-
-Fame, fame, fame
-Que bah, tu sim?
-
-Bom, umha pouquinha
-Chouriço?
-
-Nom sei, há?
-Sim, queres ou nom?
-
Sim, mas para ti ou também para o avô?
-
-Há, sim, tranquilo, eu nom quero
-Ah, é certo
-
-Fame, fame...
-
-Hoje fomos à biblioteca, na escola
-Eh?
-
-À biblioteca... Mediateca
-Quando?
-
-Hoje... de manhá
-Ah, de manhá?
-
-Sim?
-E entom?
-
-Peguei num livro
-Para levar à viagem?
-
-Quiçais sim, bom, sim...
-Vale, mui bem, sim
-
-Chama-se "O avô e a avó no campamento"
-O avô e a avó no campamento
-
-A ver Garikoitz, o teu...
O avô nom come chouriço
-
-Nom, eu nom quero... eu nom quero
-
-Como está, quente?
-
-Gari, contarias-nos
onde e com quem moras?
-
Sim, pois... moro em Biriatu
com o meu avô e com a minha avó
-
-Entre fragas, montes... estás à vontade
-Sim... sim
-
-Por que moras com o teu avô e avó?
-
-Porque a minha mai e meu pai
estavam em prisom e entom com 3 anos
-
o meu tio trouxo-me aqui, a Biriatu
-
para morar com a minha avó e meu avô
-
-Sempre conheciches
os teus pais em prisom?
-
-Sim
-E como se leva isso?
-
-Pois... pfff, um pouco triste
-
Quando os vejo mui contento
mas já ao despedirmo-nos um pouco triste
-
-Bom proveito, eh!
-Obrigado!
-
-Depois direi-che em que parte da mochila
-
estám o carné e as cousas, vale?
Para lhe dizer à tia
-
-No teu dia a dia, em que cousas notas
que os teus pais estám presos?
-
que tiveches que mudar por teres
presos aos teus pais?
-
-Pois...
-
-Tranquilo, Gari.
-
-Ah e... quiçais levo os deveres à viagem
-
-Digem-che antes...
-
-Sim
-
-Que os pugesses...
que os metesses na mochila
-
-Sim, meto-os agora
-
-Digem-che que metesses os trabalhos
para os fazer com Larraitz
-
-E, que trabalho tes?
-
-Matemáticas
-
-Matemáticas? Isso é bem fácil!
-
-Sim
-
-Mas, digem-che antes que os metesses,
nom digemos?
-
-Siiiiiiiiim
-
-Pooooois, perdoa, poderias-me fazer
de novo a pergunta?
-
Nom lembro...
-
-Sim, queremos saber que supom para ti
teres o teu pai e a tua mai em prisom
-
-Pois supom por vezes passá-lo mal,
-
outras nom, mas sempre me fai
lembrá-los e querê-los muito
-
-Tu onde nasciches?
-Eu em Granada, no cárcere.
-
-Pois normalmente ao contrário, pois depois,
quando acabe e assim, farei-no, entom
-
Mikel é mui riquinho e por vezes falamos
-
ou jogamos com as crianças, com Jare e...
-Com Jare, sim, que é bem riquinha, eh?
-
Sim... esa menina, sim... E pede a Mikel,
ou como se chame... que ponha o wifi
-
no teu tablet.
-Sim, isso já... sim, sim
-
-Bom, para jogares um pouco com o tablet
-Sim
-
-Por se estás algo aborrecido ou...
-Sim, ou escuitar música...
-
-Isso é! Ou ver vídeos, nom?
-Benito Lertxundi, ou Huntza, ou...
-
-Sim, isso
-Ah, sim! Sim, às noites toca filme
-
-Em quantas prisons estuveches em total?
-Em 7, ou em 5 ou assim... Nom sei
-
-Quantos anos passaches em prisom?
-Três
-
-Três anos
-Três anos
-
-Pugem-che o mais grande, eh!
-Avó, sei como cortá-lo, eh, tranquila
-
-Sim, bom, pois venha, corta-o
-
-Quando há mudanças dumha prisom para
outra as mudanças de prisom dos pais
-
como se vive isso?
-Mal, porque se o trouxessem mais perto
-
pois bem, mas como os levam alá pois...
é mais longe, e mal
-
-Todos esses movimentos tenhem sido sempre
para irem mais longe?
-
-Sim
-
-Pois um dia estava com Aitzol
o meu primo grande e chegamos
-
a almoçar a "El Cepo", nom? E bom, depois
com a família, com a tia e assim
-
dixo: "Que tal a viagem e tal?"
e dixo o primo Aitzol:
-
-Joe, pois nós almoçando no Cepo
e Gari... durmido coma um tronco
-
Bem-vindas. Hoje apanharemos o autocarro
e vamos à zona de Cádiz.
-
Viagem de 2000 quilómetros, ida e volta
-
Lá acompanharemos na viagem a umha criança
que tem os pais presos.
