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O alto custo da moda barata | Maxine Bédat | TEDxPiscataquaRiver

  • 0:08 - 0:11
    Cientistas têm nos alertado
  • 0:12 - 0:15
    de que estamos
    devastando nosso planeta.
  • 0:15 - 0:20
    Ouvimos que nosso solo
    está sendo degradado
  • 0:20 - 0:25
    e que nossas reservas de água doce
    estão sendo poluídas.
  • 0:26 - 0:30
    Ouvimos sobre esses problemas
    e como vão nos impactar.
  • 0:30 - 0:34
    Não só as calotas polares vão derreter,
  • 0:34 - 0:37
    mas isso vai afetar
    nossas cidades costeiras.
  • 0:38 - 0:43
    Ouvimos sobre tudo isso,
    mas não nos são dadas muitas opções
  • 0:43 - 0:45
    sobre o que podemos fazer a respeito.
  • 0:45 - 0:49
    Ouvimos que devemos reciclar, usar carros
    com baixo consumo de combustível,
  • 0:49 - 0:52
    apagar as luzes ao sair de um ambiente.
  • 0:53 - 0:56
    Sentimo-nos impotentes
    diante dessa situação.
  • 0:56 - 0:57
    E também parece
  • 0:57 - 1:02
    que é responsabilidade
    do governo cuidar disso.
  • 1:02 - 1:06
    No entanto, sabemos que o governo
    está em um impasse.
  • 1:06 - 1:08
    E agora, o que nos resta fazer?
  • 1:08 - 1:13
    E se eu dissesse que nós, na verdade,
    temos o poder em nossas mãos?
  • 1:13 - 1:18
    Esse poder é o que vestimos
    todo dia: nossas roupas.
  • 1:18 - 1:22
    Porque o que não nos disseram,
    o que passou despercebido,
  • 1:22 - 1:28
    é que a indústria da moda se tornou
    a segunda mais poluente do mundo.
  • 1:30 - 1:34
    Hoje, eu gostaria de falar
    sobre como chegamos até aqui
  • 1:34 - 1:38
    e como podemos retomar
    o controle e usar nosso poder
  • 1:38 - 1:42
    para dar uma resposta à pergunta:
    "O que vou usar hoje?"
  • 1:43 - 1:45
    e aos problemas mais urgentes do mundo.
  • 1:46 - 1:51
    A direção da Ikea disse recentemente
    que atingimos o pico do consumismo.
  • 1:52 - 1:56
    Isso certamente é verdade
    no que diz respeito às nossas roupas.
  • 1:56 - 1:58
    Vemos aqui, na década de 1960,
  • 1:58 - 2:03
    o norte-americano médio investia
    em 25 novas peças de roupa a cada ano.
  • 2:04 - 2:05
    Uma geração mais tarde,
  • 2:05 - 2:11
    e hoje compramos 3 vezes mais
    roupas do que nos anos 60.
  • 2:12 - 2:14
    Como isso aconteceu?
  • 2:14 - 2:15
    Simplesmente decidimos um dia:
  • 2:16 - 2:20
    "Quero comprar muito mais
    roupas de pior qualidade,
  • 2:20 - 2:22
    vou aderir a isso"?
  • 2:22 - 2:24
    Não foi assim.
  • 2:24 - 2:27
    Tudo começou quando
    as barreiras comerciais caíram,
  • 2:27 - 2:29
    o que criou incentivos financeiros
  • 2:29 - 2:32
    para que marcas transferissem
    a produção para o exterior.
  • 2:32 - 2:36
    E isso criou uma tendência
    para roupas cada vez mais baratas,
  • 2:36 - 2:38
    usando materiais e mão de obra baratos.
  • 2:39 - 2:42
    Enquanto isso, empresas de "fast fashion",
  • 2:42 - 2:45
    "moda rápida", em português,
    nome dado a essa indústria,
  • 2:45 - 2:49
    tinham orçamentos imensos
    de marketing para tentar nos convencer
  • 2:49 - 2:52
    de que suas roupas baratas
    eram desejáveis.
