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Três lições sobre como iniciar um movimento pioneiro de autodefesa

  • 0:01 - 0:05
    A minha história começa
    em 4 de julho de 1992,
  • 0:05 - 0:08
    no dia em que a minha mãe seguiu
    o seu namorado da faculdade
  • 0:08 - 0:10
    do Egito para a cidade de Nova Iorque.
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    Quando os fogos de artifício
    explodiram na linha do horizonte,
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    o meu pai olhou para
    a minha mãe, a brincar, e disse:
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    "Olha, 'habibti',
  • 0:18 - 0:20
    "os americanos estão
    a festejar a tua chegada".
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    (Risos)
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    Infelizmente, não parecia ser
    nenhuma comemoração
  • 0:25 - 0:29
    quando, era eu miúda, a minha mãe e eu
    passávamos por Queens,
  • 0:29 - 0:31
    pelas ruas de Nova Iorque,
  • 0:31 - 0:34
    e a minha mãe com o seu "hijab"
    e túnicas longas e fluidas,
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    apertava os meus dedos
    pequeninos na mão dela,
  • 0:37 - 0:40
    enquanto se defendia
    de comentários desgastados como:
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    "Volta para onde vieste",
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    "Vai aprender inglês",
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    "Imigrante idiota".

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    Estas palavras destinavam-se
    a fazer-nos sentir inseguras, instáveis
  • 0:50 - 0:53
    nos nossos bairros,
    na nossa própria pele.
  • 0:54 - 0:55
    Mas foram essas mesmas ruas
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    que me fizeram apaixonar por Nova Iorque.
  • 0:58 - 1:01
    Queens é um dos lugares
    mais diversificados do mundo,
  • 1:01 - 1:05
    com pais imigrantes,
    vivendo histórias que começam sempre
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    com qualquer coisa
    entre 3 e 15 dólares no bolso,
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    uma viagem através de um vasto mar
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    e uma confusão paga a dinheiro,
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    famílias albergadas
    em decrépitos apartamentos lotados.
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    Era nessas mesmas famílias
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    que trabalharam tanto para se certificarem
    de que tínhamos microcomunidades seguras
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    que nós, enquanto crianças imigrantes,
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    nos sentíamos afirmadas
    e amadas na nossa identidade.
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    Mas foram sobretudo as mulheres.
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    Essas mulheres são a razão
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    — apesar das afirmações
    que a minha mãe enfrentava —
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    para ela se ter mantido imperturbável.
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    Essas mulheres eram
    algumas das mulheres mais poderosas
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    que eu já conheci em toda a minha vida.
  • 1:43 - 1:46
    Quero dizer, elas tinham redes para tudo.
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    Para determinar quem cuidava das crianças,
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    para poupar dinheiro extra,
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    para organizar festas de dança do ventre,
  • 1:53 - 1:55
    para memorizar o Alcorão
    e aprender inglês.
  • 1:55 - 1:58
    Juntavam pequenas fichas de ouro
  • 1:58 - 2:01
    para angariar fundos
    para a mesquita local.
  • 2:01 - 2:03
    Foram essas mesmas mulheres,
  • 2:03 - 2:05
    quando eu decidi usar o meu "hijab",
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    que me apoiaram nisso.
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    Quando eu era insultada por ser muçulmana,
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    sempre senti que tinha um exército
    de tias norte-africanas imperturbáveis
  • 2:14 - 2:16
    que me davam cobertura.
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    Todas as manhãs, aos 15 anos,
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    eu acordava, punha-me
    em frente do espelho
  • 2:21 - 2:24
    e envolvia a cabeça
    numa bonita seda brilhante,
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    tal como a minha mãe faz
    e a minha avó fazia.
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    Um dia, naquele verão de 2009,
  • 2:30 - 2:31
    eu ia pelas ruas de Nova Iorque,
  • 2:31 - 2:33
    a caminho do meu trabalho voluntário,
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    numa organização
    contra a violência doméstica
  • 2:36 - 2:38
    que uma mulher do meu bairro fundara.
