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Amar, em qualquer situação

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    "Mesmo em termos puramente não-religiosos,
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    "a homossexualidade representa
    um mau uso da faculdade sexual.
  • 0:11 - 0:15
    "É um patético e pequeno substituto de
    segunda categoria para a realidade –
  • 0:15 - 0:18
    "um voo lamentável da vida.
  • 0:18 - 0:22
    "Como tal, não merece compaixão,
  • 0:22 - 0:24
    "não merece tratamento
  • 0:24 - 0:27
    "como martírio de minoria,
  • 0:27 - 0:34
    "e não merece ser considerado algo mais
    do que uma doença perniciosa."
  • 0:34 - 0:39
    Isto é da revista Time, em 1966,
    quando eu tinha três anos.
  • 0:39 - 0:43
    E no ano passado, o Presidente dos Estados Unidos
  • 0:43 - 0:45
    saiu em favor do casamento homossexual.
  • 0:45 - 0:53
    (Aplausos)
  • 0:53 - 0:58
    E a minha pergunta é:
    Como chegámos de lá até aqui?
  • 0:58 - 1:03
    Como é que uma doença se tornou uma identidade?
  • 1:03 - 1:06
    Quando eu tinha talvez seis anos de idade,
  • 1:06 - 1:09
    fui a uma sapataria com
    a minha mãe e o meu irmão.
  • 1:09 - 1:11
    E no final da compra dos nossos sapatos,
  • 1:11 - 1:15
    o vendedor disse-nos que cada um de nós
    poderia levar um balão para casa.
  • 1:15 - 1:21
    O meu irmão queria um balão vermelho
    e eu queria um balão cor-de-rosa.
  • 1:21 - 1:26
    A minha mãe disse que pensava que eu
    preferiria antes ter um balão azul.
  • 1:26 - 1:29
    Mas eu disse que queria definitivamente
    o cor-de-rosa.
  • 1:29 - 1:34
    E ela lembrou-me de que
    a minha cor preferida era o azul.
  • 1:34 - 1:39
    O facto de que agora a minha cor preferida é o azul
    mas eu ainda sou gay
  • 1:39 - 1:42
    – (Risos) –
  • 1:42 - 1:47
    é prova da influência da minha mãe
    e dos seus limites.
  • 1:47 - 1:49
    (Risos)
  • 1:49 - 1:56
    (Aplausos)
  • 1:56 - 1:58
    Quando eu era pequeno,
    a minha mãe costumava dizer:
  • 1:58 - 2:03
    "O amor que se tem pelos filhos é diferente
    de qualquer outro sentimento no mundo.
  • 2:03 - 2:06
    "E até se ter filhos, não se sabe como é."
  • 2:06 - 2:09
    E quando era pequeno, eu tomava isto
    como o melhor elogio do mundo
  • 2:09 - 2:12
    que ela diria sobre ser a minha mãe e do meu irmão.
  • 2:12 - 2:15
    E enquanto adolescente, pensei
  • 2:15 - 2:18
    que, sendo gay, provavelmente
    não poderia ter uma família.
  • 2:18 - 2:20
    E, quando ela dizia aquilo, sentia-me ansioso.
  • 2:20 - 2:22
    E depois de ter "saído do armário",
  • 2:22 - 2:25
    quando ela continuou a dizê-lo,
    sentia-me furioso.
  • 2:25 - 2:29
    Disse-lhe: "Sou gay. Essa não é a direcção
    para a qual estou voltado.
  • 2:29 - 2:32
    "E quero que pares de dizer isso."
  • 2:35 - 2:40
    Há cerca de 20 anos, fui convidado pelo meus editores
    da revista The New York Times
  • 2:40 - 2:43
    a escrever um artigo sobre a cultura surda.
  • 2:43 - 2:44
    E fiquei bastante surpreendido.
  • 2:44 - 2:47
    Eu tinha pensado na surdez
    inteiramente como uma doença.
  • 2:47 - 2:48
    Aquelas pobres pessoas que não conseguem ouvir.
  • 2:48 - 2:51
    Faltava-lhes audição,
    o que poderíamos fazer por elas?
  • 2:51 - 2:53
    E então eu fui conhecer o mundo surdo.
  • 2:53 - 2:56
    Fui a clubes de surdos.
  • 2:56 - 2:59
    Vi apresentações de teatro de surdos
    e de poesia de surdos.
  • 2:59 - 3:06
    Eu até fui ver o concurso de Miss América Surda
    em Nashville, no Tennessee,
  • 3:06 - 3:10
    onde as pessoas reclamaram
    da linguagem gestual do sul.
  • 3:10 - 3:14
    (Risos)
  • 3:14 - 3:18
    E quanto mais fundo mergulhava no mundo surdo,
  • 3:18 - 3:21
    mais me convencia de que a surdez era uma cultura
  • 3:21 - 3:23
    e que, quando as pessoas do mundo surdo
    diziam que:
  • 3:23 - 3:26
    "Não temos falta de audição,
    somos membros de uma cultura",
  • 3:26 - 3:29
    estavam a dizer algo que era viável.
