9 mitos sobre psicologia desmitificados
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0:01 - 0:04Já ouviram falar do QI,
a vossa inteligência geral, -
0:04 - 0:06mas e o vosso Q-Psi?
-
0:06 - 0:08Quanto sabem sobre
o que vos motiva, -
0:08 - 0:10e quão bons são em prever
o comportamento dos outros -
0:10 - 0:12ou mesmo o vosso?
-
0:12 - 0:15E quanto do que julgam saber
sobre psicologia está errado? -
0:15 - 0:19Vamos descobrir, contando
os dez maiores mitos da psicologia. -
0:19 - 0:22Provavelmente já ouviram dizer
que, no que toca à sua psicologia, -
0:22 - 0:25é como se os homens viessem de Marte,
e as mulheres de Vénus. -
0:25 - 0:28Mas quão diferentes são de facto
os homens e as mulheres? -
0:28 - 0:30Para descobrir, comecemos por uma coisa
-
0:30 - 0:33em que os homens e as mulheres
são, de facto, diferentes, -
0:33 - 0:36e vamos mapear na mesma escala
diferenças psicológicas entre sexos. -
0:36 - 0:38Homens e mulheres
são, de facto, diferentes -
0:38 - 0:40na distância a que conseguem
atirar uma bola. -
0:40 - 0:42Vendo os dados relativos aos homens,
-
0:42 - 0:43vemos uma curva
de distribuição normal. -
0:43 - 0:46Poucos conseguem atirar muito longe,
e poucos nada longe, -
0:46 - 0:49mas a maioria atira a bola
a uma distância média. -
0:49 - 0:52As mulheres têm a mesma distribuição,
mas há uma grande diferença. -
0:52 - 0:55O homem médio consegue
atirar a bola mais longe -
0:55 - 0:57do que cerca de 98% das mulheres.
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0:57 - 1:00Agora vamos ver como são
as diferenças psicológicas entre sexos, -
1:00 - 1:02na mesma escala normalizada.
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1:03 - 1:04Qualquer psicólogo vos dirá
-
1:04 - 1:07que os homens são melhores
em perceção espacial abstrata, -
1:07 - 1:09em coisas como ler mapas, por exemplo.
E é verdade. -
1:09 - 1:12Mas vamos olhar para
a dimensão dessa diferença. -
1:12 - 1:15É mínima: as linhas são tão próximas
que quase se sobrepõem. -
1:15 - 1:19Na verdade, a mulher média é melhor
do que 33% dos homens, -
1:19 - 1:21e, claro, se esse valor fosse de 50%,
-
1:21 - 1:23os dois sexos
seriam exatamente iguais. -
1:23 - 1:26Esta diferença e aquela
que vou mostrar a seguir -
1:26 - 1:30são praticamente as maiores
diferenças psicológicas entre sexos -
1:30 - 1:32que a psicologia já encontrou.
-
1:32 - 1:33Aqui está a próxima:
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1:33 - 1:35Os psicólogos dirão
que as mulheres são melhores -
1:35 - 1:37em linguagem e gramática
do que os homens. -
1:37 - 1:39Este é o desempenho
num teste de gramática. -
1:39 - 1:41Ali estão as mulheres.
Ali os homens. -
1:41 - 1:44Sim, as mulheres são melhores,
em média, mas as linhas são tão próximas -
1:44 - 1:48que 33% dos homens são melhores
do que a média das mulheres. -
1:48 - 1:50Mais uma vez, se o valor fosse de 50%,
-
1:50 - 1:52isso significaria
a total igualdade entre os sexos. -
1:53 - 1:55Portanto, não se trata de Marte e Vénus.
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1:55 - 1:57Quando muito, Mars e Snickers.
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1:57 - 2:01São basicamente a mesma coisa,
mas talvez um tenha mais frutos secos. -
2:01 - 2:03Não vou dizer qual.
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2:04 - 2:06Agora já fizemos o aquecimento.
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2:06 - 2:09Vamos analisar-vos usando
o famoso teste de Rorscharch. -
2:09 - 2:12Provavelmente veem, sei lá, dois ursos,
ou duas pessoas, ou algo assim. -
2:12 - 2:14Mas o que acham que eles estão a fazer?
-
2:14 - 2:17Levantem a mão, se acham
que estão a cumprimentar-se. -
2:17 - 2:19Poucas pessoas.
