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Um manifesto pela masturbação: a verdade nua | Jane Langton | TEDxSFU

  • 0:05 - 0:09
    Já faz tempo que morro de vontade
    de contar esta história.
  • 0:10 - 0:12
    E, ao preparar esta palestra,
  • 0:12 - 0:17
    fiquei pensando quanto da minha história
    pessoal eu deveria ou ousaria contar.
  • 0:18 - 0:23
    Pois sei que, para transmitir o impacto
    do silêncio que ronda a sexualidade,
  • 0:24 - 0:26
    preciso contar minha própria história.
  • 0:27 - 0:30
    No entanto, só de pensar nisso,
    me dá um medo danado.
  • 0:31 - 0:34
    E, por mais que esteja acostumada
    a compartilhar histórias pessoais,
  • 0:34 - 0:37
    nunca imaginei compartilhar
    algo tão reservado
  • 0:37 - 0:39
    num espaço tão público como este.
  • 0:40 - 0:41
    Mas estou me sentindo inspirada,
  • 0:41 - 0:46
    pois sei do impacto positivo
    que provoco ao fazê-lo.
  • 0:46 - 0:48
    E isso alimenta meu espírito.
  • 0:49 - 0:50
    Então, aqui vai:
  • 0:53 - 0:54
    eu me masturbo.
  • 0:55 - 0:58
    (Risos)
  • 0:58 - 1:00
    E me masturbo regularmente.
  • 1:00 - 1:02
    Fiz isso a maior parte da minha vida.
  • 1:02 - 1:04
    Costumava brincar com meus amigos
  • 1:04 - 1:08
    dizendo que meu braço direito
    era muito mais forte do que o esquerdo.
  • 1:08 - 1:09
    (Risos)
  • 1:09 - 1:11
    Sou bastante destra.
  • 1:11 - 1:13
    Uso este braço e esta mão.
  • 1:16 - 1:18
    Mas, cerca de oitos meses atrás,
  • 1:18 - 1:23
    minha vida virou uma loucura,
    e fiquei imaginando se seria o fim.
  • 1:23 - 1:27
    Atribuí o problema à menopausa,
    ao estresse e ao cansaço,
  • 1:27 - 1:31
    pois estava levando tempo demais,
    e eu ficava cansada de tentar.
  • 1:31 - 1:33
    (Risos)
  • 1:33 - 1:36
    Mas acabei ouvindo meu próprio conselho,
  • 1:36 - 1:40
    e percebi ou descobri
    que tudo isso pode afetar
  • 1:40 - 1:43
    minha saúde sexual e em geral.
  • 1:43 - 1:46
    E felizmente, por ora,
    consegui acertar o passo novamente.
  • 1:48 - 1:50
    Esta é minha realidade: eu me masturbo.
  • 1:50 - 1:53
    Uns se masturbam; outros não.
    Uns vão se masturbar; outros não.
  • 1:53 - 1:58
    Não cresceu cabelo
    na minha mão nem fiquei cega,
  • 1:58 - 2:02
    e, numa certa altura, tive a coragem de
    compartilhar meu prazer com outra pessoa.
  • 2:03 - 2:07
    Vejam bem, tive vergonha
    disso por muito tempo.
  • 2:07 - 2:08
    E eu sabia que isso era importante.
  • 2:08 - 2:12
    Sabia que ia acabar precisando
    compartilhar meu prazer com outra pessoa.
  • 2:12 - 2:15
    Como a outra pessoa vai saber
    como me dar prazer?
  • 2:15 - 2:18
    Mas isso significava me colocar
    numa posição muito vulnerável.
  • 2:19 - 2:22
    E, como disse Brené Brown
    em sua palestra TED:
  • 2:23 - 2:26
    "O caminho para o outro começa
    com nossa própria vulnerabilidade".
  • 2:26 - 2:29
    E acredito que pouca coisa
    seja mais vulnerável
  • 2:29 - 2:32
    do que compartilhar
    o autoprazer com alguém.