  • 2:54 - 2:56
    Então, compramos mais e mais.
  • 2:57 - 3:00
    Porém, mais nem sempre é melhor.
  • 3:00 - 3:05
    Nos anos de 1960, quando
    investíamos em 25 peças de roupa,
  • 3:05 - 3:08
    e isso realmente era um investimento,
    porque naquela época,
  • 3:08 - 3:13
    gastávamos mais de 10% do nosso salário
    em roupas a cada ano,
  • 3:14 - 3:19
    95% das roupas usadas por norte-americanos
    eram fabricadas nos EUA.
  • 3:20 - 3:22
    Hoje, são menos de 2%.
  • 3:23 - 3:27
    E isso representa uma queda de 80%
  • 3:27 - 3:31
    no número de empregos
    na confecção de roupas nesse país.
  • 3:32 - 3:35
    Estou certa de que todos
    temos nossas experiências
  • 3:35 - 3:38
    em lidar e vivenciar a fast fashion.
  • 3:38 - 3:39
    Eu tenho as minhas.
  • 3:39 - 3:44
    Sou de Minnesota e me lembro de ir
    a Nova York quando abriram a loja H&M.
  • 3:44 - 3:47
    Confesso que fiquei muito entusiasmada!
  • 3:47 - 3:53
    Eu amei o tamanho da loja, as luzes,
    o cheiro era meio maluco,
  • 3:53 - 3:58
    o som alto da música, e simplesmente
    devorei tudo aquilo.
  • 3:58 - 4:00
    E comprei muitas sacolas de roupas.
  • 4:00 - 4:05
    Acho que eu nem sabia o que queria,
  • 4:05 - 4:08
    mas isso não parecia importar,
    porque era tudo tão barato.
  • 4:08 - 4:12
    Tipo, um macacão por menos de US$20!
  • 4:12 - 4:16
    Mas acabei descobrindo
    que toda essa roupa barata
  • 4:16 - 4:18
    tem consequências enormes,
  • 4:18 - 4:22
    tanto para o meio ambiente,
    quanto para quem que as fabrica.
  • 4:22 - 4:25
    Vamos analisar por que isso ocorre.
  • 4:26 - 4:29
    Acontece que a indústria de fast fashion
  • 4:29 - 4:32
    é alimentada por um novo tipo
    de fibra: o poliéster.
  • 4:32 - 4:34
    Podemos ver aquela linha,
  • 4:34 - 4:37
    a H&M abriu em Nova York em 2001,
    quando visitei a loja,
  • 4:37 - 4:42
    e vemos que, naquela época,
    o algodão já não reinava mais.
  • 4:43 - 4:49
    Vejam a ascensão do poliéster
    conforme a fast fashion surgia.
  • 4:50 - 4:52
    Para quem não sabe, o poliéster
  • 4:52 - 4:56
    é um plástico poluente feito
    a partir de combustíveis fósseis.
  • 4:57 - 5:00
    E agora está presente em mais
    de metade das nossas roupas.
  • 5:01 - 5:03
    Vamos falar sobre por que
    isso pode ser um problema.
  • 5:03 - 5:06
    Há quatro coisas principais
    que precisamos considerar
  • 5:06 - 5:10
    quando pensamos na ascensão do poliéster.
  • 5:10 - 5:13
    Primeiramente, ele não é biodegradável.
  • 5:13 - 5:18
    Pensem nisso: cada pedaço
    de poliéster que já foi produzido
  • 5:18 - 5:20
    está no planeta até hoje.
  • 5:20 - 5:22
    Quando consideramos o fato
  • 5:22 - 5:26
    de que há 150 bilhões
    de novas peças de roupa
  • 5:26 - 5:28
    sendo produzidas no planeta todo ano,
  • 5:28 - 5:32
    isso é muito plástico que não vai
    simplesmente desaparecer.
