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Steven Levitt fala sobre cadeiras de criança para carros

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    Era uma vez, uma terrível doença que afligia crianças.
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    Entre todas as doenças que existiam nesse lugar,
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    essa era a pior delas. Era a que matava mais crianças.
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    Eis que surgiu um brilhante inventor, um cientista,
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    que inventou uma cura parcial para tal doença.
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    Não era perfeita. Muitas crianças ainda morriam,
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    mas era certamente melhor do que se tinha antes.
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    A parte boa dessa cura é que ela era de graça --
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    virtualmente de graça -- e muito fácil de usar.
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    Mas a parte ruim é que não se podia usá-la
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    em bebês e crianças com menos de 2 anos de idade.
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    Por consequência, alguns anos mais tarde,
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    um outro cientista -- talvez um cientista
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    não tão brilhante quanto aquele que o precedeu,
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    mas partindo daquela primeira invenção --
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    encontrou uma segunda cura.
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    O mérito da segunda cura para tal doença
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    era que podia ser usada para bebês com menos de 2 anos.
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    Mas o problema é que era muito cara
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    e muito complicada de se usar.
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    E por mais que os pais tentassem usá-la da maneira correta,
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    quase todos acabavam usando-a da forma errada.
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    Por ser tão complicada e cara, o que os pais acabavam fazendo
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    era usá-la somente nos recém nascidos e bebês de um ano.
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    E continuavam usando o tratamento já existente
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    para os maiores de 2 anos.
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    Isso continuou por muito tempo. Todos estavam felizes.
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    Existiam as duas curas. Até que uma criança,
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    que tinha acabado de fazer 2 anos, morreu desta doença.
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    E sua mãe pensou: "Meu filho acabou de fazer 2 anos,
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    e antes disso, eu sempre usei
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    essa cura complicada e cara, esse tratamento.
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    E então, quando ele fez 2 anos eu comecei a usar
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    o tratamento barato e simples e me pergunto: será?"
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    Ela questionou, como todos os pais que haviam perdido seus bebês:
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    "...será que não havia algo que eu poderia ter feito,
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    como continuar usando o tratamento complicado e caro?"
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    Então ela contou para outras pessoas e indagou:
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    "Como pode ser que algo que
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    é barato e simples funcione tão bem quanto algo
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    que é complicado e caro?"
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    As pessoas diziam: "Você está certa.
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    Talvez seja errado trocar o tratamento aos 2 anos
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    e usar a solução simples e barata."
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    O governo ouviu essa história, juntamente com outras pessoas,
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    e disse: "Você está certa, devemos fazer uma lei.
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    Devemos proibir o tratamento simples e barato
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    e não deixar ninguém mais usá-lo em seus filhos."
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    E todos ficaram felizes e satisfeitos.
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    Por muitos anos isso continuou e tudo estava bem.
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    Eis que então surge um humilde economista que tinha filhos,
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    e que sempre usou o tratamento caro e complicado.
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    Mas ele sabia do tratamento simples e barato.
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    Então ele pensou a respeito, e o tratamento caro
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    não parecia tão interessante assim. Então pensou:
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    "Não sei nada de ciência, mas eu entendo alguma coisa de dados,
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    talvez eu deva dar uma olhada nesses dados
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    e verificar se esse tratamento caro e complicado
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    realmente funciona melhor que o tratamento simples e barato."
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    E para sua surpresa, quando ele analisou os dados
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    ele descobriu que o tratamento complicado e caro
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    não era nada melhor que a solução barata.
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    Pelo menos para as crianças com mais de 2 anos --
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    pois a solução barata ainda não funcionava para bebês e crianças novas.
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    Então ele veio a público e disse:
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    "Eu fiz uma grande descoberta,
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    parece que podemos usar apenas a solução simples e barata.
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    E fazendo isso podemos economizar 300 milhões de dólares por ano,
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    e podemos gastar isso com nossas crianças de outras formas."
