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O que estamos a aprender da educação "on-line"

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    Como muitos de vocês, sou
    uma pessoa de sorte.
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    Nasci numa família em que a educação era uma tradição.
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    Pertenço à terceira geração de doutorados,
    filha de dois académicos.
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    Na minha infância, brincava no laboratório
    universitário do meu pai.
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    Por isso, era certo que iria frequentar
    uma das melhores universidades
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    o que, por sua vez, me abriu a porta para um mundo de oportunidades.
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    Infelizmente, a maioria das pessoas
    não tem tanta sorte.
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    Em algumas partes do mundo,
    por exemplo, na África do Sul,
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    a educação não está ao alcance de todos.
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    Na África do Sul, o sistema educativo foi construído
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    no tempo do Apartheid, para a minoria branca.
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    E, como consequência, hoje em dia, não há vagas suficientes
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    para todos aqueles que querem e merecem
    uma educação de excelência.
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    Essa escassez levou a uma crise
    em janeiro deste ano,
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    na Universidade de Joanesburgo.
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    Existiam algumas vagas em aberto
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    no processo de admissão, e na noite anterior
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    à abertura dessas vagas,
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    milhares de pessoas alinharam-se junto ao portão, numa fila enorme de mais de 1,5 km,
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    esperando ser as primeiras e ficar com uma dessas vagas.
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    Quando os portões abriram, houve um tumulto,
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    20 pessoas ficaram feridas e uma mulher morreu.
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    Era uma mãe que perdeu a vida
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    a tentar dar ao seu filho a oportunidade
    de ter uma vida melhor.
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    Mas, mesmo em partes do mundo,
    como os Estados Unidos,
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    onde a educação é acessível,
    pode estar fora do alcance.
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    Muito se tem discutido, nos últimos anos,
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    sobre o aumento dos custos dos serviços de saúde.
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    O que pode não ser tão óbvio para as pessoas
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    é que, durante esse mesmo período, o custo
    das propinas do ensino superior
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    aumentou quase ao dobro desse ritmo,
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    atingindo um total de 559%, desde 1985.
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    Isto torna a educação incomportável para muitas pessoas.
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    Finalmente, mesmo para aqueles que
    conseguem chegar ao ensino superior,
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    as portas da oportunidade poderão não abrir.
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    Apenas pouco mais de metade dos recém-formados,
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    nos Estados Unidos, que concluíram o ensino superior,
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    trabalham em empregos que requerem tal nível de educação.
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    Isto, claro, não é verdade para os estudantes
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    que se formam em instituições de topo.
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    Mas, para muitos outros, eles não têm retorno
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    pelo seu tempo e esforço.
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    Tom Friedman, no seu recente artigo no New York Times,
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    captou, de uma forma que mais ninguém conseguiria,
    o espírito por trás desse esforço.
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    Ele disse que "as grandes descobertas acontecem quando
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    "aquilo que é de repente possível vai ao encontro
    daquilo que é desesperadamente necessário."
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    Já falei sobre o que é desesperadamente necessário.
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    Falemos sobre o que é "de repente possível".
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    O que é "de repente possível" foi demonstrado em
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    três grandes disciplinas de Stanford,
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    cada uma delas com 100 mil pessoas, ou mais, inscritas.
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    Então, para compreender isso, vamo-nos
    focar numa dessas disciplinas,
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    a disciplina de Aprendizagem Automática,
    lecionada pelo meu colega
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    e co-fundador Andrew Ng.
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    O Andrew leciona uma das maiores
    disciplinas de Stanford.
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    É a disciplina de Aprendizagem Automática
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    que tem 400 pessoas inscritas
    sempre que é oferecida.
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    Quando o Andrew lecionou a disciplina de Aprendizagem Automática para o público em geral,
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    esta teve 100 000 pessoas inscritas.
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    Para colocar esse número em perspetiva,
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    para o Andrew alcançar uma audiência
    com a mesma dimensão
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    lecionando a sua disciplina em Stanford,
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    ele teria de fazer isso durante 250 anos.
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    É claro que ia ficar bastante entediado.
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    Então, depois de ver o impacto disto,
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    o Andrew e eu decidimos que precisávamos
    realmente de tentar ampliar isso,
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    para proporcionar uma educação de excelência
    a quantas pessoas pudéssemos.
