Setenta e sete anos de praia | Jorge Paulo Lemann | TEDxRio
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0:28 - 0:31Primeiro, eu vou dar
umas boas notícias pra vocês. -
0:31 - 0:35Eu passei os últimos dois dias
entrevistando jovens -
0:35 - 0:39para o sistema de bolsas
da Fundação Estudar. -
0:39 - 0:44E eu fico impressionando todo ano
com como os jovens estão melhorando, -
0:44 - 0:48quer dizer, a qualidade
das pessoas é um espetáculo. -
0:48 - 0:53Tem jovem de 17 anos, aceito nas melhores
faculdades dos Estados Unidos. -
0:55 - 0:57Espetaculares, realmente.
-
0:57 - 1:01E a melhor notícia é que, hoje em dia,
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1:01 - 1:07muitos desses jovens estão interessados
em política ou ir para o setor público. -
1:07 - 1:10Na minha época, ninguém queria
ir para o governo. -
1:10 - 1:13Agora, eu estive em Harvard,
três semanas atrás, -
1:13 - 1:16também num seminário pra brasileiros,
-
1:16 - 1:20e, no final, uns jovens lá
-
1:20 - 1:24convidaram aqueles que queriam ir
para o setor público, -
1:24 - 1:28pra subirem no palco pra tirar um retrato,
pra, daqui a dez anos, -
1:28 - 1:32olhar quem tinha realmente feito
alguma coisa no setor público, -
1:32 - 1:38e subiram uns 40 jovens brasileiros,
das melhores escolas americanas. -
1:38 - 1:43Então, eu acho que o Brasil vai melhorar
quando esse pessoal voltar -
1:43 - 1:47e esse pessoal tiver cargos importantes
-
1:47 - 1:52e, assim, substituem o pessoal
que está aí agora. -
1:52 - 1:55Bom, vamos lá, à minha palestra.
-
1:55 - 1:58Bom, como eu invisto muito em educação,
-
1:58 - 2:00acreditando que esta
é a melhor forma de gerar -
2:00 - 2:04maior igualdade
de oportunidades para todos, -
2:04 - 2:07acho que vocês imaginam
que a minha própria educação -
2:07 - 2:13tenha sido formal,
estruturada e bem planejada. -
2:13 - 2:17Como vocês verão, não foi bem assim,
mas vamos à minha história. -
2:17 - 2:24Eu nasci no Rio e, dos meus 76 anos,
morei uns 50 anos aqui no Rio. -
2:24 - 2:28Então, eu sou realmente carioca.
-
2:28 - 2:32Eu vou falar um pouco da grande
influência do Rio, positiva e negativa, -
2:32 - 2:34na minha formação.
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2:34 - 2:39Espero que vocês na plateia tirem
algum proveito de meu aprendizado -
2:39 - 2:43e que sirva para os que têm filhos
e para a futura Escola Eleva -
2:43 - 2:48incorporar algo do meu aprendizado
na sua filosofia de ensino. -
2:49 - 2:56Basicamente, fui educado com muita
liberdade, autonomia, praticando espotes, -
2:56 - 3:01com a necessidade de me adaptar
à convivência com gente diversa, -
3:01 - 3:07assumindo riscos e a constante
necessidade de tomar decisões. -
3:07 - 3:11Ou seja, tive um grau
de liberdade e independência -
3:11 - 3:18e situações de me virar por conta própria
maior do que a maioria dos meus colegas. -
3:18 - 3:23Acho que essa liberdade
foi um fator positivo na minha vida. -
3:23 - 3:29Do lado negativo, faltou disciplina,
melhor conhecimento das ciências exatas -
3:29 - 3:31e uma visão de longo prazo,
-
3:31 - 3:35fatores que só pude
tentar corrigir mais tarde. -
3:36 - 3:38Menciono, a seguir, algumas memórias.
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3:38 - 3:43Eu morava no Leblon. Aos cinco anos,
me botaram na escola americana. -
3:43 - 3:46Usualmente, teria ido
para uma escola alemã. -
3:46 - 3:49Meu pai era suíço
e minha mãe, filha de suíços. -
3:49 - 3:54Mas, como a Segunda Guerra tinha acabado
e com a derrota dos alemães, -
3:54 - 3:56fui para uma escola americana.
