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Fazendo as pazes com a maconha | Zachary Walsh | TEDxPenticton

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    Eu sou psicólogo e pesquisador,
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    e estudo drogas e comportamento humano.
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    Logo, me interesso por quem
    usa drogas, quais drogas usa,
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    o motivo do uso,
  • 0:18 - 0:20
    e as consequências para a saúde mental.
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    E assim como muitas pessoas
    nesses últimos anos,
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    eu e a minha equipe estamos
    voltando nossa atenção à cannabis.
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    Nós realizamos uma série de estudos
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    com os usuários da maconha
    para fins medicinais e recreativos.
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    Uma pergunta que as pessoas
    me fazem quando descobrem
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    que pesquiso sobre o uso recreativo
    e terapêutico da maconha
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    é como eu posso saber a diferença.
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    Qual a diferença entre uso
    recreativo e medicinal?
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    É essa é uma ótima questão
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    porque revela problemas importantes
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    sobre o quão subjetivos são os limites
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    entre bem-estar, saúde e prazer.
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    E eu não acho que exista
    uma resposta fácil.
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    Não acho que haja
    algum tipo de critério objetivo
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    que possamos usar para distinguir
    o uso recreativo do uso medicinal.
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    Existem pessoas com determinadas condições
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    que respondem muito bem
    aos remédios à base de maconha.
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    E eles podem muitas vezes
    ainda usar a maconha
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    porque gostam do "barato" que dá.
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    Há também pessoas que não
    se consideram usuários medicinais,
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    mas que obtêm um enorme alívio
    de sintomas através do uso da cannabis.
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    Pessoas com dores nas costas,
    que fumam um baseado antes de dormir
  • 1:32 - 1:36
    e descobrem que podem dormir bem,
    sem serem incomodados pelas dores,
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    mesmo que ainda exista
    algum resquício da dor.
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    Mas para muita gente o resultado é nítido.
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    Eles sofrem de sintomas e doenças severas
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    que são tratadas eficientemente com
    a maconha e remédios à base de maconha,
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    porém não gostam de ficar chapados;
    esse é um efeito colateral indesejado.
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    Para outras pessoas, são ambos:
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    elas tratam sintomas legítimos
    com remédios à base de cannabis
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    e talvez também gostem
    dos outros aspectos.
  • 2:02 - 2:07
    Mas sendo por razões recreativas
    ou terapêuticas, ou ambas,
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    o que sabemos é que um grande
    número de adultos no Canadá
  • 2:11 - 2:13
    optam por usar maconha.
  • 2:13 - 2:15
    Eles pesam as desvantagens e os benefícios
  • 2:15 - 2:19
    e fazem uma escolha sensata
    pelo uso da maconha.
  • 2:19 - 2:23
    São mais da metade dos canadenses,
    em algum momento de suas vidas,
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    e 20% da população só no último ano.
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    Se tantos adultos no Canadá
    estão racionalmente optando pelo uso,
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    qual o problema?
  • 2:33 - 2:39
    Por que temos essa complexa e conflituosa
    relação de medo com uma planta tão antiga?
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    E eu acho que essa é a questão central.
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    Como chegamos ao cenário que temos hoje?
  • 2:49 - 2:52
    E para onde vamos a partir daqui?
  • 2:52 - 2:54
    É sobre isso que eu quero falar.
  • 2:54 - 2:57
    Quero falar sobre onde estamos
    em relação à cannabis.
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    Quando a gente pensa sobre nossa relação
    com a planta cannabis,
  • 3:01 - 3:03
    usamos só memórias bem recentes.
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    Muitos de nós iria começar
  • 3:05 - 3:08
    com algumas das mudanças
    culturais dos anos 60.
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    Esse é o Jerry Garcia.
  • 3:12 - 3:15
    Alguns poderiam até voltar aos anos 50
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    e à cultura do jazz.
