e era prática comum dar aspergon para as crianças, uma forma de aspirina mascável
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    e este médico notou que crianças que mascavam aspergon sangravam mais e por mais tempo que as que não mascavam
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    então ele pensou que talvez aspirina fosse um do sangue e começou
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    a tomar ele mesmo, verificando que quando se cortava barbeando, sangrava mais tempo
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    então ele deu isso a uns pacientes, se satisfez que era uma hipótese razoável
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    que publicou num periódico de medicina geral
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    já sugerindo que a aspirina pudesse ser útil para prevenir ataques cardíacos
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    levou 30 anos para os cardiologistas reconhecerem a validade desta hipótese
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    e testá-la. A razão foi que a proposta veio de um médico generalista, não um cardiologista
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    e foi publicado em um jornal que cardiologistas não lêem muito
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    agora, dentro do ramo da medicina, imagine quando a informação sobre estas coisas
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    vem de fontes mais distantes e estranhas
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    como xamãs em culturas exóticas
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    E acho que é isso que realmente temos de entender
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    que a razão pela qual estas drogas que temos interesse em estudar
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    provocam tanta controvérsia
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    a razão pela qual estimularam o tipo de retrocesso que
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    que atrasou a pesquisa e o uso clínico
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    é fundamentalmente emocional e irracional
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    não é algo que possa ser debatido pela lógica e informação científica
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    é uma questão de mudar a cultura e as atitudes
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    O problema com a maconha é que ela ainda não
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    superou suas associações nesta cultura
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    com rebeldes, páreas, subculturas que não são consideradas parte do mainstream
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    ela entrou na sociedade norte-americana por duas vias
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    através de jazzistas negors no sul, New Orleans
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    através de imigrantes mexicanos que vinham pela fronteira sul
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    depois nos anos 50 foi associada aos beatniks
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    e nos anos 60 a contracultura maciça que surgiu
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    são estas associações da maconha que fazem os EUA mainstream a reagir contra ela
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    e isto persiste
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    Estou encantado que agora haja abertura no mundo da pesquisa psicodélica
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    Quero dizer, algo realmente mudou
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    mas ainda não mudou com a maconha
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    é uma pena. Estou muito desapontado que nosso presidente
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    não tenha feito mais para apoiar as mudanças com a maconha medicinal
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    aplausos
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    mas temos uma abertura no momento com psicodélicos
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    que é uma surpresa bem vinda e algo em que queremos trabalhar
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    e estou satisfeito de ver os tipos de pesquisa que foram feitos
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    Também devo dizer que, ao longo dos anos, quando olhei para os potenciais benefícios e danos
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    das drogas psicodélicas e suas possibilidades para aplicações clínicas
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    fico de alguma maneira intrigado com alguns aspectos
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    em primeiro lugar, em termos puramente médicos
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    em primeiro lugar, em termos puramente médicos
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    são provavelmente as substâncias com menor toxicidade de todos os agentes farmacológicos que conhecemos
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    como sabem, não há mortes relatadas pelo uso de LSD, diretamente causadas
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    por seus efeitos farmacológicos, exceto em um elefante. Certeza que vocês conhecem esta história terrível
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    se não, vocês podem procurá-la
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    A marcante falta de toxicidade destes agentes
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    combinada com seu tremendo poder em alterar a percepção e o acesso corpo-mente
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    certamente os recomenda para uso clínico
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    mas tenho que dizer que fico intrigado, aliás, dev o dizer que a outra categoria de psicodélicos
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    as fenetilaminas, tem toxicidade um pouco mais elevada
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    por causa de suas propriedades estimulantes no sistema adrenérgico
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    que os coloca numa categoria um pouco diferente, mas ainda assim seguros
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    se comparados a maioria das drogas que são rotineiramente prescritas na medicina atual
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    O que me intriga sobre as pesquisas psicodélicas nos últimos anos
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    em contraste com minha própria experiência com eles
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    é quase tudo têm focado nos potenciais psicológicos
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    inicialmente com questões como ajudar pessoas com ansiedade relacionada a morte, ou com transtorno do estresse pós traumático
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    o meu interesse sempre foi no que chamamos potencial psicosomático destas drogas
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    isto é, seu potencial para mudar processos corporais
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    e doenças físicos como resultado de, ou tomando vantagem da conexão mente-corpo
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    então, me deixem dizer algumas palavras sobre a medicina integrativa e a filosofia da medicina que ensino
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    e sempre pratiquei
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    no conhecimento popular a medicina integrativa é
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    a combinação inteligente da medicina convencional com a alternativa
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    mas essa é realmente uma definição muito simplista. O jeito mais abrangente de olhar para isso
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    que firmemente acredito representar o futuro da medicina e a solução de nossa atual crise na sáude
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    é trabalhar por algumas grandes mudanças no pensamento médico convencional
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    a primeira é restaurar o foco da medicina na saúde e na cura
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    e reconhecer, respeitar e tomar vantagem do enorme potencial do organismo humano
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    para se auto-diagnosticar, auto-regular, regenerar, reparar e adaptar
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    pra mim esta é a mais espetacular característica da biologia humana
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    nossos corpos têm a habilidade de sabe quando sofreram dano ou injúria
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    para repararem a si mesmos, e isto não é mágica, é biolgia
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    podemos observar isso em qualquer nível a partir do DNA
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    o DNA é uma gigante macromolécula que está na borda entre a vida e a não-vida
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    e tem o potencial embutido de saber quando foi danificado por um raio ultravioleta
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    e imediatamente começa a elaborar enzimas de reparo específicas para consertar o dano
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    e este mesmo potencial você pode ver em organelas, células, tecidos, órgãos e
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    no organismo inteiro, e é aí que a boa medicina deveria começar
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    O segundo princípio geral da medicina integrativa é nossa insistência de que
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    seres humanos são mais do que corpos físicos
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    somos também seres mentais-emocionais
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    entidades espirituais, membros de comunidades
