-
RKA2JV - Olá, meu amigo ou minha amiga!
-
Tudo bem com você?
-
Seja muito bem-vindo ou bem-vinda
a mais um vídeo da Khan Academy Brasil!
-
Neste vídeo, vamos conversar sobre o
teorema da divergência em duas dimensões.
-
Para começar a conversar sobre isso,
-
vamos relembrar que, antes,
-
aprendemos um pouco sobre como
construir um vetor normal unitário
-
em qualquer ponto de uma curva.
-
Inclusive, foi isso que fizemos
no último vídeo.
-
Agora eu quero começar a explorar
uma expressão interessante.
-
Eu vou escrever aqui a integral de linha
em torno de um caminho fechado
-
e vamos definir que a orientação positiva
está no sentido anti-horário.
-
Nós vamos nos movimentar nesse sentido.
-
Aí, esta integral do produto escalar
entre uma função F
-
com vetor normal unitário
em qualquer ponto dessa curva.
-
Ah, e colocamos o ds aqui, também.
-
A primeira coisa a fazer é conceituar
isto que eu estou fazendo aqui
-
e tentar compreender o que
isso está me dizendo.
-
Sendo assim, vamos manipular
esta expressão um pouco
-
para ver se podemos chegar
a uma conclusão interessante.
-
Para isso, eu vou usar o teorema de Green
-
e aí vamos chegar a uma versão
bidimensional do teorema da divergência,
-
o que parece muito complicado,
-
mas eu espero que a gente
consiga fazer isso
-
e que você consiga compreender.
-
Vamos pensar sobre isso aqui.
-
Eu vou desenhar um plano de coordenadas.
-
Aqui está o eixo Y e aqui está o eixo X.
-
Eu vou desenhar a curva também.
-
A curva pode ser mais ou menos assim.
-
Meu contorno está se movimentando
de forma positiva
-
no sentido anti-horário, deste jeito.
-
Agora, temos o nosso campo vetorial.
-
E, apenas como um lembrete,
que inclusive já vimos isso várias vezes,
-
o campo vetorial vai associar a um vetor
com qualquer ponto no plano XY.
-
E ele pode ser definido
como alguma função de (x, y).
-
Na verdade, eu vou chamar isto de P.
-
Alguma função de (x, y)
vezes o vetor unitário i^.
-
Isso indica a forma da componente "i"
do campo vetorial
-
para qualquer ponto (x, y).
-
Também precisamos da nossa componente "j".
-
Então, colocamos algum fator de (x, y)
que vai multiplicar a componente "j".
-
Ou seja, que vai multiplicar a componente
vertical para qualquer ponto (x, y).
-
Sendo assim, temos alguma
função de (x, y) vezes i^,
-
mais alguma outra função escalar vezes j^.
-
Com isso, se você me der algum ponto,
qualquer ponto, há um vetor associado,
-
dependendo de como definimos essa função.
-
Mas, nesta expressão aqui,
estamos calculando uma integral de linha.
-
Sendo assim, nos preocupamos
especificamente
-
com os pontos ao longo desta curva,
-
ao longo deste contorno aqui.
-
Sendo assim, vamos pensar sobre
o que isso está nos dizendo
-
antes de pegar coisas
infinitesimalmente pequenas.
-
Vamos pegar aqui o F escalar n.
-
E eu vou pensar sobre
um ponto nesta curva.
-
Um ponto nesta curva que talvez
seja este ponto, bem aqui.
-
Como vimos, associado
a este ponto há um vetor.
-
E é isso que o campo vetorial faz.
-
F pode se parecer com
algo assim neste ponto.
-
Este é o campo vetorial neste ponto.
-
Não podemos esquecer que temos
um produto escalar entre F
-
e o vetor normal unitário naquele ponto.
-
Sendo assim, podemos
representar aqui também
-
o vetor normal unitário,
que pode ter esta forma.
-
É bom relembrar aqui que, quando
calculamos o produto escalar,
-
a gente obtém uma quantidade de escalar.
-
A gente, essencialmente,
obtêm um número.
-
Inclusive, você deve se lembrar disso.
-
Eu já fiz alguns vídeos sobre isso,
-
onde realizamos um detalhamento melhor.
-
Mas, de uma forma resumida, eu posso
te dizer que esse produto escalar
-
nos diz quanto estes dois
vetores caminham juntos.
-
É importante pensar nisso
-
porque, se eles são completamente
ortogonais um em relação ao outro,
-
isto vai ser igual a zero.
-
Mas, se eles estão na mesma
direção e sentido,
-
basta você multiplicar
os módulos deles dois.
-
Como temos um vetor unitário
aqui, o que vamos fazer
-
é obter o quanto, em módulo, do campo
vetorial F que vai na direção normal.
-
Então, você pode pensar dessa forma.
-
Sabendo isso, vamos pensar
sobre a componente
-
deste vetor que está na direção normal.
-
Inclusive, eu acho legal
escrever isso aqui.
-
Isto corresponde ao módulo da componente
de F que está na direção normal,
-
ou na mesma direção que
o vetor normal unitário.