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    Então criámos a Coursera,
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    cujo objetivo é ter os melhores cursos
  • 3:30 - 3:34
    dos melhores professores,
    das melhores universidades
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    e oferecê-los a todas as pessoas do mundo, gratuitamente.
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    Temos atualmente 43 cursos na plataforma,
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    de quatro universidades, abrangendo várias disciplinas.
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    E deixem-me mostrar uma visão geral dessa plataforma.
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    (Vídeo) Robert Ghrist: "Bem-vindos ao Cálculo."
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    Ezekiel Emanuel: "Cinquenta milhões de pessoas não têm seguro."
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    Scott Page: "Os modelos ajudam-nos a conceber
    instituições e políticas mais eficazes.
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    "Obtemos uma segregação inacreditável."
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    Scott Klemmer: "Então Bush imaginou que, no futuro,
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    "usaríamos uma câmara bem no centro da cabeça."
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    Mitchell Duneier: "Mills quer que o estudante de sociologia desenvolva a qualidade da mente..."
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    RG:" O cabo suspenso toma a forma de um cosseno hiperbólico."
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    Nick Parlante: "Para cada pixel da imagem, defina o vermelho para zero."
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    Paul Offit: "... a vacina permitiu-nos eliminar o vírus da poliomielite."
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    Dan Jurafsky: "A Lufthansa serve o pequeno-almoço e San Jose? Bem, isto soa mal."
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    Daphne Koller: "Então esta é a moeda que escolhe, e estes são os dois lançamentos."
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    Andrew Ng: "Na aprendizagem automática em grande escala, gostaríamos de alcançar a computação ..."
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    (Aplausos)
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    Verifica-se, talvez sem surpresa,
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    que os alunos gostam de receber o melhor conteúdo
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    das melhores universidades, gratuitamente.
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    Desde que lançámos o "site", em fevereiro,
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    temos agora 640 000 estudantes, de 190 países.
  • 4:46 - 4:48
    Temos 1,5 milhões de inscrições,
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    6 milhões de questionários submetidos
    nas 15 disciplinas oferecidas
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    e 14 milhões de visualizações de vídeos.
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    Mas o que importa não são só os números,
  • 4:59 - 5:00
    são também as pessoas.
  • 5:00 - 5:03
    Quer seja o Akash, que vem de
    uma pequena cidade na Índia
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    que nunca teria acesso, neste caso,
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    a uma disciplina com qualidade de Stanford
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    nem teria a possibilidades de pagá-la.
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    Ou a Jenny, que é mãe solteira de dois filhos
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    e quer aumentar as suas competências
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    para poder voltar e completar o seu mestrado.
  • 5:17 - 5:20
    Ou o Ryan, que não pode ir à escola,
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    porque a sua filha imunodeficiente
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    não pode ser posta em risco por germes trazidos para casa,
  • 5:25 - 5:27
    por isso ele não pode sair de casa.
  • 5:27 - 5:29
    Estou muito contente por poder dizer
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    — recentemente, estivemos em contato com o Ryan —
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    que esta história teve um final feliz.
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    A bebé Shannon — que vocês podem ver do lado esquerdo —
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    está muito melhor agora,
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    e o Ryan arranjou um emprego,
    após ter frequentado alguns dos nossos cursos.
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    Então, o que torna estes cursos tão diferentes?
  • 5:42 - 5:46
    Afinal, cursos "on-line" já existem há algum tempo.
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    O que fez a diferença foi que se tratava de uma experiência real.
  • 5:50 - 5:52
    Começou num dado dia,
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    os alunos passaram a assistir aos vídeos semanalmente
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    e a fazer os trabalhos de casa.
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    E estes eram trabalhos de casa reais
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    para notas reais e com um prazo de entrega real.
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    Podem ver os prazos e a utilização no gráfico.
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    Estes são os picos mostrando
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    que a procrastinação é um fenómeno global.
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    (Risos)
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    No final do curso,
  • 6:14 - 6:16
    os estudantes obtiveram um certificado.
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    Podiam apresentar esse certificado
  • 6:18 - 6:21
    a um potencial empregador e conseguir
    um emprego melhor,
  • 6:21 - 6:23
    e houve muitos que conseguiram.
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    Alguns estudantes apresentaram o seu certificado
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    à instituição universitária em que estavam inscritos
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    para obterem créditos.
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    Assim, estes estudantes estavam a
    receber algo significativo
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    pelo seu investimento de tempo e esforço.