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    Os pais ficaram furiosos e disseram:
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    "Isso é terrível! Como uma coisa tão simples e barata
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    pode ser tão boa quanto a a solução cara?" O governo ficou furioso,
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    e mais ainda as pessoas que desenvolveram a solução cara.
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    Eles ficaram muito furiosos, pois pensaram:
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    "Como vamos competir com algo que é essencialmente de graça?
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    Vamos perder todo o nosso mercado."
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    As pessoas ficaram bravas e chamaram aquele cara de coisas horríveis.
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    Então ele decidiu que talvez devesse sair do país
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    por alguns dias e procurar gente mais inteligente
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    e de mente mais aberta, em um lugar chamado Oxford,
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    e ir lá e tentar contar essa história por lá.
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    Então, cá estou eu. Isso não é um conto de fadas.
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    É uma história verdadeira sobre os Estados Unidos hoje,
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    e a doença a que me refiro são
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    os acidentes de automóveis envolvendo crianças.
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    A cura de graça é o cinto de segurança, e a cura cara --
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    de 300 milhões de dólares por ano -- é a cadeirinha para crianças.
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    E o que eu gostaria de conversar hoje
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    são as evidências que me levam a crer que isso é verdade:
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    que para crianças acima de 2 anos
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    não existe nenhum benefício comprovado no uso das cadeirinhas,
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    apesar de toda energia
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    dedicada para ampliar o alcance das leis
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    e tornar socialmente inaceitável
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    o simples uso do cinto de segurança em seus filhos. Quero falar também
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    porque isso acontece.
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    E finalmente falar um pouco sobre uma terceira via,
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    uma outra tecnologia talvez melhor do que tudo que temos,
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    mas para a qual não houve entusiasmo
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    exatamente pelas pessoas estarem tão apaixonadas
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    pela solução atual das cadeirinhas de crianças. OK.
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    Muitas vezes quando se tenta fazer pesquisa com dados,
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    são encontradas histórias complexas. É difícil encontrar os dados --
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    mas não foi o caso no comparativo cintos de segurança contra cadeirinhas.
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    Os Estados Unidos mantêm um registro de
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    todos os acidentes fatais que aconteceram desde 1975.
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    Para cada acidente de carro com pelo menos uma vítima fatal,
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    há informações de todas as pessoas envolvidas.
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    Se olharmos esses dados -- disponíveis no site do Departamento Nacional
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    de Segurança das Rodovias.
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    Podemos usar apenas os dados brutos,
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    e perceber que existe uma quantidade limitada de evidências
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    em favor das cadeirinhas para crianças acima de 2 anos.
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    Aqui estão os dados. Temos que, entre 2 e 6 anos de idade
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    -- acima de 6 anos não se usam mais cadeirinhas --
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    29,3% das crianças que estão sem cinto ou cadeirinha
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    morrem em acidentes com pelo menos uma vítima.
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    Se a criança estiver em uma cadeirinha, 18,2% morrem nesse tipo de acidente.
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    Se estiverem usando o cinto de segurança de 3 pontos, os dados indicam
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    que 19.4% morrem. O interessante é que usando o cinto só de barriga,
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    16.7% morrem. Na realidade, a teoria diz
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    que o cinto de barriga é certamente pior
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    do que o cinto de 3 pontos. Isso mostra
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    que quando trabalhamos com dados brutos, existem centenas
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    de variáveis que podem distorcer a realidade.
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    Então o que estamos fazendo nesse estudo é -- e isso aqui é apenas
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    uma representação gráfica daqueles números para facilitar.
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    A barra amarela representa as cadeirinhas de segurança.
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    A barra laranja representa cinto de 3 pontos, e a vermelha, cinto de barriga.
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    E isso é em relação aos que estavam sem nenhum equipamento de segurança.
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    Quanto maior a barra, melhor, OK?
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    Esses são os dados que eu mencionei, OK?