-
De facto, Gari nasceu em prisom e
morou na prisom os primeiros três anos
-
-Contas que nasciches em prisom?
-
-Sim
-
-E, que che dim?
-Que é mui raro
-
Agora tem 9, mora em Biriatu e umha vez por mês
pom-se em andamento para visitar os pais
-
Gari nom é a única criança mochileira que
conheceremos no Ur Handitan de hoje.
-
Se quereis viajar connosco, bem-vindas!
-
-Tu, Malen, sempre conheciches
teu pai em prisom -Sim
-
-Quantos anos leva preso?
-20
-
-20 anos, e tu tes...?
-18
-
-À Aiur fai-lhe 2 chamadas semanais
e a mim outras 2, porque tem 8 chamadas
-
-Nós nom podemos chamá-lo
-
-Nessas viagens de carro...
-Pois...
-
-Que pensas?
-
-Pois que quando chegaremos,
a ver se está bem...
-
Que por que temos que cumprir nós
umha parte da sua condea,
-
que por que nos obrigam a fazer
tantos quilómetros...
-
-Sintes-te bem tratada na prisom?
-
-Depende com quem, pois por vezes sim,
outras é demasiado duro.
-
-Como descreverias a própria prisom?
-
-Pois suja e velha?
-Sim?
-
-Escura, nom entra luz natural
-
-Fria e escura
-
Ur handitan
AS CRIANÇAS DA MOCHILA
-
-Gari, aguarda!
-
-Venha, bem... passa, vale?
-
-Venha, tranqui, tranqui eeeh
-
O autocarro sairá de Errenteria
-
Gari vai com a sua tia Txipi hoje
-
-Venha, até logo!
-Lembranças!
-
-Bom, bom, abur!
-Abur!
-
-Ajuda à Maite, à avó, sim
-
- Tia, os deveres,
os deveres, sim, sim, sim...
-
-Tes deveres? Mas nom trouxeches nada
faremo-los o domingo na casa, nom?
-
-Nom, nom, ou seja, trouxem
-
-Trouxeches deveres?
-Sim
-
-E onde os farás? Lá em Algeciras?
-Nom, pois...
-
-Ah, entom tes todo aí na mochila
-Sim
-
-Claro, sim, sim
-
-Gari, tu onde nasciches?
-Nascim em Granada, na prisom
-
-Em prisom, e depois desde ali tocou-che
moverte a outra prisom?
-
-Pois acho que sim, polo menos a Valência
-
-E isso por exemplo, que nasciches
em prisom, conta-lo?
-
-Sim
-
-E como o contas? Como umha curiosidade,
como umha singularidade...?
-
-Como umha singularidade
-
-Contaches-lhe-lo às amizades?
-Sim
-
-E, que che dim?
-Que é mui raro
-
-Que é mui raro?
-Sim
-
-E fam-che muitas perguntas?
-Sim, muitas
-
-Que querem saber?
-
Pois continuamente que como o passo,
como fago as viagens,
-
quantos quilómetros e isso...
-
-Digeches que nascer na prisom é umha
singularidade
-
-Sim
-
-Que tipo de singularidade?
Como o ves?
-
-Triste
-
-Triste?
-Sim
-
-Sim, sim, sim, tenho os deveres
-
Bom... no autocarro
-
Para a segunda feira
-
-Por vezes chama
quando nós nom o aguardamos
-
e outras tantas estamos aguardando
pola sua chamada
-
-Tes a oportunidade de falar
com o teu pai por teléfono?
-
-Sim, 5 minutos mas sim
-
eeeh, nas fins de semana.
-
-Aqui também chove
-
mas estamos resguardados e à calor
-
-Como te comunicas com o teu pai?
-
-Por teléfono, por carta ou nas visitas
-
-De quanto tempo tes as chamadas? Sabes?
-
-5 minutos
-De 5 miutos?
-
-E como se che fam, longas ou curtas?
-
-Curtas
-
-Fam-se-che curtas?
-Sim
-
-De súbito corta-se a chamada, nom?
-Sim
-
-Papá di-che: Vai-se cortar, vai-se cortar
e klank! corta-se
-
-Sim
-E como ficas?
-
-Dis-me muitas vezes:
"Ainda nom lhe contei o que
-
me aconteceu ontem"
-Sim
-
-Acabou? Vaia... Quero-te!
Sim, um beijo, quero-te, abur!
-
-Já?
-Sim
-
-Que di? Lá em Algeciras também chove?
-
-Sim?
-Ah sim, eh? Meu deus!
-
-Sabes como é a sua vida
dentro da prisom?
-
-Nom...
-Nom cho contarom, ou?
-
-Nom lhes perguntas?
-Por vezes... Mas nom sei muito
-
-Eles que che contam?
-Pois... realmente nom me contarom quase nada
-
-Tranquilo... Por que achas
que nom cho contam?