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    Vamos falar um pouco sobre alguns dos componentes
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    que suportam estes cursos.
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    O primeiro componente é que, quando se eliminam
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    as limitações físicas da sala de aula
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    e se desenvolve conteúdo explicitamente
    destinado para o formato "on-line",
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    podemos libertar-nos, por exemplo,
  • 6:49 - 6:52
    da aula monolítica de uma hora.
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    Podemos fragmentar os conteúdos
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    em pequenos módulos de 8 a 12 minutos,
  • 6:57 - 7:00
    cada um representando um conceito coerente.
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    Os alunos podem usar este material de diferentes formas,
  • 7:02 - 7:06
    dependendo dos seus conhecimentos,
    competências ou interesses.
  • 7:06 - 7:09
    Assim, por exemplo, alguns alunos podem beneficiar
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    com materiais preparatórios
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    que outros alunos podem já possuir.
  • 7:13 - 7:16
    Outros estudantes podem estar interessados
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    num tema específico que queiram
    estudar individualmente.
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    Portanto, este formato permite afastar-nos
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    do modelo da educação igual para todos
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    e permite que os alunos sigam um
    currículo muito mais personalizado.
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    Todos sabemos, enquanto educadores,
  • 7:32 - 7:35
    que os alunos não aprendem estando
    só sentados a ver os vídeos.
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    Talvez uma das maiores componentes deste projeto
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    seja a necessidade de ter alunos
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    que treinem os conteúdos
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    para verdadeiramente os compreenderem.
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    Há uma série de estudos que
    mostram a importância disto.
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    Este, que apareceu na Science no ano passado,
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    demonstra que mesmo a simples prática de revisão,
  • 7:54 - 7:57
    em que os estudantes só precisam repetir
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    o que eles já aprenderam,
  • 7:59 - 8:01
    traz resultados consideravelmente melhores
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    em vários testes de desempenho
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    do que muitas outras intervenções educativas.
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    Tentamos criar a prática da revisão na plataforma,
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    bem como outras formas de estudo.
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    Por exemplo, até os nossos vídeos não são apenas vídeos,
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    Em intervalos de alguns minutos, o vídeo para
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    e é feita uma pergunta aos alunos.
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    (Vídeo) SP: "... Estas quatro coisas: teoria da decisão, o desconto hiperbólico,
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    "enviesamento do status quo, enviesamento da taxa base, estão todas bem documentadas.
  • 8:26 - 8:29
    "Então são todos desvios bem documentados
    do comportamento racional."
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    DK: Então aqui o vídeo pausa,
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    e os alunos escrevem a resposta na caixa
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    e enviam-na. É óbvio que não estavam a prestar atenção.
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    (Risos)
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    Então, eles podem tentar de novo
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    e, desta vez, acertam.
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    Se eles quiserem, podem aceder a uma explicação opcional
  • 8:43 - 8:48
    e agora o vídeo passa à parte seguinte da aula.
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    Esta é uma questão simples
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    que eu, enquanto professora, poderia colocar na sala de aula,
  • 8:52 - 8:54
    mas quando eu coloco este tipo de questões na sala de aula,
  • 8:54 - 8:56
    80% dos alunos
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    ainda estão a escrever a última coisa que eu disse,
  • 8:57 - 9:01
    15% estão no Facebook,
  • 9:01 - 9:03
    e depois há os sabichões da fila da frente
  • 9:03 - 9:05
    que disparam a resposta
  • 9:05 - 9:07
    antes de qualquer outra pessoa ter tido a hipótese de pensar sobre isso.
  • 9:07 - 9:10
    E eu, como o professora, fico muito satisfeita
  • 9:10 - 9:11
    por alguém, pelo menos, saber a resposta.
  • 9:11 - 9:14
    E assim a aula continua antes que, de facto,
  • 9:14 - 9:18
    a maioria dos alunos tenha reparado que tinha sido feita uma pergunta.
  • 9:18 - 9:20
    Aqui, cada um dos estudantes
  • 9:20 - 9:23
    tem de se envolver com o material.
  • 9:23 - 9:25
    E claro, estas perguntas simples de revisão
  • 9:25 - 9:27
    não são o fim da história.
  • 9:27 - 9:30
    Precisamos de criar questões práticas
    muito mais significativas,
  • 9:30 - 9:32
    além de proporcionar aos alunos retorno
  • 9:32 - 9:34
    sobre essas questões.