  • 5:32 - 5:37
    Em segundo lugar, quando tecidos
    de poliéster são lavados,
  • 5:37 - 5:40
    milhares de microplásticos são liberados
  • 5:40 - 5:44
    nos sistemas de água
    e, por final, nos oceanos.
  • 5:44 - 5:52
    Os peixes consomem esses microplásticos
    e nós consumimos os peixes.
  • 5:53 - 5:59
    Há um estudo recente feito na Califórnia,
    no qual visitaram peixarias.
  • 6:00 - 6:06
    E descobriram que um em cada quatro
    peixes vendidos nos mercados
  • 6:06 - 6:08
    contém microplásticos.
  • 6:09 - 6:13
    Os pesquisadores dizem que,
    embora possamos ver os plásticos maiores,
  • 6:13 - 6:16
    a maior poluição é a causada
    por essas microfibras.
  • 6:18 - 6:22
    Terceiro, vocês perceberam
    que ultimamente estamos suando mais?
  • 6:22 - 6:23
    (Risos)
  • 6:23 - 6:29
    Isso não é coincidência,
    é porque o poliéster é não-respirável,
  • 6:29 - 6:31
    diferentemente das fibras naturais.
  • 6:31 - 6:36
    Ou seja, o calor fica preso
    ao corpo e suamos mais.
  • 6:37 - 6:42
    Por último, a produção do poliéster
    demanda alta intensidade energética.
  • 6:42 - 6:46
    Muito alta? Vejam este gráfico.
  • 6:47 - 6:50
    Ele mostra a intensidade
    energética relativa
  • 6:50 - 6:52
    para fabricar cada tipo de material.
  • 6:52 - 6:54
    Este suéter de linho que estou usando
  • 6:54 - 7:00
    demanda um oitavo da energia
    usada para fabricar poliéster.
  • 7:01 - 7:06
    Então, triplicamos a quantidade
    de roupas que compramos,
  • 7:06 - 7:09
    essa roupa não é mais feita
    de materiais naturais,
  • 7:09 - 7:13
    e sim de poliéster, que requer
    alta intensidade energética,
  • 7:13 - 7:16
    e agora temos de pensar sobre
    o lugar onde essa roupa é feita.
  • 7:17 - 7:19
    Vejam este gráfico.
  • 7:19 - 7:23
    Ele mostra o volume total de importação
    de vestuário nos EUA.
  • 7:23 - 7:27
    Vemos que a China é nosso principal
    parceiro comercial nisso;
  • 7:27 - 7:30
    pouco mais de 40%
    das nossas roupas vêm da China.
  • 7:32 - 7:37
    Guardem este gráfico, e enquanto
    mostro este, observem o mapa.
  • 7:37 - 7:41
    Este é o mapa da intensidade
    energética da rede elétrica
  • 7:41 - 7:43
    de onde vem nossa roupa.
  • 7:43 - 7:45
    Considerem isso:
  • 7:45 - 7:50
    na China, três quartos
    da energia vêm do carvão.
  • 7:52 - 7:55
    Então, quando produzimos toda essa roupa,
  • 7:55 - 7:59
    ela está vindo da forma mais suja
    de energia, o carvão.
  • 7:59 - 8:03
    Até nos EUA, onde a matriz energética
    não é das mais limpas,
  • 8:03 - 8:07
    o carvão representa 33%,
    e não 77%, como na China.
  • 8:07 - 8:11
    Agora sabemos que estamos
    fabricando roupas demais,
  • 8:11 - 8:14
    que são feitas com material
    de alta intensidade energética
  • 8:14 - 8:17
    em um lugar que consome muita energia.
  • 8:17 - 8:22
    E isso soma-se ao fato
    de que a indústria da moda
  • 8:22 - 8:27
    é responsável por 10% do carbono total
    produzido no mundo inteiro.
