WEBVTT 00:00:00.000 --> 00:00:01.999 RKA2JV - Olá, meu amigo ou minha amiga! 00:00:01.999 --> 00:00:03.265 Tudo bem com você? 00:00:03.265 --> 00:00:07.656 Seja muito bem-vindo ou bem-vinda a mais um vídeo da Khan Academy Brasil! 00:00:07.656 --> 00:00:12.693 Neste vídeo, vamos conversar sobre o teorema da divergência em duas dimensões. 00:00:12.693 --> 00:00:14.893 Para começar a conversar sobre isso, 00:00:14.893 --> 00:00:16.345 vamos relembrar que, antes, 00:00:16.345 --> 00:00:20.317 aprendemos um pouco sobre como construir um vetor normal unitário 00:00:20.317 --> 00:00:22.349 em qualquer ponto de uma curva. 00:00:22.349 --> 00:00:25.444 Inclusive, foi isso que fizemos no último vídeo. 00:00:25.444 --> 00:00:29.258 Agora eu quero começar a explorar uma expressão interessante. 00:00:29.258 --> 00:00:33.098 Eu vou escrever aqui a integral de linha em torno de um caminho fechado 00:00:33.098 --> 00:00:38.661 e vamos definir que a orientação positiva está no sentido anti-horário. 00:00:38.661 --> 00:00:41.220 Nós vamos nos movimentar nesse sentido. 00:00:41.220 --> 00:00:45.758 Aí, esta integral do produto escalar entre uma função F 00:00:45.758 --> 00:00:49.629 com vetor normal unitário em qualquer ponto dessa curva. 00:00:49.629 --> 00:00:51.687 Ah, e colocamos o ds aqui, também. 00:00:51.687 --> 00:00:55.449 A primeira coisa a fazer é conceituar isto que eu estou fazendo aqui 00:00:55.449 --> 00:00:58.449 e tentar compreender o que isso está me dizendo. 00:00:58.449 --> 00:01:01.530 Sendo assim, vamos manipular esta expressão um pouco 00:01:01.530 --> 00:01:04.759 para ver se podemos chegar a uma conclusão interessante. 00:01:04.759 --> 00:01:07.239 Para isso, eu vou usar o teorema de Green 00:01:07.239 --> 00:01:11.483 e aí vamos chegar a uma versão bidimensional do teorema da divergência, 00:01:11.483 --> 00:01:13.260 o que parece muito complicado, 00:01:13.260 --> 00:01:15.282 mas eu espero que a gente consiga fazer isso 00:01:15.282 --> 00:01:17.171 e que você consiga compreender. 00:01:17.171 --> 00:01:18.792 Vamos pensar sobre isso aqui. 00:01:18.792 --> 00:01:21.459 Eu vou desenhar um plano de coordenadas. 00:01:21.459 --> 00:01:25.139 Aqui está o eixo Y e aqui está o eixo X. 00:01:25.139 --> 00:01:27.179 Eu vou desenhar a curva também. 00:01:27.179 --> 00:01:30.139 A curva pode ser mais ou menos assim. 00:01:30.139 --> 00:01:33.760 Meu contorno está se movimentando de forma positiva 00:01:33.760 --> 00:01:36.479 no sentido anti-horário, deste jeito. 00:01:36.479 --> 00:01:38.760 Agora, temos o nosso campo vetorial. 00:01:38.760 --> 00:01:42.640 E, apenas como um lembrete, que inclusive já vimos isso várias vezes, 00:01:42.640 --> 00:01:48.179 o campo vetorial vai associar a um vetor com qualquer ponto no plano XY. 00:01:48.179 --> 00:01:51.863 E ele pode ser definido como alguma função de (x, y). 00:01:51.863 --> 00:01:54.143 Na verdade, eu vou chamar isto de P. 00:01:54.143 --> 00:01:59.050 Alguma função de (x, y) vezes o vetor unitário i^. 00:01:59.050 --> 00:02:02.481 Isso indica a forma da componente "i" do campo vetorial 00:02:02.481 --> 00:02:04.800 para qualquer ponto (x, y). 