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Porque é que a SOPA é uma má ideia

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    Vou começar por aqui.
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    Isto é um aviso escrito à mão
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    que apareceu numa pequena padaria
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    no meu bairro em Brooklyn há uns anos.
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    [Não aceitamos desenhos de fora]
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    A loja possuía uma daquelas máquinas
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    que imprimem em pratos de açúcar.
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    E as crianças podiam levar lá desenhos
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    e a loja imprimia um prato de açúcar
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    para a cobertura
    do seu bolo de aniversário.
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    Mas infelizmente,
    as crianças gostavam de desenhar
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    personagens de desenhos animados.
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    Gostavam de desenhar
    A Pequena Sereia,
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    gostavam de desenhar um Smurf,
    de desenhar o Mickey Mouse.
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    Mas acontece que é ilegal
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    imprimir um desenho de uma criança
    do Mickey Mouse
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    num prato de açúcar.
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    É uma violação dos direitos d autor.
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    E vigiar as violações de direitos de autor
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    em bolos de aniversário de crianças
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    era tão maçador
    que o College Bakery disse:
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    "Sabem que mais, vamos sair deste negócio.
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    "Se forem amadores,
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    "deixam de ter acesso à nossa máquina.
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    "Se querem um bolo de aniversário
    com impressão a açúcar,
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    "vão ter de usar
    uma das nossas imagens pré-fabricadas
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    "apenas para profissionais."
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    Existem hoje dois projetos de lei
    no Congresso.
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    Um chama-se SOPA, o outro é PIPA.
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    SOPA significa
    Lei de Combate à Pirataria Online.
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    É do Senado.
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    PIPA é a abreviatura de PROTECTIP,
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    que, por sua vez, é abreviatura de
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    Prevenção de Ameaças Online
    à Criatividade Económica
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    e ao Roubo de Propriedade Intelectual
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    — porque os congressistas
    que dão nome a estas coisas
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    têm tempo de sobra.
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    (Risos)
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    O que a SOPA e a PIPA
    pretendem fazer é o seguinte.
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    Pretendem elevar o custo
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    do cumprimento dos direitos de autor
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    ao ponto de as pessoas desistirem
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    de o oferecerem
    como possibilidade aos amadores.
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    A forma que propõem para isso
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    é identificar sites que estão a infringir
    substancialmente os direitos de autor
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    — mas a forma como
    estes sites são identificados
  • 1:51 - 1:53
    nunca está plenamente
    especificada nas leis —
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    e depois querem removê-los
    do sistema de domínio de nomes.
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    Querem tirá-los do sistema
    de domínio de nomes.
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    O sistema de domínio de nomes
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    é o que torna os nomes
    humanamente legíveis, como Google.com,
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    nos tipos de endereços
    que as máquinas conseguem ler:
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    74.125.225.212.
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    O problema deste sistema de censura
    de identificar um site
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    e depois tentar removê-lo
    do sistema de domínios de nomes,
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    é que não vai funcionar.
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    Podemos pensar que será
    um problema considerável, para uma lei,
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    mas parece que o Congresso
    não se incomoda muito.
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    Não vai funcionar
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    porque ainda conseguimos digitar
    74.125.226.212 no browser
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    ou torná-lo um link clicável
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    e conseguimos aceder ao Google na mesma.
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    Assim, o nível de controlo
    em volta do problema
  • 2:40 - 2:44
    torna-se a verdadeira ameaça desta lei.
  • 2:44 - 2:48
    Para perceber porque é que
    o Congresso redigiu uma lei
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    que não cumpre os objetivos que propõe,
  • 2:51 - 2:53
    mas que irá produzir
    muitos danos colaterais,
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    é preciso conhecer um pouco
    a história por trás disso.
  • 2:56 - 2:57
    Essa história é a seguinte:
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    A SOPA e a PIPA, como legislação,
  • 2:59 - 3:02
    foram redigidas sobretudo
    pelas empresas dos media
  • 3:02 - 3:03
    que foram fundadas no século XX.