  • 2:33 - 2:36
    Não conseguir fazer
    direito foi difícil pra mim,
  • 2:36 - 2:39
    pois todas emoções ligadas
    ao sexo e à intimidade
  • 2:39 - 2:43
    podem ser extremamente
    complicadas, docemente cruas,
  • 2:43 - 2:47
    previsivelmente aflitivas
    e incrivelmente belas.
  • 2:47 - 2:51
    E, no meio disso tudo,
    meu desejo de ser vulnerável.
  • 2:54 - 2:57
    Alguns anos atrás, finalmente tive
    a oportunidade e a coragem
  • 2:57 - 3:02
    de compartilhar minha história
    com um grupo de pessoas.
  • 3:02 - 3:04
    A gente estava falando de saúde sexual.
  • 3:05 - 3:12
    Aproveitei a oportunidade e, no momento
    em que trouxe o assunto à baila,
  • 3:12 - 3:15
    juro que dava para ouvir
    um alfinete cair no chão.
  • 3:15 - 3:17
    Percebi então, mais do que nunca,
  • 3:17 - 3:22
    os enormes obstáculos que enfrentava
    para trazer essa conversa a público.
  • 3:22 - 3:25
    E uma amiga inglesa, a Suzanne, disse:
  • 3:25 - 3:28
    "Mais pessoas se masturbariam
    com mais frequência
  • 3:28 - 3:31
    se não tivéssemos de lidar
    com a porcaria dessa palavra".
  • 3:31 - 3:34
    E, para muitos, isso pode ser verdade.
  • 3:37 - 3:40
    Na primeira vez em que me masturbei
    com outra pessoa do lado,
  • 3:40 - 3:42
    achei que minha cabeça fosse explodir.
  • 3:42 - 3:46
    Achei que ia ter um aneurisma,
    pois estava demorando demais.
  • 3:46 - 3:48
    Fiquei imaginando
    o que havia de errado comigo.
  • 3:48 - 3:49
    Estava demorando muito, sabe?
  • 3:49 - 3:53
    Todo mundo demora bem
    menos tempo do que eu.
  • 3:53 - 3:59
    Eu achava que um relacionamento íntimo
    começava com estar com outra pessoa.
  • 3:59 - 4:03
    E percebi que começava
    com conhecer a mim mesma,
  • 4:03 - 4:08
    meu corpo, do que eu gostava,
    minhas necessidades, desejos, vontades,
  • 4:08 - 4:12
    que fantasias funcionavam
    pra mim, essa coisa toda;
  • 4:12 - 4:15
    e depois então a coragem de compartilhar.
  • 4:16 - 4:19
    E, apesar disso,
  • 4:19 - 4:23
    acabou sendo preciso meu parceiro
    trazer sua bondade e paciência
  • 4:23 - 4:25
    nessa troca para isso acontecer.
  • 4:25 - 4:30
    E não aconteceu da primeira vez,
    ou da segunda, ou mesmo da terceira.
  • 4:30 - 4:32
    Mas acabou acontecendo.
  • 4:33 - 4:35
    E foi incrível!
  • 4:36 - 4:39
    E, no final, eu até chorei.
  • 4:43 - 4:47
    Quando contei para uma amiga,
    ela falou: "Jane, você tem de contar isso.
  • 4:47 - 4:51
    Dá para imaginar o valor dessa história
    para tantas pessoas por aí?"
  • 4:51 - 4:53
    Respondi: "Você ficou maluca?"
  • 4:53 - 4:54
    (Risos)
  • 4:54 - 4:57
    Nunca pensei numa coisa dessas.
  • 4:58 - 5:02
    Mas estou fazendo isso porque muitos
    pelejam pra fazer isso certo.
  • 5:02 - 5:04
    Eu também pelejo com isso o tempo todo.
  • 5:04 - 5:09
    Numa hora, sei exatamente o que quero,
    sei como transmitir isso para o parceiro,
  • 5:09 - 5:11
    sou autoconfiante como o quê;
  • 5:11 - 5:13
    noutra hora, só quero
    correr e me esconder.
  • 5:13 - 5:15
    É estranho.
  • 5:18 - 5:22
    Duas pessoas não experimentam o prazer
    da mesma forma; somos todos diferentes,
  • 5:22 - 5:24
    e explorar isso leva uma vida.