  • 9:34 - 9:36
    Agora, como se avalia o trabalho de 100 000 estudantes,
  • 9:36 - 9:40
    se não tivermos 10 mil assistentes técnicos?
  • 9:40 - 9:42
    A resposta é que é preciso usar a tecnologia
  • 9:42 - 9:43
    para que ela o faça por nós.
  • 9:43 - 9:46
    Felizmente, agora que a tecnologia
    já percorreu um longo caminho,
  • 9:46 - 9:49
    podemos avaliar vários tipos
    de trabalhos.
  • 9:49 - 9:51
    Além de múltipla escolha
  • 9:51 - 9:54
    e das perguntas de resposta curta
    que vocês viram no vídeo,
  • 9:54 - 9:57
    também podemos avaliar matemática,
    expressões matemáticas
  • 9:57 - 9:59
    bem como derivações matemáticas.
  • 9:59 - 10:02
    Podemos classificar modelos,
    quer sejam
  • 10:02 - 10:04
    modelos financeiros numa aula de gestão,
  • 10:04 - 10:07
    ou modelos físicos
    numa aula de ciências ou de engenharia.
  • 10:07 - 10:11
    E podemos classificar alguns exercícios bastante sofisticados de programação.
  • 10:11 - 10:13
    Deixem-me mostrar-vos uma forma
    que é realmente muito simples
  • 10:13 - 10:14
    mas bastante visual.
  • 10:14 - 10:17
    Isto pertence à disciplina de Introdução à
    Ciência Computacional de Stanford,
  • 10:17 - 10:18
    e os alunos devem colorir corretamente a cor
  • 10:18 - 10:20
    daquela imagem vermelha difusa.
  • 10:20 - 10:22
    Eles estão a escrever o programa no "browser",
  • 10:22 - 10:26
    e podemos ver que eles não acertaram:
    a Estátua da Liberdade ainda está com um ar enjoado.
  • 10:26 - 10:30
    E, assim, o aluno tenta de novo,
    e agora consegue acertar e
  • 10:30 - 10:32
    passar para a próxima atividade.
  • 10:32 - 10:35
    Esta capacidade de interagir ativamente com o material
  • 10:35 - 10:37
    e de saber quando se está certo ou errado
  • 10:37 - 10:40
    é essencial para a aprendizagem do aluno.
  • 10:40 - 10:42
    Mas, é claro que ainda não podemos avaliar
  • 10:42 - 10:45
    todos os tipos de trabalhos necessários,
    para todos os cursos.
  • 10:45 - 10:49
    Especificamente, o que falta é a avaliação do trabalho de pensamento crítico,
  • 10:49 - 10:50
    que é tão essencial em disciplinas de
  • 10:50 - 10:54
    humanidades, ciências sociais,
    gestão e outras.
  • 10:54 - 10:56
    Então tentámos convencer, por exemplo,
  • 10:56 - 10:58
    alguns dos nossos professores de humanidades que
  • 10:58 - 11:01
    as perguntas de múltipla escolha não é uma estratégia assim tão má.
  • 11:01 - 11:03
    Isso não deu muito certo.
  • 11:03 - 11:05
    Então tivemos de pensar numa solução diferente.
  • 11:05 - 11:08
    E a solução a que chegámos foi
    foi a classificação entre pares.
  • 11:08 - 11:11
    Acontece que estudos anteriores mostram,
  • 11:11 - 11:12
    como este de Saddler e Good,
  • 11:12 - 11:15
    que a classificação entre pares é uma
    estratégia surpreendentemente eficaz,
  • 11:15 - 11:18
    por proporcionar notas reproduzíveis.
  • 11:18 - 11:20
    Foi apenas testado em turmas pequenas,
  • 11:20 - 11:21
    mas mostrou, por exemplo,
  • 11:21 - 11:24
    que estas notas atribuídas pelos alunos (no eixo dos yy)
  • 11:24 - 11:25
    estão muito bem correlacionadas
  • 11:25 - 11:27
    com as notas atribuídas pelos professores (eixo dos xx).
  • 11:27 - 11:31
    O que é ainda mais surpreendente é que as auto-avaliações,
  • 11:31 - 11:33
    em que os alunos avaliam
    o seu próprio trabalho de forma crítica
  • 11:33 - 11:35
    — desde que incentivados adequadamente
  • 11:35 - 11:37
    para que não possam atribuir a si próprios a pontuação máxima —
  • 11:37 - 11:40
    estão realmente mais correlacionadas
    com as classificações dos professores.