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3:56 - 4:01Entre os meus colegas de rua e esporte,
eu me sentia diferente. -
4:01 - 4:06Todos estudavam em escolas brasileiras
e eu, numa estrangeira. -
4:06 - 4:11Aprendi inglês cedo, o que se tornou
uma grande vantagem mais tarde. -
4:11 - 4:15Tive muito mais acesso no mundo
por falar inglês bem. -
4:15 - 4:19A escola americana
não era conhecida por sua disciplina, -
4:19 - 4:26mas, em compensação, o quadro
de professores era diverso e divertido. -
4:26 - 4:31Meu professor de matemática e física
era um húngaro fugido do comunismo. -
4:31 - 4:36O de educação física, que dobrava
como professor de biologia, -
4:36 - 4:41era um russo, o galã da escola,
também fugido do comunismo. -
4:41 - 4:45A professora de história
fugiu dos nazistas. -
4:45 - 4:48Minha professora
do primeiro ano, mais tarde, -
4:48 - 4:53fundou o Chapeuzinho Vermelho,
escola que ficou famosa no Rio. -
4:53 - 4:58A professora de francês veio para o Brasil
perseguindo sua paixão. -
4:58 - 5:01Nunca casou, mas viveu até 106 anos, poxa.
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5:02 - 5:04E havia os americanos.
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5:04 - 5:07Em geral, eram americanos
de passagem pelo Rio de Janeiro, -
5:07 - 5:12que iam lá ensinar na escola,
fazendo um bico. -
5:13 - 5:17Então, era uma escola
cheia de professores amadores, -
5:17 - 5:20mas uma diversidade incrível de pessoas.
-
5:20 - 5:25Entre os alunos, a variedade
de nacionalidades era grande também, -
5:25 - 5:27que, somados aos professores,
-
5:27 - 5:31permitiam uma interação
com culturas diversas. -
5:32 - 5:35Havia pouca rigidez
e disciplina na escola. -
5:35 - 5:40O ambiente livre gerava
a oportunidade de ser criativo, -
5:40 - 5:42de se virar por conta própria,
-
5:42 - 5:45qualidades que certamente
foram fundamentais -
5:45 - 5:48no meu futuro como empreendedor.
-
5:48 - 5:51A interação com diversas culturas
-
5:51 - 5:56tornou mais fácil a minha expansão
para o exterior, nos negócios, -
5:56 - 5:58anos mais tarde.
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6:01 - 6:04Lembro-me com saudades
dessa época do Rio de Janeiro. -
6:04 - 6:09Com oito anos, eu podia ir para a escola
sozinho, a pé ou de bicicleta. -
6:09 - 6:12Que aprendizado maravilhoso,
para um jovem dessa idade, -
6:12 - 6:15poder andar sozinho na rua.
-
6:15 - 6:19Risco de sequestro ou roubo
nem passava pela minha cabeça. -
6:19 - 6:23O perigo maior eram os meninos
de territórios diferentes, -
6:23 - 6:29que ameaçavam, caso cruzássemos
áreas que eles considerassem deles. -
6:29 - 6:34A solução era mudar a rotina,
ou ir de bicicleta. -
6:34 - 6:38Na minha infância,
o esporte era um foco importante. -
6:38 - 6:43Eu jogava tênis, onde aprendi a competir,
perder aprendendo, -
6:43 - 6:48a treinar, a ter a disciplina
que me faltava na escola, -
6:48 - 6:53ter mais autocontrole
e também a avaliar adversários. -
6:53 - 6:58Desde cedo, participava
de torneios pelo Brasil afora. -
6:58 - 7:00Viajava sozinho e tinha de me virar,
-
7:00 - 7:05uma riqueza de experiências
na formação de um jovem. -
7:05 - 7:08Aos 12 anos, comecei
a frequentar o Arpoador. -
7:08 - 7:14Como já havia dois outros Jorges na praia,
o Jorge "francês" e o Jorge "grande", -
7:14 - 7:19eu passei a ser o Jorge "americano"
porque estudava na escola americana. -
7:19 - 7:23Comecei a surfar e a pescar de mergulho.
-
7:23 - 7:27Na época, o Arpoador era o centro
da juventude avançada, -
7:27 - 7:31mas drogas ainda não tinham
aparecido por lá. -
7:31 - 7:34Chegaram ao Arpoador anos mais tarde.
-
7:34 - 7:37Eu, como era atleta
e competia muito no tênis, -
7:37 - 7:42sempre estive imune às bebedeiras,
festanças ou drogas. -
7:42 - 7:46As viagens de pesca para Búzios
eram uma aventura. -
7:46 - 7:51Pegávamos uma barca para Niterói,
um ônibus para Cabo Frio -
7:51 - 7:54e outro ônibus para Búzios.