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    Essa barra maior é a que estamos tentando vencer.
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    Aqui podemos controlar variáveis básicas, como a intensidade do acidente,
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    em que assento a criança estava, a idade da criança etc.
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    E isso está representado no grupo de barras do meio.
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    Então você pode ver que cintos de barriga
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    começam a se mostrar piores com esse tipo de análise.
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    E aqui finalmente, no último grupo de barras,
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    onde levamos em consideração todos os fatores
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    imagináveis relativos ao acidente.
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    50..., 75..., 100 características diferentes de um acidente.
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    E o que encontramos é que cadeirinhas e cintos de 3 pontos,
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    quando o assunto é salvar vidas, têm atuações idênticas.
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    E o desvio padrão é relativamente pequeno para essas estimativas.
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    E não apenas na visão geral. É bastante robusto
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    para qualquer característica de acidentes.
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    Um coisa interessante: se você analisar impactos frontais --
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    quando o carro bate de frente com algo --
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    de fato as cadeirinhas parecem se sair um pouco melhor.
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    E isso não é por mera chance.
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    Os fabricantes têm que obter um certificado
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    com padrões federais definidos
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    que em todos os casos envolve o teste de colisão frontal.
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    Mas quando se olha para outros tipos de acidentes, como traseiros,
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    a verdade é que as cadeirinhas não se saem tão bem.
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    E eu acredito que seja porque elas foram otimizadas para passar no teste,
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    como sempre esperamos que as pessoas façam,
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    a otimizar de acordo com regras inequívocas
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    sobre como exatamente o carro será atingido.
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    E a outra coisa que você pode argumentar é,
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    ao longo dos anos a qualidade das cadeirinhas melhorou.
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    Então se analisarmos acidentes recentes --
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    o conjunto de dados tem quase 30 anos de informação --
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    não se vê isso nas estatísticas recentes. As novas cadeirinhas são bem melhores.
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    Mas na verdade, em acidentes recentes os cintos de segurança de três pontos
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    se mostram ainda melhores que as cadeirinhas.
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    Eles dizem, '' Bom, isso é impossível, não pode ser.''
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    E a linha de raciocínio, quando se pergunta aos pais, é:
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    ''Mas as cadeirinhas são tão caras e complicadas,
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    e elas têm esse emaranhado de travas,
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    como é que elas não são melhores que os cintos de segurança
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    se elas são tão caras e complicadas?''
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    Esta é uma lógica interessante,
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    penso eu, que as pessoas usam. E em outra lógica reforçadora, dizem:
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    ''Bem, se os cintos fossem melhores, o governo não nos teria dito que
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    nós não devemos usá-los".
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    Mas o surpreendente é que a ordem do governo
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    não tem muito fundamento.
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    Na verdade ela é baseada em apelos angustiados de pais
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    cujos filhos morreram depois de completarem dois anos de idade,
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    e que levaram à aprovação de várias leis -- pouco baseado em dados.
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    Então não se pode contar a história inteira
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    usando apenas essas estatísticas abstratas.
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    Então eu convidei uns amigos para jantar em casa --
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    -- nós estávamos cozinhando -- e eu pedi que me aconselhassem sobre como
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    eu poderia provar essa tese. E eles: ''Por que você não faz uns testes simulados?''
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    E eu disse, "É uma boa ideia".
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    Então nós tentamos encomendar alguns testes de simulação.
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    Mas quando nós procuramos as empresas independentes
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    por todo o país que simulam batidas,
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    nenhuma delas queria realizar os testes simulados,
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    porque elas afirmavam -- algumas explicitamente, outras nem tanto --
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    ''Todo os nosssos negócios advêm dos fabricantes de cadeirinhas.
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    Não podemos arriscar perdê-los com testes comparando cintos e cadeirinhas.''
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    Uma empresa acabou aceitando. Sob condição de anonimato,
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    eles disseram que realizariam o teste.