  • 3:17 - 3:20
    Mas, na verdade, se a gente quer
    realmente pensar sobre a relação
  • 3:20 - 3:22
    entre os humanos e a maconha,
  • 3:22 - 3:24
    nós temos que voltar muito além no tempo.
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    Este é um símbolo que representa
    plantas de cânhamo penduradas para secar.
  • 3:31 - 3:34
    É de 5 mil anos atrás,
    e vem da Ásia Central.
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    É daí que vêm as melhores estimativas
    do início do uso da planta por humanos,
  • 3:40 - 3:42
    alguns milhares de anos atrás na Ásia.
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    E se o uso era por razões medicinais,
    talvez espirituais ou apenas por diversão,
  • 3:49 - 3:52
    nós não sabemos bem,
    existe um debate aberto.
  • 3:52 - 3:56
    Mas o que nós sabemos
    é que essa é uma relação muito antiga.
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    Algumas estimativas sugerem que a cannabis
    foi a primeira planta cultivada.
  • 4:01 - 4:05
    Podemos dizer que a cannabis
    e os seres humanos cresceram juntos.
  • 4:05 - 4:08
    A cannabis tem sido descrita
    como uma "seguidora".
  • 4:08 - 4:12
    Ela segue a civilização humana
    aonde quer que ela vá,
  • 4:12 - 4:16
    e em qualquer lugar em que estejamos,
    nós encontramos um espaço para cultivá-la.
  • 4:16 - 4:21
    É claro que a cannabis pode ser selvagem,
    mas ela não se importa com alguma ajuda.
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    E durante um bom tempo da nossa
    relação de muitos milênios,
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    nós convivemos muito bem com ela.
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    Mesmo recentemente,
    algo entorno de 100 anos atrás,
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    a Rainha Victoria usava extratos
    de cannabis para fins terapêuticos.
  • 4:38 - 4:42
    Mas como em qualquer longa relação,
    houve altos e baixos.
  • 4:42 - 4:44
    A cannabis e os seres humanos
  • 4:44 - 4:47
    tiveram um rompimento
    por volta dos anos 30.
  • 4:48 - 4:52
    Esse é o período que o termo
    "marijuana" se tornou popular,
  • 4:52 - 4:55
    e esse foi um termo criado
    pelos proibicionistas da maconha
  • 4:55 - 4:59
    para fazer a familiar planta cannabis
    parecer exótica e assustadora.
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    E é por isso que sou contra esse termo.
  • 5:01 - 5:05
    Eu gosto de pensar que meus bisnetos
    não irão reconhecer esse termo.
  • 5:05 - 5:08
    E ainda que reconheçam,
    irão rir ao escutar "marijuana".
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    Estou certo de que quando
    eles olharem pra trás,
  • 5:10 - 5:16
    irão perceber a nossa era como uma confusa
    e estranha época de equívocos.
  • 5:18 - 5:21
    Então, desde que a gente
    teve esse desentendimento,
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    a cannabis e os humanos,
  • 5:24 - 5:25
    como é que ambos nos saímos?
  • 5:25 - 5:29
    Nós somos de diferente espécies,
    com características biológicas próprias.
  • 5:29 - 5:32
    O que essa batalha entre espécies
  • 5:32 - 5:35
    significou para as pessoas
    e para a cannabis?
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    Foi observado que a resina
    psicoativa da planta cannabis,
  • 5:42 - 5:45
    a parte que contém a maior parte
    das propriedades medicinais
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    e que as pessoas usam
    pra ficarem chapadas,
  • 5:48 - 5:52
    acredita-se que tenha evoluído
    para proteger e resfriar as sementes,
  • 5:52 - 5:53
    e isso é certamente verdade.
  • 5:54 - 5:58
    Mas quando pensamos em quanta ajuda
    a planta da maconha recebeu das pessoas,
  • 5:58 - 6:02
    podemos imaginar que a resina
    pode ter evoluído
  • 6:02 - 6:05
    pra servir outros propósitos também.