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    Recordo que, naquele momento,
    senti um puxão na minha cabeça,
  • 2:42 - 2:44
    alguém a puxar-me e a agarrar-me,
  • 2:44 - 2:47
    tentando arrancar-me o "hijab" da cabeça.
  • 2:47 - 2:50
    Eu virei-me e vi um homem
    alto e de ombros largos,
  • 2:50 - 2:52
    com ódio puro nos olhos.
  • 2:53 - 2:54
    Debati-me e defendi-me
  • 2:54 - 2:57
    e, finalmente, consegui fugir,
  • 2:57 - 3:01
    escondi-me na casa de banho
    daquela organização e chorei, chorei.
  • 3:01 - 3:03
    Fiquei a pensar comigo mesma:
  • 3:04 - 3:06
    "Porque é que ele me odeia?
  • 3:06 - 3:08
    "Ele nem sequer me conhece".
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    Os crimes de ódio
    contra muçulmanos nos EUA
  • 3:11 - 3:15
    aumentaram em 1600%
    depois do 11 de setembro.
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    Uma em cada quatro mulheres nos EUA
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    sofre alguma forma de violência sexual.
  • 3:20 - 3:22
    Pode não parecer,
  • 3:22 - 3:24
    mas a islamofobia
    e a violência antimuçulmana
  • 3:24 - 3:26
    são uma forma de violência sexual,
  • 3:26 - 3:30
    dada a visibilidade das mulheres
    muçulmanas que usam "hijabs".
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    Eu não era a única
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    e isso horrorizou-me,
  • 3:34 - 3:36
    fez-me querer fazer alguma coisa.
  • 3:36 - 3:39
    Fez-me querer sair, certificar-me
    de que ninguém que eu amava,
  • 3:39 - 3:42
    nenhuma mulher tivesse de sentir
    esta insegurança na sua pele.
  • 3:44 - 3:47
    Então, comecei a pensar
    como as mulheres do meu bairro
  • 3:47 - 3:50
    tinham conseguido
    construir uma comunidade
  • 3:50 - 3:53
    e como tinham conseguido usar
    os muito poucos recursos que tinham
  • 3:54 - 3:55
    para oferecer qualquer coisa.
  • 3:55 - 3:58
    Comecei a pensar
    no que eu poderia oferecer
  • 3:58 - 4:00
    para dar segurança e poder
    àquelas mulheres.
  • 4:00 - 4:02
    Durante este percurso,
  • 4:02 - 4:03
    aprendi uma série de coisas.
  • 4:03 - 4:07
    É isso que eu quero partilhar hoje
    com vocês, algumas dessas lições.
  • 4:07 - 4:09
    Então, lição número um:
  • 4:09 - 4:11
    Comecem com o que sabem.
  • 4:11 - 4:14
    Na época, eu andava
    a fazer karaté Shotokan,
  • 4:14 - 4:15
    desde que me lembro.
  • 4:16 - 4:17
    Já tinha um cinturão preto.
  • 4:18 - 4:20
    Sim. E assim, pensei... surpresa.
  • 4:20 - 4:21
    (Risos)
  • 4:21 - 4:24
    Eu pensei que talvez
    devesse sair pelo meu bairro
  • 4:24 - 4:26
    e ensinar autodefesa às raparigas.
  • 4:26 - 4:28
    Então, saí e fui bater às portas,
  • 4:28 - 4:31
    falei com os líderes da comunidade,
    com os pais, com as raparigas
  • 4:31 - 4:35
    e, finalmente, consegui arranjar
    uma cave do centro comunitário, gratuita,
  • 4:35 - 4:38
    e convencer bastantes raparigas
    de que deviam vir às minhas aulas.
  • 4:38 - 4:41
    Na verdade, tudo correu bem
  • 4:41 - 4:43
    porque, quando eu lancei a ideia,
  • 4:43 - 4:45
    a maioria das respostas
    foram do género:
  • 4:45 - 4:46
    "De acordo, é giro,
  • 4:46 - 4:50
    "esta miúda de 1,5 m, de 'hijab'
    que sabe karaté.