  • 3:03 - 3:06
    O século XX foi uma época excelente
    para as empresas dos media,
  • 3:06 - 3:09
    porque tinham do lado delas
    a escassez de concorrência.
  • 3:09 - 3:12
    Se estivessem a fazer um programa de TV,
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    não teria de ser o melhor de todos
    os programas de TV já feitos.
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    Só teria de ser melhor
    do que os outros dois programas
  • 3:18 - 3:21
    que estavam no ar ao mesmo tempo
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    — o que é um nível muito baixo
    de dificuldade competitiva.
  • 3:24 - 3:25
    (Risos)
  • 3:25 - 3:27
    O que significava que,
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    se criassem um conteúdo aceitável,
  • 3:29 - 3:33
    vocês teriam 1/3 das audiências
    dos EUA de graça
  • 3:33 - 3:36
    — dezenas de milhões de utilizadores
  • 3:36 - 3:39
    por fazerem apenas uma coisa
    que não fosse péssima.
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    Isto é como ter licença
    para imprimir dinheiro
  • 3:42 - 3:44
    e um barril gratuito de tinta.
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    Mas a tecnologia avançou,
    como se espera que ela o faça.
  • 3:47 - 3:49
    E, lentamente, no final do século XX,
  • 3:49 - 3:52
    essa diminuta concorrência
    começou a desaparecer
  • 3:52 - 3:55
    — e não foi pela tecnologia digital,
    foi pela tecnologia analógica.
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    Cassetes, gravadores de cassetes de vídeo,
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    até a humilde fotocopiadora
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    criaram novas oportunidades
  • 4:02 - 4:06
    para nos comportarmos de formas
    que surpreenderam o negócio dos media.
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    Porque revelou-se que, afinal,
    nós não somos espetadores passivos.
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    Não gostamos apenas de consumir.
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    Gostamos de consumir,
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    mas sempre que surgia
    um desses novos instrumentos,
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    verificava-se que nós também
    gostamos de produzir
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    e gostamos de partilhar.
  • 4:21 - 4:23
    Isso apavorou as empresas dos media
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    — sempre os apavorou.
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    Jack Valenti, que foi
    o principal chefe de pressão
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    pela Motion Picture
    Association of America,
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    uma vez comparou o "feroz gravador
    de cassetes de vídeo"
  • 4:34 - 4:36
    a Jack o Estripador
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    e a pobre e desamparada Hollywood
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    a uma mulher sozinha em casa!
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    Era esse o nível da retórica.
  • 4:42 - 4:45
    E assim as indústrias dos media
  • 4:45 - 4:48
    imploraram, insistiram, exigiram
    que o Congresso fizesse qualquer coisa.
  • 4:48 - 4:50
    E o Congresso fez.
  • 4:50 - 4:53
    No início dos anos 90,
    o Congresso aprovou uma lei
  • 4:53 - 4:55
    que mudou tudo.
  • 4:55 - 4:57
    Essa lei chamava-se
  • 4:57 - 4:59
    Lei da Gravação de Áudio em Casa,
    de 1992.
  • 4:59 - 5:02
    A Lei de Gravação de Áudio em Casa
    de 1992 dizia que,
  • 5:02 - 5:05
    se as pessoas gravassem coisas da rádio
  • 5:05 - 5:07
    e depois fizessem cópias para os amigos,
  • 5:07 - 5:10
    não era crime, não havia problema.
  • 5:11 - 5:13
    Gravar, fazer cópias
  • 5:13 - 5:15
    e partilhar com os amigos,
    não havia problema.
  • 5:15 - 5:18
    Se fizessem imensas cópias
    de alta qualidade e as vendessem,
  • 5:18 - 5:20
    isso não era correto.