00:02:04.800 --> 00:02:07.800 Também precisamos da nossa componente "j". 00:02:07.800 --> 00:02:13.580 Então, colocamos algum fator de (x, y) que vai multiplicar a componente "j". 00:02:13.580 --> 00:02:19.030 Ou seja, que vai multiplicar a componente vertical para qualquer ponto (x, y). 00:02:19.030 --> 00:02:23.323 Sendo assim, temos alguma função de (x, y) vezes i^, 00:02:23.323 --> 00:02:26.930 mais alguma outra função escalar vezes j^. 00:02:26.930 --> 00:02:31.842 Com isso, se você me der algum ponto, qualquer ponto, há um vetor associado, 00:02:31.842 --> 00:02:34.455 dependendo de como definimos essa função. 00:02:34.455 --> 00:02:38.401 Mas, nesta expressão aqui, estamos calculando uma integral de linha. 00:02:38.401 --> 00:02:40.844 Sendo assim, nos preocupamos especificamente 00:02:40.844 --> 00:02:42.953 com os pontos ao longo desta curva, 00:02:42.953 --> 00:02:44.980 ao longo deste contorno aqui. 00:02:44.980 --> 00:02:47.634 Sendo assim, vamos pensar sobre o que isso está nos dizendo 00:02:47.634 --> 00:02:50.700 antes de pegar coisas infinitesimalmente pequenas. 00:02:50.700 --> 00:02:53.190 Vamos pegar aqui o F escalar n. 00:02:53.190 --> 00:02:56.080 E eu vou pensar sobre um ponto nesta curva. 00:02:56.080 --> 00:02:59.923 Um ponto nesta curva que talvez seja este ponto, bem aqui. 00:02:59.923 --> 00:03:02.841 Como vimos, associado a este ponto há um vetor. 00:03:02.841 --> 00:03:05.200 E é isso que o campo vetorial faz. 00:03:05.200 --> 00:03:08.150 F pode se parecer com algo assim neste ponto. 00:03:08.150 --> 00:03:10.580 Este é o campo vetorial neste ponto. 00:03:10.580 --> 00:03:14.403 Não podemos esquecer que temos um produto escalar entre F 00:03:14.403 --> 00:03:17.527 e o vetor normal unitário naquele ponto. 00:03:17.527 --> 00:03:19.824 Sendo assim, podemos representar aqui também 00:03:19.824 --> 00:03:23.230 o vetor normal unitário, que pode ter esta forma. 00:03:23.230 --> 00:03:26.790 É bom relembrar aqui que, quando calculamos o produto escalar, 00:03:26.790 --> 00:03:29.126 a gente obtém uma quantidade de escalar. 00:03:29.126 --> 00:03:31.800 A gente, essencialmente, obtêm um número. 00:03:31.800 --> 00:03:34.155 Inclusive, você deve se lembrar disso. 00:03:34.155 --> 00:03:36.230 Eu já fiz alguns vídeos sobre isso, 00:03:36.230 --> 00:03:38.667 onde realizamos um detalhamento melhor. 00:03:38.667 --> 00:03:42.740 Mas, de uma forma resumida, eu posso te dizer que esse produto escalar 00:03:42.740 --> 00:03:46.550 nos diz quanto estes dois vetores caminham juntos. 00:03:46.550 --> 00:03:48.304 É importante pensar nisso 00:03:48.304 --> 00:03:52.259 porque, se eles são completamente ortogonais um em relação ao outro, 00:03:52.259 --> 00:03:53.901 isto vai ser igual a zero. 00:03:53.901 --> 00:03:56.620 Mas, se eles estão na mesma direção e sentido, 00:03:56.620 --> 00:03:59.571 basta você multiplicar os módulos deles dois. 00:03:59.571 --> 00:04:02.939 Como temos um vetor unitário aqui, o que vamos fazer 00:04:02.939 --> 00:04:08.907 é obter o quanto, em módulo, do campo vetorial F que vai na direção normal. 00:04:08.907 --> 00:04:11.060 Então, você pode pensar dessa forma. 