  • 5:24 - 5:28
    Não tem como querer que nossos parceiros
    saibam como nos dar prazer,
  • 5:28 - 5:30
    e vice-versa.
  • 5:30 - 5:33
    E uma boa pergunta a se fazer,
    como diz Dan Savage, é:
  • 5:33 - 5:35
    "Do que você gosta?"
  • 5:35 - 5:38
    Em outras palavras: "O que te excita?"
  • 5:38 - 5:41
    E ter a coragem de dizer o que te excita,
  • 5:41 - 5:43
    especialmente se alguém nos perguntar.
  • 5:44 - 5:48
    Sei que nem sempre é fácil
    como queríamos que fosse.
  • 5:50 - 5:54
    Dr. Richard Wassersug,
    professor de biologia evolutiva,
  • 5:54 - 5:58
    afirma que: "Fazer sexo é natural,
    mas falar sobre sexo não é".
  • 5:58 - 5:59
    É um problema evolutivo.
  • 6:00 - 6:02
    Do ponto de vista evolutivo,
  • 6:02 - 6:05
    aprendemos a fazer sexo
    antes de aprender a falar.
  • 6:06 - 6:09
    E entendi que, se conseguisse
    falar sobre masturbação,
  • 6:09 - 6:11
    conseguiria falar sobre
    muitas outras coisas
  • 6:11 - 6:16
    ligadas a minha saúde sexual
    e a minha saúde em geral também,
  • 6:16 - 6:18
    pois esse prazer me fazia bem.
  • 6:19 - 6:23
    Me fazia feliz, me dava energia,
    me ajudava a focar,
  • 6:23 - 6:26
    melhorava meus seios nasais
    quando estava gripada,
  • 6:26 - 6:27
    (Risos)
  • 6:27 - 6:30
    aliviava meu estresse
    quando estava sobrecarregada -
  • 6:30 - 6:31
    realmente aliviava -
  • 6:31 - 6:35
    e também me confortava
    quando estava sofrendo.
  • 6:35 - 6:37
    Como não podia me fazer bem?
  • 6:37 - 6:41
    Mas lembrem-se: esta é a minha
    experiência; as pessoas são diferentes.
  • 6:42 - 6:44
    E, de novo, por que masturbação?
  • 6:46 - 6:49
    Bem, como diz a Dra. Betty Dodson,
    uma pioneira na área:
  • 6:49 - 6:54
    "A masturbação é a base
    de toda a sexualidade humana".
  • 6:54 - 6:56
    E acredito que ela abra um diálogo
  • 6:56 - 7:00
    para muitos outros tópicos importantes
    ligados a nossa saúde.
  • 7:01 - 7:03
    As pessoas costumavam dizer, anos atrás,
  • 7:03 - 7:07
    que eu trazia à tona o assunto
    da masturbação para chocá-las.
  • 7:07 - 7:09
    Tenho certeza de que chocava no passado,
  • 7:10 - 7:16
    mas meu verdadeiro desejo é inspirar
    conversas incríveis, bonitas e saudáveis
  • 7:16 - 7:20
    conosco mesmos, com parceiros, pessoas
    queridas, nossos profissionais de saúde,
  • 7:20 - 7:24
    e aqueles que nos são caros
    no que se refere à nossa saúde sexual,
  • 7:24 - 7:29
    sobre intimidade, conexão, toque,
    companheirismo, prazer,
  • 7:29 - 7:31
    seja lá o que isso significa para cada um.
  • 7:31 - 7:35
    Vocês conseguem imaginar o efeito
    cascata que essas conversas vão ter
  • 7:35 - 7:38
    em todos os aspectos da nossa vida?
  • 7:43 - 7:46
    Os homens têm o luxo e o ônus
  • 7:46 - 7:48
    de ter seus genitais bem na frente,
  • 7:48 - 7:51
    para eles e o mundo verem.
  • 7:51 - 7:53
    (Risos)
  • 7:53 - 7:57
    Poucas mulheres já viram,
    realmente viram, seus próprios genitais,
  • 7:57 - 8:00
    quanto menos outras fêmeas,
    exceto na pornografia.