  • 6:08 - 6:10
    O escritor Michael Pollan,
  • 6:10 - 6:13
    em uma ótima palestra TED
    alguns anos atrás,
  • 6:13 - 6:15
    nos encoraja a vermos
    com os olhos da planta,
  • 6:15 - 6:18
    para tentarmos entender a sua perspectiva.
  • 6:18 - 6:21
    E eu acho que essa perspectiva
    pode ser muito útil
  • 6:21 - 6:25
    quando tentamos estimar o impacto
    que essa batalha tem tido
  • 6:25 - 6:29
    na jornada evolucionária
    da planta cannabis.
  • 6:30 - 6:32
    Quando assumimos a visão da planta,
  • 6:32 - 6:34
    particularmente aqui em British Columbia,
  • 6:35 - 6:38
    parece que a cannabis está indo muito bem.
  • 6:38 - 6:43
    Ela não é nativa da região e, ainda assim,
    cresce abundantemente nessa área.
  • 6:44 - 6:48
    Eu penso que se a gente fosse
    assumir a perspectiva de outra planta,
  • 6:48 - 6:51
    por exemplo, uma espécie
    nativa de British Columbia,
  • 6:51 - 6:52
    a Pinus ponderosa....
  • 6:53 - 6:56
    Se eu fosse a Pinus ponderosa
    e tivesse um ego
  • 6:56 - 6:58
    e uma consciência autorreflexiva,
  • 6:58 - 7:02
    eu acho que eu ficaria assustado
    quando olhasse para a cannabis.
  • 7:03 - 7:06
    Antigamente, havia fileiras
    de Pinus ponderosa,
  • 7:06 - 7:12
    e agora há cavernas e porões
    cheios da cannabis.
  • 7:12 - 7:15
    Então, parece que a maconha
    está tendo o seu momento.
  • 7:16 - 7:21
    E a maconha não ganhou
    apenas enorme território
  • 7:21 - 7:23
    durante as últimas décadas,
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    mas também se diversificou.
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    O número de tipos robustos
    e distintos da cannabis
  • 7:29 - 7:32
    decolou nas últimas décadas.
  • 7:33 - 7:38
    Durante esses 75 anos em que as pessoas
    declararam guerra contra a maconha,
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    a planta cannabis está maior,
    melhor e mais forte do que nunca.
  • 7:44 - 7:48
    E como as pessoas estão se saindo
    desde que essa guerra iniciou?
  • 7:48 - 7:50
    Qual o significado pra nós como espécie?
  • 7:50 - 7:52
    Acho que isso tem
    um preço enorme pra nós.
  • 7:52 - 7:55
    Certamente nos custa bastante em recursos.
  • 7:55 - 7:58
    As estimativas mais recentes dos EUA
  • 7:58 - 8:01
    sugerem que o custo
    da proibição da maconha
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    é de US$ 40 bilhões por ano.
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    Sendo mais de US$ 10 bilhões na repressão
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    e US 30 bilhões que deixam
    de ser gerados em receita.
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    E imaginamos que a cifra seja
    proporcionalmente similar no Canadá.
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    Mas o custo não é apenas
    econômico, é claro.
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    Isso tem um terrível custo
    em termos de angústia e sofrimento humano.
  • 8:19 - 8:22
    Inúmeras famílias foram
    desmanteladas pelo crime
  • 8:22 - 8:25
    e pelo encarceramento.
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    Muitas dessas famílias residem
    em nossas mais vulneráveis comunidades.
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    Além disso, até recentemente,
  • 8:32 - 8:37
    nós éramos privados de um remédio
    seguro e muito eficiente.
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    Então se olharmos para essa guerra
    como um "jogo sem vencedores",
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    parece que a cannabis está muito à frente,
  • 8:46 - 8:48
    e nós estamos no lado perdedor.
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    Assim, por mais que eu respeite
    e admire a planta cannabis,
  • 8:52 - 8:56
    sou um psicologista humano,
    não um psicologista de plantas.