  • 4:50 - 4:51
    "É giro!"
  • 4:51 - 4:56
    Na realidade, passei a ser o Miyagi
    de Queens, de Nova Iorque,
  • 4:56 - 4:58
    aos 16 anos de idade,
  • 4:58 - 5:03
    e comecei a ensinar 13 raparigas
    na cave do centro comunitário
  • 5:03 - 5:04
    em defesa pessoal.
  • 5:04 - 5:06
    Com cada movimento de autodefesa,
  • 5:06 - 5:09
    durante oito sessões,
    ao longo desse verão,
  • 5:09 - 5:11
    começámos a perceber
    o poder do nosso corpo
  • 5:11 - 5:14
    e começámos a partilhar
    as nossas experiências,
  • 5:14 - 5:16
    as nossas identidades.
  • 5:16 - 5:19
    Às vezes havia descobertas chocantes,
  • 5:19 - 5:21
    e outras vezes até havia lágrimas,
  • 5:21 - 5:22
    mas a maioria eram risotas.
  • 5:22 - 5:26
    Acabei naquele verão
    com uma irmandade incrível
  • 5:26 - 5:29
    e comecei a sentir-me
    muito mais segura na minha pele.
  • 5:29 - 5:32
    Foi por causa daquelas mulheres
    que continuei a ensinar.
  • 5:32 - 5:35
    Nunca pensara que iria continuar,
    mas continuei a ensinar.
  • 5:35 - 5:38
    E hoje, ao fim de 9 anos, 17 cidades,
  • 5:38 - 5:40
    12 países, 760 cursos
  • 5:40 - 5:44
    e milhares de mulheres e raparigas,
  • 5:44 - 5:45
    eu continuo a ensinar.
  • 5:45 - 5:47
    O que começou como
    um curso de autodefesa
  • 5:47 - 5:50
    na cave de um centro comunitário,
  • 5:50 - 5:53
    é agora uma organização internacional
  • 5:53 - 5:57
    virada para a criação de segurança e poder
    para as mulheres, em todo o mundo:
  • 5:57 - 5:58
    a Malikah.
  • 5:58 - 6:01
    (Aplausos)
  • 6:04 - 6:06
    Agora, a lição número dois:
  • 6:07 - 6:09
    Comecem com quem conhecem.
  • 6:10 - 6:12
    Muitas vezes, pode ser muito excitante,
  • 6:12 - 6:14
    principalmente se somos
    especialistas em qualquer coisa,
  • 6:14 - 6:16
    e queremos ter impacto,
  • 6:16 - 6:19
    mergulharmos numa comunidade
    e pensarmos que temos uma receita mágica.
  • 6:19 - 6:21
    Mas eu aprendi muito cedo
  • 6:21 - 6:26
    que, como o estimado filósofo,
    Kendrick Lamar, disse um dia,
  • 6:26 - 6:29
    é realmente importante
    ser humilde e sentar-se.
  • 6:30 - 6:33
    Então, basicamente, aos 15 anos,
  • 6:33 - 6:37
    a única comunidade
    com que eu tinha trabalhado
  • 6:37 - 6:39
    eram as raparigas de 14 anos
    do meu bairro.
  • 6:39 - 6:41
    Isso porque eu era amiga delas.
  • 6:41 - 6:44
    Fora isso, eu não sabia
    o que significava
  • 6:44 - 6:46
    ser filha de imigrantes bengalis,
    em Brooklyn,
  • 6:46 - 6:48
    ou ser senegalesa em Bronx.
  • 6:48 - 6:52
    Mas eu conhecia raparigas
    que estavam ligadas a essas comunidades,
  • 6:52 - 6:55
    e era impressionante
    como elas já tinham
  • 6:55 - 6:58
    as camadas de confiança e consciência,
    e de relações com as suas comunidades.
  • 6:58 - 7:01
    Tal como a minha mãe
    e as mulheres do seu bairro,
  • 7:01 - 7:04
    elas também tinham
    redes sociais muito fortes.