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    Anonimidade e mais 1.500 dólares por assento quebrado.
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    Então nós fomos a Buffalo, no estado de New York,
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    e assim se sucedeu.
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    Estes são os bonecos para o teste simulado
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    esperando pelo seu momento de entrar em ação.
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    O teste simulado funciona assim.
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    Aqui, eles não quebram o carro inteiro, você sabe --
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    não compensa quebrar um carro inteiro para o teste.
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    Então eles têm somente esses assentos traseiros
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    e eles amarram as cadeirinhas e os cintos de segurança neles.
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    Eu gostaria que vocês olhassem isso.
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    E eu acredito, que isso dará uma boa idéia de por que os pais pensam
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    que cadeirinhas são tão boas. Observe a criança na cadeirinha.
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    Não parece que está feliz, pronta para passear,
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    como se fosse sobreviver a tudo? E aí se você observar a criança atrás,
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    parece que já está sufocada antes mesmo de a batida acontecer.
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    É difícil de acreditar quando você olha para isto
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    que a criança de trás vai ficar bem quando você bater o carro.
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    Então nessa batida
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    eles vão atirar essa coisa contra uma parede
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    a 50 km por hora e ver o que acontece. OK?
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    Deixe-me mostrar o que acontece.
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    Estes bonecos simulam uma criança de 3 anos.
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    Aqui está -- esta é a cadeirinha. Agora observe duas coisas.
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    Veja como a cabeça vai para frente,
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    e basicamente bate nos joelhos, isso na cadeirinha.
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    E veja como a cadeirinha voa pelo ar no rebote.
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    A cadeirinha vai para todo lado.
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    Lembre-se de dois pontos importantes.
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    Esta é uma cadeirinha que foi instalada por alguém
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    que instalou 1.000 cadeirinhas, que sabia exatamente como fazer.
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    E acontece que essas assentos de banco
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    são a melhor maneira de instalar cadeirinhas.
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    Tendo a parte de trás plana facilita a instalação delas.
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    Então este é um teste que é bastante favorável às cadeirinhas,
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    OK? A criança saiu-se muito bem nesse acidente.
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    Os padrões federais dizem
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    que você tem que pontuar abaixo de 1.000
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    para ser uma cadeirinha aprovada nessa batida
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    em alguma medida de unidades que não nos interessa.
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    E esta batida seria em torno de 450.
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    Então, esta cadeirinha estava abaixo da média de cadeirinhas
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    da publicação Consumer Reports, e se deu muito bem.
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    Vamos ao próximo, agora esta é a criança, mesma batida,
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    que está com cinto de segurança. Ela quase não se mexe,
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    comparado à outra criança. O curioso é que
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    o trabalho da câmera é horrível porque eles estão preparados
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    para testar as cadeirinhas somente, eles não têm como
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    mover a câmera para que você possa ver a criança.
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    De qualquer forma, as duas batidas mostram na verdade
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    que a criança de 3 anos se saiu pior. Então ela tem em torno de 500
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    se comparado, como vimos, de relativamente 400 e poucos.
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    Mas mesmo assim, se você utilizasse só os dados da batida
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    para o governo e dissesse: "Eu inventei uma nova cadeirinha.
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    Eu gostaria de ter sua aprovação para venda",
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    eles responderiam: "Essa é uma cadeirinha fantástica, funciona perfeitamente."
  • 12:19 - 12:21
    A nota foi 500, poderia ter chegado a 1.000.
  • 12:21 - 12:24
    E este cinto de segurança teria passado
  • 12:24 - 12:26
    por cadeirinha de segurança para crianças.
  • 12:26 - 12:28
    Então isto sugere não apenas
  • 12:28 - 12:31
    que as pessoas estão ajustando as cadeirinhas de modo errado
  • 12:31 - 12:33
    e colocando crianças em risco. Mas fundamentalmente
  • 12:33 - 12:35
    as cadeirinhas não estão resolvendo muito.