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    O meu trabalho é apoiar
    a saúde e o bem-estar das pessoas.
  • 9:00 - 9:05
    E por isso me vejo na obrigação
    de imaginar um caminho diferente
  • 9:05 - 9:08
    para que talvez possamos inclinar
    a balança em favor da humanidade.
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    Como seria se tivéssemos
    uma trégua com a maconha?
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    E parece que estamos
    tentadoramente perto disso.
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    Eu e meus colegas recentemente
    publicamos um estudo
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    analisando mais de 600
    usuários medicinais da maconha
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    espalhados pelo país.
  • 9:22 - 9:24
    São pessoas com várias das doenças
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    que exemplificam o uso da maconha
    para fins terapêuticos,
  • 9:28 - 9:32
    pessoas com doenças sérias,
    como câncer, AIDS, esclerose múltipla,
  • 9:32 - 9:34
    artrite, dores crônicas.
  • 9:34 - 9:35
    E o que descobrimos
  • 9:35 - 9:41
    foi que, além do tratamento de alguns
    dos sintomas dessas condições médicas,
  • 9:41 - 9:45
    as pessoas usavam a cannabis
    por três motivos principais:
  • 9:46 - 9:47
    para combater a insônia,
  • 9:48 - 9:49
    reduzir a dor
  • 9:49 - 9:51
    e reduzir a ansiedade.
  • 9:51 - 9:55
    Muitos de nós procuram tratamento
    para essas mesmas coisas.
  • 9:55 - 9:59
    E nosso armário de medicamentos
    está cheio de produtos farmacêuticos
  • 9:59 - 10:01
    que são produzidos
    para tratar esses mesmos sintomas.
  • 10:03 - 10:05
    Nossa pesquisa tem um interesse particular
  • 10:05 - 10:09
    na ocorrência combinada
    de ansiedade e dor.
  • 10:09 - 10:11
    Nós sabemos que elas
    têm uma conexão próxima,
  • 10:11 - 10:14
    que ansiedade e dor realmente
    pioram o quadro uma da outra.
  • 10:15 - 10:17
    Então, conduzimos um outro estudo
  • 10:17 - 10:21
    com foco nas pessoas que usavam a cannabis
    para tratar ambas: dor e ansiedade.
  • 10:21 - 10:24
    O que descobrimos
    foi que a cannabis era mais eficaz
  • 10:24 - 10:28
    entre aqueles indivíduos
    que estavam ansiosos, com dores
  • 10:28 - 10:32
    e tentando bravamente lidar com a dor.
  • 10:33 - 10:35
    A cannabis foi menos eficaz
  • 10:35 - 10:40
    para aquelas pessoas que adotaram
    uma postura evasiva e de culpa.
  • 10:40 - 10:45
    Também descobrimos que, para aqueles
    que a cannabis foi mais eficaz,
  • 10:45 - 10:47
    quase 80% responderam
  • 10:47 - 10:50
    que a maconha lhes permitia
    serem mais ativos apesar da dor.
  • 10:50 - 10:56
    Mais de 85% afirmam que a maconha
    os ajuda a pensarem menos na dor.
  • 10:56 - 11:00
    E isso faz todo sentido sob a luz
    do que sabemos atualmente
  • 11:00 - 11:02
    sobre como a cannabis age no cérebro.
  • 11:03 - 11:07
    Algumas décadas atrás,
    neurocientistas descobriram
  • 11:07 - 11:10
    que temos um sistema próprio em nosso
    cérebro e espalhado em nosso corpo
  • 11:10 - 11:14
    que é especialmente adaptado
    para funcionar com a cannabis
  • 11:14 - 11:16
    e com substâncias de efeitos similares.
  • 11:16 - 11:18
    Ele é chamado de sistema endocanabinoide.
  • 11:19 - 11:20
    Também descobrimos
  • 11:20 - 11:25
    que há uma concentração de atividade
    desse sistema na amígdala cerebelosa.
