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Nancy Spero em "Protesto" - 4a Temporada - "Arte no Século 21" | Art21

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    NANCY SPERO: Mesmo que eu tenha mais
    de 500 imagens em minha arte para escolher
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    até agora, no entanto, tenho o que vocês
    chamam de "estrelas".
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    Como as estrelas de Hollywood que aparecem
    e reaparecem em papéis diferentes.
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    Certamente, os egípcios antigos,
    os músicos, são estrelas.
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    E criei um design como muitas imagens
    desses egípcios antigos
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    para esta estação de metrô
    aqui na cidade de Nova Iorque.
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    Veja um continuum, uma procissão.
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    Essa procissão é meio formalizada
    e como uma dança.
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    Digamos que poderia ser para uma ópera.
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    Afinal, esse é o Lincoln Center.
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    Gostaria de pensar que tenho todas
    as camadas conceituais da arte,
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    que é fácil de ler.
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    Mas por outro lado, espero que seja
    mais complicado.
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    E não é apenas
    uma leitura fácil e fim.
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    Viu, eu tenho muitas coisas.
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    Esse é de cerca...
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    de muitos anos atrás e
    de muitas pessoas diferentes imprimindo.
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    Talvez a minha arte pode ser um protesto.
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    Não sei se protestando contra o mundo
    ou algo assim, mas estou protestando.
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    E como uma artista...
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    Sou privilegiada de criar as coisas
    do jeito que acho que deveriam ser,
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    por que isso transmite
    minha mensagem para o mundo.
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    Tenho interesse em mensagens.
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    E se as pessoas querem se inspirar
    com isso, fico feliz é claro.
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    Sem dúvida as Pinturas de Guerra são um
    protesto porque foi feito com indignação.
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    Os EUA se envolveu no Vietnã
    e lembro durante aquele tempo,
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    ler nos jornais e me lembro dessa
    imagem horrível
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    de uma mulher fugindo de sua casa
    que foi incendiada pelos helicópteros
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    Pensei nas vítimas no Vietnã
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    e o que eles pensariam
    dessas máquinas de guerra.
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    E aquilo estava mexendo comigo,
    então comecei a pintar a série War.
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    Mas senti que o símbolo
    da Guerra do Vietnã era o helicóptero,
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    e esse se tornou meu assunto principal.
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    Acredito que o lado politico
    veio pela parceria com Leon Golub.
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    Meu marido, meu companheiro de 51 anos,
    recentemente faleceu.
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    Leon sempre teve algo
    de político em sua arte,
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    evidente ou não.
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    E acredito que esse aspecto
    de seu pensamento me influenciou muito.
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    Essa troca de ideias e debates.
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    Eu acho que a pintura de Leon
    é muito feia,
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    o que a torna muito bonita.
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    Mas a parte principal
    é o poder e a ação nelas.
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    Foi muito difícil competir
    com alguém que era assim,
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    que não só fez grande
    pinturas e fantásticas,
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    mas que realmente
    era muito brilhante e isso é muito difícil.
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    Tive muita dificuldade
    competindo com tal pessoa.
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    Mas decidi que eu só tinha
    que fazer meu trabalho,
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    então comecei fazendo um trabalho bem pequeno.
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    Bem pequeno.
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    Figuras com as vezes
    três centímetros ou menos.
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    Quase microscópica.
    De certa forma uma contestação.
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    Contestação às grandes obras de artistas,
    majoritariamente homens, de Nova York.
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    Leon, é claro, era uma exceção.
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    O quanto ele era solidário
    com a minha arte.
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    Com o passar dos anos as obras
    evoluiram de um formato tradicional
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    do retangulo, ou quadrado,
    ou o que quer que esteja diante dos olhos.
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    E se movimentarmos nossos olhos,
    eventualmente, é apenas uma parede em branco
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    então deixei continuar.
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    Esse é em Malmö na Suécia,
    que apresentei, o The Black and The Red
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    Estava em uma sala enrome.
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    Vendo essa galeria enorme,
    precisei respirar fundo
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    e coloquei as obras em uma única faixa.
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    Continuei imprimindo na parede
    como uma ilusão de ótica,
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    para reiterar as imagens da peça impressa.
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    E quando o evento acabou, pude levar
    O Preto e o Vermelho que estava no papel,
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    mas não pude levar O Preto e o Vermelho
    que estavam impressos na parede.
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    É como o teatro, quando a peça termina,
    acaba,
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    fica apenas na memória daqueles
    que viram e lembram.
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    SPERO: Então, vamos ter alguns no chão.
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    SAM KUNTZ: ...colocamos no chão ou não?