  • 8:00 - 8:03
    Mas essa é uma outra história.
  • 8:03 - 8:08
    Na verdade, parecemos confundir
    nossa vulva e a vagina.
  • 8:08 - 8:11
    Agora, não me entendam mal,
    não é culpa de ninguém,
  • 8:11 - 8:15
    mas para aqueles que quiserem ter
    uma conversa incrível,
  • 8:17 - 8:18
    trago comigo
  • 8:18 - 8:21
    (Risos)
  • 8:21 - 8:25
    o fantoche da vulva, da Dorrie Lane:
    Dorrie Lane's Wondrous Vulva Puppet.
  • 8:25 - 8:26
    (Risos)
  • 8:26 - 8:29
    É ótimo pra começar uma conversa...
  • 8:29 - 8:31
    (Risos)
  • 8:31 - 8:35
    e excelente também para se atualizar
    sobre a anatomia feminina.
  • 8:35 - 8:38
    Carrego uma versão menor comigo num kit.
  • 8:38 - 8:40
    (Risos)
  • 8:40 - 8:44
    E, se estiver me ouvindo, Dorrie,
    adoraria que fizesse a versão masculina.
  • 8:46 - 8:49
    Também carrego comigo um vibrador.
  • 8:51 - 8:53
    E carrego um vibrador comigo
  • 8:53 - 8:59
    porque as mulheres precisam de estimulação
    direta no clitóris para ter orgasmo.
  • 8:59 - 9:01
    Então, falo muito sobre isso.
  • 9:02 - 9:05
    E a maioria dos homens
    nunca considerou os prazeres
  • 9:05 - 9:07
    que um vibrador pode lhes oferecer.
  • 9:07 - 9:08
    Sério.
  • 9:10 - 9:14
    Também carrego comigo
    a camisinha feminina, ou interna,
  • 9:15 - 9:17
    para homens e mulheres.
  • 9:17 - 9:20
    E é comum me verem num café
    demonstrando uma camisinha.
  • 9:20 - 9:23
    Se toparem comigo, me peçam
    para demonstrar. Sério. Por que não?
  • 9:23 - 9:25
    (Risos)
  • 9:27 - 9:31
    Apesar de ser uma educadora,
    antes de tudo sou um ser humano,
  • 9:31 - 9:33
    e minhas histórias vêm daí.
  • 9:33 - 9:38
    Podemos aprender muito uns com os outros
    se tivermos a coragem de compartilhar,
  • 9:38 - 9:42
    seja solo ou com parceiros,
    enfrentando uma doença ou deficiência,
  • 9:42 - 9:44
    jovem, ou jovem de espírito,
  • 9:45 - 9:50
    a masturbação pode ter muitos benefícios,
    tais como aumentar a autoestima,
  • 9:51 - 9:53
    reduzir o estresse, reduzir a dor,
  • 9:54 - 9:56
    ajudar a dormir,
  • 9:56 - 10:00
    talvez até diminuir o risco
    da incontinência urinária
  • 10:00 - 10:02
    e fortalecer o assoalho pélvico.
  • 10:02 - 10:07
    A incontinência afeta muitos de nós,
    então pode ajudar nisso também.
  • 10:07 - 10:10
    E simplesmente nos faz bem.
  • 10:11 - 10:13
    A Organização Mundial da Saúde afirma
  • 10:13 - 10:17
    que temos o direito
    à informação sexual e ao prazer.
  • 10:17 - 10:20
    E é um direito para toda a vida.
  • 10:20 - 10:22
    Algumas das histórias mais incríveis
  • 10:22 - 10:26
    vêm de pessoas em torno
    dos 60, 70, 80 anos... até mais velhas.
  • 10:26 - 10:30
    Não estou falando apenas
    de penetração sexual.
  • 10:30 - 10:36
    Estou falando, de novo, de intimidade,
    companheirismo, toque, conexão,
  • 10:36 - 10:38
    seja lá como isso for pra vocês.
  • 10:38 - 10:41
    Estou falando, em parte,
    sobre o que Cindy Gallop chama
  • 10:41 - 10:46
    de "sexo do mundo real" na sua palestra
    TED "Faça amor, não faça pornô".