  • 8:27 - 8:33
    Para colocar em perspectiva,
    isso é cinco vezes mais carbono
  • 8:33 - 8:36
    do que o emitido por todas
    as viagens aéreas juntas.
  • 8:37 - 8:39
    Mas isso é só o impacto ambiental.
  • 8:39 - 8:42
    Agora temos de considerar
    quem produz nossa roupa
  • 8:42 - 8:44
    e o que se passa com essas pessoas.
  • 8:45 - 8:48
    Se vocês se lembram
    de onde vem nossa roupa,
  • 8:48 - 8:51
    vamos observar
    o Departamento de Trabalho
  • 8:51 - 8:56
    e onde estão encontrando
    trabalho forçado e infantil.
  • 8:57 - 9:00
    Veremos que correspondem
    quase que perfeitamente.
  • 9:03 - 9:09
    Acredita-se que uma em cada seis pessoas
    no mundo trabalha na indústria da moda.
  • 9:09 - 9:11
    Ela emprega muitas pessoas.
  • 9:12 - 9:18
    Cerca de 80% são mulheres
    e 98% não recebem um salário suficiente.
  • 9:18 - 9:22
    Isso significa que estão presas
    a uma situação de pobreza.
  • 9:24 - 9:26
    Esse é o lado ruim.
  • 9:28 - 9:32
    Parece que em tudo isso,
    ninguém sai ganhando.
  • 9:33 - 9:37
    Ninguém na cadeia logística,
    na cadeia de valor está ganhando,
  • 9:37 - 9:40
    exceto alguns CEOs
    das empresas de fast fashion.
  • 9:42 - 9:46
    E talvez ninguém esteja ganhando,
    nem mesmo nós, consumidores.
  • 9:47 - 9:51
    Porque se considerarmos
    o interesse em organização
  • 9:51 - 9:56
    e o best-seller "A Mágica da Arrumação",
    de Marie Kondo,
  • 9:56 - 10:01
    vemos um crescimento explosivo
    no interesse em limpar tudo isso.
  • 10:02 - 10:04
    Eu compartilho desse interesse.
  • 10:04 - 10:08
    Após viver o vício em fast fashion
    por mais de uma década,
  • 10:09 - 10:14
    fiquei muito cansada de comprar roupa
    o tempo todo e nunca ter o que usar.
  • 10:15 - 10:18
    Meu armário lotado de roupa em Nova York,
  • 10:19 - 10:22
    e eu lutando para escolher
    o que vestir todo dia.
  • 10:22 - 10:24
    Um dia, resolvi que bastava.
  • 10:24 - 10:28
    Eu quis entender o quê, exatamente,
    em meu armário, eu gostava de usar
  • 10:28 - 10:30
    e por que eu gostava de usar aquilo?
  • 10:30 - 10:34
    Estava vasculhando minhas coisas
    e olhando as etiquetas,
  • 10:34 - 10:36
    e comecei a pesquisar no Google.
  • 10:36 - 10:37
    Bem agressivamente.
  • 10:38 - 10:42
    Descobri que, na verdade,
    não estou sozinha nessa busca.
  • 10:43 - 10:49
    Se digitarmos "linho é" no Google,
  • 10:49 - 10:54
    ele autocompleta para "linho é algodão?".
  • 10:54 - 10:56
    Eu também fiz essa mesma pergunta.
  • 10:56 - 11:00
    E agora sei que linho não é algodão.
  • 11:00 - 11:02
    O linho, como o suéter
    que estou usando hoje,
  • 11:02 - 11:07
    vem da planta linho, mostrada à esquerda,
    e algodão é essa fibra à direita.
  • 11:09 - 11:11
    Então, eu estava pesquisando no Google,
  • 11:11 - 11:15
    e para mim, tudo começou como
    um desejo pessoal de comprar melhor.