Muito bem. -
2:19 - 2:22Levantem a mão se acham
que eles estão a "dar mais cinco". -
2:22 - 2:24Muito bem.
E se acham que eles estão a lutar? -
2:24 - 2:25Apenas algumas pessoas.
-
2:25 - 2:28Se acham que eles estão a cumprimentar-se
ou a "dar mais cinco", -
2:28 - 2:30significa que são
pessoas amigáveis. -
2:30 - 2:31Se acham que eles estão a lutar,
-
2:31 - 2:34são pessoas um pouco mais
mazinhas, mais agressivas. -
2:34 - 2:35Basicamente
são amigos ou guerreiros. -
2:35 - 2:37Então e esta?
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2:37 - 2:39Esta não é para votação, por isso
aos três gritem o que veem. -
2:40 - 2:41Um, dois, três.
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2:42 - 2:43(Vozes confusas)
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2:44 - 2:45Ouvi "hamster".
Quem disse "hamster"? -
2:45 - 2:47Isso é muito preocupante.
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2:47 - 2:49Houve alguém aqui que disse "hamster".
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2:49 - 2:52É suposto verem um animal de duas patas
-
2:52 - 2:54e aqui, a sua imagem espelhada.
-
2:54 - 2:57Se não viram,
é porque têm dificuldade -
2:57 - 3:01em processar situações complexas,
onde se passa muita coisa, -
3:01 - 3:04exceto, é claro,
que não quer dizer nada disso. -
3:04 - 3:06Os testes de Rorscharch
não têm validade nenhuma -
3:06 - 3:09no que toca a diagnosticar
a personalidade de uma pessoa -
3:09 - 3:11e não são usados
pelos psicólogos de hoje. -
3:11 - 3:15Aliás, um estudo recente concluiu
que quando se tentava -
3:15 - 3:18diagnosticar a personalidade das pessoas
com testes de Rorscharch, -
3:18 - 3:20diagnosticava-se esquizofrenia
-
3:20 - 3:23a cerca de um sexto dos participantes
aparentemente perfeitamente normais. -
3:24 - 3:26Por isso, se não se saíram muito bem
-
3:26 - 3:29talvez não sejam pessoas
muito visuais. -
3:29 - 3:31Vamos fazer outro teste rápido
para descobrir. -
3:31 - 3:35Quando fazem um bolo, preferem:
— mãos no ar, novamente — -
3:35 - 3:38(a) preferem usar um livro de receitas
com imagens? -
3:38 - 3:40Sim, algumas pessoas.
-
3:40 - 3:42(b) Preferem ter um amigo
a dizer-vos a receita? -
3:42 - 3:45Ou (c) experimentar,
inventando à medida que fazem? -
3:45 - 3:47Bastantes pessoas.
-
3:47 - 3:48Muito bem, se disseram (a),
-
3:48 - 3:50significa que
aprendem visualmente -
3:50 - 3:54e que aprendem melhor quando
a informação é apresentada visualmente. -
3:54 - 3:57Se disseram (b), significa
que aprendem auditivamente, -
3:57 - 4:00aprendem melhor quando
a informação é apresentada sonoramente. -
4:00 - 4:03E se disseram (c), significa
que aprendem cinestesicamente, -
4:03 - 4:06aprendem melhor quando
põem mãos à obra. -
4:07 - 4:09Só que, é claro,
como já devem ter adivinhado -
4:09 - 4:11não é verdade, porque
é tudo um grande mito. -
4:11 - 4:15Os tipos de aprendizagem são uma invenção
que não se baseia em provas científicas. -
4:15 - 4:19Sabemo-lo porque em estudos
rigorosamente controlados, -
4:19 - 4:21quando se dá às pessoas
material de aprendizagem -
4:21 - 4:24do seu tipo preferido
ou de um tipo oposto, -
4:24 - 4:27não faz qualquer diferença
na quantidade de informação que retêm. -
4:27 - 4:29E se pensarem nisso
por um segundo -
4:29 - 4:31é simplesmente óbvio
que tem de ser verdade. -
4:31 - 4:34É óbvio que
o melhor método de apresentação -
4:34 - 4:37depende, não da pessoa,
mas do que queremos aprender. -
4:37 - 4:40Por exemplo, poderiam aprender
a conduzir um carro -
4:40 - 4:42apenas ouvindo alguém
a dar instruções, -
4:42 - 4:44sem nenhuma experiência cinestética?