  • 10:46 - 10:49
    Ela usa isso para repensar
  • 10:49 - 10:52
    uma conversa aberta e saudável sobre sexo.
  • 10:52 - 10:55
    Imaginem se pensássemos
    sobre isso dessa forma.
  • 10:55 - 10:57
    Como isso mudaria o mundo?
  • 10:57 - 11:00
    Como isso mudaria o seu mundo?
  • 11:04 - 11:09
    Sempre pensei como seria
    se não pudesse me masturbar.
  • 11:09 - 11:13
    Por isso, sempre
    me preocupei com a questão.
  • 11:13 - 11:17
    Bem, ao longo dos anos,
    também tive o prazer e o privilégio
  • 11:17 - 11:19
    de falar com uma série de pessoas
  • 11:19 - 11:23
    que enfrentavam doenças,
    ou tinham deficiências,
  • 11:23 - 11:25
    e lhes perguntei
  • 11:25 - 11:31
    o que prazer, intimidade
    e expressão sexual significavam para elas.
  • 11:32 - 11:35
    E algumas disseram que eram
    assuntos sempre presentes.
  • 11:36 - 11:38
    Não faz parte da natureza humana,
  • 11:38 - 11:41
    se não temos acesso
    ou não podemos ter algo,
  • 11:41 - 11:43
    passar a desejar esse algo ainda mais?
  • 11:47 - 11:52
    E como não considerar
    uma pessoa com deficiência
  • 11:52 - 11:55
    querendo ou precisando de prazer?
  • 11:56 - 12:00
    E como o acesso ao prazer pode
    melhorar nossa saúde em geral?
  • 12:03 - 12:08
    E o amante que de repente
    passa a ser o cuidador?
  • 12:13 - 12:16
    Tenho o privilégio de ter
    experimentado o impacto positivo
  • 12:16 - 12:18
    que causo naqueles
    que passam pela minha vida,
  • 12:18 - 12:20
    permitindo a eles sentirem a liberdade
  • 12:20 - 12:24
    de expressar a sexualidade de seu jeito.
  • 12:24 - 12:27
    Eu me importo com isso;
    e é por esse motivo que estou aqui.
  • 12:28 - 12:31
    É esse tipo de coisa
    que alimenta meu espírito.
  • 12:33 - 12:38
    Recentemente, uma pessoa me disse
    que, por causa do que eu estava sendo,
  • 12:38 - 12:40
    ela finalmente sentiu a liberdade
  • 12:40 - 12:44
    de, pela primeira vez,
    expressar sua sexualidade.
  • 12:47 - 12:52
    Me debulhei em lágrimas quando entendi
    o impacto positivo que tive na vida dela.
  • 12:55 - 12:58
    Quero conversar com as pessoas
    que têm curiosidade,
  • 12:59 - 13:03
    inspirando-as a mudar completamente
    o jeito como veem a si mesmas.
  • 13:04 - 13:09
    Quando são capazes de abandonar
    quem pensavam que tinham de ser,
  • 13:09 - 13:11
    elas se iluminam.
  • 13:13 - 13:14
    Elas podem ter curiosidade
  • 13:15 - 13:18
    e, quando são curiosas, o mundo se abre.
  • 13:20 - 13:26
    O que aconteceria com o mundo se
    liberássemos esse nível de autoaceitação?
  • 13:26 - 13:28
    O que isso faria por vocês?
  • 13:31 - 13:33
    Tenho mais uma história.
  • 13:35 - 13:36
    Cerca de um ano atrás,
  • 13:36 - 13:40
    estava sentada na porta de um café,
    de frente para uma senhora.
  • 13:40 - 13:43
    Ela tinha por volta... bem,
    achei que tinha uns 60 anos.
  • 13:44 - 13:48
    Ela tinha uns 80, como me disse depois.
  • 13:49 - 13:53
    Comecei a falar sobre o que eu fazia,
    pois esse assunto sempre surge.
  • 13:53 - 13:55
    (Risos)
  • 13:55 - 14:00
    Daí, ela disse, bem, ela me confidenciou:
  • 14:00 - 14:05
    "Cerca de oito anos atrás,
    perdi meu marido.