  • 3:29 - 3:31
    Não era a minha cultura
  • 3:31 - 3:33
    e eu não me queria especialmente apressar
    a fazer parte dela,
  • 3:33 - 3:36
    mas pude apreciar que era uma cultura
  • 3:36 - 3:38
    e que, para as pessoas que eram membros dela,
  • 3:38 - 3:44
    era tão valiosa como a cultura latina
    ou a cultura gay ou a cultura judaica.
  • 3:44 - 3:49
    Parecia-me talvez mesmo tão válida
    como a cultura norte-americana.
  • 3:49 - 3:53
    Depois, uma amiga de um amigo meu
    teve uma filha que era anã.
  • 3:53 - 3:54
    Quando a sua filha nasceu,
  • 3:54 - 3:57
    ela de repente deparou-se com as questões
  • 3:57 - 4:00
    que agora me começavam a parecer
    bastante importantes.
  • 4:00 - 4:03
    Ela estava a enfrentar a questão de
    o que fazer com esta criança.
  • 4:03 - 4:07
    Deveria ela dizer: "És exactamente como os outros,
    mas um pouco mais baixa"?
  • 4:07 - 4:10
    Ou deveria ela tentar construir algum tipo
    de identidade anã,
  • 4:10 - 4:13
    envolver-se na organização
    Pessoas Pequenas da América,
  • 4:13 - 4:15
    tornar-se consciente do que estava a acontecer
    com os anões?
  • 4:15 - 4:17
    E de repente pensei:
  • 4:17 - 4:19
    a maioria das crianças surdas
    são filhas de pais com audição.
  • 4:19 - 4:22
    Esses pais com audição tendem a tentar curá-las.
  • 4:22 - 4:26
    De alguma forma, essas pessoas surdas
    descobrem a comunidade na adolescência.
  • 4:26 - 4:29
    A maioria das pessoas gays
    são filhas de pais heterossexuais.
  • 4:29 - 4:31
    Esses pais heterossexuais muitas vezes
    desejam que elas funcionem
  • 4:31 - 4:33
    dentro do que eles consideram como
    a corrente principal no mundo,
  • 4:33 - 4:37
    e essas pessoas gays têm de descobrir
    a sua identidade mais tarde.
  • 4:37 - 4:38
    E aqui estava esta minha amiga
  • 4:38 - 4:42
    a deparar-se com estas questões de identidade
    da filha anã.
  • 4:42 - 4:44
    E eu pensei... aí está novamente:
  • 4:44 - 4:46
    uma família que se considera normal
  • 4:46 - 4:49
    com uma criança que parece ser extraordinária.
  • 4:49 - 4:53
    E surgiu-me a ideia de que há realmente
    dois tipos de identidade.
  • 4:53 - 4:55
    Há identidades verticais,
  • 4:55 - 4:58
    que são passadas hereditariamente de pais para filhos.
  • 4:58 - 5:04
    Estas são coisas como etnicidade, frequentemente
    nacionalidade, língua, muitas vezes religião.
  • 5:04 - 5:08
    São coisas que vocês têm em comum com
    os vossos pais e com os vossos filhos.
  • 5:08 - 5:10
    E embora algumas delas possam ser difíceis,
  • 5:10 - 5:12
    não há qualquer tentativa para as curar.
  • 5:12 - 5:16
    Poderão argumentar que é mais difícil
    nos Estados Unidos da América
  • 5:16 - 5:18
    – não obstante o nosso actual presidente –
  • 5:18 - 5:20
    ser uma pessoa de cor.
  • 5:20 - 5:22
    E, contudo, não temos ninguém a tentar garantir
  • 5:22 - 5:26
    que a próxima geração de filhos
    de afro-americanos e asiáticos
  • 5:26 - 5:30
    saia com pele clara e cabelo loiro.
  • 5:30 - 5:34
    Existem também outras identidades que
    temos de aprender com os nossos pares.
  • 5:34 - 5:36
    E eu chamo-lhes identidades horizontais,
  • 5:36 - 5:39
    porque o grupo de pares é a experiência horizontal.
  • 5:39 - 5:42
    Estas são identidades que são alheias
    aos nossos pais
  • 5:42 - 5:46
    e que temos de descobrir
    quando começamos a vê-las nos pares.
  • 5:46 - 5:49
    E essas identidades, essas identidades horizontais,
  • 5:49 - 5:53
    as pessoas quase sempre tentaram curar.
  • 5:53 - 5:55
    E eu queria olhar para o processo
  • 5:55 - 5:58
    através do qual as pessoas que têm essas identidades
  • 5:58 - 6:00
    chegam a um bom relacionamento com elas.