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    SPERO: Não, pensei em só alguns no chão.
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    Isso tá ótimo.
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    É muito branco.
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    SPERO: Fui convidada para estar na Bienal de Veneza.
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    E pensei, o que vou fazer?
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    E pensei em uma das pinturas que fiz na série Guerra.
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    Nela fiz um mastro
    com várias cabeças ensanguentadas
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    penduradas por fitas coloridas.
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    Então, pensei em literalmente
    fazer um mastro.
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    Comecei a construir o mastro com a ajuda
    de Sam Kuntz e Marybeth Craig.
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    Marybeth está na impressão das imagens
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    e Sam está trabalhando na parte mágica
    de transformar essas cabeças.
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    SAM: Nancy tem uma facilidade em
    criar uma figura expressiva e dolorida.
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    E o que é impressionante pra mim é
    se você olhar com atenção,
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    elas são muito pequenas
    e a linha foi desenhada muito rápida.
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    E essa expressão foi
    articulada perfeitamente.
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    E elas são todas diferentes.
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    É um tipo de liberdade que ela tem.
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    SAM: Algumas delas podem ter sido feitas
    como parte da série Guerra
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    que seria de 1966 a 1968.
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    Ela guardou algumas dessas cabeças
    que nunca foram colocadas nas obras.
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    E agora estamos ampliando elas para fazer
    a impressão em placas de polímeros
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    para poder imprimir no verso
    em alumínio em grande escala
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    e fazer essas cabeças desincorporadas.
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    SPERO: Acho que imagens que fiz há muito
    tempo atrás não consigo recuperá-las,
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    não consigo redesenhá-las,
    da mesma forma.
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    Estou em outra direção.
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    Mas pensei que não poderia canibalizar
    o que fiz há quarenta anos.
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    Tive a ideia de imprimir
    no metal e cortá-las.
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    Então, imaginei que estaria
    nesse metal e talvez,
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    não sei como vamos fazer isso,
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    mas ter algumas juntas.
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    E se eles se chocassem
    um ao outro, faria barulho.
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    Se alguém vai presão por exemplo,
    você escuta o barulho das celas...
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    Até me deixa sem ar...
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    pensando sobre isso,
    o som disso.
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    E lá está você.
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    Tem alguém na prisão,
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    alguém que não pode sair até
    alguém que tenha a chave...
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    deixe você sair.
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    Então, todos esses pensamentos
    passando pela minha cabeça
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    e o que significa ser metal
    e cabeças decepadas.
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    E traz esse sentimento...
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    uma semelhança a toda essa brutalidade.
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    Tentando mostrar a insanidade,
    realmente a insanidade da guerra.
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    Canibalizei meu próprio trabalho
    para me libertar do que fiz
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    e do que realmente
    quero fazer no futuro.
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    Para Espanha, tive essa ideia de repetição
    daquela imagem que liberei abertamente,
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    que guardei do Egito Antigo,
    Mulheres Enlutadas.
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    Pensei em enfatizar
    de alguma forma isso...
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    esse devotismo, olhando para cima,
    para o céu, ou sabe Deus.
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    Decidi que deveria estar no chão,
    como em um cortejo fúnebre.
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    Na galeria em Nova Iork renomei
    e refiz de novo,
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    mas nomeei Cri du Coeur.
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    Foi a primeira obra depois
    que Leon faleceu.
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    Como em "choro do coração", mas pra mim
    significa algo como uma emoção intensa,
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    quase como uma oração,
    um cri du coeur,
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    suplicando para os céus ou...
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    ou algo parecido com isso,
    com os gestos.
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    É... sempre estranho,
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    é tão vazio e então
    você coloca apenas...
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    uma coisinha estúpida...
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    e vira muito.
  • 11:55 - 11:59
    Isso é bom.
  • 12:02 - 12:05
    Talvez perto do...
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    Por que faço arte?
  • 12:06 - 12:09
    Qual não seria um motivo
    para fazer arte?
  • 12:11 - 12:13
    Não sei, precisa de alguma coisa...
  • 12:16 - 12:21
    Por isso não está terminado,
    por que não consigo pensar...
  • 12:21 - 12:24
    no que fazer.
  • 12:25 - 12:28
    SAM: Talvez precise de alguma coisa
    para desequilibrá-lo.
  • 12:28 - 12:30
    SPERO: Hum...
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    SAM: Algo estranho.
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    SPERO: Acho que tenho que
    pensar nisso outra hora.
  • 12:36 - 12:44
    Legendas: Rebecca S.
Title:
Nancy Spero em "Protesto" - 4a Temporada - "Arte no Século 21" | Art21
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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
13:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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