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Liz Magor: Toda a gente devia ter um estúdio | "Exclusive", Art21

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    Tradução: Andreia Frazão
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    [Liz Magor:
    Toda a gente devia ter um estúdio]
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    Quando não estou aqui,
    é aqui que quero estar.
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    E quero trabalhar.
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    É um espaço sossegado,
    tem uma ótima iluminação.
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    A luz vem do Este.
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    Muita gente não sabe que estou aqui.
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    O meu nome não está afixado na porta.
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    Encontro-me com os meus amigos
    fora do estúdio.
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    É o meu espaço, completamente.
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    Trabalhar pode funcionar
    como uma atividade calmante,
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    onde não tenho distrações.
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    Ia dizer que é como meditar,
    mas o que sei eu sobre isso?
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    Não muito!
    (Risos)
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    É uma forma de manter um único foco,
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    de me manter numa única via
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    e há algo de prazeroso nisto.
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    De certo modo, estou aqui por prazer,
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    embora não seja uma diversão.
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    Quando despejo o material
    neste molde de saco de papel,
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    obtenho o efeito pretendido:
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    o amarelo vai ficar visível por fora.
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    E faz parte da minha vontade de fazer
    com que estes objetos
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    tenham alguma vitalidade ou vivacidade.
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    Os conteúdos vão clamar por atenção.
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    O amarelo impõe-se para dar vida ao saco.
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    Mantenho o estúdio
    num estado muito rudimentar
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    no que diz respeito à tecnologia
    e sistemas que uso.
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    Não invisto em equipamento:
    não sou uma fábrica.
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    Faço isto porque quero ser capaz
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    de abandonar qualquer coisa
    em que esteja interessada
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    e passar a algo completamente diferente.
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    Estou a pensar,
    portanto, preciso de mobilidade.
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    Pode parecer pretensioso,
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    mas é uma espécie de lugar
    para praticar uma filosofia física.
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    Falo muito sobre coisas
    que nos passam despercebidas
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    ou que estão sempre presentes
    mas sem reconhecermos este facto.
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    E, para mim, isto faz parte desse domínio
    porque é genial.
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    Isto é genial!
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    E quero que os moldes que faço
    mostrem essas coisas.
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    Embora isto....
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    sejam bolhas de ar.
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    Esta é a parte da frente
    e esta é a parte de trás.
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    Na parte da frente,
    há uns elementos frágeis a sobressair.
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    Preciso de um estúdio muito sossegado,
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    porque uma obra começa quando reconheço
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    aquelas operações silenciosas,
    mas que estão sempre presentes no mundo.
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    Estão sempre lá,
    mas nem sempre são reconhecidas.
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    É nisso que tenho interesse.
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    Toda a gente devia ter um estúdio.
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    Deviam ser fornecidos pelo governos
    como medida de saúde pública.
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    Afinal de contas, é um lugar
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    onde é possível alinhar estas dissonâncias
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    e analisá-las bem.
Title:
Liz Magor: Toda a gente devia ter um estúdio | "Exclusive", Art21
Description:

Episódio #244: enquanto trabalha numa escultura de um saco de papel em gesso, Liz Magor descreve o seu estúdio em Vancouver como um local de prazer e de produtividade. «Quando não estou aqui,» diz a artista, «é aqui que quero estar e quero trabalhar.» Magor mantém um estúdio calmo e elementar para poder procurar os sistemas que, embora passem despercebidos, estão incorporados nos objetos e materiais do quotidiano que a inspiram. «É uma forma de manter um único foco — de me manter numa única via — e há algo de prazeroso nisto.» À medida que reflete sobre os potenciais benefícios para a saúde de manter um estúdio, Magor é mostrada a instalar uma anterior escultura de um saco em gesso, «Mademoiselle Raymonde» (2014), no Peep-Hole em Milão, na Itália.

Liz Magor faz moldes perturbadoramente realistas de objetos banais — desde roupa e caixas de cartão até cinzeiros — que nos falam da mortalidade e de histórias locais. As réplicas delicadas de Magor são frequentemente combinadas com elementos efémeros que encontra, como objetos intimamente ligados a vícios (cigarros, doces e álcool), animais (sob a forma de pássaros taxidermizados e de cães de peluche) ou até pequenas recordações que lhe foram oferecidas por amigos ou recolhidas do limbo das lojas de artigos usados. Ao ressuscitar objetos e momentos do passado recente, Magor preserva ténues sussurros da vida em obras de arte que atuam como fósseis: são réplicas exatas da existência.

Saiba mais sobre a artista em:
http://www.art21.org/artists/liz-magor

CRÉDITOS: Produção: Ian Forster e Wesley Miller. Consultoria de Produção: Nick Ravich. Entrevista: Pamela Mason Wagner. Edição: Morgan Riles. Câmara: Greg Bartels. Som: Jeff Carter. Obras de Arte: cortesia de Liz Magor. Agradecimentos Especiais: Peep-Hole & Contemporary Art Gallery.

A série «Exclusive» da Art21 é parcialmente financiada pelo Art21 Contemporary Council.

TRADUÇÃO: Andreia Frazão

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Extended Play" series
Duration:
04:11

Portuguese subtitles

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