  • 7:04 - 7:06
    Tratava-se de conferir capacidade
  • 7:06 - 7:09
    e de acreditar na definição de segurança
    de outras mulheres.
  • 7:09 - 7:12
    Apesar de eu ser
    instrutora de defesa pessoal,
  • 7:12 - 7:14
    não podia entrar numa comunidade
  • 7:14 - 7:16
    e definir segurança
    para qualquer outra mulher
  • 7:16 - 7:19
    que não fizesse parte da minha comunidade.
  • 7:19 - 7:22
    Foi através da nossa rede alargada
  • 7:22 - 7:24
    que aprendi que a autodefesa
    não é apenas uma coisa física.
  • 7:24 - 7:26
    É um verdadeiro trabalho emocional.
  • 7:26 - 7:30
    Ou seja, fazíamos uma aula
    de autodefesa de 60 minutos
  • 7:30 - 7:33
    e depois reservávamos 30 minutos
    só para falar e curar.
  • 7:34 - 7:35
    Nesses 30 minutos,
  • 7:35 - 7:38
    as mulheres contavam
    o que as levara para aquela classe
  • 7:38 - 7:41
    mas também várias outras
    experiências com a violência.
  • 7:41 - 7:44
    Por exemplo, uma vez,
    numa dessas aulas,
  • 7:44 - 7:46
    uma mulher começou a contar
  • 7:46 - 7:51
    como tinha estado numa relação
    de violência doméstica, mais de 30 anos.
  • 7:51 - 7:53
    Foi a primeira vez
    que conseguiu falar disso,
  • 7:54 - 7:56
    porque tínhamos arranjado
    um espaço seguro para ela.
  • 7:57 - 7:58
    Isto é um trabalho poderoso,
  • 7:58 - 8:02
    mas isso só acontece quando acreditamos
    que compete às mulheres definir
  • 8:02 - 8:05
    qual é o tipo de segurança
    e de poder para si mesmas.
  • 8:06 - 8:08
    Tudo bem, lição número três:
  • 8:08 - 8:10
    Isto, para mim, foi o mais difícil.
  • 8:10 - 8:14
    A coisa mais importante neste trabalho
    é começar com a alegria.
  • 8:14 - 8:16
    Quando comecei a fazer este trabalho
  • 8:16 - 8:18
    estava a reagir a um ataque
    motivado pelo ódio,
  • 8:18 - 8:21
    sentia-me insegura, ansiosa e oprimida.
  • 8:21 - 8:23
    Estava com muito medo.
  • 8:23 - 8:26
    Isso faz sentido porque,
    olhando para trás
  • 8:26 - 8:30
    — penso que muitas mulheres nesta sala
    talvez já tenham sentido —
  • 8:30 - 8:32
    este sentimento, uma avassaladora
    sensação de insegurança,
  • 8:32 - 8:34
    assalta-nos constantemente.
  • 8:34 - 8:36
    Ou seja, imaginem isto:
  • 8:36 - 8:40
    voltar para casa à noite,
    a ouvir passos atrás de nós.
  • 8:40 - 8:44
    Pensamos se devemos andar mais depressa
    ou se devemos abrandar o passo.
  • 8:44 - 8:47
    Mantemos as chaves na mão
    no caso de precisarmos de as usar.
  • 8:47 - 8:49
    Dizemos: "Envia-me uma SMS
    quando chegares a casa.
  • 8:49 - 8:51
    "Quero saber que está bem".
  • 8:51 - 8:52
    Essas palavras são mesmo sentidas.
  • 8:52 - 8:55
    Temos medo de largar as nossas bebidas.
  • 8:55 - 8:58
    Temos medo de falar a mais ou a menos
    numa reunião.
  • 8:58 - 9:03
    Imaginem ser mulher, negra,
    trans, "queer", latina,
  • 9:03 - 9:06
    sem documentos, pobre, imigrante.