  • 5:20 - 5:22
    Mas quanto à questão de gravar,
  • 5:22 - 5:24
    ótimo, deixem passar.
  • 5:24 - 5:26
    E pensaram que tinham
    esclarecido a questão,
  • 5:26 - 5:28
    porque tinham estabelecido
    uma distinção clara
  • 5:28 - 5:31
    entre a cópia legal e ilegal.
  • 5:31 - 5:34
    Mas não era isso
    o que as companhias dos media queriam.
  • 5:34 - 5:38
    Elas queriam que o Congresso
    proibisse a cópia, ponto final.
  • 5:38 - 5:42
    Assim, quando foi aprovada
    a Lei de Gravação de Áudio em Casa de 1992,
  • 5:42 - 5:46
    os negócios dos media desistiram da ideia
  • 5:46 - 5:48
    das distinções
    entre cópias legais e ilegais
  • 5:48 - 5:50
    porque estava claro que,
  • 5:50 - 5:52
    se o Congresso atuasse a favor disso,
  • 5:52 - 5:55
    eles podiam aumentar
    os direitos dos cidadãos
  • 5:55 - 5:58
    de participarem
    nos nossos meios de comunicação.
  • 5:58 - 6:00
    Então passaram ao plano B.
  • 6:00 - 6:02
    Demorou algum tempo
    até formularem o plano B.
  • 6:02 - 6:06
    O plano B apareceu
    na sua plena forma em 1998
  • 6:06 - 6:09
    — uma coisa chamada DMCA,
    Lei dos Direitos de Autor do Milénio.
  • 6:09 - 6:12
    Era uma legislação complicada,
    com muitas partes confusas.
  • 6:12 - 6:14
    O principal objetivo da DMCA
  • 6:14 - 6:16
    era que era legal vender-se
  • 6:16 - 6:18
    material digital impossível de copiar
  • 6:18 - 6:21
    — só que não existe material digital
    impossível de copiar.
  • 6:21 - 6:23
    Como Ed Felton disse, uma vez:
  • 6:23 - 6:26
    "É como distribuir água
    que não esteja molhada".
  • 6:26 - 6:28
    (Risos)
  • 6:28 - 6:30
    Os bits são copiáveis.
    É o que os computadores fazem.
  • 6:30 - 6:32
    Existe um efeito colateral
    na sua operação habitual.
  • 6:32 - 6:35
    Portanto, para simular a capacidade
  • 6:35 - 6:37
    de vender bits não copiáveis,
  • 6:37 - 6:39
    a DMCA também tornou legal
  • 6:39 - 6:41
    forçar-nos a usar sistemas
  • 6:41 - 6:45
    que eliminassem a função de copiar
    dos nossos aparelhos.
  • 6:45 - 6:47
    Qualquer leitor de DVD
    e consola de jogos de vídeo,
  • 6:47 - 6:50
    a televisão e o computador
    que levávamos para casa,
  • 6:50 - 6:52
    independentemente do que pensávamos
    quando os comprámos,
  • 6:52 - 6:55
    podia ser alterado
    pelas indústrias de conteúdo,
  • 6:55 - 6:59
    se elas quisessem estabelecer isso
    como condição para nos vender o conteúdo.
  • 6:59 - 7:02
    E para terem a certeza
    de que nós não percebíamos
  • 7:02 - 7:05
    ou de que não aprovávamos
    a sua capacidade
  • 7:05 - 7:07
    de dispositivos de computação
    de propósito geral,
  • 7:07 - 7:10
    também tornaram ilegal
    que tentássemos redefinir
  • 7:10 - 7:14
    a função de copiar desse conteúdo.
  • 7:14 - 7:15
    A DMCA marca o momento
  • 7:15 - 7:19
    em que as indústrias dos media
    desistiram do sistema legal
  • 7:19 - 7:22
    da distinção entre a cópia legal e ilegal
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    e tentaram apenas impedir a cópia
  • 7:24 - 7:26
    através de meios técnicos.