  • 11:40 - 11:41
    E por isso esta é uma estratégia eficaz
  • 11:41 - 11:44
    que pode ser utilizada para avaliações em massa,
  • 11:44 - 11:46
    e é também uma estratégia de aprendizagem
    útil para os alunos,
  • 11:46 - 11:49
    porque eles realmente aprendem com a experiência.
  • 11:49 - 11:53
    Assim, agora temos a maior rede de classificação entre pares já concebida,
  • 11:53 - 11:56
    em que dezenas de milhares de estudantes
  • 11:56 - 11:57
    avaliam os trabalhos uns dos outros,
  • 11:57 - 12:00
    e com bastante sucesso, devo dizer.
  • 12:00 - 12:02
    Mas isto não se trata apenas de alunos
  • 12:02 - 12:05
    sentados sozinhos nas suas salas de estar,
    a resolver problemas.
  • 12:05 - 12:07
    Em torno de cada um dos nossos cursos,
  • 12:07 - 12:09
    formou-se uma comunidade de estudantes,
  • 12:09 - 12:11
    uma comunidade global de pessoas
  • 12:11 - 12:14
    ao redor de um esforço intelectual partilhado.
  • 12:14 - 12:16
    O que veem aqui é um mapa autogerado
  • 12:16 - 12:19
    dos alunos do nosso curso de Introdução
    à Sociologia de Princeton,
  • 12:19 - 12:22
    onde eles se colocaram no mapa mundo,
  • 12:22 - 12:25
    e onde podemos realmente ver o alcance global
    deste tipo de esforço.
  • 12:25 - 12:30
    Os estudantes colaboraram nestes cursos
    de várias formas.
  • 12:30 - 12:32
    Primeiro, houve um fórum de perguntas e respostas,
  • 12:32 - 12:34
    onde os estudantes colocaram questões
  • 12:34 - 12:37
    e outros estudantes responderam a essas questões.
  • 12:37 - 12:38
    E o mais surpreendente é que,
  • 12:38 - 12:40
    porque existiam tantos estudantes,
  • 12:40 - 12:42
    isso significa que mesmo que um aluno faça uma pergunta
  • 12:42 - 12:44
    às 3 horas da manhã,
  • 12:44 - 12:46
    nalgum lugar no mundo,
  • 12:46 - 12:48
    haverá alguém acordado
  • 12:48 - 12:50
    a trabalhar sobre o mesmo problema.
  • 12:50 - 12:52
    E assim, em muitos dos nossos cursos,
  • 12:52 - 12:54
    o tempo médio de resposta a uma pergunta
  • 12:54 - 12:58
    no fórum de perguntas e respostas é de 22 minutos.
  • 12:58 - 13:02
    Longe do nível de serviço que eu posso oferecer aos meus alunos de Stanford.
  • 13:02 - 13:04
    (Risos)
  • 13:04 - 13:06
    E podem ver, a partir dos depoimentos dos estudantes,
  • 13:06 - 13:07
    que eles acham
  • 13:07 - 13:10
    que devido a esta
    grande comunidade "on-line",
  • 13:10 - 13:12
    conseguiram interagir uns com os outros de várias formas
  • 13:12 - 13:17
    mais profundas do que as que criavam
    em salas de aula presenciais.
  • 13:17 - 13:19
    Os estudantes também se reuniram,
  • 13:19 - 13:21
    sem qualquer tipo de intervenção nossa,
  • 13:21 - 13:23
    em pequenos grupos de estudo.
  • 13:23 - 13:25
    Alguns destes eram grupos de estudo presenciais
  • 13:25 - 13:27
    com restrições geográficas,
  • 13:27 - 13:30
    que se reuniram semanalmente
    para resolverem conjuntos de problemas.
  • 13:30 - 13:32
    Este é o grupo de estudo de São Francisco,
  • 13:32 - 13:34
    mas havia outros por todo o mundo.
  • 13:34 - 13:36
    Outros eram grupos de estudo virtuais,
  • 13:36 - 13:39
    partilhando, por vezes, a mesma língua ou cultura,
  • 13:39 - 13:40
    e na parte inferior esquerda,
  • 13:40 - 13:44
    vê-se o nosso grupo de estudo multicultural universal,
  • 13:44 - 13:46
    em que as pessoas queriam explicitamente contactar
  • 13:46 - 13:49
    com pessoas de outras culturas.