  • 9:06 - 9:09
    Só assim poderão imaginar
    quão esmagador pode ser este trabalho,
  • 9:09 - 9:12
    especialmente no contexto
    da segurança pessoal.
  • 9:13 - 9:15
    No entanto, quando dei um passo
  • 9:15 - 9:17
    para refletir no que me levou
    a este trabalho,
  • 9:17 - 9:21
    comecei a perceber
    que era o amor que tinha
  • 9:21 - 9:22
    às mulheres da minha comunidade.
  • 9:22 - 9:25
    Foi a forma como as via reunirem-se,
  • 9:25 - 9:27
    a sua capacidade de construírem entre si,
  • 9:27 - 9:29
    que me inspiraram a continuar
    a fazer este trabalho,
  • 9:29 - 9:31
    dia após dia.
  • 9:31 - 9:34
    Quer estivessem num campo
    de refugiados na Jordânia
  • 9:34 - 9:36
    ou num centro comunitário
    em Dallas, no Texas,
  • 9:36 - 9:39
    ou num escritório empresarial
    em Silicon Valley,
  • 9:39 - 9:42
    as mulheres reuniam-se
    de modos maravilhosamente mágicos,
  • 9:42 - 9:44
    construíam juntas
    e apoiavam-se umas às outras
  • 9:44 - 9:46
    de modos que mudavam a cultura
  • 9:46 - 9:48
    para dar poder e segurança
    às mulheres.
  • 9:48 - 9:50
    É assim que a mudança acontece.
  • 9:50 - 9:53
    Foi através dessas relações
    que construímos juntas.
  • 9:53 - 9:55
    É por isso que não ensinamos
    só a autodefesa,
  • 9:55 - 9:57
    mas também organizamos bailes
  • 9:57 - 9:58
    e festas "americanas".
  • 9:58 - 10:00
    Escrevemos notas de carinho
    umas às outras,
  • 10:00 - 10:02
    e cantamos canções em conjunto.
  • 10:02 - 10:04
    Trata-se de amizade
  • 10:04 - 10:06
    e tem sido muito divertido.
  • 10:06 - 10:08
    A última coisa que vos quero deixar
  • 10:08 - 10:14
    é que, para mim, o principal do ensino
    de autodefesa, em todos estes anos,
  • 10:14 - 10:16
    é que não quero que as mulheres,
  • 10:16 - 10:18
    por mais fixes que sejam
    os movimentos de autodefesa.
  • 10:18 - 10:21
    saiam e usem essas técnicas de autodefesa.
  • 10:21 - 10:26
    Não quero que nenhuma mulher precise
    de passar por qualquer situação violenta.
  • 10:27 - 10:30
    Mas para que isso aconteça,
    não devia haver violência
  • 10:30 - 10:32
    e, para não haver violência,
  • 10:32 - 10:34
    os sistemas e as culturas
  • 10:34 - 10:37
    que permitem que haja essa violência,
    têm de acabar.
  • 10:37 - 10:41
    Para que isso aconteça,
    precisamos de todas as contribuições.
  • 10:41 - 10:44
    Eu dei-vos a minha receita secreta,
  • 10:44 - 10:45
    agora, o resto é convosco.
  • 10:45 - 10:49
    Comecem com o que vocês sabem,
    comecem com quem vocês conhecem
  • 10:49 - 10:51
    e comecem com alegria.
  • 10:51 - 10:52
    Mas comecem.
  • 10:52 - 10:53
    Muito obrigada.
  • 10:53 - 10:57
    (Aplausos)
Title:
Três lições sobre como iniciar um movimento pioneiro de autodefesa
Speaker:
Rana Abdelhamid
Description:

Aos 16 anos, Rana Abdelhamid começou a ensinar autodefesa a mulheres e raparigas do seu bairro. Quase 10 anos depois, essas classes comunitárias transformaram-se na Malikah: uma rede de bases global que cria segurança, poder e solidariedade para todas as mulheres. Como é que ela fez isso? Abdelhamid partilha três ingredientes para criar um movimento a partir do zero.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
11:20

Portuguese subtitles

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