  • 7:26 - 7:31
    A DMCA teve, e continua a ter,
    imensos efeitos complexos,
  • 7:31 - 7:33
    mas neste domínio em especial
    — a limitação da partilha —
  • 7:33 - 7:35
    não funcionou minimamente.
  • 7:35 - 7:36
    E não funcionou sobretudo
  • 7:36 - 7:40
    porque se verificou que a Internet
    é bem mais popular e bem mais poderosa
  • 7:40 - 7:42
    do que alguma vez alguém imaginou.
  • 7:43 - 7:45
    As cópias, as revistas da especialidade,
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    não têm nada a ver em comparação
    com o que vemos hoje com a Internet.
  • 7:49 - 7:50
    Nós vivemos num mundo
  • 7:50 - 7:53
    onde a maior parte
    dos cidadãos americanos,
  • 7:53 - 7:55
    maiores de 12 anos,
  • 7:55 - 7:57
    partilham coisas uns com os outros online.
  • 7:57 - 7:59
    Nós partilhamos coisas escritas,
    imagens,
  • 7:59 - 8:01
    partilhamos áudio,
    partilhamos vídeos.
  • 8:01 - 8:03
    Partilhamos coisas que fizemos.
  • 8:03 - 8:05
    Partilhamos coisas que encontramos.
  • 8:05 - 8:09
    Partilhamos coisas que fizemos
    a partir do que encontramos,
  • 8:09 - 8:11
    e tudo isto aterroriza essas indústrias.
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    Então a PIPA e a SOPA
  • 8:13 - 8:15
    são a segunda ronda.
  • 8:15 - 8:18
    Mas onde a DMCA foi cirúrgica
  • 8:18 - 8:21
    — queremos entrar no vosso computador,
  • 8:21 - 8:24
    queremos entrar na vossa televisão,
    na vossa consola de jogos,
  • 8:24 - 8:27
    e impedir que façam
    o que na loja disseram que fazia —
  • 8:27 - 8:30
    a PIPA e a SOPA são nucleares e dizem:
  • 8:30 - 8:33
    "Queremos ir a qualquer lado do mundo
  • 8:33 - 8:36
    "e censurar os conteúdos".
  • 8:36 - 8:38
    Como já disse, o mecanismo para fazer isso
  • 8:38 - 8:42
    é que é preciso
    eliminar qualquer pessoa
  • 8:42 - 8:44
    que aponte para esses endereços IP.
  • 8:44 - 8:46
    É preciso eliminá-los
    dos nossos motores de busca,
  • 8:46 - 8:48
    eliminá-los dos diretórios online,
  • 8:48 - 8:50
    eliminá-los das listas de utilizadores.
  • 8:50 - 8:54
    E como os maiores produtores
    de conteúdos da Internet
  • 8:54 - 8:58
    não são o Google e o Yahoo,
  • 8:58 - 8:59
    somos nós,
  • 8:59 - 9:02
    nós somos as pessoas
    que estão a ser controladas.
  • 9:02 - 9:04
    Porque, no fim de contas,
  • 9:04 - 9:09
    a verdadeira ameaça
    à promulgação da PIPA e da SOPA
  • 9:09 - 9:12
    é a nossa capacidade de partilhar coisas
    uns com os outros.
  • 9:12 - 9:15
    Assim, o que a PIPA e a SOPA
    estão em vias de fazer
  • 9:15 - 9:19
    é agarrar num conceito legal
    com centenas de anos
  • 9:19 - 9:22
    — inocente até prova em contrário —
  • 9:22 - 9:23
    e virá-lo ao contrário
  • 9:23 - 9:25
    — culpado até prova de inocência.
  • 9:25 - 9:26
    Ninguém pode partilhar
  • 9:26 - 9:31
    até nos mostrarem que não estão a partilhar
  • 9:31 - 9:33
    coisas de que não gostamos.