-
7:54 - 7:57Raramente a logística funcionava bem
-
7:57 - 8:02e, muitas vezes, sobrávamos
em lugares inesperados. -
8:02 - 8:08Surfar no Arpoador e viagens para pescar
de mergulho em Cabo Frio e Angra -
8:08 - 8:12eram oportunidades excelentes de aprender.
-
8:12 - 8:16A liberdade que meus pais me davam
me obrigava a tomar decisões -
8:16 - 8:20e solucionar problemas,
mesmo que fossem pequenos. -
8:20 - 8:26Estudar eu estudava, ler também eu lia,
mas gostava mesmo era de ação: -
8:26 - 8:29tênis, surfe e aventuras.
-
8:30 - 8:34Fico triste quando penso que, hoje em dia,
é difícil ou impossível, no Rio, -
8:34 - 8:36para qualquer criança de oito anos,
-
8:36 - 8:41ir a pé sozinha à escola
ou frequentar o Arpoador aos 12 anos. -
8:41 - 8:47Essa necessidade de adaptação e de lidar
com experiências e pessoas variadas -
8:47 - 8:50na minha infância
-
8:50 - 8:54foi um fator muito construtivo
no meu aprendizado. -
8:54 - 8:56Minha educação carioca
-
8:56 - 9:01contribuiu para que eu me tornasse
um eterno otimista. -
9:01 - 9:07Aliás, conheço mais otimistas
bem-sucedidos do que pessimistas. -
9:07 - 9:13Para mim, o mundo tinha problemas,
mas era lindo, estava sempre melhorando, -
9:13 - 9:16gerava oportunidades excepcionais
-
9:16 - 9:21e as meninas do Arpoador
e do Colégio São Paulo eram maravilhosas. -
9:21 - 9:22(Risos)
-
9:26 - 9:30Bom, se essas minhas
experiências de liberdade -
9:30 - 9:34não são aplicáveis no mesmo formato,
-
9:34 - 9:38como as que eu pude ter,
-
9:38 - 9:42recomendo muitos aos pais na plateia
que encontrem outras formas -
9:42 - 9:47de proporcionar liberdade
e opções de escolha aos filhos. -
9:47 - 9:50O mundo está mudando cada vez mais rápido
-
9:50 - 9:55e crianças sem a possibilidade
de experimentar e resolver -
9:55 - 9:58estarão em desvantagem.
-
9:58 - 10:03Eu tenho muita preocupação com os pais
que sempre estão muito preocupados -
10:03 - 10:06com a educação formal
dos filhos e as notas... -
10:08 - 10:14Eu acho que tem muito mais numa boa
educação do que o estudo formal. -
10:14 - 10:18Então, eu acho que a criança
tem que correr uns riscos, -
10:18 - 10:22tem que fazer bobagens, tem que errar,
e é assim que ela aprende. -
10:23 - 10:26Aos 17 anos, fui pra Harvard.
-
10:26 - 10:29Deixei meu Arpoador querido para sempre.
-
10:29 - 10:32Harvard foi uma dureza
para um carioca da praia -
10:32 - 10:34que nunca havia estado nos Estados Unidos,
-
10:34 - 10:37apesar de ter estudado
na escola americana, -
10:37 - 10:41mas tinha aprendido
a me virar e me adaptar. -
10:41 - 10:46Me virei e me formei,
sem brilho, aos 20 anos. -
10:46 - 10:50Como me formei antes da minha classe,
nunca peguei o meu diploma. -
10:50 - 10:54Em 2014, num evento em Harvard,
-
10:54 - 10:57decidiram me entregar o diploma
que eu nunca tinha pego. -
10:57 - 10:59(Risos)
-
11:00 - 11:03A Duda estava lá, eu acho.
-
11:04 - 11:11Bom, até que eu gostei de recebê-lo,
com 53 anos de atraso. -
11:11 - 11:13Por que eu não peguei antes?
-
11:13 - 11:17Não sei direito, mas talvez
por uma certa implicância -
11:17 - 11:19com a educação formal demais.
-
11:25 - 11:29Não que Harvard seja muito rígida,
cada um estuda o que quer por lá, -
11:29 - 11:32mas, para um carioca criado
com pouca disciplina, -
11:32 - 11:36todo aquele aparato universitário
e burocrático era irritante. -
11:36 - 11:41Acredito muito em educação e em aprender,
mas, em linhas gerais, -
11:41 - 11:46me preocupa a burocratização e rigidez
dos sistemas existentes. -
11:46 - 11:50Como descrevi anteriormente,
dou muito valor a experiências, -
11:50 - 11:55a oportunidades de tomar decisões
e a errar para aprender. -
11:55 - 11:58Quanto a Harvard, vale a pena mencionar
-
11:58 - 12:04que duas das maiores estrelas recentes,
pessoas inovadoras no ramo de negócios, -
12:04 - 12:08chegaram a frequentar a faculdade,
mas não se formaram: -
12:08 - 12:10o Bill Gates e o Mark Zuckerberg.