00:04:11.060 --> 00:04:14.280 Sabendo isso, vamos pensar sobre a componente 00:04:14.280 --> 00:04:16.866 deste vetor que está na direção normal. 00:04:16.866 --> 00:04:19.469 Inclusive, eu acho legal escrever isso aqui. 00:04:19.469 --> 00:04:24.370 Isto corresponde ao módulo da componente de F que está na direção normal, 00:04:24.370 --> 00:04:27.340 ou na mesma direção que o vetor normal unitário. 00:04:27.340 --> 00:04:32.310 Aí, multiplicamos isso com um comprimento infinitamente pequeno do nosso contorno, 00:04:32.310 --> 00:04:34.990 da nossa curva em torno deste ponto. 00:04:34.990 --> 00:04:36.919 Então, vamos multiplicar com isto aqui. 00:04:36.919 --> 00:04:40.080 Eu sei que você pode ter compreendido o que eu estou dizendo, 00:04:40.080 --> 00:04:42.970 mas como isso pode ser fisicamente relativo? 00:04:42.970 --> 00:04:47.520 Ou de que forma podemos pensar no que esta expressão está realmente medindo? 00:04:47.520 --> 00:04:52.050 Para pensar nisso, eu sempre visualizo tudo isto em duas dimensões. 00:04:52.050 --> 00:04:54.598 No futuro também vamos ver isso em três dimensões, 00:04:54.598 --> 00:04:57.960 mas, por enquanto, vamos visualizar um universo bidimensional 00:04:57.960 --> 00:05:01.069 em que estamos estudando, por exemplo, gases. 00:05:01.069 --> 00:05:05.420 Vamos supor que a gente tenha várias partículas em um universo bidimensional, 00:05:05.420 --> 00:05:08.460 de forma que a gente tem apenas as coordenadas "x" e "y". 00:05:08.460 --> 00:05:12.210 Este campo vetorial está essencialmente dizendo a você 00:05:12.210 --> 00:05:15.120 a velocidade em qualquer ponto nesta região. 00:05:15.120 --> 00:05:17.742 Então, isto aqui, nesse exemplo, indica a velocidade 00:05:17.742 --> 00:05:20.635 das partículas de um gás em um determinado ponto. 00:05:20.635 --> 00:05:23.589 Ou, como estamos falando do nosso vetor normal, 00:05:23.589 --> 00:05:28.779 isso indica o quão rápido as partículas desse gás estão saindo neste ponto. 00:05:28.779 --> 00:05:31.119 Com isso, ao resolver esta integral, 00:05:31.119 --> 00:05:35.340 saberemos o quão rápido as partículas estarão saindo deste contorno. 00:05:35.340 --> 00:05:37.705 Isso, claro tendo um valor positivo, 00:05:37.705 --> 00:05:40.222 mas a gente pode encontrar um valor negativo também. 00:05:40.222 --> 00:05:44.960 Como estamos considerando que o vetor normal unitário está orientado para fora 00:05:44.960 --> 00:05:47.243 e o resultado da integral está nos dizendo 00:05:47.243 --> 00:05:50.620 o quão rápido as partículas estão saindo deste contorno, 00:05:50.620 --> 00:05:52.805 se a gente tiver um valor negativo, 00:05:52.805 --> 00:05:57.030 isso significaria dizer que existe alguma entrada de partículas. 00:05:57.030 --> 00:06:00.005 E o resultado da integral nos diria a velocidade 00:06:00.005 --> 00:06:03.410 com a qual as partículas estão entrando nesta região. 00:06:03.410 --> 00:06:06.225 Bem, toda esta expressão não precisa, necessariamente, 00:06:06.225 --> 00:06:08.280 ter uma representação física. 00:06:08.280 --> 00:06:10.427 Mas, usando essa analogia do gás, 00:06:10.427 --> 00:06:13.560 isso nos diz o quão rápidas são as partículas, 00:06:13.560 --> 00:06:17.404 o quão rápido as partículas de um gás bidimensional 00:06:17.404 --> 00:06:19.360 estão saindo do contorno. 