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Bollywood e recomeços | Rajal Pitroda | TEDxLondonBusinessSchool

  • 0:15 - 0:17
    Obrigada, Sean.
  • 0:17 - 0:20
    Na verdade, minha história
    começa com dois filmes:
  • 0:20 - 0:25
    o primeiro é "Kabhi Khushi
    Kabhie Gham", um ótimo nome,
  • 0:25 - 0:28
    um dos filmes mais bem-sucedidos
    produzidos na Índia
  • 0:28 - 0:31
    e o ganhador do Oscar,
    "Quem Quer Ser um Milionário?",
  • 0:31 - 0:34
    um dos filmes mais
    bem-sucedidos sobre a Índia.
  • 0:34 - 0:36
    Quando olhamos as imagens desses filmes,
  • 0:36 - 0:40
    temos duas visões diferentes
    do mesmo país:
  • 0:40 - 0:44
    uma é um conto de fadas, da nação
    construída sobre riquezas e romance,
  • 0:44 - 0:46
    a outra é quase uma calamidade,
  • 0:46 - 0:49
    um lugar cheio de pobreza e corrupção.
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    O cinema nos oferece percepções
  • 0:51 - 0:53
    de como podemos perceber
    um país e seu povo,
  • 0:53 - 0:56
    quem são, o que valem, como se veem,
  • 0:56 - 0:58
    assim como os outros os veem.
  • 0:58 - 1:00
    E dessas imagens
  • 1:00 - 1:04
    a visão da Índia parece ser
    a de um musical ou de uma favela.
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    Minha própria jornada no mundo dos filmes
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    começou no subúrbio
    de Chicago, onde nasci.
  • 1:10 - 1:13
    Sou a segunda filha
    de dois imigrantes indianos,
  • 1:13 - 1:15
    e crescendo em uma família unida,
  • 1:15 - 1:18
    fui criada ouvindo histórias
    contadas pelos meus dois avôs.
  • 1:18 - 1:21
    Um deles deixou a escola na quarta série
  • 1:21 - 1:24
    para vender madeira aos britânicos
    durante o domínio do Império.
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    O outro trabalhava para o governo local
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    e viajava para áreas remotas da Índia
  • 1:28 - 1:32
    para implementar as medidas
    do reino britânico.
  • 1:32 - 1:36
    Enquanto crescia, me lembro de ouvir
    essas histórias na Índia dos anos 40,
  • 1:36 - 1:39
    e ansiava por uma conexão
    com minha história atual,
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    da América dos anos 90.
  • 1:43 - 1:45
    Encontrei isso através dos filmes.
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    Através de histórias enraizadas
    na experiência americana,
  • 1:48 - 1:49
    que me ofereciam perspectivas
  • 1:49 - 1:53
    que eram muito diferentes
    das histórias da minha origem.
  • 1:53 - 1:57
    Apesar disso, foi a disparidade
    entre essas histórias
  • 1:57 - 1:59
    que serviu como lembrança constante
  • 1:59 - 2:03
    do trabalho árduo e do sacrifício
    que meus pais fizeram para vir aos EUA.
  • 2:03 - 2:06
    Sobretudo para oferecer
    aos seus filhos oportunidades,
  • 2:06 - 2:08
    que eles mesmos nunca tiveram.
  • 2:08 - 2:13
    A América era possibilidade, liberdade
    e um lugar para fazer a diferença.
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    Meu irmão e eu fomos criados
    movidos por esse desejo,
  • 2:16 - 2:18
    o desejo de devolver algo
  • 2:18 - 2:22
    para um país que tinha dado
    tanto para a nossa família.
  • 2:22 - 2:26
    Levei essa ideologia comigo
    no primeiro emprego depois da faculdade
  • 2:26 - 2:28
    em uma revista de prestígio
    de Nova Iorque.
  • 2:28 - 2:30
    Era o emprego dos sonhos,
  • 2:30 - 2:33
    escrever para uma revista
    que eu idolatrava quando criança
  • 2:33 - 2:37
    por seu conteúdo político,
    ambiental e questões importantes.
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    Era jornalismo sério mas acessível
  • 2:40 - 2:43
    e que parecia, a meu ver,
    um veículo real de mudança.