-
12:10 - 12:15Resolveram que tinham coisas mais
importantes para fazer ou aprender, -
12:15 - 12:18em vez de se formarem em Harvard.
-
12:18 - 12:21Depois de Harvard, passei um ano
jogando tênis na Europa, -
12:21 - 12:26o suficiente pra saber que não era
aquilo que eu queria fazer, -
12:26 - 12:29apesar de gostar de jogar até hoje,
-
12:29 - 12:32mas, pelo menos, joguei em alguns
dos torneios mais conhecidos, -
12:32 - 12:35como Wimbledon,
Roland-Garros e a Taça Davis -
12:36 - 12:40Retornando ao Rio, me juntei
a um grupo de "Ivy Leaguers" -
12:40 - 12:42que havia fundado uma financeira.
-
12:42 - 12:47Mais um baita aprendizado:
falimos depois de quatro anos. -
12:47 - 12:50Gostava da dinâmica do mercado financeiro.
-
12:50 - 12:53Continuei no mercado e me juntei
a um novo empreendimento: -
12:53 - 12:56uma distribuidora de valores.
-
12:56 - 12:59Não foi um fracasso,
mas a sociedade não prosperou. -
13:00 - 13:04Compraram a minha participação
e me retirei da sociedade. -
13:04 - 13:07Em 1971, com 31 anos,
-
13:07 - 13:11juntei todas as minhas poupanças
e montei o Garantia. -
13:11 - 13:14Já fazia dez anos que eu tinha me formado.
-
13:14 - 13:18Já havia passado por duas
experiências frustrantes, -
13:18 - 13:22mas, finalmente,
as coisas começavam a andar. -
13:22 - 13:25Será que se eu tivesse tido
mais disciplina, -
13:25 - 13:31mais planejamento de longo prazo,
eu teria escapado dos fracassos? -
13:31 - 13:34É possível que sim, mas, por outro lado,
-
13:34 - 13:38o meu desejo de liberdade
e disposição para correr riscos -
13:38 - 13:43me mantinha na rota
de tentar inovar, sonhar grande, -
13:43 - 13:47em vez de me contentar
com um bom salário e segurança. -
13:55 - 13:58Em 1971, tive uma grande sorte.
-
13:58 - 14:02Havia montado a corretora Garantia
para operar em bolsa, -
14:02 - 14:07mas mal comprei a corretora
e a bolsa despencou uns 70%. -
14:07 - 14:10O meu negócio previsto evaporou.
-
14:10 - 14:16Na mesma época, o Banco Central decidiu
criar o mercado de títulos governamentais, -
14:16 - 14:21um novo negócio que abriu a oportunidade
para muitos jovens do mercado financeiro -
14:21 - 14:22de se provarem.
-
14:23 - 14:25Até então, a sorte tinha sorrido pra mim,
-
14:25 - 14:29em termos das ondas suicidas
que eu havia surfado, -
14:29 - 14:32dos ataques de tubarão
de que eu havia escapado -
14:32 - 14:35e dos assaltantes
a que eu havia sobrevivido. -
14:35 - 14:38Agora, a sorte estava me dando
uma oportunidade excepcional -
14:38 - 14:40no mundo dos negócios.
-
14:40 - 14:44Eu, pessoalmente, acho que a sorte
é o resultado de muito suor, -
14:44 - 14:50mas tenho um bom amigo que sempre diz que
a sorte passa pela frente de todo mundo; -
14:50 - 14:52alguns a agarram, outros não.
-
14:52 - 14:57Foi o que fiz: agarrei o "open market",
que virou um negócio excepcional -
14:57 - 15:00para a construção de outros negócios.
-
15:00 - 15:03Os negócios do Garantia iam bem,
-
15:03 - 15:06mas a sociedade começou
novamente a fraquejar. -
15:06 - 15:10Meus sócios originários
queriam ser sócios, -
15:10 - 15:12mas não queriam trabalhar.
-
15:12 - 15:17Tive de comprá-los e substituí-los
por jovens promissores. -
15:17 - 15:20Depois de apanhar
nas primeiras sociedades, -
15:20 - 15:24comecei a melhorar em termos
de sociedade e associados, -
15:24 - 15:28mas sempre tendo de aprender
através das dificuldades -
15:28 - 15:32e com a disposição para mudar
ou tentar novamente. -
15:32 - 15:35Se tivesse tido uma educação
muito rígida e formal, -
15:35 - 15:38dificilmente teria me ajustado
-
15:38 - 15:43às necessidades constantes
de mudança e adaptação. -
15:43 - 15:46Nessa época, minha vida,
-
15:46 - 15:51com infância de muita liberdade
e disposição para coisas novas e riscos, -
15:51 - 15:53começou a dar certo.