00:06:19.360 --> 00:06:23.820 No futuro, vamos fazer isso em três dimensões, onde teremos uma superfície. 00:06:23.820 --> 00:06:29.100 E aí vamos terminar o quão rápido as coisas estão saindo dessa superfície. 00:06:29.100 --> 00:06:32.243 Enfim, agora que já temos uma compreensão conceitual 00:06:32.243 --> 00:06:34.280 do que isso poderia representar, 00:06:34.280 --> 00:06:36.007 vamos brincar com isso um pouco, 00:06:36.007 --> 00:06:39.800 principalmente porque já sabemos como definir um vetor normal. 00:06:39.800 --> 00:06:41.856 Vamos reescrever esta integral 00:06:41.856 --> 00:06:45.313 usando o que sabemos sobre como construir um vetor normal. 00:06:45.313 --> 00:06:49.999 Reescrevendo esta integral, temos aqui a integral sobre esta curva 00:06:49.999 --> 00:06:53.550 do campo vetorial F escalar o vetor normal. 00:06:53.550 --> 00:06:56.687 A gente pode escrever o vetor normal desta forma. 00:06:56.687 --> 00:07:02.260 Vimos que o vetor normal é dy vezes i^, menos dx vezes j^, 00:07:02.260 --> 00:07:05.688 e tudo isso dividido pelo módulo, que neste caso é o ds. 00:07:05.688 --> 00:07:10.059 Para tornar um vetor unitário, encontramos aqui o módulo de ds 00:07:10.059 --> 00:07:15.450 calculando a raiz quadrada de (dx² + dy²), 00:07:15.450 --> 00:07:19.269 que é a mesma coisa que este pequeno comprimento aqui do contorno. 00:07:19.269 --> 00:07:22.270 Sendo assim, vamos dividir isto por ds 00:07:22.270 --> 00:07:24.449 e aí multiplicamos isto por ds. 00:07:24.449 --> 00:07:26.429 O ds é um escalar. 00:07:26.429 --> 00:07:31.029 Como temos um ds aqui e um ds aqui, podemos cancelar um com o outro. 00:07:31.029 --> 00:07:35.019 Sendo assim, ficamos apenas com o produto escalar entre F 00:07:35.019 --> 00:07:39.610 e esta diferença entre dy i^ e dx j^. 00:07:39.610 --> 00:07:42.699 Para melhor visualizar isso, eu vou reescrever esta integral. 00:07:42.699 --> 00:07:45.430 Eu coloco aqui a integral de linha, 00:07:45.430 --> 00:07:48.749 lembrando que estamos integrando no sentido anti-horário, 00:07:48.749 --> 00:07:51.404 e esta integral vai ser do, 00:07:51.404 --> 00:07:54.339 vamos calcular este produto escalar que está aqui em cima. 00:07:54.339 --> 00:07:56.891 Este produto escalar é bem simples. 00:07:56.891 --> 00:07:59.444 A gente faz o produto das componentes "x" 00:07:59.444 --> 00:08:03.060 ou, essencialmente, o produto dos módulos das componentes "x". 00:08:03.060 --> 00:08:06.834 Então, teremos aqui: P(x, y) vezes dy, 00:08:06.834 --> 00:08:10.025 mais o produto dos módulos das componentes "y", 00:08:10.025 --> 00:08:11.699 ou das componentes "j". 00:08:11.699 --> 00:08:16.519 Ou seja, teremos aqui: mais Q(x, y) vezes -dx. 00:08:16.519 --> 00:08:20.626 Isto vai nos dar menos Q(x, y) vezes dx. 00:08:20.626 --> 00:08:23.013 Portanto, esta é uma declaração interessante, 00:08:23.013 --> 00:08:25.089 porque já vimos algo parecido antes, 00:08:25.089 --> 00:08:27.039 só que sem esta diferença. 00:08:27.039 --> 00:08:29.048 Eu estou falando do teorema de Green, 00:08:29.048 --> 00:08:31.670 que inclusive vou reescrever aqui agora. 