-
-Pois porque para mim nom é...
Porque nom gostaria, por isso
-
-Sim, obrigado. Aguarda,
onde está o avô?
-
-Ah, olha, aqui estám, olha!
-Boas!
-
-Olá
-Andas aí!!
-
Depois de parar em Donosti,
vem a parada de Bilbo.
-
Lá está o outro avô de Gari,
pronto para receber o seu neto
-
-Agora, nesta entrevista
-
é certo que te vés abaixo e
que saem todas as emoçons
-
mas, porém, no dia a dia vemos-te
como um rapaz forte...
-
-Sim
-...feliz... Como o fas?
-
-Pois pensando que virám...
e nom... inquedando-se
-
-Que che ajuda a seguir adiante?
-A avó e o avô
-
-Olá
-Boas
-
-Di-lhe
-Olá Ixone, olá!
-
-Olá, que tal?
-Bem
-
-A ver, poremo-nos aqui?
-Nom, é que há que se pôr atrás
-
-Esse deve estar livre,
por isso estamos aqui
-
-Os sábados e os domingos tenho torneo
por exemplo, nom?
-
-Sim
-E por vezes podo jogar e todo
-
mas outras vezes nom podo jogar
-
já que tenho que vir
ver o meu pai e minha mai
-
mas claro, é lógico,
já haverá mais torneos
-
prefiro ver a minha mai e o meu pai
que jogar um torneo
-
Eu sempre perguntava quando viria
e passei umha etapa bastante crítica
-
Como mal ou assim... e minha mai e meu pai
para tranquilizar-me diziam-me que viria
-
meu pai ao seguinte campionato comigo.
Eu ficava bem leda, mas
-
com o tempo decatei-me de que era mentira
e que o fazia para me tranquilizar
-
-Tua mai dixo-che que no seguinte
campionato de bertsos estaria teu pai?
-
-Sim, comigo
-Mas, no último campionato de bertsos
-
nom estivo.
-Nom
-
-Nessas viagens de carro que pensas?
-Pois quando chegaremos, se estarám bem...
-
-Por que tes essa preocupaçom de
se teu pai estará bem?
-
-Pois... por vezes está doente
-Ele conta-che... as dificuldades
-
que passa ali ou nom?
-Algumhas vezes sim e outras nom
-
-Pensas que, se calhar, nom che conta todo
para nom ferir-te?
-
-Pois nom sei... mas todo nom
-Entrevista a Hize. Em Múrcia, em prisom..
-
Ao falar por teléfono combinamos para ver
os desenhos animados à mesma hora
-
e para olharmos a lua à mesma hora.
Para ver os desenhos animados à mesma hora
-
e para olharmos a lua
-Ah! Entom vedes os desenhos
-
ao mesmo tempo.
-Sim
-
-Isso é quase como estardes juntas!
E olhardes a lua no mesmo intre,
-
iso também é quase como estardes juntas.
-Fai-lhe 2 chamadas semanais a Aiur
-
e a mim outras 2, porque tem 8 chamadas.
Nós nom o podemos chamar
-
-E as tuas amizades sabem
onde estám teus pais, sim?
-
Sim, com certeza.
E a mestra também e todo?
-
-Sim.,sabem
-E bom, entendem-no?
-
-Sim
-Vale
-
-Falas com o professorado sobre o tema?
-
-Nom
-Perguntam-che?
-
-Nom
-Algumha vez tivem algum problema
-
com a professora desde o momento
em que se decatou.
-
Semelha... nom sei se é medo ou que...
esse ponto de preocupaçom porque muda
-
a relaçom com a professora, a profe sabe
umha cousa mui especial da tua vida...
-
Agora já o saberám, se vem isto!
-Segundo como seja o professor pode dizer:
-
"Ai, pobrinha nom sei que..."
E um nom gosto de dar mágoa ou o que for
-
-Quando a professora Núria che propuxo
fazer umha viagem à prisom com teus pais,
-
que pensaches?
-Pois pareceu-me bem
-
e alegreime
-
-E eu lembro quando voltavamos
da primeira visita, que digem
-
estando no corro, desde a manhá cedo
digem:
-
"Nom sabedes que fermosa é a mai de Haizea
-
e vaia joias bonitas tem,
e que colar tem, e..."
-
E ainda lembro a olhada daquela criança
quando digem isso
-
A face, sim... E desde entom começou
essa menina, pois isso, a falar
-
da sua situaçom com mais naturalidade
-A profe dixo que quando eras mais miúda
-
punhas-te triste quando as outras crianças
falavam dos seus pais
-
-Sim
-Por que?
-
-Porque os seus pais estám na rua e
os meus nom, e entom ponho-me triste
-
-Quando Haize entrou na sala, pensei
"Ho, conhezo outros pais
-
dou novas a outros pais de todas
as crianças... Pois eu com estes pais
-
quero estar também. Como nom vou falar
a essa mai e esse pai neste caso, nom?