-
4:44 - 4:45Poderiam resolver
equações simultâneas -
4:45 - 4:48pensando nelas
sem escrever nada no papel? -
4:48 - 4:50Fazer revisões
para um exame de arquitetura -
4:50 - 4:53usando dança interpretativa,
se forem aprendizes cinestéticos? -
4:53 - 4:56Não. Devem adaptar
o que tem que ser aprendido -
4:56 - 4:59ao formato de apresentação
não a vocês. -
5:00 - 5:02Muitos de vocês são alunos de 20 valores
-
5:02 - 5:05e receberam há pouco os resultados
dos exames do secundário. -
5:05 - 5:07Se não tiveram as notas que esperavam,
-
5:07 - 5:10não podem pôr as culpas
no vosso tipo de aprendizagem, -
5:10 - 5:13mas poderão querer pôr as culpas
nos vossos genes. -
5:13 - 5:17Falo de um estudo recente
da University College London, -
5:17 - 5:19que concluiu que 58% da variação
-
5:19 - 5:22entre diferentes alunos
e os seus resultados nos exames -
5:22 - 5:24se devia a fatores genéticos.
-
5:24 - 5:27Soa a um número muito preciso.
Como é que sabemos? -
5:28 - 5:31Quando queremos extrair
as contribuições relativas -
5:31 - 5:33dos genes e do ambiente,
-
5:33 - 5:35fazemos um estudo com gémeos.
-
5:36 - 5:39Os gémeos idênticos têm
um ambiente 100% igual, -
5:39 - 5:41e genes 100% iguais,
-
5:41 - 5:44enquanto que os gémeos não idênticos
têm um ambiente 100% igual, -
5:44 - 5:48mas, como quaisquer irmãos ou irmãs,
apenas partilham 50% dos genes. -
5:48 - 5:52Comparando as semelhanças nos
resultados de exames de gémeos idênticos -
5:52 - 5:54com os resultados de
gémeos não idênticos, -
5:54 - 5:56e com alguma matemática astuta,
-
5:56 - 5:59podemos ter uma ideia de
quanto da variação se deve ao ambiente -
5:59 - 6:01e quanto se deve aos genes.
-
6:01 - 6:05E concluiu-se que cerca de 58%
se deve aos genes. -
6:05 - 6:09Não se pretende sabotar o trabalho duro
que vocês e os vossos professores tiveram. -
6:09 - 6:12Se não tiveram as notas que esperavam,
-
6:12 - 6:16podem sempre tentar culpar os vossos pais,
ou pelo menos os genes deles. -
6:17 - 6:18Uma coisa que não devem culpar
-
6:18 - 6:21é serem um aprendiz
de lado esquerdo ou direito do cérebro. -
6:21 - 6:23Porque, mais uma vez, isso é um mito.
-
6:23 - 6:26O mito diz que
o lado esquerdo do cérebro é lógico -
6:26 - 6:28que é bom em equações como esta,
-
6:28 - 6:31e o lado direito é mais criativo,
que é melhor em música. -
6:31 - 6:34Mais uma vez, é um mito
porque quase tudo o que fazemos -
6:34 - 6:37envolve quase todas as áreas do cérebro
que falam umas com as outras, -
6:37 - 6:41mesmo as coisas mais mundanas,
como ter uma conversa normal. -
6:41 - 6:44No entanto, uma das razões pela qual
talvez este mito tenha sobrevivido -
6:44 - 6:46é porque há nele um grão de verdade.
-
6:46 - 6:48Uma versão deste mito
-
6:48 - 6:51é a de que as pessoas esquerdinas
são mais criativas do que as destras. -
6:51 - 6:55Isto faz mais ou menos sentido,
porque o cérebro controla a mão oposta. -
6:55 - 6:56Portanto, nas pessoas esquerdinas
-
6:56 - 7:00o lado direito do cérebro
é levemente mais ativo do que o esquerdo -
7:00 - 7:02e a ideia é que o lado direito
é mais criativo. -
7:03 - 7:04Isto não é, em si, verdadeiro,
-
7:04 - 7:07que as pessoas esquerdinas
sejam mais criativas do que as destras. -
7:07 - 7:10O que é verdadeiro é que
as pessoas ambidestras, -
7:10 - 7:12pessoas que usam ambas as mãos
para várias tarefas, -
7:12 - 7:16têm um pensamento mais criativo
do que as que só usam uma mão, -
7:16 - 7:18porque ser ambidestro implica
-
7:18 - 7:21ter ambos os lados do cérebro
a comunicar muito um com o outro, -
7:21 - 7:24o que aparenta fazer parte
da criação de pensamento flexível. -
7:24 - 7:26O mito dos esquerdinos criativos
-
7:26 - 7:28surge do facto de que ser ambidestro
-
7:28 - 7:31é mais comum entre os esquerdinos
do que os destros, -
7:31 - 7:34portanto há um grão de verdade
na ideia do esquerdino criativo, -
7:34 - 7:36mas não muito.