  • 6:00 - 6:05
    Parecia-me que existiam três níveis de aceitação
  • 6:05 - 6:06
    que precisavam de acontecer.
  • 6:06 - 6:12
    Há a auto-aceitação, a aceitação familiar
    e a aceitação social.
  • 6:12 - 6:13
    E elas nem sempre coincidem.
  • 6:13 - 6:18
    E, muitas vezes, as pessoas que estão nesse caso
    são pessoas zangadas
  • 6:18 - 6:21
    porque se sentem como se os seus pais
    não as amassem,
  • 6:21 - 6:25
    quando o que realmente acontece é que
    os seus pais não as aceitam.
  • 6:25 - 6:28
    O amor é algo que idealmente existe
    incondicionalmente
  • 6:28 - 6:31
    em qualquer relação entre um pai e um filho.
  • 6:31 - 6:34
    Mas a aceitação é algo que leva tempo.
  • 6:34 - 6:37
    Leva sempre tempo.
  • 6:37 - 6:42
    Um dos anões que conheci foi um indivíduo
    chamado Clinton Brown.
  • 6:42 - 6:45
    Quando ele nasceu, foi diagnosticado com
    nanismo diastrófico,
  • 6:45 - 6:47
    uma doença muito incapacitante,
  • 6:47 - 6:50
    e aos seus pais foi dito que ele nunca andaria,
    nunca falaria,
  • 6:50 - 6:52
    não teria nenhuma capacidade intelectual,
  • 6:52 - 6:55
    e provavelmente nem os iria reconhecer.
  • 6:55 - 6:58
    Foi-lhes sugerido que o deixassem no hospital
  • 6:58 - 7:00
    para que ele lá pudesse morrer tranquilamente.
  • 7:00 - 7:02
    A sua mãe disse que não o iria fazer.
  • 7:02 - 7:04
    E levou o filho para casa.
  • 7:04 - 7:08
    E mesmo não tendo grandes vantagens
    financeiras ou educativas,
  • 7:08 - 7:10
    a mãe encontrou o melhor médico do país
  • 7:10 - 7:12
    para lidar com nanismo diastrófico,
  • 7:12 - 7:14
    e fez com que ele se tornasse
    o médico de Clinton.
  • 7:14 - 7:16
    No decorrer da sua infância,
  • 7:16 - 7:19
    Clinton submeteu-se a 30 importantes
    procedimentos cirúrgicos.
  • 7:19 - 7:22
    Ele passou todo esse tempo preso no hospital
  • 7:22 - 7:23
    enquanto esses procedimentos aconteciam,
  • 7:23 - 7:26
    e, como resultado, ele pode agora andar.
  • 7:26 - 7:30
    E enquanto ele esteve no hospital, houve tutores
    a ajudá-lo com os trabalhos escolares.
  • 7:30 - 7:33
    E ele trabalhou intensamente
    porque não havia mais nada para fazer.
  • 7:33 - 7:35
    E acabou alcançando um nível
  • 7:35 - 7:38
    que nunca antes tinha sido atingido
    por um membro da sua família.
  • 7:38 - 7:41
    Na verdade, ele foi o primeiro na sua família
    a ir para a faculdade,
  • 7:41 - 7:45
    onde viveu no campus e conduzia um carro
    especialmente equipado
  • 7:45 - 7:48
    para acomodar o seu corpo especial.
  • 7:48 - 7:51
    E a mãe contou-me esta história de quando um dia,
    ao voltar para casa
  • 7:51 - 7:52
    – ele frequentava uma faculdade perto –
  • 7:52 - 7:55
    "Eu vi o carro dele, que se consegue sempre reconhecer,
  • 7:55 - 8:00
    "no estacionamento de um bar"— disse ela. (Risos)
  • 8:00 - 8:04
    "E pensei para comigo mesma:
    eles têm 1,80 m de altura, ele tem 91 centímetros.
  • 8:04 - 8:07
    "Duas cervejas para eles é como
    quatro cervejas para ele.
  • 8:07 - 8:09
    "Eu sabia que não poderia lá ir e interrompê-lo,
  • 8:09 - 8:14
    "mas fui para casa e deixei-lhe oito mensagens
    no telemóvel.
  • 8:14 - 8:15
    "E então, pensei...
  • 8:15 - 8:17
    "Se alguém me dissesse quando ele nasceu
  • 8:17 - 8:23
    "que a minha preocupação futura seria que ele iria beber e conduzir com os seus amigos de faculdade..."
  • 8:23 - 8:32
    (Aplausos)
  • 8:32 - 8:34
    E eu perguntei-lhe: "O que pensa ter feito
  • 8:34 - 8:38
    "que o ajudou a emergir como esta pessoa
    encantadora, talentosa, maravilhosa?"
  • 8:38 - 8:43
    E ela respondeu: "O que eu fiz? Amei-o, foi tudo.