  • 12:35 - 12:37
    Aqui está a simulação. Estas imagens foram sincronizadas.
  • 12:37 - 12:39
    Você pode ver que demora muito mais com a cadeirinha --
  • 12:39 - 12:41
    o rebote leva muito mais tempo --
  • 12:41 - 12:45
    mas há muito menos movimento para a criança que está com o cinto.
  • 12:45 - 12:47
    Agora vou mostrar batidas com crianças de 6 anos.
  • 12:47 - 12:52
    A criança de 6 anos está na cadeirinha, e o resultado --
  • 12:52 - 12:57
    parece horrível, mas tudo bem. É como se fosse um 400, OK?
  • 12:57 - 12:58
    A criança sairia bem do acidente.
  • 12:58 - 13:02
    Nada ali seria problemático para a criança.
  • 13:02 - 13:05
    E agora aqui está a criança de 6 anos no cinto,
  • 13:05 - 13:07
    e a diferença nos resultados fica entre
  • 13:07 - 13:11
    um ou dois pontos. Então de verdade para o de 6 anos,
  • 13:11 - 13:15
    a cadeirinha não fez a menor diferença.
  • 13:15 - 13:18
    Isso é um pouco mais de evidência, então --
  • 13:18 - 13:22
    eu fui criticado por um cientista que me disse: "Você nunca poderia publicar
  • 13:22 - 13:24
    um estudo com n de 4", referindo-se às 4 simulações.
  • 13:24 - 13:28
    Então eu lhe escrevi de volta: "E que tal um n de 45,004?"
  • 13:28 - 13:30
    Porque eu tinha o registro de 45 mil acidentes reais.
  • 13:30 - 13:34
    E eu acho interessante que a idéia
  • 13:34 - 13:36
    de usar dados de acidentes reais, algo
  • 13:36 - 13:38
    que os economistas consideram correto,
  • 13:38 - 13:40
    é algo que cientistas na verdade não consideram --
  • 13:40 - 13:43
    eles preferem usar o laboratório,
  • 13:43 - 13:45
    uma ciência muito imperfeita que observa bonecos,
  • 13:45 - 13:49
    ao invés de aproveitar os 30 anos de dados registrados
  • 13:49 - 13:52
    sobre crianças nos assentos de carros.
  • 13:52 - 13:56
    Então eu penso que a resposta ao desafio
  • 13:56 - 13:59
    é que temos uma solução muito melhor aí
  • 13:59 - 14:02
    que não entusiasmou ninguém, porque as pessoas
  • 14:02 - 14:06
    estão tão confortáveis com a suposta segurança das cadeirinhas.
  • 14:06 - 14:09
    E se você pensar pela perspectiva do design
  • 14:09 - 14:11
    em voltar ao ponto de partida e disser:
  • 14:11 - 14:13
    "Eu só quero proteger as crianças no assento de trás."
  • 14:13 - 14:15
    Não creio que alguém neste auditório diria
  • 14:15 - 14:16
    "Bom, o jeito certo de começar seria
  • 14:16 - 14:19
    fazer um excelente cinto de segurança para os adultos.
  • 14:19 - 14:21
    E depois a gente faz um equipamento bem grande
  • 14:21 - 14:24
    que você ajusta ao cinto usando cintas e fitas".
  • 14:24 - 14:27
    Quero dizer, porque não -- quem senta no banco de trás a não ser crianças?
  • 14:27 - 14:30
    Mas essencialmente, fazer algo assim,
  • 14:30 - 14:32
    que eu não sei exatamente o quanto custaria,
  • 14:32 - 14:33
    mas não acredito que seria
  • 14:33 - 14:35
    muito mais caro do que um assento normal de carro.
  • 14:35 - 14:39
    Na verdade -- ele fica dobrado -- está atrás do assento.