  • 2:43 - 2:48
    Apesar disso, em vez da realização
    que eu esperava, eu senti um vazio.
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    Era como se estivesse rodeada
    por pessoas mais preocupadas
  • 2:51 - 2:55
    em como elas, sua marca
    e seu legado eram entendidos,
  • 2:55 - 2:56
    em vez do seu conteúdo.
  • 2:56 - 2:59
    Então, o jornalismo sério que me atraiu,
  • 2:59 - 3:02
    pareceu que a sua mensagem
    havia se perdido e diluído.
  • 3:02 - 3:04
    Eu tinha construído a ideia na cabeça
  • 3:04 - 3:08
    do que deveria escrever sobre
    questões sociais para criar impacto,
  • 3:08 - 3:11
    e em vez disso tive de encarar
    a realidade de que para mim,
  • 3:11 - 3:14
    essa mensagem estava fora do alcance.
  • 3:14 - 3:15
    Então pedi demissão.
  • 3:15 - 3:18
    Voltei a morar com meus pais em Chicago
  • 3:18 - 3:20
    e estava completamente desiludida.
  • 3:20 - 3:23
    Passei meses lá, e quando
    não tinha mais nada para fazer,
  • 3:23 - 3:26
    comprei passagem para o casamento
    de um amigo na Índia,
  • 3:26 - 3:27
    para uma viagem de duas semanas.
  • 3:27 - 3:28
    Só não sabia
  • 3:28 - 3:32
    que encontraria minha conexão
    duradoura com as histórias e seu impacto
  • 3:32 - 3:34
    no país natal de meus avôs,
  • 3:34 - 3:36
    e através de um meio
    sobre o qual não conhecia nada:
  • 3:36 - 3:38
    Bollywood.
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    Alguns dias após chegar à Índia,
  • 3:40 - 3:44
    através de amigos de amigos, fui convidada
    para visitar uma gravação de Bollywood.
  • 3:44 - 3:47
    E não foi nada parecido
    com o que tinha visto antes.
  • 3:47 - 3:50
    Lembro de assistir
    enquanto atores e atrizes dublavam
  • 3:50 - 3:52
    músicas que ressoavam
    de auto-falantes suspensos
  • 3:52 - 3:55
    e eles giravam juntos
    na frente de uma tela verde,
  • 3:55 - 3:57
    feita não para representar a Índia,
  • 3:57 - 4:00
    mas as montanhas da Suíça
    ou as pirâmides do Egito.
  • 4:00 - 4:01
    (Risos)
  • 4:01 - 4:05
    Essa foi uma história
    como nunca tinha visto antes.
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    Era diferente das histórias dos meus avôs
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    e das histórias que eu buscava em Chicago.
  • 4:10 - 4:13
    Era, para mim, a coisa mais incrível.
  • 4:14 - 4:17
    Ver algo tão desconhecido,
    foi o que me motivou
  • 4:17 - 4:18
    e me fez querer aprender mais
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    sobre qual era a história atual da Índia
    e o que ela significa para o povo.
  • 4:23 - 4:24
    Então organizei algumas reuniões
  • 4:24 - 4:27
    com as poucas pessoas que sabia
    que conheciam pessoas em Bollywood
  • 4:27 - 4:30
    e numa delas, com a Confederação
    da Indústria indiana,
  • 4:30 - 4:34
    uma organização que trabalha
    para promover a indústria na Índia,
  • 4:34 - 4:36
    me pediram para escrever
    sobre a situação do cinema.
  • 4:36 - 4:40
    No começo fiquei um mês, depois três meses
  • 4:40 - 4:42
    e, no final, fiquei mais de dois anos.
  • 4:42 - 4:45
    Trabalhei em marketing internacional
    e gestão de marca dos filmes,
  • 4:45 - 4:50
    marcando reuniões de produtores indianos
    em LA com seus parceiros americanos,
  • 4:50 - 4:54
    preparando a primeira presença oficial
    indiana no Festival de Cannes,
  • 4:54 - 4:57
    e organizando uma conferência
    para produtores indianos se reunirem
  • 4:57 - 5:00
    com experts em marketing
    e distribuição do mundo todo.
  • 5:00 - 5:04
    Mas foi aí que percebi
    meu próprio paradoxo.