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    estas outras dimensões da vida humana são incrivelmente relevantes para entendermos a saúde e a doença
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    se você as eliminar e olhar apenas para o corpo físico
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    você não apenas se priva de entender as causas reais da saúde e da doença
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    mas também limita suas opções de tratamento
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    àquelas direcionadas ao corpo físico, que são as que tendem a ser mais caras
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    mais invasivas e mais prejudiciais e por vezes consideravelmente limitadas em mudar
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    as condições físicas. O terceiro princípio da medicina integrativa
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    é que prestamos atenção a todos os aspectos do estilo de vida
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    para compreendermos a saúde e a doença
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    e acho que é aqui que a medicina integrativa realmente brilha em trazer uma cuidado preventivo verdadeiro
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    e promover a saúde, algo que é muito pertinente ao debate da saúde pública
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    que estamos vivenciando
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    e também a medicina integrativa coloca grande ênfase na relação médico-paciente
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    que sofreu tremendamente na presente era da medicina pelo lucro
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    aravés da história e em muitas culturas
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    esta relação foi considerada especial, até mesmo sagrada
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    algo mágico pode acontecer quando uma pessoa com treinamento médico
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    senta com um paciente e simplesmente o permite contar sua história
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    apenas isto já pode desencadear uma resposta de cura, antes de qualquer sugestão ou tratamento
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    ao longo do tempo esta também foi a principal fonte de recompensa de praticar a medicina
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    e sua perda na era da medicina pelo lucro
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    é uma razão pela qual tantos médicos estão insatisfeitos e tantos estão
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    largando suas profissões ou já largaram
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    e por fim, a medicina integrativa está disposta a olhar para todas as possibilidades de tratamento que existem
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    00:12:03,456 --> 00:12:07,793 especialmente aquelas que não causam danos ou mostram evidências razoáveis de eficácia
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    há tantas opções que não estão nem ao mesmo na tela do radar da medicina convencional e que podemos trazer
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    entre elas o uso direcionado de terapias psicodélicas
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    Agora, o que me intriga ao olhar
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    o foco da pesquisa psicodélica no psicológico
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    e a omissão do físico
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    é que em minha própria experiência, tanto pessoal quanto profissional com pacientes
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    e discutindo isso com muitos usuários de psicodélicos
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    Eu observei, vi, vivenciei e coletei muitos casos individuais
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    de reações de cura espetaculares de doenças sérias
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    e estas respostas de cura foram catalizadas por uma mudança de percepção
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    que foi iniciada por uma experiência psicodélica, por vezes deliberadamente por
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    um terapeuta que guiou a sessão em determinada direção
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    por vezes de maneira fortuita
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    irei dar alguns exmplos do que quero dizer
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    o primeiro é algo que publiquei
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    alguns anos atrás o programa "60 minutes" fez um especial comigo, que supostamente seria amigável mas não foi
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    e me lembro de dizer ao entrevistador esta história, que foi incidental, e em três dias de entrevista sobre medicina integrativa
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    eles enviaram a matéria com isso como o título, esta foi a história que usaram
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    e a história era que o Dr. Weil afirma que o LSD curou suas alergias à gato
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    OK
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    curou mesmo, e essa é a história
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    Eu era muito alérgico quando criança, de todas as maneiras. Eu tinha febre, coceiras em resposta a várias drogas e coisas
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    Eu fui alérgico em grande parte da minha vida, e uma das alergias era com gatos
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    toda vez que um gato chegasse perto de mim meus olhos inchavam, meu nariz escorria, se eu tocasse o gato
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    ficava muito pior e se ele me lambesse eu ficava com inflamações no local
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    Eu tinha esse mindset de que eu era alérgico a gatos e portanto
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    eu não queria eles na minha presença. Se um gato chegasse perto de mim
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    eu iria ou empurrá-lo para longe ou me encolher, então havia essa profunda
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    defensividade no meu comportamento
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    um dia, quando tinha 28 anos e estava fazendo um monte de mudanças em minha vida
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    Eu tomei LSD com alguns amigos, estava vivendo na Virgínia, era um lindo dia de primavera
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    eu estava num lugar magnífico, tudo era maravilhoso, o mundo era mágico
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    tudo estava vivo, e nesta cena entrou um gato
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    e pulou no meu colo. Eu tive a reação habitual por meio segundo e
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    repentinamente decidi que aquilo era bobagem, por que eu devia fazer isso?
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    então comecei a acariciar o gato, brincar com ele, ele me lambeu, não tive reação alguma
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    E não tive mais reação a gatos desde então!
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    e isso foi quase 40 anos atrás
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    aplausos
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    Isto é espetacular
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    Como médico eu adoraria saber o que aconteceu ali
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    e adoraria saber como fazer para que aconteça com outras pessoas
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    Enfim, vou contar uma que acho mais espetacular e que não publiquei sobre
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    e foi mais ou menos da mesma maneira, na mesma época. Outro mindset que tive a vida toda
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    era de que eu tinha pele muito branca e não podia me bronzear
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    e sempre me disseram isso, você tem pele clara
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    então, toda vez que eu ia pra praia, minha experiência era um queimadura de segundo grau
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    completamente vermelho e então indo para casa passar nazimo no corpo todo
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    e então camadas de pele iam descascar dias depois
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    era assim que eu reagia ao sol e eu tinha na cabeça essa idéia de que era assim
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    então na mesma época que estava fazendo estes experimentos, acho que também tinha 28 anos
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    e isso também foi na Virgínia e em outra ocasião que tomei LSD em um lugar maravilhoso
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    e eu estava correndo pelado e decidi que era um dia tão lindo
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    que eu iria me deitar no sol, e me lembro pensando
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    por que eu deveria pensar que o sol é meu inimigo?
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    por que não posso curtir o sol e ficar nele?
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    Me bronzeei instantaneamente!
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    e me bronzeio desde então
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    Agora vivo no sul do Arizona, passei 30 anos no deserto
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    Me bronzeio bem, nunca tive reações como aquelas. Uma mudança instantânea
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    num padrão que tinha durado 28 anos, isso é espetacular
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    Como aquilo aconteceu? Qual o mecanismo disso?