  • 13:49 - 13:51
    Existem tremendas oportunidades
  • 13:51 - 13:54
    a partir deste tipo de enquadramento.
  • 13:54 - 13:58
    A primeira é que ela tem o potencial de nos dar
  • 13:58 - 14:00
    uma perspetiva sem precedentes
  • 14:00 - 14:03
    para compreender a aprendizagem humana.
  • 14:03 - 14:06
    Porque os dados que podemos recolher aqui são únicos.
  • 14:06 - 14:10
    Vocês podem analisar cada clique,
    cada entrega de trabalho,
  • 14:10 - 14:15
    cada mensagem no fórum,
    de dezenas de milhares de estudantes.
  • 14:15 - 14:17
    Assim, pode-se transformar o estudo da aprendizagem humana,
  • 14:17 - 14:19
    até hoje orientado por hipóteses,
  • 14:19 - 14:22
    para um modo baseado em dados,
    uma transformação
  • 14:22 - 14:25
    que, por exemplo, revolucionou a biologia.
  • 14:25 - 14:28
    Podemos usar estes dados para entender questões fundamentais,
  • 14:28 - 14:30
    como: quais são as boas estratégias de aprendizagem
  • 14:30 - 14:33
    que são eficazes versus as que não são?
  • 14:33 - 14:35
    E no contexto de cursos específicos,
  • 14:35 - 14:37
    podemos perguntar
  • 14:37 - 14:40
    quais são alguns dos equívocos mais comuns
  • 14:40 - 14:42
    e como podemos ajudar os estudantes a resolvê-los?
  • 14:42 - 14:43
    Aqui está um exemplo disso,
  • 14:43 - 14:45
    também da aula de Aprendizagem Automática do Andrew.
  • 14:45 - 14:48
    Trata-se de uma distribuição de respostas erradas
  • 14:48 - 14:49
    para um dos exercícios de Andrew.
  • 14:49 - 14:51
    As respostas são pares de números,
  • 14:51 - 14:53
    para que se possam desenhar neste gráfico 2D.
  • 14:53 - 14:57
    Cada uma das pequenas cruzes que veem
    é uma resposta errada diferente.
  • 14:57 - 14:59
    A cruz grande no canto superior esquerdo
  • 15:00 - 15:02
    representa a pergunta onde 2000 estudantes
  • 15:02 - 15:05
    deram exatamente a mesma resposta errada.
  • 15:05 - 15:07
    Agora, se dois alunos de uma turma de 100
  • 15:07 - 15:08
    dessem a mesma resposta errada,
  • 15:08 - 15:10
    nunca se notaria.
  • 15:10 - 15:12
    Mas, quando 2000 alunos dão a mesma resposta errada,
  • 15:12 - 15:14
    é um pouco difícil não notar.
  • 15:14 - 15:16
    Então, quando o Andrew e os seus alunos
  • 15:16 - 15:18
    analisaram alguns dos trabalhos,
  • 15:18 - 15:22
    perceberam a causa da falha de entendimento
  • 15:22 - 15:24
    e criaram uma mensagem de erro
  • 15:24 - 15:27
    que seria mostrada a todos os alunos
  • 15:27 - 15:29
    que tivessem dado aquela resposta,
  • 15:29 - 15:31
    o que significa que os alunos que fizessem o mesmo erro
  • 15:31 - 15:33
    passariam a receber uma mensagem personalizada
  • 15:33 - 15:37
    ajudando-os a entender o conceito de forma mais eficaz.
  • 15:37 - 15:41
    Então esta personalização é algo que se pode construir
  • 15:41 - 15:45
    quando temos dados em grande escala.
  • 15:45 - 15:46
    A personalização é talvez
  • 15:46 - 15:49
    uma das maiores oportunidades aqui,
  • 15:49 - 15:51
    porque nos dá o potencial de
  • 15:51 - 15:54
    resolver um problema com 30 anos.
  • 15:54 - 15:57
    O investigador educacional Benjamin Bloom, em 1984,
  • 15:57 - 16:00
    expôs o conhecido problema "2 sigma",
  • 16:00 - 16:03
    que foi observado ao estudar três populações.
  • 16:03 - 16:06
    A primeira é a população que estudou em sala de aula.