-
7:36 - 7:38Um mito relacionado com este,
-
7:38 - 7:41é o de que usamos apenas
10% do nosso cérebro. -
7:41 - 7:43Mais uma vez, é absolutamente um mito.
-
7:43 - 7:45Em quase tudo o que fazemos,
mesmo nas coisas mais mundanas, -
7:45 - 7:47usamos a quase totalidade
do nosso cérebro. -
7:48 - 7:51Dito isto, é verdade, claro,
-
7:51 - 7:55que a maioria de nós não usa
o seu poder cerebral tanto quando podia. -
7:55 - 7:59Então o que poderemos fazer
para aumentar o nosso poder cerebral? -
7:59 - 8:00Talvez ouvir um pouco de Mozart.
-
8:00 - 8:03Já ouviram falar da ideia
do efeito Mozart? -
8:03 - 8:06A ideia é que ouvir Mozart
nos faz mais inteligentes, -
8:06 - 8:08e melhora os nossos resultados
em testes de Q.I. -
8:08 - 8:10Mais uma vez,
o que é interessante neste mito -
8:10 - 8:13é que, apesar de ser um mito,
tem um grão de verdade. -
8:14 - 8:16O estudo inicial concluiu
-
8:16 - 8:19que os participantes que ouviram
a música de Mozart por alguns minutos -
8:19 - 8:22se saíram melhor num teste de Q.I.
realizado em seguida, -
8:22 - 8:25do que os participantes
que esperaram em silêncio. -
8:25 - 8:29Mas um estudo de seguimento
recrutou pessoas que gostavam de Mozart -
8:29 - 8:30e outro grupo de pessoas
-
8:30 - 8:33que eram fãs das histórias de terror
do Stephen King. -
8:33 - 8:37E puseram as pessoas a ouvir
a música, ou as histórias. -
8:37 - 8:39As pessoas que
preferiam Mozart às histórias -
8:39 - 8:42tiveram um maior aumento de Q.I.
ouvindo Mozart do que as histórias, -
8:42 - 8:45mas as pessoas que
preferiam as histórias a Mozart -
8:45 - 8:48tiveram um maior aumento de Q.I.
ouvindo as histórias do Stephen King -
8:48 - 8:49do que ouvindo Mozart.
-
8:49 - 8:52Portanto a verdade é que
ouvir algo de que gostamos -
8:52 - 8:55levanta-nos o espírito
e dá-nos um aumento temporário de Q.I. -
8:55 - 8:57numa gama limitada de tarefas.
-
8:57 - 8:59Nada sugere que ouvir Mozart
-
8:59 - 9:01ou histórias do Stephen King,
-
9:01 - 9:04nos vá tornar mais inteligentes
a longo prazo. -
9:05 - 9:07Outra versão do mito de Mozart
-
9:07 - 9:12é que ouvir Mozart nos pode tornar não só
mais inteligentes, mas mais saudáveis. -
9:12 - 9:14Infelizmente, não parece ser o caso
-
9:14 - 9:17de alguém que ouvia a música de Mozart
quase todos os dias, -
9:17 - 9:19o próprio Mozart,
-
9:19 - 9:22que sofreu de gonorreia,
varíola, artrite, -
9:22 - 9:26e, o que a maioria crê tê-lo morto,
de sífilis. -
9:27 - 9:30Isto sugere que talvez Mozart
devesse ter sido mais precavido -
9:30 - 9:32na escolha de parceiros sexuais.
-
9:33 - 9:35Mas como escolhemos um parceiro?