00:08:31.670 --> 00:08:33.464 O teorema de Green diz que, 00:08:33.464 --> 00:08:36.899 se estamos calculando a integral de linha sobre um contorno, 00:08:36.899 --> 00:08:39.374 Inclusive, existem várias maneiras de escrever isso, 00:08:39.374 --> 00:08:42.890 mas eu vou colocar aqui da forma que já usamos em vários vídeos. 00:08:42.890 --> 00:08:47.728 Podemos colocar aqui: M vezes dx + N vezes dy. 00:08:47.728 --> 00:08:51.134 Esta integral é igual à integral dupla 00:08:51.134 --> 00:08:54.100 sobre a região que esta linha está contornando. 00:08:54.100 --> 00:08:56.827 Da parcial do que está ao lado de dy, 00:08:56.827 --> 00:08:58.360 que neste caso é N. 00:08:58.360 --> 00:09:02.160 Então, colocamos aqui a parcial de N em relação a "x". 00:09:02.160 --> 00:09:06.360 E disso nós subtraímos a parcial do que quer que esteja ao lado de dx, 00:09:06.360 --> 00:09:09.500 ou seja, a parcial de M em relação a "y". 00:09:09.500 --> 00:09:14.160 Aí poderíamos colocar isto vezes dxdy, ou simplesmente dA, 00:09:14.160 --> 00:09:17.330 que é o infinitesimalmente pequeno pedaço da área. 00:09:17.330 --> 00:09:19.140 Então, vou escrever dA aqui. 00:09:19.140 --> 00:09:22.436 Enfim, isto é apenas uma reafirmação do teorema de Green. 00:09:22.436 --> 00:09:23.698 Nós já sabemos disso. 00:09:23.698 --> 00:09:26.494 Agora que revemos isso, como podemos aplicar 00:09:26.494 --> 00:09:28.929 o teorema de Green a isto que vimos aqui em cima? 00:09:28.929 --> 00:09:30.145 É a mesma coisa. 00:09:30.145 --> 00:09:31.679 Mesmo tendo uma diferença aqui, 00:09:31.679 --> 00:09:34.860 nós podemos aplicar o teorema de Green da mesma forma. 00:09:34.860 --> 00:09:37.385 Sendo assim, isto é igual à integral dupla 00:09:37.385 --> 00:09:40.190 sobre a região que este contorno envolve. 00:09:40.510 --> 00:09:43.239 O que queremos fazer é olhar para qualquer coisa 00:09:43.239 --> 00:09:46.300 que está sendo multiplicada aqui pelo dy. 00:09:46.300 --> 00:09:50.220 Neste caso, esta é a função que está sendo multiplicada pelo dy. 00:09:50.220 --> 00:09:54.194 Aí, calculamos a derivada parcial disto em relação a "x". 00:09:54.194 --> 00:09:58.070 Então, vamos ter aqui a derivada parcial de P em relação a "x". 00:09:58.070 --> 00:10:01.434 E aí, isto menos a derivada parcial de tudo aquilo 00:10:01.434 --> 00:10:03.840 que está sendo multiplicado pelo dx. 00:10:03.840 --> 00:10:08.800 Neste caso, vamos fazer a derivada parcial disto aqui em relação a "y". 00:10:08.800 --> 00:10:10.645 Mas temos um negativo, certo? 00:10:10.645 --> 00:10:12.490 Então, colocamos aqui o menos, 00:10:12.490 --> 00:10:15.523 a derivada parcial de Q em relação a "y", 00:10:15.523 --> 00:10:18.270 e aí é multiplicamos isto com o dA. 00:10:18.270 --> 00:10:20.341 Observe que temos estes dois negativos, 00:10:20.341 --> 00:10:23.166 ou seja, estamos subtraindo algo que é negativo. 