  • 16:06 - 16:09
    A segunda é uma população de alunos
    que estudou
  • 16:09 - 16:11
    a frequentar uma sala de aula convencional,
  • 16:11 - 16:13
    mas com uma abordagem baseada no domínio de conteúdo,
  • 16:13 - 16:15
    de forma a que os alunos não pudessem avançar
    para o tema seguinte
  • 16:15 - 16:18
    sem demonstrarem domínio do precedente.
  • 16:18 - 16:20
    E, finalmente, uma população de estudantes
  • 16:20 - 16:25
    que foram ensinados de forma individual, recorrendo a um tutor.
  • 16:25 - 16:28
    A população baseada no domínio de conteúdo
    apresentou um desvio padrão total,
  • 16:28 - 16:30
    ou sigma, tendo um melhor desempenho que
  • 16:30 - 16:33
    a população com aulas tradicionais, em sala de aula.
  • 16:33 - 16:35
    E a população com aulas individuais, atingiu 2 sigma
  • 16:35 - 16:37
    de melhoria no desempenho.
  • 16:37 - 16:38
    Para percebermos o seu significado,
  • 16:38 - 16:40
    olhemos para a aprendizagem realizada
    em sala de aula,
  • 16:40 - 16:43
    e tomemos o desempenho médio como limiar.
  • 16:43 - 16:44
    Então, numa sala de aula tradicional,
  • 16:44 - 16:48
    metade dos estudantes encontram-se acima desse limiar e a outra metade, abaixo.
  • 16:48 - 16:50
    No grupo de ensino individual,
  • 16:50 - 16:55
    98% dos estudantes ficarão acima desse limiar.
  • 16:55 - 16:59
    Imaginem se pudéssemos ensinar de forma que 98% dos nossos alunos
  • 16:59 - 17:01
    ficassem acima dessa média.
  • 17:01 - 17:05
    Por isso, o problema 2 sigma.
  • 17:05 - 17:07
    Porque não podemos proporcionar,
    enquanto sociedade,
  • 17:07 - 17:10
    ensino individualizado a todos os alunos.
  • 17:10 - 17:12
    Mas, talvez possamos conceder a cada aluno
  • 17:12 - 17:14
    um computador ou um smartphone.
  • 17:14 - 17:17
    Então a questão é,
    como podemos utilizar a tecnologia
  • 17:17 - 17:20
    para mover o lado esquerdo do gráfico,
    da curva azul,
  • 17:20 - 17:23
    para o lado direito, até à curva verde?
  • 17:23 - 17:25
    O domínio é fácil de alcançar
    utilizando um computador,
  • 17:25 - 17:26
    porque o computador não se cansa
  • 17:26 - 17:30
    de mostrar o mesmo video cinco vezes.
  • 17:30 - 17:33
    Ele não fica cansado de corrigir
    o mesmo trabalho diversas vezes,
  • 17:33 - 17:36
    tal como vimos em vários exemplos que vos mostrei.
  • 17:36 - 17:38
    E mesmo a personalização
  • 17:38 - 17:40
    é algo em que já se vê o início,
  • 17:40 - 17:43
    quer através da personalização do currículo
  • 17:43 - 17:46
    ou através do retorno para cada aluno que já vos mostrei.
  • 17:46 - 17:49
    Então, o objetivo aqui é tentar impulsionar,
  • 17:49 - 17:52
    e ver o quão perto da curva verde
    conseguimos chegar.
  • 17:52 - 17:58
    Então, se isto é tão fantástico,
    estarão as universidades obsoletas?
  • 17:58 - 18:01
    Bem, Mark Twain pensou isso.
  • 18:01 - 18:03
    Ele afirmou que "A universidade é o lugar onde as anotações de aula dos professores
  • 18:03 - 18:05
    "vão diretamente para as anotações de aulas dos alunos,
  • 18:05 - 18:07
    "sem passarem pelos cérebros de ambos."
  • 18:07 - 18:11
    (Risos)
  • 18:11 - 18:14
    No entanto, eu discordo de Mark Twain.
  • 18:14 - 18:17
    Penso que ele não se queixava
  • 18:17 - 18:19
    das universidades,
    mas sim do formato baseado na palestra
  • 18:19 - 18:22
    em que muitas universidades gastam tanto tempo.