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    Não acho que seja mágica, é maravilhoso, mas deve haver um mecanismo fisiológico para isso
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    que é, em alguns casos, para mim, um pouco mais interessante e difícil de compreender que
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    o desaparecimento de uma reação alérgica
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    Alergias vêm e vão e eu sempre ensinei meus pacientes que alergias são reações aprendidas
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    e qualquer coisa aprendida pode ser desaprendida
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    e isto para mim é o mais interessante sobre alergias
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    Tem coisas muito interessantes na literatura mente-corpo sobre alergias
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    você pode mostrar a alguém que têm alergia a rosas um rosa de plástico
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    e a pessoa terá uma reação alérgica
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    isto mostra que o cérebro superior está envolvido neste processo
  • 17:58 - 18:04
    e de que deve haver muitas maneiras de produzir estas mudanças ou de quebrá-las
  • 18:04 - 18:09
    e o potencial para os psicodélicos serem usados desta maneira é enorme
  • 18:09 - 18:14
    Posso imaginar uma era na qual os psicodélicos estejam disponíveis para uso médico
  • 18:14 - 18:20
    talvez uma clínica de alergia onde você tem dez sessões estruturadas
  • 18:20 - 18:24
    e na primeira sessão uma pessoa tomaria uma dose comum de uma destas substâncias
  • 18:24 - 18:28
    e se necessário poderiam voltar e a cada vez a dose seria menor
  • 18:28 - 18:31
    até que na última sessão eles não estariam tomando nada
  • 18:31 - 18:39
    mas o comprimido pareceria idêntico. Daí você pode informar que não estão tomando nada e podem ir embora sem a alergia
  • 18:39 - 18:43
    Agora, extendendo isso ainda mais, eu também coletei ao longo dos anos
  • 18:43 - 18:48
    alguns casos dramáticos nos quais tive envolvido
  • 18:48 - 18:53
    de pessoas com doenças autoimunes, especialmente artrite reumatóide,
  • 18:53 - 18:57
    também lupus e esclerose múltipla
  • 18:57 - 18:59
    nos quais as mesmas coisas aconteceram
  • 18:59 - 19:06
    houve uma mudança dramática relacionada à experiência psicodélica
  • 19:06 - 19:08
    Por vezes um uso único, por vezes uso repetido
  • 19:08 - 19:11
    na qual a condição desapareceu
  • 19:11 - 19:16
    me parece, e não posso imaginar nada de maior interesse
  • 19:16 - 19:20
    e que me intrigue mais que os pesquisadores não estejam olhando para este aspecto dos psicodélicos
  • 19:20 - 19:27
    e algo útil seria coletar relatos deste tipo
  • 19:27 - 19:31
    Então um pedido que faço a vocês para fazerem a seus amigos, se conhecem alguém
  • 19:31 - 19:41
    com experiências deste tipo, que vão a MAPS por exemplo
  • 19:41 - 19:44
    para que possamos começar a coletar este tipo de informação de maneira sistemática
  • 19:44 - 19:50
    e se formarmos um corpo de informações podemos inspirar pesquisadores nesta área
  • 19:50 - 19:53
    a começarem a pensar como montar experimentos para investigar isso
  • 19:53 - 19:57
    Aquele princípio sobre medicina integrativa de que falei
  • 19:57 - 20:04
    não somos apenas corpos físicos, somos também corpos emocionais-mentais, entidades espirituais e membros de comunidades
  • 20:04 - 20:09
    o significado disso é que todas as doenças, com a saúde
  • 20:09 - 20:16
    é resultado de todos estes fatores e em qualquer condição médica
  • 20:16 - 20:23
    há uma possibilidade de usar a conexão mente-corpo, a conexão emocional
  • 20:23 - 20:28
    para mudar processos doentios para melhor
  • 20:28 - 20:35
    Temos muitas possibilidades de intervenção para isso, hipnose, imaginação guiada
  • 20:35 - 20:38
    há várias formas de meditação
  • 20:38 - 20:44
    há uma fascinante área da neurociência
  • 20:44 - 20:48
    que acabou de ser criada como resultado de ser possível pobservar cérebros vivos
  • 20:48 - 20:56
    e muito disto foi inspirado pelo Dalai Lama e uma nova geração de neurocientistas
  • 20:56 - 21:03
    que estão olhando meditadores tibetanos e observando mudanças reais na atividade cerebral
  • 21:03 - 21:07
    e então pensando como isso poderia ser ensinado a outras pessoas
  • 21:07 - 21:16
    vejo isso como um grande horizonte e fronteira da pesquisa médica
  • 21:16 - 21:21
    Eu sempre ensinei que todas as doenças são psicosomáticas
  • 21:21 - 21:26
    mas o problema é que esta palavra é tão carregada que quando falamos sobre condições psicosomáticas
  • 21:26 - 21:31
    muitas pessoas, especialmente pacientes, pensam que você está dizendo que suas condições não são reais
  • 21:31 - 21:33
    e este não é o significado de psicosomático, a palavra significa apenas mente-corpo
  • 21:33 - 21:40
    eu sugeri que talvez devêssemos usar somatopsíquico, que não tem a mesma conotação
  • 21:40 - 21:48
    mas a verdade é que é assim que funciona e em muitas condições podemos negar a possibilidade
  • 21:48 - 21:53
    de tentar mudar as coisas manipulando o compartimento psíquico
  • 21:53 - 21:59
    as drogas psicodélicas, especialmente, são ferramentas incríveis para isso
  • 21:59 - 22:04
    eu acho que um dos grandes obstáculos à pesquisa psicodélica no passado
  • 22:04 - 22:10
    que complicou as coisas é que, tenho certeza que sabem
  • 22:10 - 22:17
    as experiências psicodélicas são fortemente dependentes de fatores não farmacológicos
  • 22:17 - 22:23
    dependem das expectativas das pessoas, o set, e no ambiente,
  • 22:23 - 22:26
    no sentido mais amplo o setting no qual as drogas são tomadas
  • 22:26 - 22:32
    as pessoas que começaram as pesquisas com psicodélicos
  • 22:32 - 22:38
    e obtiveram resultados muito bons, como Stan Grof, Walther Pahnke
  • 22:38 - 22:41
    eram pessoas que compreendiam de suas próprias experiências
  • 22:41 - 22:48
    a natureza destas drogas, e a dependência no set and setting
  • 22:48 - 22:53
    Suas crenças e a maneira como foram capazes de estruturar o ambiente
  • 22:53 - 22:56
    o ambiente de laboratório onde fizeram suas pesquisas
  • 22:56 - 22:59
    direcionaram as experiências em uma certa direção
  • 22:59 - 23:01
    outros pesquisadores que não tinham estas experiências
  • 23:01 - 23:04
    não tinham esta compreensão, leram os resultados das pesquisas
  • 23:04 - 23:07
    tentaram reproduzi-los e não obtiveram os mesmos resultados
  • 23:07 - 23:10
    porque pensaram que as drogas eram balas mágicas
  • 23:10 - 23:16
    que a droga contém a experiência que automaticamente faria que estava relatado na literatura
  • 23:16 - 23:21
    e quando os resultados não vieram desta maneira, eles disseram, ok, estas drogas não servem pra nada
  • 23:21 - 23:29
    Então, apesar de toda a questão moralística e a irracionalidade cultural
  • 23:29 - 23:37
    que atrasaram a pesquisa psicodélica eu acho que esta é uma barreira ainda maior
  • 23:37 - 23:44
    porque estas drogas não funcionam da maneira que os agentes farmacológicos que estamos acostumados agem
  • 23:44 - 23:53
    O potencial mágico não está inteiramente na ação farmacológica
  • 23:53 - 23:56
    e a não ser que os pesquisadores compreendam isso
