Como Adolf Hitler subiu ao poder? - Alex Gendler and Anthony Hazard

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-did-hitler-rise-to-power-alex-gendler-and-anthony-hazard

Décadas após a queda do Terceiro Reich, parece impossível entender como Adolf Hitler, o tirano que orquestrou um dos maiores genocídios da história da humanidade, poderia chegar ao poder em um país democrático. Então, como isso aconteceu e poderia acontecer novamente? Alex Gendler e Anthony Hazard mergulham na história e nas circunstâncias que permitiram que Hitler se tornasse o Führer da Alemanha.

Lição de Alex Gendler and Anthony Hazard, animação de Uncle Ginger.

Como Adolf Hitler,

um tirano que orquestrou um dos maiores
genocídios da história da humanidade,

subiu ao poder em um país democrático?

A história começa no final
da Primeira Guerra Mundial.

Com o avanço bem-sucedido
dos Aliados em 1918,

a Alemanha percebeu
que não era possível ganhar a guerra

e assinou um tratado de armistício
acabando com o conflito.

Uma vez que seu governo imperial desabou,

instabilidade civil e greves trabalhistas
se espalharam pela nação.

Temendo uma revolução comunista,

partidos importantes se uniram
para conter as revoltas,

fundando a República de Weimar.

Uma das primeiras tarefas do novo governo

era implementar um tratado de paz
imposto pelos Aliados.

Além de perder mais de um décimo
de seu território,

e de desmantelar seu exército,

a Alemanha teve que se responsabilizar
pela guerra e pagar indenizações,

debilitando sua economia já enfraquecida.

Tudo isso foi visto como uma humilhação
por muitos nacionalistas e veteranos.

Eles erroneamente acreditavam
que a guerra poderia ter sido ganha

se o exército não tivesse sido traído
por políticos e manifestantes.

Para Hitler, essas visões
se tornaram uma obsessão

e seu fanatismo e seus delírios paranóicos
o levaram a colocar a culpa nos judeus.

Suas palavras repercutiram
numa sociedade com muitos anti-semitas.

Naquela época, milhares de judeus

tinham se integrado à sociedade alemã,

mas muitos alemães
os consideravam intrusos.

Depois da Primeira Guerra Mundial,

o sucesso dos judeus levou
a acusações infundadas

de subversão e especulação com a guerra.

Não podemos deixar de frisar
que essas teorias da conspiração

nasceram do medo,

raiva e intolerância,

não de fatos.

Entretanto, Hitler teve sucesso com elas.

Quando ele se juntou a um pequeno
partido político nacionalista,

seu discurso público manipulador
o lançou à liderança do partido

e arrastou cada vez mais multidões.

Combinando antissemitismo
com ressentimento político,

os Nazistas denunciaram
o comunismo e o capitalismo

como conspirações internacionais
de judeus para destruir a Alemanha.

O Partido Nazista
inicialmente não era popular.

Depois de terem tentado,
sem sucesso, derrubar o governo,

o partido foi banido

e Hitler preso por traição.

Mas, depois de ser liberado um ano depois,

ele imediatamente começou
a reconstruir o movimento.

E depois, em 1929,
aconteceu a Grande Depressão.

Ela levou os bancos americanos
a retirar seus empréstimos da Alemanha,

e a economia alemã, já com dificuldades,
entrou em colapso do dia para a noite.

Hitler se aproveitou
da raiva das pessoas,

oferecendo a elas convenientes
bodes expiatórios,

e a promessa de restaurar
a antiga grandeza da Alemanha.

Partidos tradicionais provaram
ser incapazes de lidar com a crise,

enquanto a oposição de esquerda estava
muito fragmentada por brigas internas.

Então, algumas das pessoas frustradas
debandou para os Nazistas,

aumentando seus votos
para o parlamento de menos de 3%

para mais de 18% em apenas dois anos.

Em 1932, Hitler concorreu à presidência,

perdendo a eleição para o herói de guerra
General von Hidenburg.

Mas com 36% dos votos,

Hitler demonstrou a extensão de seu apoio.

No ano seguinte, conselheiros
e líderes empresariais

convenceram Hidenburg
a nomear Hitler como chanceler,

esperando canalizar sua popularidade
em seus próprios interesses.

Embora o chanceler fosse apenas
o chefe administrativo do parlamento,

Hitler progressivamente
expandiu o poder de seu cargo,

enquanto seus apoiadores
formavam grupos paramilitares

e lutavam com manifestantes na ruas.

Hitler elevou o temor
de uma revolução comunista,

alegando que apenas ele
poderia restaurar a lei e a ordem.

Então, em 1933,

um jovem trabalhador foi condenado
por atear fogo ao edifício do parlamento.

Hitler usou o evento
para convencer o governo

a conceder a ele poderes emergenciais.

Em questão de meses,
a liberdade de imprensa foi abolida,

outros partidos foram dissolvidos,

e leis contra judeus foram aprovadas.

Muitos dos primeiros
apoiadores radicais de Hitler

foram presos e executados,

juntamente com rivais em potencial,

e quando o presidente Hindenburg
morreu, em agosto de 1934,

ficou claro que não haveria
nenhuma nova eleição.

Preocupantemente, muitas
das primeiras medidas de Hitler

não necessitavam de repressão massiva.

Seus discursos exploravam
o medo e a ira das pessoas

para levar seu apoio
a ele e ao Partido Nazista.

Enquanto isso, empresários e intelectuais,

buscando estar ao lado a opinião pública,

endossavam Hitler.

Eles asseguravam a si mesmos
e uns aos outros

que a retórica mais extremista
de Hitler era apenas fachada.

Décadas depois, a ascenção de Hitler
mantém-se como um alerta

do quão frágil instituições democráticas
podem ser diante de multidões raivosas

e de um líder disposto a alimentar
seu ódio e explorar seus medos.