-
Direi a essa mai como vai a sua criança,
nom? Que trasnadas fai...
-
Pois como... que comportamentos tem,
como joga...
-
-Todas as outras crianças tenhem também
reunions entre pais e professorado
-
-Sim
-E assim tu também as tes
-
-Sim
-
-Qual foi a reaçom dos pais?
-
-Olha, eu, visto como mai eh,
quando entrei e as vim
-
juntas às duas, nom? A olhada da mai,
bom, fermoso, sim...
-
-Nunca esquecerás essa primeira visita?
-De nengumha maneira, nom...
-
-Tiveches momentos tristes...
momentos de baixom na escola
-
e ela está aí para che ajudar?
-Eh, sim. Sinto-me mal
-
e vou fora,
e por vezes ve-me Núria
-
-E aí tes um refúgio?
-Sim
-
-Algumha vez recriminarom-che esta atençom
especial com os pais de Haizea?
-
-Nom, nunca, nunca, nom.
-
-Também manter umha distáncia ética
igual nom será fácil
-
-Nom, nom é fácil, nom, de nengum modo,
nom é fácil em absoluto
-
-Por que?
-Pois... nom sei, nom.
-
Nalguns momentos pos um límite
entre o que pensas e o que dirias, nom?
-
e, tes que pô-lo ao final, nom?
-
porque é o que me toca como maestra e
muitas cousas nom se podem misturar, nom?
-
as cousas pessoais, as tuas vivências e
agora o que tes com essa família.
-
Acho que sempre tem que a ver um límite
nom? Nom sei se me entendes.
-
-Que serás quando sejas grande?
-Nom sei
-
-Cozinheiro, ao melhor?
-Ao melhor, nom sei.
-
-Ou que?
-Nom sei
-
-Músico igual sim
-Sim, quiçais, sim
-
Gosto muito de escuitar Huntza e sim
-Ah sim?
-
-Sim sim, gosto muito
-
e de Anje Duhalde
-Ah sim?
-
-Sim, sim e...
-
-Entom tirando boas qualificaçons, entom
teu pai e tua mai estarám ledas, eh
-
-Sim
-Ótimo
-
-Bom, acho que hoje, ou seja, amanhá
direi-lhe-lo
-
-Claro, claro
-Nom o sabem
-
MALEN KEN7
-
-Contas-nos a história que há detrás
da cançom Malen de Ken Zazpi?
-
-Boh, quando a minha mai estava grávida
de mim, escreverom a cançom e chamarom-na
-
Malen.
-E que conta?
-
-Pois um bocado como eram as viagens nom?
As viagens, e depois 40 minutos
-
-Por exemplo eu de pequena nom gostava,
avergonhava-me
-
ou seja, por exemplo iamos ver
cantar os Ken Zazpi...
-
-Tocava Ken Zazpi, cantavam Malen
e eu agochava-me, dava-me vergonha
-
-Que sempre diziam polo micrófono:
Hoje está aqui Malen e a ela nom sei que
-
e eu como super avergonhada
agochava-me, mas agora, agora
-
cantam-na e ali é como: Arriba, arriba
venha, venha, sim
-
-A cançom di que o grosso vidro
nom che quitará o sorriso.
-
A ti nom cho quitou
-
-Nom, nom sei, sempre há que sorrir, nom?
-
Malen, 18 anos, nom conheceu
o seu pai fora da prisom.
-
Agora tem-no em Almeria, antes em Jaem.
Agora mais longe, por tanto.
-
Como som os as lembranças da infância
de Malen?
-
-Tes a sensaçom de que se che fórom
os anos mais bonitos com o teu pai?
-
-Eu os anos mais bonitos que tivem com
meu pai som os de Jaem. E eu, com meu pai,
-
jogando e morando ali, todo isso.
Esses fórom os meus anos mais bonitos,
-
ao final nom som como para outra criança,
que é: fum ao parque com meu pai e buah
-
o melhor dia da minha vida, nom?
Nom é, o meu é mais
-
esses, esses anos
esses anos em Jaem
-
Para ele forom anos duros esses, eh
-
mas eu tenho bom recordo disso
desse ano, sim
-
-Estou mui bem quando
estou com ele, mas quando saio
-
a despedida já é algo triste porque é
um abraço e depois
-
num mês nom o volverás ver
-Claro, claro
-
Ou seja, é como: até janeiro nada
-
-Notas algumha evoluçom na tua forma
de ser, nas tuas perguntas, preocupaçons?
-
-Bom, a medida que fum medrando
figem-me mais consciente da situaçom
-
e da realidade, e pois...
-
muitas mais perguntas, a ver por que
tempos que cumprir nós também
-
umha parte da sua condea,
por que...
-
nos obrigam a fazer tantos
quilómetros
-
-Achas que com a dispersom há gente
que quere que tu também pagues a condea?