  • 23:56 - 23:58
    as chances de produzir resultados positivos
  • 23:58 - 24:04
    que trarão mais interessados à área e podem levar à uma mudança cultural
  • 24:04 - 24:08
    sobre os potenciais benefícios dessas drogas não será concretizado
  • 24:08 - 24:16
    Também quero falar um pouco sobre a maconha, que é uma besta bem diferente dos psicodélicos
  • 24:16 - 24:21
    ela não é relacionada nem quimicamente nem farmacologicamente aos psicodélicos
  • 24:21 - 24:23
    apesar de viajarem frequentemente na mesma compania
  • 24:23 - 24:27
    mas é uma coisa completamente diferente
  • 24:27 - 24:33
    e têm seus próprios problemas e dificuldades
  • 24:33 - 24:40
    a química canabinóide é única na natureza, estas substâncias são
  • 24:40 - 24:44
    diferentes de qualquer outra substância química com que temos familiaridade
  • 24:44 - 24:51
    uma das coisas que as diferencia da maioria das drogas que conhecemos, tanto médicas quanto psicoativas
  • 24:51 - 24:53
    é que são liposolúveis
  • 24:53 - 25:00
    isto é um grande problema porque estas drogas não são absorvidas e distribuídas pelo corpo
  • 25:00 - 25:04
    de maneiras que conhecemos bem. Não é fácil saber seu destino metabólico
  • 25:04 - 25:11
    por causa da lipossolubilidade
  • 25:11 - 25:17
    outro problema com maconha é que há variação individual extrema na sensibilidade a seus efeitos
  • 25:17 - 25:26
    e isto é confuso para pessoas que estão buscando substâncias com efeitos previsíveis
  • 25:26 - 25:33
    na prática, olhando para o que está acontecendo com a maconha medicinal pelo país
  • 25:33 - 25:41
    Eu acho que se não encontrarmos uma maneira de separar uso medicinal de uso recreativo
  • 25:41 - 25:49
    será difícil fazer que os profissionais da medicina aceitem maconha como agente terapêutico
  • 25:49 - 25:54
    a maneira como estamos fazendo na Califórnia
  • 25:54 - 25:56
    e a maneira como a maioria da maconha medicinal está sendo usada
  • 25:56 - 26:01
    há uma fronteira muito confusa entre isto e uso recreativo
  • 26:01 - 26:08
    eu também não consigo imaginar a maioria de meus amigos médicos se sentindo confortáveis em recomendar
  • 26:08 - 26:13
    um agente terapêutico que tem que ser fumado
  • 26:13 - 26:14
    Isto não funciona
  • 26:14 - 26:23
    Eu adoraria ver um extrato total de cannabis disponível para uso médico numa forma
  • 26:23 - 26:27
    que fosse mais familiar a médicos e farmacêuticos
  • 26:27 - 26:31
    acho que vocês sabem que há uma forma assim disponível na Inglaterra
  • 26:31 - 26:35
    chamada Sativex, que é um extrato de cannabis em spray
  • 26:35 - 26:38
    para ser usado na boca, embaixo da língua
  • 26:38 - 26:43
    tem cara de remédio, embalagem de remédio,
  • 26:43 - 26:49
    seria aceito como remédio, é muito ruim que não esteja disponível aqui
  • 26:49 - 26:54
    e seria uma coisa importante para as pessoas que estão trabalhando com maconha medicinal fazerem
  • 26:54 - 27:01
    trabalhar para que esta medicação esteja disponível aqui. Isto aumentaria a aceitação da maconha medicinal por aqui
  • 27:01 - 27:10
    a grande vantagem da maconha e a razão para investigar seu potencial no
  • 27:10 - 27:15
    uso clínico é sua quase completa ausência de toxicidade
  • 27:15 - 27:18
    você não pode matar pessoas com maconha
  • 27:18 - 27:21
    me lembro de um trabalho de uns anos atrás com gatos
  • 27:21 - 27:27
    que se pudéssemos extrapolar para humanos sugeriria que a dose letal
  • 27:27 - 27:36
    seria de quase 700 gramas de maconha consumida oralmente de uma só vez
  • 27:36 - 27:42
    na farmacologia e na medicina calcula-se a segurança de uma droga com uma quantidade
  • 27:42 - 27:51
    chamada de razão terapêutica, que é a razão entre a dose que começa a produzir toxicidade e a dose que vc quer
  • 27:51 - 27:55
    e para muitas drogas que se usa na prática clínica esta razão não é alta
  • 27:55 - 28:00
    duas, três, quatro ou cinco vezes a dose que é usada para produzir efeitos terapêuticos
  • 28:00 - 28:06
    é suficiente para causar efeitos tóxicos. Não dá pra calcular a razão terapêutica para a maconha
  • 28:06 - 28:12
    é incalculável. Então somente por esta razão já deveríamos pesquisar maneiras de usá-la
  • 28:12 - 28:16
    fora o fato de que ao longo da história houve muitas pessoas que
  • 28:16 - 28:22
    testemunharam os benefícios que obtiveram usando macinha para várias condições
  • 28:22 - 28:29
    Pessoalmente, acho que a fronteira da pesquisa com cannabis que me parece mais interessante
  • 28:29 - 28:33
    é a possibilidade de olhar para estas estranhas moléculas, estes canabinóides
  • 28:33 - 28:38
    especialmente para análogos que podem ser desenvolvidos no futuro
  • 28:38 - 28:49
    que podem ser usados tanto como ferramentas para neurociência, para entender como o cérebro recebe e
  • 28:49 - 28:54
    interpreta informações, porque pra mim esta é uma das coisas mais interessantes sobre a cannabis
  • 28:54 - 28:59
    como ela muda a percepção, como pode fazer experiências ordinárias parecerem novas
  • 28:59 - 29:05
    como pode mudar o foco da atenção. Vejo grande potencial em usar essas drogas como ferramentas
  • 29:05 - 29:12
    nas pesquisas sobre a mente e o cérebro. Outra área que me fascina é olhar para
  • 29:12 - 29:21
    estes compostos ou análogos que venham a ser desenvolvidos, para manipular o apetite e a percepção da dor
  • 29:21 - 29:27
    Nestas duas áreas há potencial terapêutico para a cannabis que me parecem muito promissores
  • 29:27 - 29:33
    a questão do apetite, estão ocorrendo iniciativas nesta direção que acho que
  • 29:33 - 29:41
    certamente ainda não chegaram lá. mas esta é a provavelmente a maior crise de saúde pública que já enfrentamos
  • 29:41 - 29:45
    nesta era é a epidemia de obesidade que estamos vendo
  • 29:45 - 29:49
    cuja causa é a maneira como modificamos a comida
  • 29:49 - 29:55
    Eu estive num painel ontem com o Dr. David Kessler, ex-chefe do FDA
  • 29:55 - 29:56
    ele escreveu um livro chamado "The end of overeating"
  • 29:56 - 30:03
    e seu principal argumento é que as comidas que temos hoje foram desenhadas para ativar o cérebro
  • 30:03 - 30:11
    e que estamos indefesos frente a isso. A comida foi manipulada de maneira a causar ativação cerebral
  • 30:11 - 30:15
    e é isto que lhe dá tanto poder sobre nós
  • 30:15 - 30:19
    eu não sei, talvez estejamos amaldiçoados com este respeito. Acho que este é certamente um bom argumento para
  • 30:19 - 30:24
    banir por completo a propaganda destes alimentos
  • 30:24 - 30:29
    aplausos
  • 30:29 - 30:41
    outra área de pesquisa possível é encontrar maneiras de aumentar as defesas do cérebro
  • 30:41 - 30:48
    contra este tipo de ativação em resposta a estes alimentos que estão por aí
  • 30:48 - 30:52
    e acho que há potencial para algo deste tipo nos canabinóides
  • 30:52 - 30:56
    e outra área, como disse, é a modulação da percepção da dor
  • 30:56 - 31:03
    Já há bastante pesquisa interessante mostrando que a cannabis pode
  • 31:03 - 31:11
    aumentar os efeitos dos opióides, permitindo que pessoas com dor crônica tomem doses menores
  • 31:11 - 31:18
    de opióides, o que é muito vantajoso porque há muitos efeitos colaterais dos derivativos
  • 31:18 - 31:26
    do ópio que não são desejáveis, como por exemplo confusão mental.