  • 11:16 - 11:20
    Comecei a pesquisar por moda ética
    e roupas sustentáveis.
  • 11:21 - 11:24
    Mas depois de pesquisar mais,
    acabei descobrindo
  • 11:24 - 11:27
    que essas palavras não são regulamentadas.
  • 11:28 - 11:33
    Empresas podem dizer que são "éticas"
    e mostrar uma foto de sua fábrica,
  • 11:33 - 11:36
    mas a foto pode esconder
    um monte de coisas.
  • 11:36 - 11:41
    Primeiro, a foto não diz nada
    sobre transparência.
  • 11:41 - 11:44
    Transparência é quando uma marca
    está disposta a indicar
  • 11:44 - 11:46
    as fábricas com as quais trabalha,
  • 11:46 - 11:50
    permitindo que terceiros,
    os clientes, a mídia,
  • 11:50 - 11:55
    pesquisem se o que a empresa
    afirma está realmente sendo feito.
  • 11:57 - 12:01
    Segundo, fotos não mostram salários
    ou assistência médica.
  • 12:01 - 12:05
    Se pensarmos em como 98%
    dos trabalhadores da moda
  • 12:05 - 12:06
    não recebem salário digno,
  • 12:06 - 12:10
    essa é uma estatística muito importante
    se queremos comprar de forma ética.
  • 12:11 - 12:15
    Fotos também não mostram
    as "fábricas sombra",
  • 12:15 - 12:20
    que são um fenômeno da indústria da moda
  • 12:20 - 12:23
    surgido nesse cenário de precarização,
  • 12:23 - 12:28
    no qual uma marca se utiliza
    de uma "fábrica cinco estrelas"
  • 12:29 - 12:32
    tira fotos, faz auditorias dessa fábrica,
  • 12:32 - 12:37
    mas, na realidade, para conseguir
    os preços exigidos pela marca
  • 12:37 - 12:40
    ou a velocidade de produção necessária,
  • 12:40 - 12:43
    a fábrica terceiriza a produção.
  • 12:43 - 12:47
    Chamamos isso de "fábrica sombra",
    que é onde a produção realmente acontece.
  • 12:47 - 12:53
    Muitas vezes, as fábricas sombra possuem
    condições de trabalho muito piores.
  • 12:54 - 12:58
    E, finalmente, uma foto não mostra
    a sustentabilidade do material.
  • 12:58 - 13:04
    Não mostra se o algodão é orgânico,
    o que é muito importante,
  • 13:04 - 13:09
    porque a produção de algodão é a quarta
    maior consumidora de agrotóxicos.
  • 13:09 - 13:14
    É por isso que enfrentamos uma situação
    difícil quanto à nutrição do solo.
  • 13:15 - 13:20
    E fotos não mostram se os corantes
    estão sendo utilizados corretamente.
  • 13:20 - 13:27
    A indústria da moda não é apenas
    responsável por 10% da emissão de carbono,
  • 13:27 - 13:31
    mas é também a segunda maior
    poluidora de água no planeta.
  • 13:31 - 13:33
    Isso porque das tinturarias
    nos países em desenvolvimento,
  • 13:33 - 13:39
    90% delas tingem seus produtos
    e liberam os efluentes,
  • 13:39 - 13:42
    os resíduos das tintas diretamente
    nas reservas de água doce locais.
  • 13:47 - 13:52
    Enquanto fazia a pesquisa,
    encontrei um documento do Google
  • 13:54 - 13:56
    e fiquei muito frustrada com tudo aquilo.
  • 13:57 - 14:02
    Porque vi que, ao mesmo tempo
    em que temos interesse em relação à comida
  • 14:02 - 14:04
    e agora temos opções
    de alimentos orgânicos
  • 14:04 - 14:07
    e restaurantes estilo
    "da fazenda para a mesa",
  • 14:07 - 14:10
    não havia uma fonte
    juntando aquela informação.