-
-Sim, que ao final pode estar igual
na prisom de Castelló ou Córdoba
-
que na de Zaballa,
ou seja, isso é vingança.
-
-Saber que as familiares passam 8 horas
num carro e...
-
e depois que tenhem que voltar,
o tempo... com qualquer tempo,
-
e saber que estám fazendo viagens assim
por ele...
-
Isso, isso é umha cárrega para o preso.
E o que nos querem fazer passar
-
às familiares só se pode entender
desde um ponto de vista de raiva
-
umha raiva, que em sim
nós nom temos por que ter
-
-Estou com algo de sono
-Sim? Estás com sono?
-
-Sim
-Eeeeh temos o familiar às 10:30
-
Depois às 13 temos cristais, e depois
de tarde tu tes "convivência"
-
com o teu pai e a tua mai,
4 horas de tarde.
-
-Sim, e depois às oito autocarro
-E depois, claro, já às oito
-
sairemos, apanhamos o autocarro
e de novo ao País Basco, claro
-
Levas duas vidas à vez, nom?
-
Que tes, por umha banda
a tua vida de aqui
-
e depois, pola outra, tes
a vida que é: visitas, viagens...
-
Todo, todo o mês, em funçom das visitas.
É como ter duas vidas
-
-O vidro também é algo pior
porque...
-
-Claro, nom podes tocar ao teu pai
nem a tua mai nem nada
-
-Mas, depois, minha mai fai biblioteca,
cuida a biblioteca
-
e entom, por cuidá-la 3 meses
dam-lhe pontos
-
e se cuida essa biblioteca 3 meses,
dam-lhe umha visita extra
-
-Ah sim? Meu deus!
-
-Nerea...
-Sim, a sua amiga Nerea
-
-Estivo o outro dia,
16 anos sem abraçar a minha mai
-
porque vinha, mas sempre nos cristais
-Que bem!
-
-Sim, e após 15 anos,
por exemplo, o avô Juanjo
-
-Sim, sim
-Quantos! Umha coia!
-
-Claro, com os cristais é mui...
-E o tio Loren
-
-Sim, o tio Loren também
Claro, porque nom pode.
-
-Porque som pessoas que, pois...
nom venhem muito.
-
-Claro, claro. E entom tenhem que estar
só com o cristal.
-
E as amizades e todos, claro.
Só a família estamos com ela
-
Do contrário nom, claro
-
Visitas o teu pai umha vez por mês
em Castelló.
-
A onde vas para visitar a papá?
-A Múrcia
-
-A Múrcia! Está longe, nom?
-Sim!
-
-Quantas horas?
-Oito!
-
Oito horas, e vamos de carro.
-
Jogo com o tablet, olho o cêu
e escuito música.
-
E por vezes mareo-me
-
E por vezes vomito.
-Algumhas vezes mareas-te, nom?
-
-E Aiur também fai bem as viagens?
-
-Sim
-
-Portades-vos bastante bem em realidade,
nom é?
-
-Sim
-
-Isso fixo-o papá e venhem os pássaros,
sabia-lo?
-
-Sim, Já, mas nom caberám
que papá fixo um furado bem pequeno
-
-Home, os voitres nom entrarám, Aiur
-
-Entram pássaros pequenos,
carriças e assim
-
-Carriças?
-
-Sim
-
-Nom sei quais som as carriças
-
-Sim
-
-O que bebe o avô
-
-E... quando ves o teu pai
-
após cruzares nove portas,
-
que fas assim que ves o teu pai?
-
-Botar-me enriba dele
-
-Quando tes a próxima visita?
-
-A finais de janeiro
-
-Ele está no sul da França, em Arles
-
a prisom... numha prisom de cumprimento
-
-Colhe muita comida, pega nas maletas
e vai
-
-Temos que preparar
-
as cousas que depois lhe vamos
dar a ele...
-
sempre temos que preparar esse saco
-
-Mas já com ilusom
-
-Tu agora que preocupaçons,
que dúvidas tes?
-
-Pois... dúvidas?... nom sei
-
-Sobre a situaçom dos teus pais digo, eh?
-
-Ah! Sim pois...
-
Tenho dúvida: A ver como o passam,
-
a ver que fam, a ver que...
-
a ver se vivem bem...
-
-Perguntas-lhe ao avô e à avó sobre isso?
-
-Por vezes
-
-E que che dim?
-
-Dim-me a verdade... sempre
-
-Quais som as tuas dúvidas, Hize?
-
-Principalmente por que está meu pai
em prisom
-
-Sim, isso pergunta-o a cada vez
mais diretamente.
-
Ao começo damos-lhe respostas gerais
e depois ela, pois isso
-
vai medrando, e a cada vez precisa
de respostas mais concretas
-
e eu vejo que ela precisa da verdade
-
-Que quer dizer o "dizer a verdade"
da mai de Hize?
-
Sabem estas menores de idade
-
que figerom os seus pais
antes de estarem em prisom?