  • 31:26 - 31:30
    a dor crônica é um problema enorme na medicina clínica atual
  • 31:30 - 31:34
    absorve muitos dólares do sistema de saúde, é frustrante de lidar
  • 31:34 - 31:40
    e entaõ qualqiuer nova ferramenta que possamos colocar na área será extremamente bem vinda, como disse
  • 31:40 - 31:43
    acho que há grande potencial para fazer isso com a cannabis
  • 31:43 - 31:48
    Então, acho que somando tudo e olhando pra trás
  • 31:48 - 31:51
    apesar de que não estive ativamente envolvido
  • 31:51 - 31:55
    nas pesquisas com psicodélicos ou com maconha por muitos anos
  • 31:55 - 32:02
    continuo a ficar espantado com o potencial positivo destes agentes
  • 32:02 - 32:08
    não apenas para manipulação do humor e estados emocionais mas também para
  • 32:08 - 32:15
    lidar com, e modificar, doenças físicas severas e reais
  • 32:15 - 32:21
    através da mudança da maneira como as pessoas interpretam
  • 32:21 - 32:25
    ou percebem os sintomas das doecças que vivenciam
  • 32:25 - 32:33
    e que ao fazer isso elas liberem, ou desbloqueiem o potencial terapêutico do corpo
  • 32:33 - 32:38
    Acho que o fato de termos essa abertura no momento é incrível
  • 32:38 - 32:46
    Acho que devemos ser cuidadosos na maneira como desenhamos e publicamos os experimentos
  • 32:46 - 32:54
    mas acho que olhar para condições que não são responsivas a outros métodos
  • 32:54 - 33:00
    e que envolvem muitas pessoas, são custosos e causam sofrimento humano
  • 33:00 - 33:06
    que aí sim há grandes chances de conseguir apoio para fazer isto e
  • 33:06 - 33:14
    começar a mudar este paradigma muito ultrapassado e esta percepção cultural atrasada
  • 33:14 - 33:17
    com que convivemos por tempo demais
  • 33:17 - 33:24
    Então obrigado, vou parar por aqui e continuar com alguns de vocês fazendo perguntas
  • 33:24 - 33:25
    aplausos
  • 33:25 - 33:31
    Eu acho que todo o campo da pesquisa mente-corpo e da medicina mente-corpo está
  • 33:31 - 33:36
    amadurcendo como nunca - há muita novidade -
  • 33:36 - 33:43
    Fechar? Ok, tchau
  • 33:43 - 33:47
    Isso foi muito bom
  • 33:47 - 33:53
    Eu tenho um amigo e colega que agora está nos seus 80 anos que foi
  • 33:53 - 33:56
    um endocrinologista eminente e um dos fundadores
  • 33:56 - 34:02
    e o principal defensor da medicina psicosomática nos anos 50 e 60
  • 34:02 - 34:08
    e ele me disse que ele olha pra trás e se pergunta porque este campo nunca foi adiante
  • 34:08 - 34:15
    agora há esta tremenda quantidade de pesquisas sendo feita, o que aconteceu com a área da medicina psicosomática?
  • 34:15 - 34:22
    e eu lhe disse, eu acho que o momento era ruim, estava à frente de seu tempo
  • 34:22 - 34:26
    as coisas não estavam prontas, o solo não estava preparado para a aceitação daquilo
  • 34:26 - 34:36
    e acho que isso tudo está sendo atropelado por este novo campo da medicina mente-corpo
  • 34:36 - 34:41
    que está ganhando apoio forte das neurociências. Acho que a habilidade de
  • 34:41 - 34:50
    visualizar cérebros vivos fez mais para validar os estudos da consciência e estados alterados de consciência
  • 34:50 - 34:54
    do que qualquer quantidade de discussão sobre isso
  • 34:54 - 35:00
    agora é possível mostrar que em pessoas em certos estados de consciência a função cerebral é diferente
  • 35:00 - 35:04
    e você pode encontrar locais específicos no cérebro onde a a função do cérebro é diferente
  • 35:04 - 35:08
    mesmo na área que tenho mais interesse, as respostas placebo
  • 35:08 - 35:12
    há muita novidade nesta área
  • 35:12 - 35:18
    há estudos mostrando que no efeito placebo há repostas específicas em partes particulares do cérebro responsáveis por isso
  • 35:18 - 35:22
    então acho que estamos no limiar de uma nova era de estudos mente-corpo
  • 35:22 - 35:29
    na qual a psiconeuroimunologia, psicoendocrinologia, é tudo parte deste arsenal
  • 35:29 - 35:38
    e há potencial para os psicodélicos serem bem vindos como ferramentas para facilitar esta pesquisa
  • 35:38 - 35:41
    Muito obrigado pela sua apresentação, eu adorei
  • 35:41 - 35:47
    Uma coisa, você tava falando sobre a dor e as diferentes maneiras de minimizar a dor
  • 35:47 - 35:55
    dor, física, eu estudei muito da conexão mente-corpo, especialmente os aspectos espirituais disso
  • 35:55 - 36:00
    e tive resultados tremendos, resolvendo questões espirituais e como isso afeta você fisicamente
  • 36:00 - 36:06
    eu tinha uma dor horrível e fiz esta meditação, meditação para acabar com a dor
  • 36:06 - 36:10
    e no fim você se conecta com seu eu superior e eu não pude acreditar nos resultados
  • 36:10 - 36:15
    como minha dor no pescoço que era horrível melhorou muito, mas basicamente
  • 36:15 - 36:21
    os estudos que estive realmente interessada, de um cara chamado Luz Ares
  • 36:21 - 36:27
    e não sei se você tem familiaridade com o trabalho de Louis Hay onde basicamente
  • 36:27 - 36:32
    Luz Ares diz que muitas dores diferentes em partes diferentes do corpo
  • 36:32 - 36:37
    são como mensagens codificadas da sua consciência superior que estão ali para te ensinar
  • 36:37 - 36:42
    e te guiar numa direção na qual você necessita cura, então ele fala sobre
  • 36:42 - 36:45
    médicos tradicionais em oposição aos alternativos e diz que
  • 36:45 - 36:51
    na maioria os médicos alternativos estão essencialmente fazendo a mesma coisa, eles vão apenas tentar eliminar sintomas
  • 36:51 - 37:01
    e então acho que minha questão é, desculpe, você já pensou sobre os significados espirituais
  • 37:01 - 37:05
    da dor, e na verdade resolvê-la, como voicê disse no começo, quanto importa
  • 37:05 - 37:12
    resolvê-la pela mente ao invés de olhar apenas para o físico
  • 37:12 - 37:18
    Eu pensei sobre isso, e há muito escrito sobre os significados espirituais da dor
  • 37:18 - 37:23
    e as maneiras como as pessoas com dor crônica podem aprender a reinterpretá-la, ou ouvi-la
  • 37:23 - 37:28
    ou ver o que isto tem a ensiná-las. O treinamento de redução do estresse por Mindfulness Meditation
  • 37:28 - 37:33
    provou ser muito valioso no tratamento de pacientes com dor crônica, mas de novo devo dizer que eu estou
  • 37:33 - 37:41
    realmente no lado somatopsíquico das coisas, e a experiência que mais me interessa
  • 37:41 - 37:48
    não são percepções subjetivas mas mudanças na reação corporal
  • 37:48 - 37:53
    então este é outro exemplo de uma experiência minha que também publiquei, sobre MDMA
  • 37:53 - 38:02
    que frequentemente tive a experiência de, no estado do MDMA, totalmente relaxado, andar descalço
  • 38:02 - 38:08
    em pedras pontiagudas que normalmente machucariam, não dói, OK, essa parte é fácil pra eu
  • 38:08 - 38:14
    explicar mas o que é difícil explicar é porque não há marcas nos meus pés
  • 38:14 - 38:19