  • 9:33 - 9:37
    De repente, o peso da prova para
    o que é legal contra o que é ilegal
  • 9:37 - 9:40
    recai afirmativamente
    sobre nós e sobre os serviços
  • 9:40 - 9:44
    que poderiam oferecer-nos
    novas competências.
  • 9:44 - 9:48
    E mesmo que só custe um cêntimo
    controlar um utilizador,
  • 9:48 - 9:51
    isso irá arrasar um serviço
  • 9:51 - 9:53
    com cem milhões de utilizadores.
  • 9:53 - 9:55
    É esta a Internet que eles planeiam.
  • 9:55 - 9:58
    Imaginem este aviso por toda a parte
  • 9:58 - 10:01
    — só que, desta vez,
    não diz College Bakery,
  • 10:01 - 10:05
    imaginem que diz Youtube,
    Facebook e Twitter.
  • 10:05 - 10:07
    Imaginem que diz TED,
  • 10:07 - 10:10
    porque os comentários
    não podem ser controlados
  • 10:10 - 10:12
    a um custo razoável.
  • 10:12 - 10:15
    Os verdadeiros efeitos da SOPA e da PIPA
  • 10:15 - 10:18
    vão ser diferentes
    dos efeitos pretendidos.
  • 10:18 - 10:23
    A ameaça, de facto,
    é esta inversão do peso da prova,
  • 10:23 - 10:27
    onde nós de repente
    somos todos tratados como ladrões
  • 10:27 - 10:31
    sempre que nos é dada
    a liberdade de criar,
  • 10:31 - 10:33
    de produzir ou de partilhar.
  • 10:33 - 10:36
    E as pessoas que nos proporcionam
    essa capacidade
  • 10:36 - 10:39
    — os Youtubers, os Facebookers,
    os Twitters e TEDs —
  • 10:39 - 10:43
    são implicadas na obrigação
    de nos controlar
  • 10:43 - 10:48
    ou correm o risco de serem
    acusados por cumplicidade de falsificação.
  • 10:48 - 10:50
    Há duas coisas que vocês podem fazer
  • 10:50 - 10:51
    para ajudarem a impedir isto
  • 10:51 - 10:54
    — uma coisa simples
    e uma coisa complicada.
  • 10:54 - 10:56
    uma coisa fácil e uma coisa difícil.
  • 10:56 - 10:58
    A coisa simples, a coisa fácil, é isto:
  • 10:58 - 11:00
    Se são um cidadão americano,
  • 11:00 - 11:03
    contactem o vosso representante,
    contactem o vosso senador.
  • 11:03 - 11:06
    Quando olhamos para as pessoas
  • 11:06 - 11:09
    que subscreveram o projeto de lei SOPA,
  • 11:09 - 11:11
    as pessoas que subscreveram a PIPA,
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    vemos que elas receberam
    milhões e milhões de dólares
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    dessas tradicionais indústrias dos media.
  • 11:18 - 11:21
    Vocês não têm milhões e milhões de dólares,
  • 11:21 - 11:23
    mas podem contactar
    os vossos representantes,
  • 11:23 - 11:25
    e lembrar-lhes que vocês votam,
  • 11:25 - 11:28
    e podem exigir que não sejam
    tratados como ladrões.
  • 11:28 - 11:30
    Podem sugerir que preferem
  • 11:30 - 11:33
    que a Internet não seja corrompida.
  • 11:33 - 11:36
    Se vocês não são cidadãos americanos,
  • 11:36 - 11:38
    podem contactar cidadãos americanos
    que conheçam
  • 11:38 - 11:40
    e encorajá-los a fazer o mesmo.
  • 11:40 - 11:43
    Porque isto parece um problema nacional,
    mas não é.
  • 11:43 - 11:48
    Estas indústrias não se vão contentar
    em corromper a nossa Internet.