-
E, se o sabem, que pensam sobre
o feito polos pais?
-
O objetivo deste programa nom é
perguntar aos filhos e às filhas
-
sobre o feito polos pais.
O objetivo deste programe é analisar
-
que provoca nestas raparigas e rapazes
a política carcerária de excepçom
-
que lhes impugerom aos seus pais presos.
-
Umha das consequências dessa política
penitenciária de excepçom
-
é ter as presas longe da sua terra:
-
54 presas, a entre 100
e 390 quiómetros da casa
-
103 presas, a entre 400 e
690 quilómetros da casa
-
211 presas, a entre 700 e
1.100 quilómetros da casa
-
As raparigas e rapazes que temos hoje
tenhem de fazer esses quilómetros
-
dobremente, para estarem um bocado
com os pais, e até voltar à casa
-
Sobre essa política carcerária excepcional
estamos falando no programa de hoje
-
Até que ponto sabem estas menores
o feito polos pais
-
e que pensam do feito polos pais
antes de entrarem em prisom
-
corresponde à sua intimidade.
Esse tema
-
completaria um outro programa
-
A tua mai dixo-nos que com 14 anos já
bom que medraches e que começaches
-
as procuras en Internet. Que pesquisaches?
Quais som agora as tuas preocupaçons?
-
-Bom, pesquisei com 11-12 anos, e
nom era algo que necessitasse mas
-
procurei por curiosade e...
comecei a pesquisar
-
igual sem saber que podia encontrar
-Que procuravas? Punhas no Google
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o nome do teu pai?
-Sim
-
-E algumha sentença ou...
algum artigo?
-
Sim, mas é que ao final, se calhar num
jornal punha umha cousa
-
e noutro outra, e ao final estavem
a falar do meu pai, nom? Entom
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nom savia mui bem...
que crer, que nom...
-
-Qual foi a tua reaçom?
-Mmm, nom digem nada
-
mas depois comentei-lho à minha mai, e
pois a versom, ou nom sei, é que a cousa é
-
que apareciam cousas diferentes
em todos os sítios.
-
-E, a tua mai explicou-che todo?
-Sim
-
-Entre as perguntas que lhe fas a tua mai,
há algumha que se repete?
-
-Pois sim: "quando chegará?"
-E que resposta tem essa pergunta?
-
-Pois nom sei, ajinha. Isso di.
-
-Que che digerom sobre os anos que
tem que passar teu pai em prisom?
-
-Pois, 40 anos
-
-Buf, som muitos
-Sim
-
-E?
-Pois... pois... nom sei
-
Por que tantos anos?
-
-As colegas das aulas, ou na quadrilha
perguntam-che muito sobre teu pai?
-
-Quando eramos mais miúdas sim
que me perguntavam:
-
E por que está teu pai em prisom? E
isso sim que se fazia difícil de explicar
-
porque eu nom savia bem, elas também nom..
Entom sabiamos só o que nos contan na casa
-
A minha mai sempre me dizia que digesse
que perguntassem nas suas casas
-
Ao final em cada casa explicam-che todo
dumha forma, a minha mai
-
dizia que ela nom era ninguém para
meter umha criança nesses temas. Que
-
era mais ensiná-lo nas casas, e depois
eu dizia às amigas: Eu nom sei
-
E minha mai diz que lhes perguntedes
à vossa mai e
-
a maioria das veces respostava isso
e ao final, pois isso
-
Ao final as minhas amigas,
chegou um momento
-
que já nom mo perguntavam mais, entom
suponho que lhe-lo explicariam na casa e..
-
-Pois traio-a também, pois para passar
o tempo traio também o tablet
-
com alguns cascos com música.
-Novos?
-
-Agasalhou-mos o meu avô
-Ah sim? Que bom
-
-E depois os deveres e o livro para fazer
-Que bem
-
-Sim, farei os deveres ao voltar
de ver a mamá e no autocarro
-
-Ah sim, eh?
-Sim, sim...
-
-Bom, bom, claro é que para a segunda
tes que levar todo feito, eh?
-
-Sim. é que claro, nom podo
fazê-lo a segunda de manhá
-
-Nom, nom, nom, claro...
-
-Que ambiente há nessas viagens
-Pois um ambiente bonito, feliz e
-
muitas vezes rio.
-Sim? Com que ris?
-
-Com o chófer
-E logo?
-
Pois mui... Porque tentam divertir-me
e divertem-me
-
-Tu que és, o mais novo?
-Sim
-
(cantam "Besos en guerra" de Morat)
-
-Agora estamos preparando a cama.
-
Aqui durmirá Garikoitz,
aqui Maitetxu e aqui eu.
-
E Larraitz. E isso...
-
Preparam as literas antes de durmirem
-
Agora vamos cear, e bom...
Depois chegamos e... até amanhá
-
-Mimá
-
-E que tal a viagem, Xade?
Bem?
-
-Com muitas ganas de ver o papá, nom?