  • 5:04 - 5:07
    Achei que encarando de frente
    as questões sociais,
  • 5:07 - 5:11
    escrevendo sobre elas,
    encontraria meu jeito de criar impacto.
  • 5:11 - 5:14
    Mas em vez disso,
    foi nesse momento de desilusão
  • 5:14 - 5:18
    que tropecei nas fantasias
    e contos de fadas de Bollywood,
  • 5:18 - 5:21
    e foi onde encontrei meu propósito.
  • 5:21 - 5:24
    Porque os filmes, embora sejam
    musicais cheios de canções e dança,
  • 5:24 - 5:27
    são importantes para um país
    de mais de um bilhão de pessoas
  • 5:27 - 5:32
    e há uma simples razão nisso:
    eles nos dão esperança.
  • 5:32 - 5:35
    Mas esse é o paradoxo dos filmes indianos,
  • 5:35 - 5:39
    porque os filmes de Bollywood espelham
    o sonho do que a Índia quer ser,
  • 5:39 - 5:41
    não do que realmente é.
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    E filmes como "Quem quer
    ser um Milionário?"
  • 5:43 - 5:46
    limitam a visão do que a Índia pode ser.
  • 5:46 - 5:48
    Então em algum lugar
    nessas duas histórias,
  • 5:48 - 5:52
    entre essa fantasia caseira
    e a ficção importada,
  • 5:52 - 5:54
    existe uma terceira história emergente.
  • 5:54 - 5:57
    É a história de uma crescente
    classe média indiana,
  • 5:57 - 5:58
    de jovens que têm oportunidades
  • 5:58 - 6:01
    que não teriam imaginado
    para si mesmos há uma geração,
  • 6:01 - 6:05
    de mulheres que traçam
    seu próprio destino,
  • 6:05 - 6:09
    e de um país que, embora esteja
    em constante transição e influxo,
  • 6:09 - 6:13
    está experimentando uma renovação
    do que realmente é.
  • 6:13 - 6:16
    E para mim, essas são as histórias
    que tem mais significado,
  • 6:16 - 6:19
    pois são histórias que nos permitem romper
  • 6:19 - 6:22
    nossas esteriótipos de pessoas e lugares,
  • 6:22 - 6:26
    nos permitem reexaminar quem somos
    e como os outros nos veem,
  • 6:26 - 6:29
    mas acima de tudo,
    essas histórias reforçam a ideia
  • 6:29 - 6:34
    de que nossas vidas são boas o suficiente
    para serem compartilhadas.
  • 6:34 - 6:37
    Portanto, é por causa da minha jornada,
    que sempre me sinto inspirada
  • 6:37 - 6:41
    a pedir que as pessoas olhem além
    do que sabem sobre suas histórias,
  • 6:41 - 6:44
    para reexaminar como se veem
    e como os outros os veem.
  • 6:44 - 6:48
    Para mim, isso envolve abandonar muito
    do que tinha construído na minha cabeça
  • 6:48 - 6:51
    sobre o que era impacto e onde o acharia.
  • 6:51 - 6:54
    Porque apesar de todos termos
    nossas próprias versões
  • 6:54 - 6:56
    do caminho que vemos na nossa frente,
  • 6:56 - 6:59
    ou de uma história que achamos
    que foi escrita para nós,
  • 6:59 - 7:01
    às vezes é aquela história desconhecida,
  • 7:01 - 7:05
    a jornada que não achávamos que faríamos,
    é a que nos leva até a nossa nova voz.
  • 7:05 - 7:09
    É essa história que nos faz
    mudar da fantasia e da ficção
  • 7:09 - 7:12
    para finalmente focar
    na nossa própria verdade.
  • 7:12 - 7:13
    Obrigada.
  • 7:13 - 7:16
    (Aplausos)
Title:
Bollywood e recomeços | Rajal Pitroda | TEDxLondonBusinessSchool
Description:

Rajal é bolsista da Forte Foundation na London Business School. Antes disso, ela fundou uma empresa em Los Angeles para desenvolver campanhas de marketing de filmes. Rajal é autora de "Starstuck", um romance baseado em suas experiências trabalhando em Bollywood, publicado pela Harper Collins em 2011.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
07:21

Portuguese, Brazilian subtitles

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