  • 11:26 - 11:31
    Essa é a parte do cérebro que é
    especializada em processar ansiedade,
  • 11:31 - 11:35
    medo e a carga emocional do medo.
  • 11:38 - 11:42
    Essa atividade da cannabis
    na amígdala cerebelosa
  • 11:42 - 11:45
    oferece muitas
    possibilidades interessantes.
  • 11:45 - 11:49
    Gastamos bilhões e bilhões
    de dólares a cada ano
  • 11:49 - 11:53
    em medicamentos farmacêuticos
    formulados para tratar a ansiedade,
  • 11:53 - 11:57
    e esses medicamentos são
    problemáticos por várias razões.
  • 11:57 - 12:02
    Nosso interesse agora é entender como
    a maconha pode funcionar para a ansiedade
  • 12:02 - 12:04
    entre aquelas pessoas
    que não sofrem de sintomas de dor.
  • 12:05 - 12:08
    Preparamos um estudo liderado
    pelo nosso estudante Kim Crosby
  • 12:08 - 12:12
    que examina ansiedade, uso da cannabis
  • 12:12 - 12:15
    e bem-estar psicológico
    entre estudantes universitários.
  • 12:15 - 12:18
    E o que encontramos
    foi algo surpreendente,
  • 12:18 - 12:21
    algo que vai contra aquilo
    que se espera ver
  • 12:21 - 12:24
    em estudos de uso
    de substâncias e saúde mental.
  • 12:25 - 12:28
    Em nosso estudo,
    os usuários frequentes da maconha,
  • 12:28 - 12:32
    aqueles que usavam a maconha
    duas ou mais vezes por semana,
  • 12:32 - 12:34
    eram menos ansiosos que os não usuários
  • 12:34 - 12:39
    e sofriam menos com ansiedade que sentiam.
  • 12:39 - 12:43
    Eles se preocupavam menos e eram menos
    preocupados com as suas preocupações.
  • 12:44 - 12:49
    Então talvez se a gente tiver a capacidade
    de fazer as pazes com a cannabis,
  • 12:49 - 12:52
    isso nos ajude a fazer as pazes
    com nós mesmos,
  • 12:52 - 12:53
    pelo menos para algumas pessoas.
  • 12:54 - 12:56
    Acho que é válido pensar sobre assunto.
  • 12:59 - 13:01
    Se a gente começar a ver a maconha
  • 13:02 - 13:05
    como uma ferramenta de auxílio
    à nossa saúde mental,
  • 13:05 - 13:06
    o que vem depois?
  • 13:07 - 13:10
    Bem, os mais relevantes estudos
    ainda estão para serem feitos,
  • 13:11 - 13:14
    estudos que comparam
    lado a lado a cannabis
  • 13:14 - 13:17
    com outros medicamentos populares
    que tratam a ansiedade.
  • 13:17 - 13:20
    E esses estudos ainda não foram realizados
  • 13:20 - 13:25
    em grande parte graças às barreiras
    impostas por governos nas últimas décadas,
  • 13:25 - 13:27
    como parte da guerra contra as drogas.
  • 13:29 - 13:31
    Felizmente, isso está começando a mudar.
  • 13:31 - 13:35
    Algumas semanas atrás, o Departamento
    de Saúde e Serviços Humanos dos EUA
  • 13:35 - 13:40
    deu sinal verde para o primeiro
    experimento clínico da cannabis
  • 13:40 - 13:43
    no tratamento do transtorno
    de estresse pós-traumático,
  • 13:43 - 13:47
    um dos mais graves e debilitantes
    transtornos de ansiedade.
  • 13:48 - 13:50
    Então esse é um momento de entusiasmo.
  • 13:51 - 13:54
    E se começarmos a usar a cannabis
    dessa maneira, o que vem depois?
  • 13:54 - 13:57
    Acredito que haja muitas
    outras plantas medicinais
  • 13:57 - 14:01
    com as quais devemos fazer as pazes
    e que podem ajudar em nosso bem-estar.