-
15:53 - 15:57Em 1983, compramos o controle
das Lojas Americanas. -
15:57 - 16:00Meus colegas do mercado financeiro,
-
16:01 - 16:03que ganhavam rios de dinheiro
com os juros altos, -
16:03 - 16:06achavam que estávamos loucos:
-
16:06 - 16:10"Pra que comprar uma empresa,
quando os juros são tão bons?" -
16:10 - 16:13Em 1989, compramos a Brahma.
-
16:13 - 16:17Ela era tão maior do que nós
que nos acusaram de sermos testa de ferro -
16:17 - 16:20de grupos internacionais.
-
16:20 - 16:27A maioria dos meus colegas do mercado
financeiro e suas empresas desapareceram. -
16:27 - 16:32Nós, com ativos mais sólidos,
mais tarde, continuamos por aqui, -
16:32 - 16:37sempre prontos para melhorar, inovar
e tentar fazer de maneira diferente. -
16:38 - 16:41Minha educação carioca
teve algumas falhas. -
16:41 - 16:46Como estudei em escola americana,
nunca fui muito bom em ciências exatas. -
16:46 - 16:51Faltou disciplina em geral no início
da carreira, e visão de longo prazo. -
16:51 - 16:55O carioca não é um adepto de muita
disciplina ou visão de longo prazo. -
16:55 - 16:59Fui tentando corrigir isso
ao longo dos anos. -
16:59 - 17:04Em resumo, acredito
numa boa educação formal, -
17:04 - 17:10mas não a deixe matar
o aprendizado da rua ou praia, -
17:10 - 17:14a disposição de errar,
de decidir, de inovar -
17:14 - 17:18e de tentar de novo,
se houver uma derrota pelo caminho. -
17:18 - 17:22O meu aprendizado carioca teve falhas,
-
17:22 - 17:27mas, felizmente, gerou oportunidades
que foram agarradas, -
17:27 - 17:34e continuo um carioca otimista,
bem-humorado e querendo sempre melhorar. -
17:34 - 17:35Obrigado.
-
17:35 - 17:38(Aplausos)
- Title:
- Setenta e sete anos de praia | Jorge Paulo Lemann | TEDxRio
- Description:
-
O empresário e investidor Jorge Paulo Lemann tinha tudo para ser suíço como seus pais, mas nasceu no Rio e herdou a carioquice da gema. Graças aos muitos anos, ou melhor, décadas de praia, no Arpoador, tornou-se um empresário globalmente bem-sucedido e otimista, que investe pesado em educação. Cresceu num Rio de Janeiro muito diferente do de hoje. Especialmente para crianças: aos oito anos, já ia a pé para a escola, sozinho. O foco em esportes, como tênis, surfe, mergulho e pesca submarina, e nas respectivas competições, potencializou a liberdade da vida ao ar livre, a autonomia e a adaptação a diversos ambientes, pessoas, culturas e desafios. Aos 17 anos, ingressava em Harvard, mas como bom carioca, só buscou o diploma 52 anos depois. Passou pelo mercado financeiro, mas preferia sonhar grande em vez de se contentar com um bom salário e segurança. Olhando para trás, Jorge Paulo sabe que agarrou todas as oportunidades, mas ainda acha que faltou disciplina e visão de longo prazo. Imagina se…
Jorge Paulo Lemann é um empreendedor brasileiro que busca ser uma inspiração para jovens talentos do Brasil e do mundo. Participa de iniciativas como o programa Lemann Fellowship, que possibilita o ingresso de jovens brasileiros em universidades e que reúnem avançados centros de referência em produção de conhecimento, como Columbia, Harvard, Yale, Oxford, Illinois e Universidade da Califórnia (EUA); o Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, um centro de apoio ao treinamento de profissionais responsáveis pela formação de educadores brasileiros dentro da Universidade de Stanford (EUA); além de integrar o conselho da Fundação Estudar, instituição que viabiliza a qualificação de universitários de alto potencial transformador; entre outras.
Sempre com a persistente crença na qualificação e no desenvolvimento do potencial das pessoas, ajuda a inserir o Brasil em um cenário de referência entre os países que levam para o mundo a gestão executiva de excelência.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
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- Portuguese, Brazilian
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