    normalmente haveriam marcas densas no meu pé mas nesse caso não há
  • 38:19 - 38:23
    então o que está acontecendo aqui? Quero dizer, posso fazer hipóteses mas acho que quando
  • 38:23 - 38:30
    a mente deixa o corpo em paz os músculos podem responder precisamente
  • 38:30 - 38:38
    então se há uma ponta de pedra pressionando ali o músculo naquele lugar pode pressionar de volta para neutralizar
  • 38:38 - 38:45
    Isso realmente me interessa, como você pode mudar reações, como coisas de insetos ou
  • 38:45 - 38:53
    ser atingidfo por algo ou queimado, não apenas a dor muda como mudam as reações do corpo
  • 38:53 - 38:59
    e isso é algo que pode ser aprendido, e me parece que a coisa em comum aqui
  • 38:59 - 39:06
    é deixar de lado alguma postura defensiva perante o universo, é o ato de
  • 39:06 - 39:14
    se defender que de alguma maneira leva a alguma forma de rigidez ou congelamento das respostas corporais que
  • 39:14 - 39:22
    causam injúria ou permitem o dano ocorrer. Esta é a área que eu amaria ver pesquisas sobre
  • 39:22 - 39:28
    Dr. Weil, sempre adoro o que você tem a dizer, e tenho apenas uma pergunta
  • 39:28 - 39:36
    Como fazemos a coisa andar em legitimizar os psicodélicos e os tratamentos para pessoas com sofrimento real?
  • 39:36 - 39:42
    Quero dizer, a maioria deste conhecimento está aí desde os anos 70, 60
  • 39:42 - 39:48
    deve haver algum ponto de virada na sociedade, algum ponto na estrutura onde
  • 39:48 - 39:54
    o poder muda um pouquinho e estou pensando como nós, pessoas pequenas, como formigas soldado, formigas trabalhadoras,
  • 39:54 - 39:59
    o que podemos fazer para ver dias mais inspiradores?
  • 39:59 - 40:06
    As vezes as coisas parecem obscuras na sociedade, mas acho que de alguma forma a energia
  • 40:06 - 40:11
    dos anos 60 e a energia daquele período realmente se difundiu pela cultura
  • 40:11 - 40:19
    e está encontrando seu caminho e me parece que em conversas casuais
  • 40:19 - 40:26
    onde interagi com muitas pessoas de diversos tipos em vários lugares, eu acho que
  • 40:26 - 40:33
    as atitudes estão mudando, agora há maior aceitação disso e acho que as maneiras
  • 40:33 - 40:39
    especialmente com este tipo de, veja o pouco que vi nesta conferência
  • 40:39 - 40:47
    ou os relatos que vi em artigos recentes sobre o uso terapêutico dos psicodélicos, há um tom diferente do que havia antes
  • 40:47 - 40:56
    Vejo Rick Doblin acenando com a cabeça. Acho que é verdade, então estou otimista. Não sei se estamos no ponto de virada
  • 40:56 - 41:01
    mas acho que estamos nos movendo na direção disto
  • 41:01 - 41:08
    Andrew, eu te conheço de alguns anos atrás, dos dias de maconhismo na frente do prédio federal em LA
  • 41:08 - 41:13
    E em homenagem à morte de Jack Herer ontem, eu queria
  • 41:13 - 41:17
    Sim, eu soube que ele morreu ontem de manhã
  • 41:17 - 41:22
    Isso, ele morreu ontem as 11 da manhã, e em honra a isto eu queria saber sua opinião
  • 41:22 - 41:30
    sobre o óleo de THC para tratamento de câncer de Rick Simpson bem como das pesquisas do Dr. Malamides usando THC para
  • 41:30 - 41:35
    redução de células tumorais e proteção de células saudáveis
  • 41:35 - 41:40
    Na verdade não mencionei isso na palestra, mas uma das áreas promissoras
  • 41:40 - 41:48
    com pesquisas com cannabis é o possível tratamento e prevenção do câncer
  • 41:48 - 41:53
    e isto é completamente surpreendente. São resultados recentes
  • 41:53 - 41:58
    e mesmo a proteção contra câncer de pulmão e formas severas de câncer
  • 41:58 - 42:01
    assim como proteção contra demência e perda de memória
  • 42:01 - 42:06
    Quem iria pensar?
  • 42:06 - 42:12
    Mas aí está, então novamente, estes são potenciais novos, inesperados
  • 42:12 - 42:17
    dos canabinóides que certamente deveriam ser explorados
  • 42:17 - 42:20
    Quero agradecer por sua palestra
  • 42:20 - 42:27
    Você mencionou que os psicodélicos podem ter efeitos em problemas
  • 42:27 - 42:34
    físicos reais no corpo, como esclerose múltipla. Queria saber se você pode enumerar estes psicodélicos
  • 42:34 - 42:39
    e explicar um pouco mais sobre como podem exercer estes efeitos
  • 42:39 - 42:44
    Tudo que posso dizer no momento é que tenho relatos de caso, pessoas que conheci
  • 42:44 - 42:51
    que foram meus pacientes, peossas que conheci, ouvi sobre
  • 42:51 - 42:57
    nos quais estou satisfeito sobre a validade dos relatos, e isto é algo que deveria ser estudado
  • 42:57 - 43:03
    com as doenças autoimunes, incluindo esclerose múltipla, os agentes usados foram variados
  • 43:03 - 43:09
    mas tipicamente eram LSD, o mais comum acho, as vezes MDMA, as vezes cogumelos
  • 43:09 - 43:17
    por vezes a mudança ocorreu instantaneamente, como minha alergia a gatos ou o lance do bronzeamento
  • 43:17 - 43:23
    as vezes uma mudança que ocorreu depois, em um período de semanas ou meses
  • 43:23 - 43:30
    as vezes com uso repetido do agente, mas parece que
  • 43:30 - 43:34
    você sabe, eu não sei o mecanismo, só posso especular
  • 43:34 - 43:41
    mas acho que as maneiras como a mente interage com o corpo
  • 43:41 - 43:54
    são infinitas, complexas, maravilhosas, que há maneiras cotidianas em que os padrões da mente
  • 43:54 - 44:01
    ou os padrões habituais da percepção, ficam no caminho do mecanismo de cura que falei sobre
  • 44:01 - 44:06
    no começo da palestra
  • 44:06 - 44:09
    Oi doutor, é um grande prazer ter você aqui
  • 44:09 - 44:14
    Minha pergunta é, você diz que há tanto foco
  • 44:14 - 44:22
    nos aspectos curativos destas medicinnas, mas muito pouco sobre o aspecto preventivo delas
  • 44:22 - 44:28
    Indo ainda adiante, à otimização da saúde
  • 44:28 - 44:38
    muitas pessoas que conheço que estão usando psicodélicos são yoguis, especialistas em movimento, que são das pessoas mais saudáveis que conheço
  • 44:38 - 44:42
    Albert Hofmann por exemplo, viveu mais de 100 anos
  • 44:42 - 44:45
    e atribuiu isso ao uso regular de LSD
  • 44:45 - 44:50
    Isto é prvavelmente algo que não deveríamos estar falando sobre
  • 44:50 - 44:54
    no momento em que tentamos produzir uma mudança cultural
  • 44:54 - 45:01
    Concordo com você, acho que isso é verdade, acho que todos vimos isto, todos conhecemos gente que usa psicodélicos dessa maneira
  • 45:01 - 45:07
    Acho que muitas pessoas que conheço e que estiveram envolvidas no mundo psicodélico
  • 45:07 - 45:14
    se sentem assim. Mas estou preocupado com propagandear isso. Acho que no momento
  • 45:14 - 45:18
    deveríamos nos concentrar no uso terapêutico que falei
  • 45:18 - 45:23
    mas acho isso tremendamente interessante. Não acredito que esta cutura esteja preparada para ouvir sobre
  • 45:23 - 45:34
    otimização de saúde pelo uso regular de psicodélicos
  • 45:34 - 45:37
    O que levou a descobrir o weilii?