-
Aí, multiplicamos isso com um comprimento
infinitamente pequeno do nosso contorno,
-
da nossa curva em torno deste ponto.
-
Então, vamos multiplicar com isto aqui.
-
Eu sei que você pode ter compreendido
o que eu estou dizendo,
-
mas como isso pode ser
fisicamente relativo?
-
Ou de que forma podemos pensar no que
esta expressão está realmente medindo?
-
Para pensar nisso, eu sempre visualizo
tudo isto em duas dimensões.
-
No futuro também vamos ver
isso em três dimensões,
-
mas, por enquanto, vamos visualizar
um universo bidimensional
-
em que estamos estudando,
por exemplo, gases.
-
Vamos supor que a gente tenha várias
partículas em um universo bidimensional,
-
de forma que a gente tem apenas
as coordenadas "x" e "y".
-
Este campo vetorial está
essencialmente dizendo a você
-
a velocidade em qualquer
ponto nesta região.
-
Então, isto aqui, nesse exemplo,
indica a velocidade
-
das partículas de um gás
em um determinado ponto.
-
Ou, como estamos falando
do nosso vetor normal,
-
isso indica o quão rápido as partículas
desse gás estão saindo neste ponto.
-
Com isso, ao resolver esta integral,
-
saberemos o quão rápido as partículas
estarão saindo deste contorno.
-
Isso, claro tendo um valor positivo,
-
mas a gente pode encontrar
um valor negativo também.
-
Como estamos considerando que o vetor
normal unitário está orientado para fora
-
e o resultado da integral está nos dizendo
-
o quão rápido as partículas estão
saindo deste contorno,
-
se a gente tiver um valor negativo,
-
isso significaria dizer que existe
alguma entrada de partículas.
-
E o resultado da integral
nos diria a velocidade
-
com a qual as partículas estão
entrando nesta região.
-
Bem, toda esta expressão
não precisa, necessariamente,
-
ter uma representação física.
-
Mas, usando essa analogia do gás,
-
isso nos diz o quão rápidas
são as partículas,
-
o quão rápido as partículas de um
gás bidimensional
-
estão saindo do contorno.
-
No futuro, vamos fazer isso em três
dimensões, onde teremos uma superfície.
-
E aí vamos terminar o quão rápido
as coisas estão saindo dessa superfície.
-
Enfim, agora que já temos uma
compreensão conceitual
-
do que isso poderia representar,
-
vamos brincar com isso um pouco,
-
principalmente porque já sabemos
como definir um vetor normal.
-
Vamos reescrever esta integral
-
usando o que sabemos sobre
como construir um vetor normal.
-
Reescrevendo esta integral, temos
aqui a integral sobre esta curva
-
do campo vetorial F
escalar o vetor normal.
-
A gente pode escrever o
vetor normal desta forma.
-
Vimos que o vetor normal é
dy vezes i^, menos dx vezes j^,
-
e tudo isso dividido pelo módulo,
que neste caso é o ds.
-
Para tornar um vetor unitário,
encontramos aqui o módulo de ds
-
calculando a raiz quadrada de (dx² + dy²),
-
que é a mesma coisa que este pequeno
comprimento aqui do contorno.
-
Sendo assim, vamos dividir isto por ds
-
e aí multiplicamos isto por ds.
-
O ds é um escalar.
-
Como temos um ds aqui e um ds aqui,
podemos cancelar um com o outro.
-
Sendo assim, ficamos apenas com
o produto escalar entre F
-
e esta diferença entre dy i^ e dx j^.
-
Para melhor visualizar isso,
eu vou reescrever esta integral.
-
Eu coloco aqui a integral de linha,
-
lembrando que estamos integrando
no sentido anti-horário,
-
e esta integral vai ser do,
-
vamos calcular este produto
escalar que está aqui em cima.
-
Este produto escalar é bem simples.
-
A gente faz o produto das componentes "x"
-
ou, essencialmente, o produto
dos módulos das componentes "x".
-
Então, teremos aqui:
P(x, y) vezes dy,
-
mais o produto dos módulos
das componentes "y",
-
ou das componentes "j".
-
Ou seja, teremos aqui:
mais Q(x, y) vezes -dx.
-
Isto vai nos dar menos Q(x, y) vezes dx.
-
Portanto, esta é uma
declaração interessante,
-
porque já vimos algo parecido antes,
-
só que sem esta diferença.
-
Eu estou falando do teorema de Green,
-
que inclusive vou reescrever aqui agora.
-
O teorema de Green diz que,
-
se estamos calculando a integral
de linha sobre um contorno,
-
Inclusive, existem várias maneiras
de escrever isso,
-
mas eu vou colocar aqui da forma
que já usamos em vários vídeos.
-
Podemos colocar aqui:
M vezes dx + N vezes dy.
-
Esta integral é igual à integral dupla
-
sobre a região que esta
linha está contornando.
-
Da parcial do que está ao lado de dy,
-
que neste caso é N.
-
Então, colocamos aqui a parcial
de N em relação a "x".