  • 14:03 - 14:08
    Entre as mais promissoras estão
    os Psilocybe, ou cogumelos alucinógenos.
  • 14:09 - 14:13
    Um estudo recente revelou que apenas
    poucos doses de psilocibina
  • 14:13 - 14:16
    ajudam as pessoas a reduzirem
    a ansiedade e a depressão
  • 14:16 - 14:19
    quando elas enfrentam doenças terminais.
  • 14:19 - 14:24
    Há também um estudo em andamento
    que analisa a eficácia da psilocibina
  • 14:24 - 14:27
    no tratamento do transtorno
    obsessivo-compulsivo.
  • 14:28 - 14:31
    É realmente um momento empolgante
    para aqueles de nós
  • 14:31 - 14:34
    que se interessam
    no potencial psicoterapêutico
  • 14:34 - 14:39
    de plantas ancestrais como a cannabis,
    os Psilocybe e o daime.
  • 14:40 - 14:42
    Novos estudos são publicados todo os dias
  • 14:42 - 14:45
    e as descobertas estão surgindo
    cada vez mais rápido.
  • 14:47 - 14:49
    O que isso pode significar
    em um conceito mais amplo
  • 14:49 - 14:52
    é que, nos próximos anos
    ou daqui poucas décadas,
  • 14:53 - 14:56
    talvez tenhamos acesso
    aos mesmos medicamentos
  • 14:56 - 14:59
    que nossos ancestrais usaram
    de forma eficaz durante milênios.
  • 15:01 - 15:04
    Pode significar também que sejamos
    capazes de começar a acalmar
  • 15:04 - 15:07
    algumas preocupações
    em relação à saúde da mente,
  • 15:07 - 15:09
    usando nossos jardins e estufas,
  • 15:09 - 15:13
    e isso, por si só, poderia resultar
    em uma grande revolução.
  • 15:15 - 15:20
    Isso também nos ajudaria a reduzir
    o alto custo ambiental
  • 15:20 - 15:23
    da produção e descarte
    de milhares de toneladas
  • 15:23 - 15:27
    de produtos farmacêuticos
    no nosso solo e nossa água.
  • 15:27 - 15:30
    Por fim, acredito que signifique
  • 15:30 - 15:33
    que a conversa sobre drogas
    que teremos com as nossos filhos
  • 15:33 - 15:37
    será muito mais franca
    e baseada em fatos concretos
  • 15:37 - 15:40
    do que aquela que tivemos
    com nossos nossos pais.
  • 15:40 - 15:41
    Muito obrigado.
  • 15:41 - 15:43
    (Aplausos)
Title:
Fazendo as pazes com a maconha | Zachary Walsh | TEDxPenticton
Description:

Esta palestra fala sobre a dinâmica relação dos seres humanos com a planta cannabis e o que os recentes avanços em pesquisa na área podem significar para nossa saúde e bem-estar. Zach Walsh é psicanalista clínico, pesquisador de usos de substâncias e professor na UBC.

Dr. Zach Walsh é professor assistente no Departamento de Psicologia da UBC e codiretor do Centro de Avanços em Direito e Ciências Psicológicas. Ele se formou pela Universidade de Winnipeg e recebeu o grau de Doutor em Psicologia Clínica em 2008 pela Chigaco Medical School / Universidade Rosalind Franklin, e concluiu estágio e projeto de pesquisa na Brown University - Centro para Alcoolismo e Estudos de Vícios. O Dr. Walsh é um psicólogo certificado cujas pesquisas têm sido financiadas pelo Instituto Canadense de Pesquisa em Saúde, Conselho de Ciências Sociais e Pesquisas Humanitárias, Instituição Health Canada, Autoridade Estadual de Saúde - British Columbia, Instituto Peter Wall de Pesquisa (UBC) e pela Associação Americana de Psicologia.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:52

Portuguese, Brazilian subtitles

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