  • 8:43 - 8:46
    "Clinton sempre teve aquela luz nele.
  • 8:46 - 8:52
    "E eu e o pai dele tivemos a sorte de sermos
    os primeiros a reconhecê-la."
  • 8:52 - 8:55
    Vou citar outra revista dos anos 60.
  • 8:55 - 9:01
    Esta é de 1968 – The Atlantic Monthly,
    voz da América liberal –
  • 9:01 - 9:04
    escrita por um importante bioeticista,
  • 9:04 - 9:08
    que escreveu: "Não há nenhuma razão
    para se sentir culpado
  • 9:08 - 9:11
    "por pôr de parte uma criança
    com síndrome de Down,
  • 9:11 - 9:16
    "quer isso signifique escondê-la num sanatório
  • 9:16 - 9:20
    "ou quer tenha um sentido mais responsável, letal.
  • 9:20 - 9:25
    "É triste, sim – terrível. Mas não carrega culpa.
  • 9:25 - 9:29
    "A verdadeira culpa decorre apenas
    de uma ofensa contra uma pessoa,
  • 9:29 - 9:34
    "e alguém com síndrome de Down
    não é uma pessoa."
  • 9:34 - 9:37
    Muita tinta tem corrido, dado o enorme progresso
    que fizemos,
  • 9:37 - 9:40
    no tratamento de pessoas homossexuais.
  • 9:40 - 9:44
    O facto de que a nossa atitude mudou
    está nas manchetes diárias.
  • 9:44 - 9:48
    Mas esquecemo-nos de como costumávamos ver
    pessoas que tinham outras diferenças,
  • 9:48 - 9:50
    como costumávamos ver as pessoas
    que eram incapacitadas,
  • 9:50 - 9:53
    o quão desumanas considerávamos
    que essas pessoas eram.
  • 9:53 - 9:55
    E a mudança que tem sido alcançada aí,
  • 9:55 - 9:57
    que é quase igualmente radical,
  • 9:57 - 10:00
    é uma a que não prestamos muita atenção.
  • 10:00 - 10:04
    Uns dos pais que entrevistei, Tom e Karen Robards,
  • 10:04 - 10:08
    foram surpreendidos quando, enquanto jovens
    e bem-sucedidos nova-iorquinos,
  • 10:08 - 10:11
    o seu primeiro filho foi diagnosticado
    com síndrome de Down (SD).
  • 10:11 - 10:15
    Eles acharam que as oportunidades educativas
    para ele não eram o que deveriam ser,
  • 10:15 - 10:19
    e então decidiram construir um pequeno centro
  • 10:19 - 10:23
    – duas salas de aula a que deram início
    com alguns outros pais –
  • 10:23 - 10:25
    para educar crianças com SD.
  • 10:25 - 10:29
    E ao longo dos anos, este centro transformou-se
    em algo chamado o Centro de Cooke,
  • 10:29 - 10:31
    onde há agora milhares e milhares
  • 10:31 - 10:35
    de crianças com problemas cognitivos
    que estão a ser ensinadas.
  • 10:35 - 10:38
    Desde a altura do artigo na Atlantic Monthly,
  • 10:38 - 10:42
    a esperança de vida para as pessoas
    com síndrome de Down triplicou.
  • 10:42 - 10:47
    A experiência de pessoas com síndrome de Down
    inclui alguns que são actores,
  • 10:47 - 10:53
    alguns que são escritores, outros que são capazes de
    viver de forma totalmente independente na idade adulta.
  • 10:53 - 10:55
    Os Robards tiveram muito a ver com isso.
  • 10:55 - 10:57
    E eu perguntei-lhes: "Arrependem-se?
  • 10:57 - 10:59
    "Desejavam que o vosso filho
    não tivesse síndrome de Down?
  • 10:59 - 11:01
    "Gostariam de nunca ter ouvido falar dela?"
  • 11:01 - 11:03
    E, curiosamente, o pai respondeu:
  • 11:03 - 11:06
    "Bem, pelo David, o nosso filho, arrependo-me
  • 11:06 - 11:09
    "porque para o David é um modo difícil
    de estar no mundo,
  • 11:09 - 11:12
    "e eu gostaria de dar ao David uma vida mais fácil.
  • 11:12 - 11:17
    "Mas acho que, se perdêssemos todas as pessoas com
    síndrome de Down, isso seria uma perda catastrófica."
  • 11:17 - 11:21
    E Karen Robards disse-me: "Eu concordo com o Tom.
  • 11:21 - 11:25
    "Pelo David, curá-lo-ia num instante
    para lhe dar uma vida mais fácil.
  • 11:25 - 11:30
    "Mas falando por mim – bem, há 23 anos,
    quando ele nasceu, eu nunca teria acreditado
  • 11:30 - 11:32
    "que poderia chegar a este ponto –
  • 11:32 - 11:36
    "falando por mim, isto tornou-me
    tão melhor e tão mais gentil
  • 11:36 - 11:39
    "e deu tão mais sentido a toda a minha vida
  • 11:39 - 11:46
    "que, falando por mim, eu não desistiria dele
    por nada neste mundo."