-Ai sim?
-
-Sim, hojé em Larrabetzu estava já
dizindo que queria ver o papá.
-
-Sim?
-Amanhá, de manhá, nom falta muito.
-
-Amanhá de manhá vas ver o teu pai?
(Nega-o com a cabeça)
-
-Quando?
-De tarde
-
-Aaaaaaaah
-
-Sim, vem comigo, nom?
-
-Amanhá nom, porque nós temos um familiar.
Vós convivência, e nós na sala pequena
-
-E depois convivência, e cristal,
de manhá e de tarde
-
-Mas o cristal nom tem...
O cristal nom é...
-
Tam bonito como um familiar.
-Home, nom, claro.
-
Nom podes tocar a tua mai, nem o teu pai.
Claro, por isso, nom?
-
-Tu de qual gostas mais, Jare?
-
-Aaah! Para tocar o teu pai
Siim, e para lhe dar beijos ao papá!
-
-Sim?
-
-Abriremo-lo?
-
Mas, Jare, fala como umha criança
de 4 anos eh! Nom como uma bebê.
-
-Quantos anos tes, 4?
-
-Que grande!!
-Mas agora está um pouco orgulhosa...
-
E parece...
-Igual estás cansa, nom? Claro
-
-Jare às vezes enfada-se, nom?
quando se tem que despedir do pai
-
-Eh?
(Assente)
-
-Está a fazer muitas parvadas.
-
-Bom, Gari, abur meu bem, até amanhá eh?
Boa noite
-
(Soa "La leyenda del tiempo" de Camarón)
-
-Algumhas familiares param na prisom
de El Puerto de Santamaría.
-
Para chegar a Algeciras
ainda som 110 quilómetros mais, os últimos
-
-Bom, agora já falta pouco, eh!
-Isso espero, que...
-
começamos ontem às 5 e
ainda seguimos aqui.
-
-Sim, sim...
-Ainda falta umha hora ou duas
-
-Sim. levamos 14 horas, nom?
-
-A obriga de fazer 1.600 km,
com duas crianças pequenas, de carro...
-
e que há tanto risco de acidente,
e buf, dis: melhor de aviom
-
mália pagares mais
-
Os acidentes som, claro, o mais grave
dos perigos que traz a dispersom
-
Provocou dúzias de mortas e feridas
nestes anos.
-
A opçom do aviom costuma ser tida
em conta polas familiares,
-
mas é muito mais custoso.
-
-O que acontece agora, também os vôos
mudarom os horários e...
-
muitas vezes nom nos coincidem
com as visitas, nom?
-
-Sim, por riba muitas vezses saiam tarde
e nos chegávamos mal à visita
-
-Isso é. E se chegas um pouco tarde
à visita, que acontece?
-
-Que já nom podes entrar
-
-Porém chegamos em tempo e
entramos tarde à visita, nom é?
-
-Sim!
-Porque abrem tarde as portas
-
-Mas... assim é a prisom, nom?
-Sim
-
-Dizimos-vos muitas vezes:
"assim é a prisom"
-
-Sabes que umha vez contei
quantas portas temos que cruzar
-
desde que entramos na prisom
até que vemos o papá?
-
(Soa "Langile baten galderak
liburu baten aurrean" de Laboa)
-
(Quem construiu Tebas
a das 7 portas?...)
-
-Cruzamos umha porta e ficamos quedas,
nom? Temos que aguardar
-
-Sim!
-
-Abrem.nos otra porta, passamos,
e de novo temos que aguardar...
-
E assim 9 vezes!
-
-Temos que passar 9 portas
e aguardar muito
-
(...Acaso os reis carretarom
estas grandes pedras?...)
-
-Quando se chega à prisom,
o que acontece?
-
-Nós temos que estar meia hora antes,
e ali pôrmos o bilhete e pegada dactilar
-
Depois, quando entramos, cacheios com
a raqueta... passam-nos a raqueta
-
e depois, ao entrarmos, aguardamos
noutra sala, e depois já entramos
-
(Em que casa moram os operários
que construirom a brilhante Lima?)
-
-Mentres estám os funcionarios, nom?
Os funcionarios das prisons. Como é
-
a relaçom com eles?
-Bom, há muitos funcionarios e
-
e cada pessoa é diferente, e normalmente
com respeito, mália termos
-
tido algum probleminha com algúm,
mas geralmente é respeituosa
-
-Pois vendo os teus trabalhos da ikastola
no verao, encontrei
-
desenhos mui bonitos, e muitas redaçons
bonitas. E muitas vezes contas isso:
-
"Nesta finde estivem vendo o meu pai"
"Passamo-lo mui bem" e havia
-
um desenho... que me pareceu mui especial
Lembras?
-
-Sim, um funcionario enfadado
-Como é a relaçom com ele?
-
-Pois nom sei... pois di-me: "Adentro"
ou: "aguarda", ou.. isso "que tes aí?"
