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Kara Walker & Jason Moran: Sending Out A Signal | Art21 "Extended Play"

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    Kara Walker & Jason Moran:
    [Enviando um Sinal]
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    [Calíope de metal
    toca à distância]
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    [Kara Walker]
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    [Lendo]
    "Escravos Africanos."
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    "Na década de 1720, em uma terra
    agora erodida pelo rio,
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    ficava o quartel onde os escravos
    da região do Senegal-Gambia
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    eram mantidos antes de serem
    transportados pelo rio
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    para os leilões
    de escravos.
  • 0:46 - 0:50
    O bairro Algiers Point era sede
    do matadouro e paiol de pólvora
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    de Nova Orleans."
  • 0:55 - 0:57
    Isso me fez pensar sobre
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    a ausência de representação dos memoriais
    sobre a instituição escravista na América.
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    [Calíope de metal continua]
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    [Jason Moran]
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    Essa é afiada.
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    Ok, deixe-me pegar
    minhas luvas.
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    Fui em Nova Orleans,
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    e fomos para
    Algiers Point.
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    [Algiers Point, Nova Orleans]
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    Tinha uma música
    maluca tocando
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    e eu achei que vinha
    da igreja
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    ou algo assim.
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    E eu estava, tipo assim...
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    "O que é isso?"
  • 2:10 - 2:13
    Era como se estivesse no ar, mas eu
    não conseguia encontrar...
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    Era carnavalesco,
    mas eu não conseguia definir.
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    Então eu pesquisei.
  • 2:18 - 2:19
    Certo.
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    E descobri que era um calíope de metal
    no barco Natchez.
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    Meu calíope é o
    "Katastwóf Karavan."
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    Ouvindo em
    Algiers Point,
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    ouvindo o calíope
    no Natchez,
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    o que ouvia nas músicas
    que eles escolheram?
  • 2:43 - 2:44
    Eram músicas felizes.
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    Ouvindo,
    não entendia as notas,
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    mas acho que eram antigas,
    dos bons tempos.
  • 2:51 - 2:52
    Certo.
  • 2:52 - 2:55
    Elas têm um código que faz
    as pessoas se sentirem de um jeito.
  • 2:55 - 2:57
    É como uma senha
    ou algo do tipo.
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    Aquela melancolia que sulistas brancos
    ligariam a escravidão
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    ou tempos que
    já passaram.
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    Uma melancolia, não apenas
    pelo controle ou poder
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    mas para intimidade.
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    Uou.
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    A intimidade que tinham
    com os corpos dos escravos.
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    Mente, corpo, alma.
  • 3:23 - 3:25
    E algo assim
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    é tão repugnante que
    mal dá pra dizer.
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    É o que essas músicas
    fazem comigo.
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    Estou pensando sobre
    como você também fala
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    sobre o industrial,
    como a escravidão funciona.
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    é uma indústria, criando máquinas
    mesmo sendo corpos.
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    É.
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    [Oficina de criação artística,
    Kingston, NY]
  • 4:01 - 4:05
    Eu queria criar
    um espaço paradoxal
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    onde a ingenuidade
    da fabricação americana,
  • 4:10 - 4:13
    a mesma genialidade
    que criou a escravidão,
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    poderia se tornar
    os mecanismos pelos quais
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    as vozes reprimidas
    reemergerem para sempre.
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    É um momento de verdade,
    não é?
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    Ai meu Deus!
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    Tudo estava fora da minha
    zona de conforto.
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    Cada pequeno elemento, exceto, de
    certa forma, o enquadramento do calíope,
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    porque era o gancho visual,
    de certo modo.
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    É bastante substancial.
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    Precisa ser ativo, algo vital,
    não apenas um monstro estacionário,
  • 4:55 - 5:00
    porque isso derrotaria o propósito
    de um monumento em movimento.
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    Deixe-me ver se eu tenho...
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    [Som da calíope de metal tocando
    no telefone]
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    Esse é o Jason tocando?
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    Jason está abusando, sim.
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    Jason estava
    apavorado.
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    porque é claro que ele atinge a nota
    e sai tipo...
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    [Grito agudo]
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    E ele está acostumado a apenas atingir a
    nota e algo razoável acontece.
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    [Todos riem]
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    Essa foi a primeira vez que
    vi o calíope.
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    É a primeira vez que o vemos
    em seu vagão.
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    Estava ansioso para conhecer
    o instrumento
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    porque só pude ouvi-lo uma vez na vida.
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    E nunca esqueci o que o som
    faz nosso corpo sentir.
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    É inquietante, mesmo que
    esteja tocando a música mais tranquila.
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    O calíope também parece alguém assobiando.
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    Sim.
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    Então parece tipo...
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    [Assobia uma melodia]
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    Muito bom!
    [Risos]
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    Tipo, se alguém assobiasse
    dessa forma.
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    Porque é dessa maneira que a música é
    usada por pessoas cativas.
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    Essa convocação,
    esse envio de sinal.
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    Envia um sinal,
    seja um sinal de angústia,
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    ou um sinal para vir,
    tipo, "vamos celebrar juntos".
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    [Trienal Prospect.4,
    fim de semana de encerramento]
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    [Calíope de metal toca]
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    Aqui seria o momento em que você
    traria algo para honrar os ancestrais
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    de uma forma que não estávamos certos
    de que conseguiríamos alcançar.
  • 6:46 - 6:47
    Exato.
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    Foi esse meu sentimento
    indo para Algiers com isso.
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    [Calíope de metal toca]
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    Como um objeto estacionário,
    sempre precisa ser ativado.
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    Quando você tem monumentos ou
    coisas comemorativas que apenas existem,
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    eles sentam lá e então desaparecem.
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    Os monumentos
    confederados
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    que estiveram por aí já
    centenas de anos
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    comemorando, por exemplo,
    Robert E. Lee
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    há algo estranho que acontece onde
    apenas senta ali
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    e torna-se uma presença
    não reconhecida.
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    E há algo sobre isso, também,
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    em que sinto que o calíope precisa
    estar em um lugar,
  • 7:40 - 7:41
    mas não ser esquecido.
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    Eu não sinto que é destinado
    para um local específico.
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    O que é único em Algiers
    é que era esse o ponto
  • 7:52 - 7:57
    para os africanos que chegaram
    para ser escravizados.
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    Existem muitos lugares assim
    na América
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    e eu acho que é válido
    explorar esses lugares.
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    O objeto da calíope é bem pequeno
    até que você o toque,
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    mas eu estava imaginando como seria
    tocá-lo no Mississippi.
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    Eu acho que nunca senti
    tanta pressão
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    e também era o responsável
    por liberar a pressão
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    a cada nota que eu ia tocar.
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    [Calíope de metal tocando]
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    Mas quando você tocava,
    toda a ansiedade,
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    e o medo,
    e a dor,
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    o sentimento ia embora,
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    porque havia algo parecido com a voz
    nesses tubos.
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    E você fez isso chorar.
  • 8:42 - 8:43
    Certo.
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    E é como se você sentisse
    isso passando por você.
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    [Calíope de metal tocando]
Title:
Kara Walker & Jason Moran: Sending Out A Signal | Art21 "Extended Play"
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Extended Play" series
Duration:
09:23

Portuguese, Brazilian subtitles

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