  • 11:46 - 11:50
    Vivemos num momento em que a aceitação social
    para estas e muitas outras condições
  • 11:50 - 11:52
    está a aumentar continuamente.
  • 11:52 - 11:54
    No entanto, também vivemos no momento
  • 11:54 - 11:57
    em que a nossa capacidade para eliminar
    essas condições
  • 11:57 - 11:59
    chegou a um nível nunca antes imaginado.
  • 11:59 - 12:02
    Actualmente, a maioria dos bebés que nascem surdos
    nos Estados Unidos da América
  • 12:02 - 12:04
    irá receber implantes cocleares,
  • 12:04 - 12:09
    que são colocados no cérebro e ligados a um receptor,
  • 12:09 - 12:14
    que lhes permite adquirir um fac-símile da audição
    e usar o discurso oral.
  • 12:14 - 12:18
    Um composto que tem sido testado em ratinhos,
    o BMN-111,
  • 12:18 - 12:23
    é útil para impedir a ação do gene da acondroplasia.
  • 12:23 - 12:26
    A acondroplasia é a forma mais comum de nanismo
  • 12:26 - 12:30
    e os ratinhos que receberam essa substância
    e que têm o gene da acondroplasia
  • 12:30 - 12:32
    crescem até ao tamanho normal.
  • 12:32 - 12:35
    Os testes em seres humanos estão iminentes.
  • 12:35 - 12:37
    Existem análises ao sangue
    que estão a fazer progressos
  • 12:37 - 12:42
    a detectar a síndrome de Down na gravidez
    de uma forma mais clara e precoce do que nunca,
  • 12:42 - 12:48
    tornando-se mais fácil para as pessoas
    eliminar essas gravidezes
  • 12:48 - 12:49
    ou interrompê-las.
  • 12:49 - 12:54
    E assim temos o progresso social
    e o progresso médico.
  • 12:54 - 12:55
    E eu acredito em ambos.
  • 12:55 - 12:59
    Creio que o progresso social é fantástico
    e significativo e maravilhoso,
  • 12:59 - 13:03
    e penso o mesmo sobre o progresso médico.
  • 13:03 - 13:07
    Mas acho que é uma tragédia
    quando um deles não vê o outro.
  • 13:07 - 13:09
    E quando vejo a maneira como estão a interagir
  • 13:09 - 13:11
    em condições como as três que acabei de descrever,
  • 13:11 - 13:15
    às vezes penso que é como aqueles momentos
    na ópera
  • 13:15 - 13:17
    quando o herói percebe que ama a heroína
  • 13:17 - 13:22
    no exacto momento em que ela está
    prestes a expirar num divã.
  • 13:22 - 13:25
    (Risos)
  • 13:25 - 13:29
    Temos de pensar em como nos sentimos
    sobre curas em geral.
  • 13:29 - 13:31
    E, muitas vezes, a questão da paternidade é:
  • 13:31 - 13:33
    o que é que aceitamos nos nossos filhos
  • 13:33 - 13:35
    e o que é que queremos curar neles?
  • 13:35 - 13:39
    Jim Sinclair, uma proeminente activista
    pelo autismo, disse:
  • 13:39 - 13:44
    "Quando os pais dizem:
    'Eu queria que o meu filho não fosse autista',
  • 13:44 - 13:49
    "o que eles estão realmente a dizer é:
    'Eu queria que a criança que tenho não existisse
  • 13:49 - 13:53
    "e que eu tivesse um filho diferente,
    não-autista, em vez deste.'
  • 13:53 - 13:58
    "Leiam novamente. É isto que entendemos
    quando vocês choram pela nossa existência.
  • 13:58 - 14:01
    "É isto que ouvimos quando rezam por uma cura –
  • 14:01 - 14:03
    "que o vosso desejo mais carinhoso para nós
  • 14:03 - 14:05
    "é que um dia deixemos de existir
  • 14:05 - 14:11
    "e que, por trás das nossas caras, apareçam
    estranhos para vocês amarem."
  • 14:11 - 14:14
    É um ponto de vista muito extremo
  • 14:14 - 14:18
    mas aponta para a realidade de que as pessoas
    se envolvem com a vida que têm
  • 14:18 - 14:22
    e não querem ser curadas ou alteradas ou eliminadas.
  • 14:22 - 14:26
    Querem ser quem quer que seja que vieram para ser.
  • 14:26 - 14:29
    Uma das famílias que entrevistei para este projecto
  • 14:29 - 14:35
    foi a família de Dylan Klebold, que foi um dos autores
    do massacre de Columbine.