  • 45:37 - 45:39
    O que levou a descobrir o weilii?
  • 45:39 - 45:42
    Eu não descobri o Psilocybe weilii
  • 45:42 - 45:49
    Foi descoberto por um homem na Georgia e nomeados para mim pelo meu amigo Paul Stamets
  • 45:49 - 45:59
    Não se nomeia coisas para si mesmo em ciência e eu fiquei muito feliz com a homenagem
  • 45:59 - 46:07
    mas não tive nada a ver com a descoberta, mas fiquei feliz. Por acaso, não sei se sabe
  • 46:07 - 46:19
    mas a palavra pscilocibe em grego significa careca, então acho que foi apropriado
  • 46:19 - 46:28
    Dr. Weil, li um artigo na Psychopharmacology em algum ponto dos últimos 12 meses
  • 46:28 - 46:35
    sobre a existência de polimorfismos para a proteína que produz a monoamino-oxidase
  • 46:35 - 46:42
    e, de maneira resumida, duas formas de MAO, uma mais ativa que a outra
  • 46:42 - 46:49
    Indivíduos com a forma menos ativa são significativamente mais sucetíveis ao efeito placebo
  • 46:49 - 46:57
    E o que estou questionando é se o uso de inibidores da monoamino-oxidase na ayahuasca
  • 46:57 - 47:02
    modula de alguma maneira a sucetibilidade ao efeito placebo
  • 47:02 - 47:06
    Não conheço esta pesquisa, vou procurar, é interessante
  • 47:06 - 47:11
    e se for isso mesmo, o que você diz é certamente possível, muito interessante
  • 47:11 - 47:15
    Acredito muito em individualidade bioquímica
  • 47:15 - 47:21
    e isso é algo que é absolutamente ignorado na farmacoterapia convencional
  • 47:21 - 47:27
    e algo que pessoas que usam drogas e pessoas que fornecem drogas a outros devem saber
  • 47:27 - 47:34
    Estas reações diversas, algumas baseadas em diferentes capaciades de metabolizar
  • 47:34 - 47:43
    os agentes farmacológicos. Idéia muito boa, vou conferir
  • 47:43 - 47:48
    Dr., esta é uma questão que vem de um pouco de experiência pessoal
  • 47:48 - 47:55
    você tem conhecimento de algum estudo sobre os psicodélicos triptamínicos ou canabinóides
  • 47:55 - 48:01
    causarem dor física em usuários que tomam isso
  • 48:01 - 48:06
    Agudamente na hora que tomam ou ao longo do tempo?
  • 48:06 - 48:06
    Durante a sessão, por exemplo
  • 48:06 - 48:10
    minha experiência pessoal foi com LSD
  • 48:10 - 48:14
    e isso foi alguns meses após uma cirurgia na articulação
  • 48:14 - 48:19
    Eu meio que senti a mesma dor, senti meu ombro se deslocando - Ah - e
  • 48:19 - 48:26
    de acordo com meu ortopedista está completamente estável, mas eu
  • 48:26 - 48:29
    podia ver a mesma exata sensação de dor do ombro saindo do lugar
  • 48:29 - 48:32
    mas não ocorreu de fato
  • 48:32 - 48:38
    Eu vi ocasionalmente, pessoas com experiências parecidas mas não sei
  • 48:38 - 48:43
    como interpretaria isso. Se você apenas tomou consciência de uma memória corporal
  • 48:43 - 48:50
    mas acho que um dos potenciais para os psicodélicos é ajudar as pessoas a trazer à consciência
  • 48:50 - 48:55
    memórias, por vezes dolorosas, que foram armazenadas na musculatura do corpo
  • 48:55 - 49:02
    esta é uma possibilidade
  • 49:02 - 49:08
    Então, minha pergunta é de segunda mão. Sobre amigos que estão
  • 49:08 - 49:13
    sofrendo de prolongada persistencia da desordem da alucinação
  • 49:13 - 49:14
    Ân-hâ
  • 49:14 - 49:19
    Li que o melhor tratamento que se conhece é assegurar a pessoa porque pode
  • 49:19 - 49:23
    ir embora, mas eles pensam que ainda estão vivenciando, e então começa um ciclo vicioso
  • 49:23 - 49:27
    Há novos avanços nisso? Além de drogas antipsicóticas?
  • 49:27 - 49:34
    Eu não sou a pessoa certa pra perguntar isso. Se você está falando da categoria geral de flashbacks
  • 49:34 - 49:40
    Acho que quanto menos atenção a isso melhor, e eles tendem a desaparecer
  • 49:40 - 49:44
    São experiências normais que as pessoas têm
  • 49:44 - 49:51
    Se a experiência com a droga foi associada à ansiedade, então uma memória disso pode desencadear ansiedade
  • 49:51 - 49:54
    e então se você ouvir que isso indica dano cerebral
  • 49:54 - 49:57
    você pode imaginar o ciclo viciante da ansiedade
  • 49:57 - 50:02
    Então, eu sempre duvidei que ao assegurar a pessoa que não são siginificativos vai fazer isso sumir por si só
  • 50:02 - 50:05
    Muito obrigado pelo entusiasmo e por compartilhar, e eu acho que parte
  • 50:05 - 50:09
    do que você compartilhou, soa apolítico
  • 50:09 - 50:14
    mas convido a cosiderar a política por um minuto, digamos
  • 50:14 - 50:21
    sobre a possibilidade da California legalizar a maconha
  • 50:21 - 50:30
    É praticamente por causa dos impostos, esta pode ser uma possibilidade
  • 50:30 - 50:34
    legalizarem a maconha aqui antes do jogo
  • 50:34 - 50:40
    ou sistema de saúde individualisado, incrível, não?