  • 14:39 - 14:41
    Você tem o assento normal para adultos, e basta baixar,
  • 14:41 - 14:43
    e a criança senta sobre ele, num conjunto integrado.
  • 14:43 - 14:47
    Me parece que essa solução não deve ser muita cara,
  • 14:47 - 14:50
    e deve funcionar melhor do que aquela que já temos.
  • 14:50 - 14:55
    A pergunta portanto é, há esperança de se adotar algo assim,
  • 14:55 - 14:57
    que estamos supondo salvará muitas vidas?
  • 14:57 - 15:01
    Penso que a resposta esteja numa história.
  • 15:01 - 15:05
    O motivo de as cadeirinhas terem feito tanto sucesso
  • 15:05 - 15:08
    e se um dia adotaremos ou não a nova medida,
  • 15:08 - 15:12
    podemos ver na história que meu pai me contou, de quando era médico
  • 15:12 - 15:15
    da Força Áerea Americana na Inglaterra. Já faz muito tempo.
  • 15:15 - 15:17
    Certas coisas que eram permitidas naquela época não são hoje em dia.
  • 15:17 - 15:21
    Então meu pai recebia os pacientes que
  • 15:21 - 15:24
    ele acreditava não estarem realmente doentes.
  • 15:24 - 15:28
    E ele tinha um vidro cheio de placebos que lhes dava
  • 15:28 - 15:31
    e ele dizia: "Volte em uma semana se estiver se sentindo mal".
  • 15:31 - 15:32
    OK, e a maioria deles não voltava,
  • 15:32 - 15:34
    mas alguns pacientes voltavam.
  • 15:34 - 15:38
    E meu pai, convencido de que eles não estavam doentes,
  • 15:38 - 15:43
    mantinha outro vidro com uns comprimidos enormes.
  • 15:43 - 15:45
    Esses eram quase impossíveis de engolir.
  • 15:45 - 15:49
    Para mim, esses são uma analogia das cadeirinhas.
  • 15:49 - 15:53
    As pessoas olham para elas e dizem: "Cara, isso é tão grande
  • 15:53 - 15:55
    e difícil de engolir. Se isso não me fizer melhorar,
  • 15:55 - 15:58
    o que fará?"
  • 15:58 - 16:00
    E a maioria dos pacientes não voltava
  • 16:00 - 16:03
    porque funcionava. Mas vez ou outra,
  • 16:03 - 16:08
    havia aquele paciente convencido de que estava doente,
  • 16:08 - 16:11
    e esse retornava. E meu pai tinha um terceiro vidro de comprimidos.
  • 16:11 - 16:13
    E esses comprimidos, ele me disse,
  • 16:13 - 16:16
    eram os menores que ele podia encontrar,
  • 16:16 - 16:18
    tão pequenos que mal se podia vê-los.
  • 16:18 - 16:20
    E ele diria: "Ouça, eu sei que já lhe dei o comprimido grandão,
  • 16:20 - 16:24
    muito complicado, difícil de engolir,
  • 16:24 - 16:26
    mas agora eu tenho esse aqui, tão potente
  • 16:26 - 16:28
    que é minúsculo e quase invisível,
  • 16:28 - 16:31
    é praticamente como essa coisa, que você não pode ver."
  • 16:31 - 16:33
    E acontece que nunca,
  • 16:33 - 16:36
    de todas as vezes que meu pai deu esse comprimido, o bem pequeno,
  • 16:36 - 16:39
    alguém retornou ao seu consultório reclamando de uma doença.
  • 16:39 - 16:42
    Para o meu pai, isso era evidência de que
  • 16:42 - 16:46
    esse pequeno, mas poderoso comprimido
  • 16:46 - 16:50
    tinha o efeito placebo definitivo. E se a história está certa,
  • 16:50 - 16:52
    eu penso que as cadeirinhas integradas ao carro vão logo
  • 16:52 - 16:56
    tornar-se algo que todo mundo tem. Outra conclusão possível
  • 16:56 - 16:59
    é, bem, se após três visitas ao consultório do meu pai
  • 16:59 - 17:01
    e sendo medicado com placebos, o sujeito ainda se sentia doente,
  • 17:01 - 17:03
    talvez ele tenha encontrado um outro médico.