  • 14:35 - 14:37
    Demorou muito tempo a convencê-los a falar comigo,
  • 14:37 - 14:40
    e, quando concordaram, estavam tão cheios
    da sua história
  • 14:40 - 14:42
    que não conseguiam parar de contá-la.
  • 14:42 - 14:44
    E no primeiro fim-de-semana que passei
    com eles – o primeiro de muitos –
  • 14:44 - 14:48
    eu gravei mais de 20 horas de conversa.
  • 14:48 - 14:50
    E na noite de domingo estávamos todos exaustos.
  • 14:50 - 14:53
    Estávamos sentados na cozinha.
    Sue Klebold estava a preparar o jantar.
  • 14:53 - 14:55
    E eu perguntei: "Se o Dylan estivesse aqui agora,
  • 14:55 - 14:58
    "tem alguma ideia do que gostariam de lhe perguntar?"
  • 14:58 - 15:00
    E o pai disse: "Claro que sim.
  • 15:00 - 15:04
    "Gostaria de lhe perguntar que diabo
    pensava ele estar a fazer."
  • 15:04 - 15:08
    Sue olhou para o chão e pensou durante um minuto.
  • 15:08 - 15:10
    Então olhou para cima e disse:
  • 15:10 - 15:14
    "Pedir-lhe-ia que me perdoasse por ser a sua mãe
  • 15:14 - 15:18
    "e nunca saber o que estava a acontecer
    dentro da sua cabeça."
  • 15:18 - 15:21
    Quando eu jantei com ela alguns anos mais tarde
  • 15:21 - 15:23
    – um de muitos jantares que tivemos juntos –
  • 15:23 - 15:27
    ela disse: "Sabes, assim que aquilo aconteceu,
  • 15:27 - 15:30
    "eu costumava desejar nunca ter casado,
    nunca ter tido filhos.
  • 15:30 - 15:34
    "Se eu não tivesse ido para o estado de Ohio
    e não me tivesse cruzado com Tom,
  • 15:34 - 15:38
    "esta criança não teria existido
    e esta coisa terrível não teria acontecido.
  • 15:38 - 15:42
    "Mas tenho vindo a sentir que amo tanto
    os filhos que tive
  • 15:42 - 15:45
    "que não quero imaginar uma vida sem eles.
  • 15:45 - 15:50
    "Reconheço a dor que causaram aos outros,
    para a qual não pode haver nenhum perdão,
  • 15:50 - 15:54
    "mas para a dor que eles me causaram,
    há perdão", disse-me ela.
  • 15:54 - 15:58
    "Por isso, enquanto reconheço que teria sido melhor
    para o mundo
  • 15:58 - 16:00
    "que o Dylan nunca tivesse nascido,
  • 16:00 - 16:06
    "decidi que isso não teria sido o melhor para mim."
  • 16:06 - 16:12
    Pensei como era surpreendente que todas estas famílias tivessem todos estes filhos com todos estes problemas,
  • 16:12 - 16:15
    problemas que eles, na sua maior parte,
    teriam feito qualquer coisa para evitar,
  • 16:15 - 16:19
    e que todos tenham encontrado tanto significado
    naquela experiência de paternidade.
  • 16:19 - 16:22
    E então pensei que todos nós, que temos filhos,
  • 16:22 - 16:25
    amamos os filhos que temos, com os seus defeitos.
  • 16:25 - 16:29
    Se algum anjo glorioso de repente descesse
    pelo tecto da minha sala de estar
  • 16:29 - 16:31
    e se oferecesse para levar as crianças que tenho
  • 16:31 - 16:38
    e dar-me outras, crianças melhores – mais educadas,
    mais engraçadas, mais agradáveis, mais inteligentes –
  • 16:38 - 16:43
    eu iria agarrar-me às crianças que tenho e rezar
    para impedir tal espectáculo atroz.
  • 16:43 - 16:45
    E, no fundo, sinto que
  • 16:45 - 16:49
    da mesma maneira que testamos um pijama
    à prova de fogo numa fogueira
  • 16:49 - 16:53
    para garantir que não pegará fogo quando o nosso filho
    se aproximar muito do fogão aceso,
  • 16:53 - 16:57
    também estas histórias de famílias a gerir
    estas diferenças extremas
  • 16:57 - 17:00
    se reflectem na experiência universal
    da parentalidade,
  • 17:00 - 17:04
    que é sempre – às vezes olhamos para
    os nossos filhos e pensamos:
  • 17:04 - 17:06
    "De onde vieste?"