-
-E como se enfada?
-Assim
-
-Com dentes bem grandes e boca fechada?
-Sim
-
-E por que estava enfadado, entom?
-Porque sempre estám enfadados
-
-Achas que os funcionarios
sempre estám enfadados?
-
-Sim
-Sim? E por que pensas que é?
-
-Nom sei
-Que estám, mui serios?
-
-Sim
-Sim?
-
-Sentes-te bem tratada na prisom?
-Depende com quem, pois... às vezes sim
-
e outras demasiado duramente
-
-Cada visita, cada hora que passas
com teu pai, prepara-la bem?
-
-Bom, ao final cada visita é um mundo,
tem cousas diferentes...
-
-Umha cousa curiosa que tenhem as visitas
é que mália serem mui especiais e
-
estarmos mui concentradas... é mui dfícil
lembrar umha por riba da outra,
-
todas som especiais mas é difícil
lembrar umha por riba douta
-
-Como é a prisom por dentro?
-Mmm... barrotes, muros, ruído de portas,
-
e como meu pai sempre estivo em ilhamento,
nós temos que ir á zona de ilhamento
-
E é mui pequena, escura, nom entra
luz natural
-
-Pois suja e velha
-
-Fria e escura
-
-Algumha vez viches o quarto do teu pai?
-Nom
-
-Ele contou-che como é?
-Nom
-
-Nom lhe perguntaches?
-Também nom
-
-Por que?
-Bom, o tempo que estamos
-
passamo-lo com outras cousas
-
-Como é esse encontro?
-Bom, desde bem miúda... sempre nos abriam
-
a porta, e sempre ia correndo face a ele,
e vou ainda. E sempre me colhia
-
nos seus braços
-
-Aiur e mais eu botamo-nos enriba de papá
e jogamos a umha chea de cousas
-
Umha pergunta que se escuita sempre é
que como está meu pai. E para
-
tê-la respostado tantas vezes quiçais é
a pergunta mais difícil de respostar
-
-Para ti que é o mais importante para
dizer: "Essa hora e meia aproveitamo-la
-
bem"? Que lhe tes que trasmitir para
pensar que foi umha hora e meia
-
bem aproveitada?
-Pois transmitir amor a umha ao outro
-
passá-lo bem. bom, bem e quanto é preciso
mal também
-
-Sentiches algumha vez
com o teu pai ou nessas viagens
-
a necessidade de pôr algo de distáncia?
-Nom, jamais sentim isso, todas quigemos
-
sempre ter umha relaçom o mais estreita
possível com quem está dentro
-
-Depois, ao final, um funcionário vém
e di-che: Acabou.
-
-Sim, ou "vayan acabando" ou "vayan
saliendo" e nesse momento
-
sentes como jenreira ou assim...
-
-Um funcionário por um micrófono
-
-Com ele é como quando era miúda, nom?
Que quero ficar com ele
-
-Dar um abraço a papá, e começar
recolher todo.
-
-E... esse adeus nunca é fácil.
Mália querermos sair da prisom,
-
nom queremos que a visita acabe
-
-Por que tenho que esperar outro mês
para ver o meu pai?
-
-E os anos passam, e ves que esse
achegamento nom chega,
-
nom te rendes?
-Nom, nom? Sempre terás um ponto
-
de esperança. Também nom te fas falsas
ilusons, mas sempre tes essa ilusom:
-
A ver se o trazem mais perto, ou a ver
se algo, nom? A ver se de súbito todo
-
muda, todo dá a volta... nom sei
sempre tes essa esperança. Eu acho
-
que nom se perde nunca. Se perdes a
esperança nom che resta nada.
-
-Tes umha visita,
algumha que lhe figesses a teu pai
-
que nom esquecerás nunca?
-No seu aniversário fomos, o ano
-
passado, foi no meio da semana, perdim
a ikastola, eu queria ir esse dia.
-
Ele quando é o meu aniversário
fai-me uns bertsos, entom eu
-
também lhos figem a ele e foi mui bonito
-Lembras esse bertso?
-
-Sim
-Podes botá-lo?
-
-"Passarom muitos anos,
passou bastante tempo
-
do amor entre nós,
o que nos guia cada dia.
-
A lonjania deu
força à relaçom,
-
nom nos verám tristes,
nós sempre cantamos ledas,
-
pois tem-nos igual que sejam quarenta
anos, ou sejam cento e dous"
-
pois tem-nos igual que sejam quarenta
anos, ou sejam cento e dous"
-
Pois quero obter o permisso de conduzir,
pois assim nom estarei sempre no autocarro
-
e entom podo ir pola minha conta quando
quiger e aguardo que seja bonito. E
-
ao chegar dizer a papá e mamá:
"Por pirmeira vez figem a viagem
-
pola minha conta" e...
Por isso tenho a ilusom de o fazer
-
-De obter o permisso de carro, entom
-Sim