-
9:35 - 9:40Um mito que, devo dizer,
é às vezes propagado pelos sociólogos -
9:40 - 9:43é o de que a escolha de um parceiro
romântico é resultado da nossa cultura, -
9:43 - 9:46de que somos muito específicos,
culturalmente. -
9:46 - 9:48Mas, na verdade,
os dados não confirmam isso. -
9:48 - 9:52Um estudo acompanhou pessoas de
37 culturas diferentes, de todo o mundo, -
9:52 - 9:53de americanos a zulus,
-
9:53 - 9:55querendo saber o que
procuravam num parceiro. -
9:55 - 9:58Em quase todas as culturas,
por todo o mundo, -
9:58 - 10:01os homens davam mais valor
à atração física por um parceiro -
10:01 - 10:03do que as mulheres,
-
10:03 - 10:05e em todas as culturas, também,
-
10:05 - 10:09as mulheres davam mais importância do que
os homens à ambição e aos rendimentos. -
10:09 - 10:11Em todas as culturas, também,
-
10:11 - 10:13os homens preferiam mulheres
mais jovens do que eles, -
10:13 - 10:16em média 2,66 anos, julgo eu,
-
10:16 - 10:18e em todas as culturas, também,
-
10:18 - 10:21as mulheres preferiam homens
que fossem mais velhos do que elas, -
10:21 - 10:23em média 3,42 anos,
-
10:23 - 10:26por isso temos aqui
"Toda a gente precisa de um paizinho." -
10:27 - 10:29Passemos de tentar marcar pontos
com um parceiro -
10:29 - 10:33para tentar marcar em basquetebol,
ou futebol, ou no vosso desporto. -
10:33 - 10:37O mito é que os desportistas têm fases
de "mãos-quente", dizem os americanos, -
10:37 - 10:40ou "fases roxas", como dizemos
por vezes em Inglaterra, -
10:40 - 10:42em que nunca falham,
como este tipo aqui. -
10:42 - 10:46Na verdade, o que sucede,
se analisarmos o padrão -
10:46 - 10:48de acertos e falhas, estatisticamente,
-
10:48 - 10:50verificamos que é quase sempre aleatório.
-
10:50 - 10:53O nosso cérebro cria padrões
a partir do aleatório. -
10:53 - 10:54Se atirarmos uma moeda ao ar,
-
10:54 - 10:58uma sequência de caras ou coroas
aparece no meio do aleatório, -
10:58 - 11:01e como o cérebro gosta de ver padrões
onde não existem nenhuns, -
11:01 - 11:04olhamos para essas sequências
e atribuímos-lhes significados, -
11:04 - 11:05e dizemos:
"Sim, ele hoje está em forma," -
11:05 - 11:08quando, na verdade, obteríamos
o mesmo padrão -
11:08 - 11:10se tivéssemos acertos e falhas
aleatoriamente. -
11:12 - 11:15No entanto, existe uma exceção,
as grandes penalidades. -
11:15 - 11:18Um estudo recente sobre desempates
por grandes penalidades no futebol -
11:18 - 11:20mostra que os jogadores
que representam países -
11:20 - 11:23têm um registo muito mau
em grandes penalidades -
11:23 - 11:24como, por exemplo, a Inglaterra.
-
11:25 - 11:29Marcam as penalidades mais depressa
do que os de países com melhor registo -
11:29 - 11:32e, presumivelmente, o resultado
é que têm mais tendência a falhar. -
11:32 - 11:34O que levanta a questão
-
11:34 - 11:37se existe alguma maneira
de melhorar o desempenho das pessoas. -
11:37 - 11:39Uma coisa que vos pode ocorrer fazer
-
11:39 - 11:42é punir as pessoas pelos seus falhanços
e ver se isso as faz melhorar. -
11:42 - 11:46Esta ideia, de que a punição
pode melhorar o desempenho, -
11:46 - 11:48era o que os participantes
julgavam estar a testar -
11:48 - 11:51na famosa experiência de Milgram
sobre aprendizagem e punição -
11:51 - 11:54de que talvez ouviram falar,
se são estudantes de psicologia. -
11:54 - 11:57Conta-se que os participantes
estavam prontos a administrar -
11:57 - 12:00choques elétricos fatais
a outros participantes -
12:00 - 12:02quando eles erravam uma pergunta,
-
12:02 - 12:05só porque alguém de bata branca
lhes ordenava que o fizessem. -
12:05 - 12:07Mas esta história é um mito,
por três razões. -
12:07 - 12:11Primeiro, e o mais importante,
a bata não era branca, era cinzenta. -
12:12 - 12:16Em segundo lugar, disseram aos
participantes antes do estudo -
12:16 - 12:19e lembraram-lhes,