  • 14:05 - 14:08
    Parece que foi ontem."
  • 14:11 - 14:13
    Então ela chegou mais perto e falou:
  • 14:13 - 14:17
    "Sabe, a gente costumava
    fazer sexo toda noite".
  • 14:17 - 14:20
    E eu pensei: "Puxa, isso é incrível!"
  • 14:20 - 14:22
    (Risos)
  • 14:22 - 14:25
    Então, ela se aproximou mais e falou:
  • 14:25 - 14:26
    "Sabe,
  • 14:26 - 14:31
    algumas noites isso significava
    simplesmente dormir de mãos dadas."
  • 14:33 - 14:37
    Algumas noites isso significava
    simplesmente dormir de mãos dadas.
  • 14:38 - 14:40
    Puxa... eu estava de óculos escuros,
  • 14:42 - 14:45
    e pude sentir as lágrimas
    rolando pelo meu rosto,
  • 14:45 - 14:47
    debaixo dos óculos.
  • 14:50 - 14:52
    E isso foi...
  • 14:55 - 14:58
    Bem, isso foi poderoso demais.
  • 14:58 - 15:01
    Logo depois, ela foi pegou
    um táxi e foi embora... e foi isso.
  • 15:02 - 15:06
    Fiquei sentada lá por um bom tempo,
  • 15:06 - 15:08
    digerindo e absorvendo
  • 15:08 - 15:12
    quão profunda aquela conversa
    tinha sido pra mim,
  • 15:12 - 15:15
    tanto pessoal quanto profissionalmente.
  • 15:20 - 15:25
    Quem for um cuidador,
    por favor, converse com seus pacientes,
  • 15:25 - 15:29
    discuta e dialogue com eles
  • 15:29 - 15:33
    e com aqueles com cuja
    saúde sexual vocês se importam.
  • 15:33 - 15:37
    Sobre intimidade, conexão,
    companheirismo, toque, prazer,
  • 15:37 - 15:39
    talvez até sobre masturbação.
  • 15:40 - 15:44
    Ou pelo menos deem a eles a oportunidade
    de começarem o assunto eles mesmos.
  • 15:44 - 15:49
    Se vocês estiverem buscando
    informação, ajudem a si mesmos.
  • 15:49 - 15:54
    Procurem alguém que esteja
    confortável com o assunto,
  • 15:55 - 15:57
    alguém disposto a ouvir,
  • 15:58 - 16:00
    com atitude positiva para com o sexo,
  • 16:00 - 16:03
    porque vocês vão estar cuidando
    da sua própria saúde,
  • 16:03 - 16:06
    e daqueles que vierem depois de vocês.
  • 16:08 - 16:12
    E, finalmente, como mencionei antes,
  • 16:13 - 16:16
    o sexo e todas essas emoções
    ligadas ao sexo e à intimidade
  • 16:16 - 16:20
    podem ser extremamente
    complicadas, docemente cruas,
  • 16:20 - 16:24
    previsivelmente aflitivas
    e incrivelmente belas.
  • 16:24 - 16:27
    Mas, principalmente, divirtam-se,
  • 16:27 - 16:31
    pois precisamos aprender a rir de nós
    mesmos quando as coisas dão errado,
  • 16:31 - 16:34
    o que normalmente é o caso.
  • 16:35 - 16:37
    Assim, senhoras e senhores,
  • 16:38 - 16:41
    nem preciso dizer qual é
    seu dever de casa para hoje à noite, né?
  • 16:41 - 16:42
    (Risos)
  • 16:42 - 16:43
    Obrigada.
  • 16:43 - 16:45
    (Aplausos)
Title:
Um manifesto pela masturbação: a verdade nua | Jane Langton | TEDxSFU
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

Jane Langton é educadora da área de saúde sexual de adultos, e tem por objetivo transformar as visões e o diálogo sobre a sexualidade saudável. Jane está empenhada em educar as pessoas sobre como a saúde em geral e a sexual estão interligadas.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:54

Portuguese, Brazilian subtitles

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