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A ciência do "smog"— Kim Preshoff

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    No dia 2 de julho de 1943,
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    Los Angeles ficou coberta
    por um espesso gás
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    que picava os olhos das pessoas
    e bloqueava a luz do Sol.
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    Os habitantes em pânico pensaram
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    que a cidade tinha sido atacada
    com armas químicas.
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    Mas a nuvem não era um ato de guerra.
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    Era "smog".
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    A palavra "smog", uma abreviatura
    das palavras fumo e nevoeiro,
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    foi criada no início do século XX
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    para descrever a espessa
    neblina cinzenta que cobriu cidades,
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    como Londres, Glasgow
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    e Edimburgo.
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    Sabia-se que este "smog" industrial
    se formava
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    quando o fumo dos fogões caseiros
    e das fábricas, alimentadas a carvão,
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    se misturava com a humidade do ar.
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    Mas o "smog" que motivou
    o pânico de Los Angeles era diferente.
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    Era amarelado, com um cheiro químico.
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    Como a cidade não queimava muito carvão,
    a causa dele ia-se manter um mistério
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    até que um cientista
    chamado Arie Haagen Smit
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    identificou os dois culpados:
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    os compostos orgânicos voláteis, os COV
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    e os óxidos de azoto.
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    Os COV são compostos
    que se volatilizam facilmente
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    e muitos deles contêm elementos,
    como o carbono,
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    o oxigénio, o hidrogénio,
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    o cloro e o enxofre.
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    Alguns são produzidos
    naturalmente por plantas e animais,
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    mas outros provêm de fontes
    produzidas pelos homens,
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    como os solventes,
    as tintas para pintura,
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    as colas e o petróleo.
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    Entretanto, a combustão incompleta
    da gasolina nos motores de combustão
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    liberta óxido de azoto.
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    É o que dá a este tipo de "smog"
    a sua cor amarelada.
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    Os COV e o óxido de azoto
    reagem com a luz do Sol
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    produzindo poluentes secundários,
    chamados PAN
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    e troposféricos
    ou ozono de baixa altitude.
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    Os PAN e o ozono provocam
    irritação nos olhos
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    e danificam o tecido dos pulmões.
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    São ambos os ingredientes chave
    no "smog" fotoquímico
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    que era o que importunava Los Angeles:
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    Porque é que o "smog" afeta
    algumas cidades e outras não?
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    O "smog", tanto industrial
    como fotoquímico,
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    combina a poluição feita pelo homem
    com o clima e a geografia locais.
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    A alta humidade de Londres tornava-a
    um local ideal para o "smog" industrial.
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    O "smog" fotoquímico é mais forte
    em áreas urbanas com ventos calmos
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    e um tempo cheio de sol,
    seco e quente.
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    A radiação ultravioleta da luz do sol
    fornece a energia necessária
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    para quebrar as moléculas
    que contribuem para a formação do "smog".
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    As cidades rodeadas por montanhas,
    como Los Angeles,
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    ou que se situam numa bacia, como Pequim,
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    também são especialmente
    vulneráveis ao "smog",
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    visto não haver espaço
    para este se dissipar.
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    Também se deve, em parte, a um fenómeno
    conhecido por "Inversão de Temperatura",
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    em que, em vez de o ar quente
    estar sempre a subir,
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    há uma camada de ar muito poluído
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    que se mantém presa
    perto da superfície da Terra,
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    por uma camada ligeiramente
    mais quente, por cima dela.
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    O "smog" não é apenas
    um incómodo estético para os olhos.
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    Ambas as formas de "smog"
    irritam os olhos, o nariz e a garganta,
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    exacerbam deficiências
    como a asma e o enfisema
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    e aumentam o risco de infeções
    respiratórias, como a bronquite.
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    O "smog" pode ser muito prejudicial
    para crianças pequenas e pessoas idosas
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    e as grávidas podem dar à luz
    recém-nascidos com baixo peso
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    e possivelmente com defeitos à nascença.
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    Os poluentes secundários
    encontrados no "smog" fotoquímico
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    podem danificar e enfraquecer
    searas e reduzir as colheitas,
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    tornando-as mais suscetíveis a insetos.
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    Contudo, durante décadas,
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    o "smog" foi considerado
    o preço inevitável da civilização.
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    Os londrinos já se tinham habituado
    àquele famoso nevoeiro espesso
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    que invadia as ruas desde 1952,
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    quando o Grande Smog de Londres
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    fez parar todos os transportes
    da cidade, durante dias
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    e provocou mais de 4000
    mortes respiratórias.
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    Em consequência disso,
    a Lei do Ar Limpo, de 1956,
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    proibiu a queima do carvão
    em determinadas áreas da cidade,
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    o que motivou uma enorme
    redução do "smog".
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    Do mesmo modo, regulamentações
    sobre emissões dos veículos
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    e o conteúdo em gás, nos EUA,
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    reduziram os compostos voláteis no ar
    e, ao mesmo tempo, os níveis do "smog".
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    O "smog" continua a ser
    um grande problema em todo o mundo.
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    Países como a China e a Polónia,
    que dependem do carvão como energia,
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    apresentam altos níveis
    de "smog" industrial.
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    O "smog" fotoquímico e as partículas
    das emissões dos veículos no ar
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    afetam muito rapidamente
    as cidades em crescimento,
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    desde a cidade do México e Santiago
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    a Nova Deli e Teerão.
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    Os governos têm tentado
    diversos métodos para resolver isso,
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    tais como a proibição de os veículos
    circularem durante determinados dias.
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    À medida que metade da população
    mundial se concentra nas cidades,
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    pensar em fomentar o trânsito de massas
    e abandonar os combustíveis fósseis
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    pode permitir-nos respirar melhor.
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    [TED-Ed ajuda os professores
    a influenciar a vida de mais estudantes.]
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    Kim Preshoff é professora do secundário
    em Buffalo, Nova Iorque.
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    Nos seus primeiros 30 anos de professora,
    Kim deu aulas a cerca de 6000 alunos
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    Há uns anos, Kim, que continua
    a ser professora,
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    começou a fazer as suas lições em TED-Ed.
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    Essas lições eram sólidas
    e este é o 5.º vídeo na plataforma TED-Ed.
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    Em dois anos, os vídeos de Preshoff
    foram vistos por estudantes
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    mais de 1500 milhões de vezes.
  • 5:20 - 5:23
    Gostaríamos que transmitissem
    o vosso apreço a Kim
  • 5:23 - 5:27
    e, se quiserem ajudar-nos a amplificar
    o impacto de mais professores como Kim,
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Title:
A ciência do "smog"— Kim Preshoff
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Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-science-of-smog-kim-preshoff

No dia 2 de julho de 1943, Los Angeles ficou coberta por um espesso gás que picava os olhos das pessoas e bloqueava a luz do Sol. Os habitantes em pânico pensaram que a cidade tinha sido atacada com uma guerra química. Mas a nuvem não era um ato de guerra. Era "smog". Então, de que é feito esta espessa neblina cinzenta? Porque é que afeta algumas cidades e outras não? Kim Preshoff explica a ciência por detrás do "smog".

Lição de Kim Preshoff, animação de Juan M. Urbina Studios.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:44

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