  • 11:48 - 11:51
    Se a quebrarem,
    vão quebrá-la para toda a gente.
  • 11:51 - 11:53
    Esta é a coisa fácil.
  • 11:53 - 11:54
    Essa é a coisa simples.
  • 11:54 - 11:56
    A coisa mais difícil é esta:
  • 11:56 - 11:59
    Preparem-se, porque vem aí mais.
  • 12:00 - 12:03
    SOPA é apenas um regresso ao COICA,
  • 12:03 - 12:05
    que foi proposto no ano passado,
    mas que não passou.
  • 12:05 - 12:08
    Tudo isto está relacionado
    com o fracasso da DMCA
  • 12:08 - 12:11
    em não permitir a partilha
    por meios técnicos.
  • 12:11 - 12:14
    E a DMCA está relacionada com
    a Lei da Gravação de Áudio em Casa,
  • 12:14 - 12:16
    que aterrorizou estas indústrias.
  • 12:16 - 12:17
    Como toda a questão
  • 12:17 - 12:20
    de sugerir que alguém
    está a infringir a lei
  • 12:20 - 12:23
    e depois recolher provas e prová-lo,
  • 12:23 - 12:25
    é bastante inconveniente.
  • 12:26 - 12:28
    "Nós preferíamos não fazer isso,"
  • 12:28 - 12:30
    dizem as indústrias de conteúdos.
  • 12:30 - 12:33
    O que elas querem
    é não terem de fazer isso.
  • 12:33 - 12:36
    Elas não querem distinções legais
    entre a partilha legal e ilegal.
  • 12:36 - 12:39
    Elas querem que a partilha desapareça.
  • 12:39 - 12:42
    A PIPA e a SOPA não são acasos,
    não são anomalias,
  • 12:42 - 12:43
    não são incidentes.
  • 12:43 - 12:47
    São a próxima volta
    deste parafuso em particular,
  • 12:47 - 12:49
    que se arrasta há 20 anos.
  • 12:49 - 12:51
    Se as derrotarmos,
    como eu espero que façamos,
  • 12:51 - 12:53
    mais está para vir.
  • 12:53 - 12:57
    Porque até convencermos o Congresso
  • 12:57 - 13:00
    de que a forma para lidar
    com a violação dos direitos de autor
  • 13:00 - 13:03
    é a forma como a violação
    dos direitos de autor
  • 13:03 - 13:05
    foi negociada com a Napster,
    com o Youtube,
  • 13:05 - 13:08
    que é haver um processo
    com a apresentação de todas as provas.
  • 13:08 - 13:11
    relatando os factos
    e avaliando os recursos
  • 13:11 - 13:13
    de que dispomos
    nas sociedades democráticas.
  • 13:13 - 13:15
    É essa a forma de lidar com isto.
  • 13:15 - 13:18
    Entretanto, a coisa difícil
    de se fazer é estar preparado.
  • 13:18 - 13:21
    Porque é essa a verdadeira mensagem
    da PIPA e da SOPA.
  • 13:21 - 13:23
    A Time Warner decidiu.
  • 13:23 - 13:25
    Pretendem que voltemos a ser passivos,
  • 13:25 - 13:27
    que nos contentemos em consumir
  • 13:27 - 13:29
    — sem produzir, nem partilhar —
  • 13:29 - 13:31
    e nós devemos dizer: "Não."
  • 13:31 - 13:32
    Obrigado.
  • 13:32 - 13:38
    (Aplausos)
Title:
Porque é que a SOPA é uma má ideia
Speaker:
Clay Shirky
Description:

O que é que um projeto de lei como o da PIPA/SOPA significa para o nosso mundo de partilha? Nos escritórios da TED, Clay Shirky proporciona um adequado manifesto — um apelo para defender a nossa liberdade de criar, discutir, vincular e partilhar, em vez de consumir passivamente.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:39
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Why SOPA is a bad idea
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why SOPA is a bad idea
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