  • 50:40 - 50:42
    Incrível
  • 50:42 - 50:45
    Não sou apolítico nos meus textos nem discursos
  • 50:45 - 50:48
    aqueles que conhecem meu livro "Do chocolate à morfina"
  • 50:48 - 50:54
    A primeira sentença desse livro alerta que guerras contra as drogas são sempre perdidas
  • 50:54 - 51:02
    e o argumento mais forte é que a lei criminal não é eficaz e apropriada
  • 51:02 - 51:06
    para tentar influenciar pessoas a não consumirem psicoativos
  • 51:06 - 51:08
    Esta é a conclusão final
  • 51:08 - 51:13
    - aplausos -
  • 51:13 - 51:20
    Como saímos desta, eu não sei. Tem de haver muito comprometimento
  • 51:20 - 51:27
    para afastarmos nossa dependencia na lei criminal como método de lidar com isso
  • 51:27 - 51:32
    e toda esta superestrutura legislativa tem que ser desmontada e eu imagino que tenha que ser feito
  • 51:32 - 51:40
    por partes ao longo do tempo. Começando com a descriminalização da maconha
  • 51:40 - 51:45
    ou sua legalização em quantidades apropriadas e encontrando outras maneiras de regular este mercado
  • 51:45 - 51:48
    e eventualmente estendendo isso a todas as outras substâncias. A proibição não funciona
  • 51:48 - 51:53
    cria danos imensos, e outra mudança que está ocorrendo no mundo hoje
  • 51:53 - 51:56
    talvez correlacionada a esta abertura que vemos com psicodélicos
  • 51:56 - 52:04
    é muito interessante que houve chefes de estado que disseram que precisamos legalizar as drogas
  • 52:04 - 52:09
    porque eles perceberam que os danos à sociedade e ao sistema é muito grande
  • 52:09 - 52:15
    Então, não é só na Califórnia, também é no méxico e em alguns países sul-americanos
  • 52:15 - 52:19
    então será muito interessante observar esta tendência
  • 52:19 - 52:26
    Eu quero perguntar sobre a postura defensiva do nosso sistema educacional
  • 52:26 - 52:33
    sobre a alimentação industrial. Acho que está sendo muito difícil banir, o que dizer então das questões legais
  • 52:33 - 52:38
    entretanto eu notei que a cosnciência expandida e a sensação elevada de paladar
  • 52:38 - 52:42
    me educou bastante sobre comida
  • 52:42 - 52:47
    sou um grande fã do seu trabalho faz muito tempo
  • 52:47 - 52:55
    você pode falar mais da conexão dentre drogas e comida e dieta medicinal em geral?
  • 52:55 - 53:02
    Esta é uma grande pergunta mas apenas olhando para a qusetão da comida, estamos com sérios problemas neste país
  • 53:02 - 53:07
    e a única maneira de sair disso é se houver um esforço coletivo para mudar as coisas
  • 53:07 - 53:12
    E isso significa o governo, o setor privado e os indivíduos todos têm que ter responsabilidade nisso
  • 53:12 - 53:17
    não dá pra ter um governo nos dizendo pra comermos melhor
  • 53:17 - 53:23
    e ao mesmo tempo assegurando que as calorias mais baratas que temos são as coisas horrorosas feitas de
  • 53:23 - 53:30
    óleo de soja refinado e charope de milho, e é barato porque o governo federal artificialmente reduz os precços
  • 53:30 - 53:32
    com subsídios ao milho
  • 53:32 - 53:35
    Enquanto não há subsídios para frutas e vegetais
  • 53:35 - 53:38
    que são as coisas mais caras que você pode encontrar no mercado
  • 53:38 - 53:45
    aplausos
  • 53:45 - 53:49
    e são cheios de elementos que protegem a saúde e estão fora do alcance da maioria
  • 53:49 - 53:54
    pobre deste país, incluindo indígenas e as pessoas no interior
  • 53:54 - 53:59
    Não podemos ter essas grandes indústrias do alimento propagandeando
  • 53:59 - 54:03
    livremente esses produtos para as crianças
  • 54:03 - 54:07
    Então se formos sérios sobre isso precisamos de mudanças nessas áreas
  • 54:07 - 54:14
    Acho que é algo sério e que seremos forçado a enfrentar
  • 54:14 - 54:20
    porque a epidemia de obesidade e a epidemia de diabetes tipo II que se segue
  • 54:20 - 54:25
    Têm potencial para nos derrubar como sociedade
  • 54:25 - 54:26
    Muito obrigado por vir
  • 54:26 - 54:31
    Em alguns de seus textos você descreve uma forma natural do MDMA
  • 54:31 - 54:35
    e não consigo lembrar quais ervas eram, mas era uma diferença de uma molécula
  • 54:35 - 54:36
    se você pudesse falar sobre isso
  • 54:36 - 54:42
    Não conheço uma forma natural do MDMA. É um composto semisintético
  • 54:42 - 54:46
    e há vários materiais que podem ser usados como fonte
  • 54:46 - 54:54
    um é o safrol, que é componente natural da raiz sassafroz
  • 54:54 - 55:00
    o MDMA tem uma estrutura química peculiar chamada ponte metileno-dióxido que
  • 55:00 - 55:06
    é um pesadelo para sintetizar. E então, quando os químicos querem fazer uma estrutura
  • 55:06 - 55:11
    cuja sínteze é muito cara ou demorada
  • 55:11 - 55:16
    eles olham pra natureza e procuram uma estrutura similar que possa servir de base
  • 55:16 - 55:21
    Me lembro um químico uma vez me dizendo que quando você quer uma ponte metileno-dióxido
  • 55:21 - 55:24
    você vai a deus
  • 55:24 - 55:30
    Então, estas plantas que contém materiais base não são psicoativas
  • 55:30 - 55:33
    Então não sei de nada por aí no mundo natural ou herbal que eu chamaria de
  • 55:33 - 55:38
    MDMA natural
  • 55:38 - 55:43
    Andy, em nome de todos os participantes eu aprecio muito a sua vinda hoje
  • 55:43 - 55:44
    Foi um prazer
  • 55:44 -
    aplausos
Title:
The Future of Psychedelic and Medical Marijuana Research
Description:

Andrew Weil's (M.D.) talk during the Psychedelic Science in the 21st
century conference in California, April 2010. Organized by MAPS, CSP,
Heffter Research Institute and Beckeley Foundation.

Palestra do Dr. Andrew Weil durante a conferência sobre Ciência psicodélica no Século 21, na Califórnia, em Abril de 2010. Organizado pela MAPS, CSP, Heffter Research Institute e Beckley Foundation.

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Duration:
01:09:49
Amara Bot added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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