-
E disso nós subtraímos a parcial do
que quer que esteja ao lado de dx,
-
ou seja, a parcial de M em relação a "y".
-
Aí poderíamos colocar isto vezes dxdy,
ou simplesmente dA,
-
que é o infinitesimalmente
pequeno pedaço da área.
-
Então, vou escrever dA aqui.
-
Enfim, isto é apenas uma reafirmação
do teorema de Green.
-
Nós já sabemos disso.
-
Agora que revemos isso,
como podemos aplicar
-
o teorema de Green a isto
que vimos aqui em cima?
-
É a mesma coisa.
-
Mesmo tendo uma diferença aqui,
-
nós podemos aplicar o teorema
de Green da mesma forma.
-
Sendo assim, isto é igual à integral dupla
-
sobre a região que este contorno envolve.
-
O que queremos fazer é olhar
para qualquer coisa
-
que está sendo multiplicada aqui pelo dy.
-
Neste caso, esta é a função que está
sendo multiplicada pelo dy.
-
Aí, calculamos a derivada parcial
disto em relação a "x".
-
Então, vamos ter aqui a derivada
parcial de P em relação a "x".
-
E aí, isto menos a derivada
parcial de tudo aquilo
-
que está sendo multiplicado pelo dx.
-
Neste caso, vamos fazer a derivada
parcial disto aqui em relação a "y".
-
Mas temos um negativo, certo?
-
Então, colocamos aqui o menos,
-
a derivada parcial de Q
em relação a "y",
-
e aí é multiplicamos isto com o dA.
-
Observe que temos estes dois negativos,
-
ou seja, estamos subtraindo
algo que é negativo.
-
Isso faz com que a gente
tenha uma adição aqui.
-
Sendo assim, isto vai ser
igual à integral dupla
-
sobre a região da,
-
talvez você já consiga saber onde
isso tudo aqui vai dar
-
e até ficou um pouco animado
ou animada, não é?
-
Mas continuando:
-
aqui vai ser a integral dupla
da parcial de P em relação a "x",
-
mais a parcial de Q em
relação a "y", vezes dA.
-
Agora, olha para isto aqui:
-
P é a função que estava nos dizendo
o módulo na direção "x",
-
e Q estava nos dizendo
o módulo na direção "y".
-
Estamos fazendo a parcial disto
em relação a "x"
-
e disto em relação a "y".
-
e aí estamos realizando uma
adição entre os resultados.
-
Isto é exatamente o divergente de F.
-
Se isso não faz sentido, eu aconselho que
você assista a um vídeo sobre divergência.
-
Já tem alguns aqui.
-
Isto aqui é o divergente de F.
-
Então, por definição, este é o divergente
-
do nosso campo vetorial F.
-
Isso é algo muito interessante,
-
afinal, saímos da expressão original
-
e começamos a estudá-la buscando
determinar a velocidade
-
com a qual as partículas estão
saindo da superfície.
-
E agora que entendemos isso
em termos desta expressão,
-
vamos interpretar isso de forma intuitiva.
-
Isto aqui é igual à integral dupla
sobre esta região do divergente de F,
-
vezes um infinitesimalmente pequeno
pedaço de área, neste caso, dA.
-
Agora, por que isso faz sentido,
de forma intuitiva?
-
Para você perceber por que
isso faz sentido,
-
basta se lembrar sobre
o que é a divergência.
-
A divergência é uma medida que nos diz
-
o quanto as coisas estão
se expandindo, divergindo,
-
ou o quanto estão se
concentrando, convergindo.
-
Se você tem aqui um ponto e,
ao redor desse ponto,
-
as partículas estão meio que
se afastando umas das outras,
-
teremos um divergente positivo aqui.
-
Por outro lado, se as partículas estiverem
-
se aproximando umas das outras,
-
teremos um divergente negativo.
-
Observando isso, tudo o que
a gente fez aqui faz sentido.
-
Porque, se você pega uma área
infinitesimalmente pequena
-
e multiplica isso com o divergente,
-
teremos um número que será
somado ao longo de toda essa região.
-
Quanto maior for o divergente,
-
mais coisas estão saindo
do limite dessa região.
-
Se você visse isso como o quão rápido
as coisas estão saindo da superfície,
-
teremos um fluxo bidimensional, ou seja,
-
se a gente observar a rapidez das coisas
saindo da pequena área da superfície,
-
isso vai ser a mesma coisa que
a soma de todos os divergentes
-
sobre esta área que o contorno
está circundando.
-
Eu espero que isso faça um
pouco de sentido para você.
-
Isso é apenas uma outra maneira
de pensar sobre o teorema de Green.
-
E isso que acabamos de ver
aqui de forma resumida,
-
que é esta expressão da divergência
sobre esta região aqui,
-
é a mesma coisa que "F escalar n"
sobre o contorno.
-
Ou seja, temos aqui o teorema
da divergência de forma bidimensional.
-
Eu espero que você tenha
compreendido tudo direitinho
-
e, mais uma vez, eu quero deixar para
você um grande abraço, e até a próxima!