  • 14:11 - 14:16
    E enquanto juntava essas peças,
    vi a imensidão do problema.
  • 14:16 - 14:21
    Essa frustração se tornou
    o ímpeto para criar a Zady.
  • 14:21 - 14:24
    Eu queria um lugar que condensasse
    aquela informação
  • 14:24 - 14:26
    e fornecesse uma alternativa.
  • 14:27 - 14:29
    Junto com um pesquisador,
  • 14:29 - 14:33
    traduzimos a informação discrepante
    do documento do Google
  • 14:33 - 14:37
    para um plano sobre como poderíamos
    criar roupas sustentáveis.
  • 14:38 - 14:42
    Porque não há um padrão orgânico
    na indústria de vestuário.
  • 14:42 - 14:47
    Não há o equivalente
    à certificação LEED para fábricas,
  • 14:47 - 14:49
    então tivemos que fazer tudo do zero.
  • 14:49 - 14:51
    Isso é o que criamos.
  • 14:52 - 14:54
    É chamado de "novo padrão".
  • 14:54 - 14:57
    Antes de tudo, pensamos
    em design centrado no usuário.
  • 14:57 - 15:02
    Um tema comum na fast fashion é que tudo
    se resume ao que pode nos ser vendido
  • 15:02 - 15:05
    e à publicidade para nos convencer,
    mas diferentemente da tecnologia,
  • 15:05 - 15:08
    a fast fashion não é
    desenhada para nós.
  • 15:08 - 15:13
    Isto é o mais importante: estamos pensando
    sobre o que as pessoas fazem de dia,
  • 15:13 - 15:18
    aonde vão e que tipo de corte
    e material seriam ideais.
  • 15:18 - 15:22
    Usamos materiais naturais e trabalhamos
    diretamente com nossos fornecedores
  • 15:22 - 15:25
    desde o campo e ao longo
    de toda a cadeia produtiva.
  • 15:25 - 15:30
    Isso é importante, porque 90% das marcas
    não sabem de onde vêm seus materiais.
  • 15:31 - 15:34
    Por último, temos uma política
    de portas abertas com nossos fabricantes,
  • 15:34 - 15:37
    e toda a produção é feita no país.
  • 15:37 - 15:41
    Dessa forma, podemos ver se nossa produção
  • 15:41 - 15:45
    está mesmo sendo feita
    no local que contratamos.
  • 15:49 - 15:53
    Nossa ideia ao criar o novo padrão
    e a coleção Zady
  • 15:54 - 15:56
    era apresentar uma alternativa,
  • 15:56 - 15:59
    mostrar que podemos voltar
    a amar nossas roupas.
  • 15:59 - 16:03
    E isso me traz de volta a nós,
    os cidadãos-consumidores.
  • 16:03 - 16:08
    Com tudo isso, percebi
    que nós detemos o poder.
  • 16:08 - 16:11
    Se nos virmos como cidadãos-consumidores,
  • 16:11 - 16:15
    e se votarmos com nossos dólares,
    poderemos mudar a indústria,
  • 16:15 - 16:18
    porque ela apenas segue o que fazemos.
  • 16:19 - 16:21
    Assim, como cidadãos-consumidores,
  • 16:21 - 16:24
    estas são algumas das coisas
    que podemos fazer.
  • 16:24 - 16:27
    Primeiro, verifiquem as etiquetas;
    foi assim que comecei.
  • 16:27 - 16:31
    Descubram de onde vem sua roupa
    e de que ela é feita.
  • 16:31 - 16:33
    Isso já adianta muito as coisas.
  • 16:33 - 16:36
    Segundo, verifiquem as costuras da roupa.
  • 16:36 - 16:39
    Em muitas marcas de fast fashion,
    se virarmos a roupa do avesso,
  • 16:39 - 16:44
    mesmo no provador, antes de sair da loja,
    as costuras já estão se desfazendo.