  • 17:06 - 17:09
    (Risos)
  • 17:09 - 17:14
    Acontece que, enquanto cada uma dessas
    diferenças individuais for isolada –
  • 17:14 - 17:16
    há apenas umas quantas famílias a lidar
    com a esquizofrenia,
  • 17:16 - 17:19
    umas quantas famílias de crianças
    que são transsexuais,
  • 17:19 - 17:21
    umas quantas famílias de prodígios
  • 17:21 - 17:23
    – que também enfrentam desafios semelhantes
    em muitos aspectos –
  • 17:23 - 17:26
    há umas quantas famílias em cada uma
    destas categorias –
  • 17:26 - 17:27
    mas se começarmos a pensar
  • 17:27 - 17:31
    que a experiência de lidar com a diferença
    dentro da própria família
  • 17:31 - 17:33
    é aquilo com que as outras pessoas estão a lidar,
  • 17:33 - 17:37
    então descobrem que é um fenómeno quase universal.
  • 17:37 - 17:41
    Ironicamente, verifica-se que são as nossas diferenças
    e como lidamos com a diferença
  • 17:41 - 17:44
    que nos unem.
  • 17:44 - 17:49
    Eu decidi ter filhos enquanto estava a trabalhar
    neste projecto.
  • 17:49 - 17:52
    E muitas pessoas ficavam surpreendidas
    e perguntavam:
  • 17:52 - 17:54
    "Mas como é que podes decidir ter filhos
  • 17:54 - 17:58
    "enquanto estudas tudo o que pode dar errado?"
  • 17:58 - 18:01
    E eu respondi: "Eu não estou a estudar tudo
    o que pode dar errado.
  • 18:01 - 18:04
    "O que eu estou a estudar é quanto amor
    pode existir,
  • 18:04 - 18:09
    "mesmo quando tudo parece estar a correr mal."
  • 18:09 - 18:15
    Pensei muito sobre a mãe de uma criança deficiente
    que eu tinha visto,
  • 18:15 - 18:19
    uma criança com uma deficiência grave,
    que morreu por negligência médica.
  • 18:19 - 18:21
    E quando as suas cinzas foram enterradas,
    a mãe disse:
  • 18:21 - 18:29
    "Rezo aqui por perdão por ter sido roubada
    duas vezes:
  • 18:29 - 18:35
    "roubaram-me a criança que queria
    e depois roubaram-me o filho que amava."
  • 18:35 - 18:40
    E eu percebi, então, que era possível
    qualquer pessoa amar qualquer criança
  • 18:40 - 18:43
    se tivesse verdadeira vontade de fazê-lo.
  • 18:43 - 18:48
    O meu marido é o pai biológico de dois filhos
  • 18:48 - 18:50
    com algumas amigas lésbicas em Minneapolis.
  • 18:50 - 18:56
    Eu tinha um amiga chegada da faculdade que
    tinha passado por um divórcio e queria ter filhos.
  • 18:56 - 18:58
    E assim, ela e eu temos uma filha,
  • 18:58 - 19:00
    e mãe e filha vivem no Texas.
  • 19:00 - 19:04
    E o meu marido e eu temos um filho
    que mora connosco o tempo todo,
  • 19:04 - 19:06
    do qual eu sou o pai biológico,
  • 19:06 - 19:10
    e a nossa substituta para a gravidez
    foi a Laura,
  • 19:10 - 19:13
    a mãe lésbica de Oliver e Lucy em Minneapolis.
  • 19:13 - 19:22
    (Aplausos)
  • 19:22 - 19:27
    Assim, abreviando, são cinco pais de quatro filhos
    de três Estados.
  • 19:27 - 19:30
    E há pessoas que pensam que a existência
    da minha família
  • 19:30 - 19:35
    de alguma maneira prejudica, enfraquece
    ou danifica a sua família.
  • 19:35 - 19:39
    E há pessoas que pensam que famílias como a minha
  • 19:39 - 19:40
    não deviam ser autorizadas a existir.
  • 19:40 - 19:46
    E eu não aceito modelos subtractivos de amor,
    apenas modelos aditivos.
  • 19:46 - 19:50
    E acredito que tal como precisamos de
    diversidade de espécies
  • 19:50 - 19:52
    para garantir que o planeta possa continuar a existir,
  • 19:52 - 19:56
    também precisamos desta diversidade de
    afecto e diversidade de famílias
  • 19:56 - 20:01
    para reforçar a ecosfera da bondade.
  • 20:01 - 20:03
    No dia após o nascimento do nosso filho,
  • 20:03 - 20:08
    a pediatra entrou no quarto de hospital
    e disse que estava preocupada.
  • 20:08 - 20:11
    Ele não estava a esticar as pernas
    adequadamente.
  • 20:11 - 20:14
    Ela disse que podia significar
    que tinha danos cerebrais.
  • 20:14 - 20:17
    Na medida em que ele as estendia,
    fazia-o de forma assimétrica,
  • 20:17 - 20:21
    o que a levou a pensar que poderia haver
    em acção um tumor de algum tipo.
  • 20:21 - 20:26
    E ele tinha uma cabeça muito grande,
    que ela pensou poder indicar hidrocefalia.
  • 20:26 - 20:27
    E enquanto ela me dizia todas estas coisas,
  • 20:27 - 20:31
    senti o centro do meu ser a derramar-se no chão.