  • 17:03 - 17:05
    Isso é bem possível. E se for esse o caso,
  • 17:05 - 17:08
    acho que vamos depender das cadeirinhas comuns por um bom tempo.
  • 17:08 - 17:09
    Muito obrigado.
  • 17:09 - 17:13
    (Aplausos)
  • 17:13 - 17:15
    (Audiência: Eu queria perguntar, quando nós usamos o cinto
  • 17:15 - 17:18
    não é só para evitar perdermos a vida,
  • 17:18 - 17:20
    mas também para a evitar ferimentos sérios.
  • 17:20 - 17:24
    Os seus dados examinam mortes. Eles não abordam ferimentos sérios.
  • 17:24 - 17:26
    Existem dados que mostrem que as cadeirinhas
  • 17:26 - 17:29
    são menos eficientes, ou tão eficientes como os cintos
  • 17:29 - 17:31
    para ferimentos sérios? Se houver, o seu argumento estaria provado.
  • 17:31 - 17:34
    Boa pergunta. Nos meus dados, e num outro conjunto de dados
  • 17:34 - 17:37
    que eu pesquisei nos acidentes de Nova Jersey,
  • 17:37 - 17:41
    eu vi diferenças muito pequenas nos ferimentos.
  • 17:41 - 17:43
    Nesses dados, a diferença estatística é insignificante
  • 17:43 - 17:47
    entre cadeirinhas e cintos de três pontas para os ferimentos.
  • 17:47 - 17:48
    Nos dados de Nova Jersey, que são diferentes
  • 17:48 - 17:51
    porque contam não só os acidentes fatais,
  • 17:51 - 17:53
    mas todos os acidentes registrados em Nova Jersey,
  • 17:53 - 17:56
    há uma diferença de 10% nos ferimentos,
  • 17:56 - 17:58
    mas não são ferimentos sérios.
  • 17:58 - 18:00
    Agora, o que é interessante, eu devo esclarecer que
  • 18:00 - 18:05
    há literatura médica que é difícil de definir com esses outros dados
  • 18:05 - 18:09
    sugerindo que as cadeirinhas são muito melhores.
  • 18:09 - 18:11
    E eles usam uma metodologia completamente diferente --
  • 18:11 - 18:14
    após cada acidente, eles obtém das companhias de seguros
  • 18:14 - 18:16
    os nomes das pessoas que estavam no acidente,
  • 18:16 - 18:17
    e eles ligam para essas pessoas
  • 18:17 - 18:18
    e perguntam o que aconteceu.
  • 18:18 - 18:21
    E aí eu não consigo definir, por enquanto,
  • 18:21 - 18:23
    e eu gostaria de trabalhar com esses pesquisadores médicos
  • 18:23 - 18:26
    para tentar entender como pode haver essas diferenças
  • 18:26 - 18:29
    que são complementamente díspares.
  • 18:29 - 18:32
    Essa é obviamente uma questão crítica.
  • 18:32 - 18:35
    A pergunta é -- há suficientes ferimentos sérios
  • 18:35 - 18:38
    para compensar os custos atuais? É complicado.
  • 18:38 - 18:40
    Mesmo que eles estejam certos, ainda não está claro
  • 18:40 - 18:41
    que elas sejam custo eficientes.
Title:
Steven Levitt fala sobre cadeiras de criança para carros
Speaker:
Steven Levitt
Description:

Steven Levitt compartilha dados que mostram que cadeiras de segurança não são mais eficazes que cintos de segurança na proteção de crianças em acidentes automotivos fatais. No final da palestra, no entanto, ele faz um alerta crucial.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:41
Volney Faustini added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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