  • 16:44 - 16:48
    Dá para ver se a roupa vai durar
    muito tempo ou não.
  • 16:48 - 16:51
    Terceiro e mais importante,
    amem o que vocês compram.
  • 16:51 - 16:55
    Há tanto dinheiro sendo investido
    em marketing para nos convencer
  • 16:55 - 16:59
    de que gostamos de algo, que acabamos
    não concentrando no nosso estilo,
  • 16:59 - 17:01
    no que gostamos e apreciamos de verdade.
  • 17:01 - 17:04
    Se nos concentrarmos
    em gostar do que compramos,
  • 17:04 - 17:08
    vamos comprar menos
    e aproveitar melhor o que temos.
  • 17:08 - 17:10
    E, finalmente, como cidadãos-consumidores,
  • 17:10 - 17:15
    vocês têm o poder e o direito
    de fazer perguntas.
  • 17:15 - 17:19
    Perguntem se o material é orgânico,
    o nome da fábrica,
  • 17:19 - 17:21
    se a tecelagem é certificada,
  • 17:21 - 17:24
    se lidam com os corantes
    e a água da maneira correta.
  • 17:25 - 17:28
    E pensem em suas compras
    em termos de custo por uso,
  • 17:29 - 17:31
    assim como um contador pensaria.
  • 17:32 - 17:35
    Assim, não ficam presos
    apenas ao valor na etiqueta,
  • 17:35 - 17:39
    mas passam a ver sua roupa
    com um investimento de longo prazo.
  • 17:40 - 17:44
    Porque o controle desse sistema
    caótico, poluente e injusto
  • 17:44 - 17:47
    está totalmente ao alcance de nossas mãos.
  • 17:47 - 17:50
    O que nós, cidadãos-consumidores,
  • 17:50 - 17:54
    escolhemos comprar dita a direção
    que a indústria irá seguir.
  • 17:54 - 17:57
    Se usarmos nosso dinheiro
    para apoiar essa iniciativa,
  • 17:57 - 17:59
    a "slow fashion", ou "moda lenta",
  • 17:59 - 18:02
    poderemos nos sentir melhor
    com o que vestimos
  • 18:02 - 18:06
    e estaremos usando nosso poder
    para limpar o planeta.
  • 18:06 - 18:07
    Obrigada.
  • 18:07 - 18:08
    (Aplausos)
Title:
O alto custo da moda barata | Maxine Bédat | TEDxPiscataquaRiver
Description:

Você sabe de onde vêm suas roupas? A indústria da moda é uma das maiores violadoras de direitos humanos e ambientais. Nesta palestra envolvente e informativa, Maxine Bédat, co-fundadora da Zady, mostra como você pode retomar o poder sobre seu guarda-roupas e se sentir melhor com (e em relação a) o que usa.

Maxine Bédat é co-fundadora e CEO da Zady, uma marca de moda e estilo de vida que está criando um futuro transparente e sustentável para a indústria de vestuário, que movimenta US$1,5 trilhões. Sua experiência em Direito Internacional e diplomacia, incluindo a atuação como assistente legal na ONU, a levaram a fundar The Bootstrap Project, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com empreendedores de países em desenvolvimento.

Por seu trabalho na área de sustentabilidade, Zady foi nomeada como uma das empresas varejistas mais inovadoras do mundo pela Fast Company e teve sua criatividade reconhecida pela Mashable, que a intitulou a "empresa nº 1 em marketing de conteúdo".

Bédat atua no Conselho da NationSwell, participou em algumas das principais conferências do mundo, incluindo a WWD Apparel/Retail CEO Summit, sendo regularmente apresentada como especialista na Bloomberg, Forbes, Business of Fashion, CNN e Huffington Post. Bédat é graduada na Columbia Law School.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:13

Portuguese, Brazilian subtitles

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