  • 20:31 - 20:34
    E pensei que tinha trabalhado durante tantos anos
  • 20:34 - 20:36
    num livro sobre o significado que as pessoas
    tinham encontrado
  • 20:36 - 20:40
    na experiência de ser pais de crianças
    que são deficientes,
  • 20:40 - 20:44
    e eu não queria juntar-me a esse grupo.
  • 20:44 - 20:46
    Porque o que estava a encarar era
    uma ideia de doença.
  • 20:46 - 20:49
    E como todos os pais desde
    os primórdios dos tempos,
  • 20:49 - 20:52
    queria proteger o meu filho da doença.
  • 20:52 - 20:55
    E também me queria proteger da doença.
  • 20:55 - 20:58
    E ainda assim, devido ao trabalho que tinha realizado,
  • 20:58 - 21:02
    eu sabia que se ele tivesse qualquer das coisas
    que estávamos prestes a testar,
  • 21:02 - 21:05
    essas seriam, em última análise, a sua identidade,
  • 21:05 - 21:09
    e, se fossem a sua identidade, tornam-se-iam
    na minha identidade,
  • 21:09 - 21:13
    e que essa doença iria tomar uma forma
    muito diferente enquanto se desenrolasse.
  • 21:13 - 21:16
    Sujeitámo-lo a uma ressonância magnética,
    depois a uma TAC,
  • 21:16 - 21:20
    levámos esta criança nascida havia poucos dias
    e entregámo-la para uma recolha de sangue arterial.
  • 21:20 - 21:21
    Sentíamo-nos impotentes.
  • 21:21 - 21:23
    E ao fim de cinco horas de espera,
  • 21:23 - 21:25
    disseram-nos que o seu cérebro
    era completamente normal
  • 21:25 - 21:28
    e que ele estava naquele momento
    a estender as pernas correctamente.
  • 21:28 - 21:31
    E quando eu perguntei à pediatra
    o que tinha acontecido,
  • 21:31 - 21:35
    ela disse que provavelmente, de manhã,
    ele tinha tido uma cãibra.
  • 21:35 - 21:39
    (Risos)
  • 21:39 - 21:47
    Mas eu pensei em como a minha mãe estava certa.
  • 21:47 - 21:50
    Pensei que o amor que temos pelos nossos filhos
  • 21:50 - 21:54
    é diferente de qualquer outro sentimento do mundo,
  • 21:54 - 22:00
    e, até termos filhos, não sabemos
    como é esse sentimento.
  • 22:00 - 22:02
    Acho que as crianças me apanharam
  • 22:02 - 22:06
    no momento em que associei
    a paternidade à perda.
  • 22:06 - 22:08
    Mas não tenho a certeza de que
    me teria apercebido disso
  • 22:08 - 22:13
    se não tivesse estado tão envolvido
    neste meu projecto de investigação.
  • 22:13 - 22:16
    Eu tinha encontrado tanto amor estranho
  • 22:16 - 22:20
    e caí muito naturalmente
    nos seus encantadores padrões.
  • 22:20 - 22:27
    E vi como o esplendor pode iluminar até mesmo
    as vulnerabilidades mais abjectas.
  • 22:27 - 22:31
    Durante estes 10 anos,
    eu tinha testemunhado e aprendido
  • 22:31 - 22:34
    a assustadora alegria da responsabilidade
    insuportável,
  • 22:34 - 22:38
    e tinha visto como ela vence tudo o resto.
  • 22:38 - 22:42
    E enquanto, por vezes, eu tinha pensado que os pais
    que eu estava a entrevistar eram tolos,
  • 22:42 - 22:47
    escravizando-se para uma jornada de vida
    com os seus filhos ingratos
  • 22:47 - 22:50
    e tentando criar identidade a partir da miséria,
  • 22:50 - 22:55
    percebi naquele dia que a minha pesquisa
    me tinha construído uma prancha
  • 22:55 - 22:58
    e que eu estava pronto para me juntar a eles
    no seu navio.
  • 22:58 - 23:00
    Obrigado.
  • 23:00 - 23:05
    (Aplausos)
Title:
Amar, em qualquer situação
Speaker:
Andrew Solomon
Description:

Como será criar uma criança que é diferente de nós de uma maneira fundamental (como uma criança-prodígio, deficiente ou um criminoso)? Nesta palestra algo comovente, o escritor Andrew Solomon partilha o que aprendeu ao falar com dezenas de pais, perguntando-lhes: "Qual é a linha que separa o amor incondicional da aceitação incondicional?"

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
23:27
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Love, no matter what
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for Love, no matter what
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Love, no matter what
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Love, no matter what
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Love, no matter what
Rafael Galupa accepted Portuguese subtitles for Love, no matter what
Rafael Galupa edited Portuguese subtitles for Love, no matter what
Rafael Galupa edited Portuguese subtitles for Love, no matter what
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