sempre que exprimiam preocupação, -
12:19 - 12:22de que apesar de serem dolorosos,
os choques não eram fatais -
12:22 - 12:25e que não causavam
quaisquer danos permanentes. -
12:25 - 12:28Em terceiro lugar, os participantes
não administravam os choques -
12:28 - 12:30só porque alguém de bata
lhes dizia para o fazerem. -
12:30 - 12:32Quando foram entrevistados
após o estudo, -
12:32 - 12:35todos os participantes disseram
que acreditavam firmemente -
12:35 - 12:39que o estudo de aprendizagem e punição
servia um propósito científico válido -
12:39 - 12:41que traria ganhos duradouros
para a ciência -
12:41 - 12:46ao contrário do desconforto, momentâneo
e não-fatal, que trazia aos participantes. -
12:47 - 12:49Estou a falar há cerca de 12 minutos
-
12:49 - 12:52e, provavelmente, têm estado aí
sentados a ouvir-me, -
12:52 - 12:55a analisar os meus padrões de fala
e a minha linguagem corporal -
12:55 - 12:58e a tentar perceber
se devem ligar ao que estou a dizer, -
12:58 - 13:00se estou a dizer a verdade
ou se estou a mentir. -
13:00 - 13:03Se o fizeram, o mais provável
é terem falhado redondamente -
13:03 - 13:06porque, embora achemos
que se pode apanhar um mentiroso -
13:06 - 13:08pela linguagem corporal
e padrões de fala, -
13:08 - 13:11centenas de testes psicológicos
ao longo dos anos mostraram -
13:11 - 13:13que todos, incluindo
agentes da polícia e detetives, -
13:13 - 13:17andamos ao acaso, no que toca a detetar
a mentira pela linguagem corporal -
13:17 - 13:18e pelos padrões verbais.
-
13:18 - 13:20Curiosamente, há uma exceção:
-
13:20 - 13:22Os apelos na TV sobre
parentes desaparecidos. -
13:22 - 13:25É muito fácil prever
se os parentes desapareceram -
13:25 - 13:28e se quem faz esse apelo
foi quem assassinou os parentes. -
13:28 - 13:32Os falsos queixosos provavelmente
abanam a cabeça, olham para longe, -
13:32 - 13:34e fazem erros no discurso,
-
13:34 - 13:36enquanto que os queixosos genuínos
quase sempre -
13:36 - 13:39expressam esperança no regresso
da pessoa, em segurança, -
13:39 - 13:40e evitam linguagem violenta.
-
13:40 - 13:44Diriam, por exemplo:
"levaram-nos" em vez de "mataram." -
13:44 - 13:47Por falar nisso,
está na hora de matar esta conversa -
13:47 - 13:50mas, antes de o fazer,
queria dar-vos, em 30 segundos, -
13:50 - 13:53o mito fundamental da psicologia.
-
13:53 - 13:58O mito é o de que a psicologia é apenas
uma coleção de teorias interessantes, -
13:58 - 14:01em que todas dizem algo de útil,
e todas têm algo a oferecer. -
14:01 - 14:04Espero ter-vos mostrado
nestes últimos minutos -
14:04 - 14:05que isso não é verdade.
-
14:05 - 14:09O que temos de fazer é avaliar
as teorias da psicologia -
14:09 - 14:10vendo quais as previsões que fazem,
-
14:10 - 14:13seja que ouvir Mozart
nos torna mais inteligentes, -
14:13 - 14:18ou que aprendemos melhor quando nos dão
informações da maneira que preferimos -
14:18 - 14:22ou seja o que for, todas estas previsões
são empíricas e testáveis. -
14:22 - 14:23Só podemos progredir
-
14:23 - 14:25se compararmos estas previsões
com os dados -
14:25 - 14:28em estudos experimentais
rigorosamente controlados. -
14:28 - 14:31Só assim podemos esperar descobrir
-
14:31 - 14:34quais dessas teorias são fundamentadas
-
14:34 - 14:37e quais — como as de que
vos falei hoje — são mitos. -
14:37 - 14:38Obrigado.
-
14:38 - 14:42(Aplausos)
- Title:
- 9 mitos sobre psicologia desmitificados
- Speaker:
- Ben Ambridge
- Description:
-
Quantas coisas que vocês pensam sobre o vosso cérebro são erradas? Neste passeio de descoberta de ciência desmascarada, Ben Ambridge trata 10 ideias populares sobre psicologia que provaram ser erradas — e revela algumas verdades surpreendentes sobre como o nosso cérebro realmente funciona.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:55
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