  • 18:22 - 18:25
    Voltemos ainda mais atrás: a Plutarco,
  • 18:25 - 18:28
    que disse que: "A mente não é um recipiente que precisa de ser enchido,
  • 18:28 - 18:30
    "mas madeira que precisa de ser inflamada."
  • 18:30 - 18:32
    E talvez devessemos passar menos tempo nas universidade,
  • 18:32 - 18:34
    a encher as mentes dos alunos com conteúdos
  • 18:34 - 18:38
    através de aulas tradicionais,
    e mais tempo a inflamar a sua criatividade,
  • 18:38 - 18:41
    a sua imaginação e as suas competências de resolução de problemas
  • 18:41 - 18:44
    conversando, realmente, com eles.
  • 18:44 - 18:45
    Então, como fazemos isso?
  • 18:45 - 18:49
    Fazemos isso através da aprendizagem
    ativa em sala de aula.
  • 18:49 - 18:51
    Têm-se desenvolvido muitos estudos,
    incluindo este,
  • 18:51 - 18:53
    que mostram que
    se a aprendizagem ativa for utilizada,
  • 18:53 - 18:57
    interagindo com os estudantes
    na sala de aula,
  • 18:57 - 18:59
    o desempenho melhora
    em quase todas as métricas
  • 18:59 - 19:01
    — na assiduidade, no compromisso e na aprendizagem,
  • 19:01 - 19:03
    como foi aferido através de testes padronizados.
  • 19:03 - 19:05
    Podem verificar, por exemplo,
    que o resultado de desempenho obtido
  • 19:05 - 19:08
    quase que duplica nesta experiência.
  • 19:08 - 19:12
    Então, talvez seja desta forma que devemos
    utilizar o nosso tempo nas universidades.
  • 19:12 - 19:17
    Resumindo, se pudéssemos oferecer
    uma educação de qualidade
  • 19:17 - 19:18
    a todas as pessoas do mundo, gratuitamente,
  • 19:18 - 19:21
    o que aconteceria? Três coisas.
  • 19:21 - 19:25
    Primeiro, estabelecer-se-ia a educação como um dos direitos humanos fundamentais,
  • 19:25 - 19:26
    em que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo,
  • 19:26 - 19:28
    com capacidade e motivação,
  • 19:28 - 19:30
    pudesse obter as competências necessárias
  • 19:30 - 19:31
    para tornar a vida melhor para si,
  • 19:31 - 19:34
    para as suas famílias e as suas comunidades.
  • 19:34 - 19:36
    Segundo, permitiria a aprendizagem
    ao longo da vida.
  • 19:36 - 19:38
    É uma vergonha que para tanta gente,
  • 19:38 - 19:41
    a aprendizagem acabe quando termina
    o ensino secundário ou a faculdade.
  • 19:41 - 19:44
    O facto destes incríveis conteúdos estarem disponíveis,
  • 19:44 - 19:47
    permite-nos aprender algo de novo
  • 19:47 - 19:48
    sempre que quisermos,
  • 19:48 - 19:49
    seja apenas para expandir a nossa mente
  • 19:49 - 19:51
    ou mesmo para mudar as nossas vidas.
  • 19:51 - 19:54
    E, finalmente, permitiria
    criar uma onda de inovação,
  • 19:54 - 19:57
    porque talentos surpreendentes
    podem ser encontrados em qualquer lugar.
  • 19:57 - 20:00
    Talvez o próximo Albert Einstein
    ou o próximo Steve Jobs
  • 20:00 - 20:03
    estejam a viver numa vila remota de África.
  • 20:03 - 20:06
    E se pudermos proporcionar a essas pessoas educação,
  • 20:06 - 20:08
    eles surgirão com a próxima grande ideia
  • 20:08 - 20:10
    e tornarão o planeta um lugar melhor para todos nós.
  • 20:10 - 20:11
    Muito obrigada.
  • 20:11 - 20:20
    (Aplausos)
Title:
O que estamos a aprender da educação "on-line"
Speaker:
Daphne Koller
Description:

Daphne Koller desafia as universidades de ponta a disponibilizarem os seus cursos mais fascinantes "on-line" e gratuitamente — não apenas enquanto um serviço, mas como forma de investigar como as pessoas aprendem. Cada clique, teste de compreensão, fórum de discussão e auto-avaliação constitui uma base de dados sem precedentes sobre como o conhecimento é processado e, mais importante, absorvido.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
20:40

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