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As amazonas existiram mesmo? - Adrienne Mayor

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    Desde o tempo de Homero,
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    antigas histórias falavam
    de guerreiras ferozes
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    que habitavam para além
    do mundo mediterrânico,
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    lançando o terror nos mais poderosos
    reinos da Antiguidade.
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    As suas façanhas eram contadas
    por muitos poetas épicos.
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    Lutaram na lendária Guerra de Troia
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    e o seu grande exército invadiu Atenas.
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    Jasão e os Argonautas
    passaram pelas suas praias,
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    e evitaram com dificuldade
    as suas setas mortíferas.
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    Estas combatentes formidáveis
    enfrentaram os maiores campeões do mito:
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    Héracles,
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    Teseu
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    e Aquiles.
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    Eram só mulheres.
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    As amazonas, amantes da guerra,
    "iguais aos homens" em coragem e perícia
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    eram conhecidas por todos
    na antiga Grécia.
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    Cenas de batalhas com as amazonas
    ornavam o Pártenon na Acrópole ateniense,
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    pinturas e estátuas de amazonas
    adornavam templos e espaços públicos.
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    As crianças brincavam com amazonas bonecas
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    e as amazonas eram um tema preferido
    nas pinturas dos vasos gregos.
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    Na arte e literatura da Grécia
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    eram descritas
    como ousadas e desejáveis,
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    mas também como terríveis e mortíferas
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    condenadas a morrer
    às mãos de heróis gregos.
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    As amazonas serão meras figuras míticas
    ou haverá mais qualquer coisa?
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    Há muito que se concluiu
    que eram imaginárias,
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    tal como os ciclopes e os centauros.
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    Mas, curiosamente,
    histórias do antigo Egito,
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    da Pérsia, do Médio Oriente,
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    da Ásia Central,
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    da Índia e da China
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    também descrevem mulheres guerreiras,
    do tipo das amazonas.
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    As amazonas aparecem descritas
    em antigos relatos históricos,
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    não apenas em mitos.
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    Escritores como Heródoto,
    Platão e Estrabão
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    nunca duvidaram da sua existência.
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    Então, quem eram as verdadeiras
    guerreiras conhecidas por amazonas?
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    Historiadores antigos situavam
    as amazonas em Cítia,
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    o vasto território que se estende
    a partir do Mar Negro
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    pelas estepes da Ásia Central.
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    Esta região imensa era povoada
    por tribos nómadas
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    cuja vida se centrava nos cavalos,
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    no arco e flecha e na guerra.
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    A cultura deles floresceu durante cerca
    de mil anos, a partir de 800 a.C.
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    Temidos pelos gregos,
    pelos persas e pelos chineses,
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    os citas não deixaram registos escritos
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    mas encontramos pistas nas descrições
    feitas pelos vizinhos e na arqueologia.
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    Os antepassados dos citas
    foram os primeiros a cavalgar cavalo
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    e inventaram o arco recurvo.
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    Como uma arqueira a cavalo
    era tão rápida e mortífera como um homem,
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    todas as crianças eram treinadas
    a cavalgar e atirar.
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    As mulheres caçavam e lutavam
    ao lado dos homens,
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    usando as mesmas armas.
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    A paisagem inóspita
    e o estilo de vida nómada
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    criavam a sua forma de igualdade.
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    Isso espantava os antigos gregos,
    cujas mulheres viviam fechadas em casa.
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    As histórias mais antigas
    sobre citas e amazonas
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    podem ter exagerado essas notícias.
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    Mas quando os gregos começaram
    a mercadejar em volta do Mar Negro
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    e ainda mais para oriente,
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    os retratos tornaram-se mais realistas.
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    Nas imagens iniciais, as amazonas
    apareciam com armas e armaduras gregas.
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    Mas, em representações posteriores,
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    usavam arcos e machados de guerra,
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    montavam cavalos,
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    e usavam elmos pontiagudos
    e calças padronizadas
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    características dos nómadas da estepe.
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    Até há pouco tempo, ninguém sabia
    até que ponto eram fortes as ligações
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    entre os citas e as amazonas
    da mitologia grega,
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    mas, recentes descobertas arqueológicas
    forneceram amplas provas.
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    Foram escavados mais de 1000 antigos
    "kurgáns", ou túmulos funerários,
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    que continham esqueletos e armas.
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    A princípio, os arqueólogos julgaram
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    que as armas só podiam
    pertencer a guerreiros masculinos.
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    Mas a análise de ADN, até agora,
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    já revelou que cerca de 300 esqueletos
    enterrados com armas
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    pertencem a mulheres
    entre os 10 e os 45 anos
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    e todos os anos se vão encontrando mais.
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    Os esqueletos das mulheres
    revelam ferimentos de batalhas:
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    costelas partidas por espadeiradas,
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    crânios esmagados por machados de guerra
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    e setas espetadas nos ossos.
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    Na arte e escritos clássicos,
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    as temíveis amazonas
    eram sempre representadas
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    como corajosas e heroicas.
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    Mas na Grécia Clássica
    dominada pelos homens,
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    a ideia de mulheres fortes que obtinham
    glória na liberdade e na guerra
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    despertava sentimentos contraditórios.
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    Contudo, os gregos também eram
    atraídos por ideais igualitários.
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    Será possível que o reino mítico
    das lendas vibrantes das amazonas
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    fosse uma forma de imaginar
    mulheres e homens
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    como companheiros iguais?
Title:
As amazonas existiram mesmo? - Adrienne Mayor
Speaker:
Adrienne Mayor
Description:

Vejam a lição completa em: https://ed.ted.com/lessons/did-the-amazons-really-exist-adrienne-mayor

Há muito que se concluiu que as amazonas, as mulheres guerreiras, ferozes e temíveis da Grécia, eram imaginárias. Mas, curiosamente, histórias do antigo Egito, da Pérsia, do Médio Oriente, da Ásia Central, da Índia e da China também descrevem mulheres guerreiras, do tipo das amazonas. As amazonas aparecem descritas em antigos relatos históricos, não apenas em mitos. Quem eram as verdadeiras mulheres guerreiras conhecidas por amazonas? Adrienne Mayor investiga.

Lição de Adrienne Mayor, animação de Silvia Prietov.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:02
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Did the Amazons really exist?
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Did the Amazons really exist?
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for Did the Amazons really exist?
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Did the Amazons really exist?
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Did the Amazons really exist?
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Did the Amazons really exist?

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