00:10:23.166 --> 00:10:25.932 Isso faz com que a gente tenha uma adição aqui. 00:10:25.932 --> 00:10:29.041 Sendo assim, isto vai ser igual à integral dupla 00:10:29.041 --> 00:10:30.590 sobre a região da, 00:10:30.590 --> 00:10:34.098 talvez você já consiga saber onde isso tudo aqui vai dar 00:10:34.098 --> 00:10:36.650 e até ficou um pouco animado ou animada, não é? 00:10:36.650 --> 00:10:37.723 Mas continuando: 00:10:37.723 --> 00:10:42.237 aqui vai ser a integral dupla da parcial de P em relação a "x", 00:10:42.237 --> 00:10:45.570 mais a parcial de Q em relação a "y", vezes dA. 00:10:45.570 --> 00:10:47.230 Agora, olha para isto aqui: 00:10:47.230 --> 00:10:50.810 P é a função que estava nos dizendo o módulo na direção "x", 00:10:50.810 --> 00:10:54.180 e Q estava nos dizendo o módulo na direção "y". 00:10:54.180 --> 00:10:57.039 Estamos fazendo a parcial disto em relação a "x" 00:10:57.039 --> 00:10:58.698 e disto em relação a "y". 00:10:58.698 --> 00:11:02.559 e aí estamos realizando uma adição entre os resultados. 00:11:02.559 --> 00:11:05.748 Isto é exatamente o divergente de F. 00:11:05.748 --> 00:11:10.350 Se isso não faz sentido, eu aconselho que você assista a um vídeo sobre divergência. 00:11:10.350 --> 00:11:11.774 Já tem alguns aqui. 00:11:11.774 --> 00:11:14.230 Isto aqui é o divergente de F. 00:11:14.230 --> 00:11:16.563 Então, por definição, este é o divergente 00:11:16.563 --> 00:11:18.378 do nosso campo vetorial F. 00:11:18.378 --> 00:11:20.451 Isso é algo muito interessante, 00:11:20.451 --> 00:11:22.645 afinal, saímos da expressão original 00:11:22.645 --> 00:11:26.109 e começamos a estudá-la buscando determinar a velocidade 00:11:26.109 --> 00:11:29.360 com a qual as partículas estão saindo da superfície. 00:11:29.360 --> 00:11:32.239 E agora que entendemos isso em termos desta expressão, 00:11:32.239 --> 00:11:34.799 vamos interpretar isso de forma intuitiva. 00:11:34.799 --> 00:11:39.419 Isto aqui é igual à integral dupla sobre esta região do divergente de F, 00:11:39.419 --> 00:11:43.272 vezes um infinitesimalmente pequeno pedaço de área, neste caso, dA. 00:11:43.272 --> 00:11:46.470 Agora, por que isso faz sentido, de forma intuitiva? 00:11:46.470 --> 00:11:49.083 Para você perceber por que isso faz sentido, 00:11:49.083 --> 00:11:52.109 basta se lembrar sobre o que é a divergência. 00:11:52.109 --> 00:11:54.049 A divergência é uma medida que nos diz 00:11:54.049 --> 00:11:57.389 o quanto as coisas estão se expandindo, divergindo, 00:11:57.389 --> 00:12:00.611 ou o quanto estão se concentrando, convergindo. 00:12:00.611 --> 00:12:03.950 Se você tem aqui um ponto e, ao redor desse ponto, 00:12:03.950 --> 00:12:07.290 as partículas estão meio que se afastando umas das outras, 00:12:07.290 --> 00:12:09.650 teremos um divergente positivo aqui. 00:12:09.650 --> 00:12:11.881 Por outro lado, se as partículas estiverem 00:12:11.881 --> 00:12:14.050 se aproximando umas das outras, 00:12:14.050 --> 00:12:16.030 teremos um divergente negativo. 00:12:16.030 --> 00:12:19.630 Observando isso, tudo o que a gente fez aqui faz sentido. 00:12:19.630 --> 00:12:22.895 Porque, se você pega uma área infinitesimalmente pequena 00:12:22.895 --> 00:12:25.120 e multiplica isso com o divergente, 00:12:25.120 --> 00:12:29.030 teremos um número que será somado ao longo de toda essa região. 00:12:29.030 --> 00:12:31.150 Quanto maior for o divergente, 00:12:31.150 --> 00:12:34.630 mais coisas estão saindo do limite dessa região. 00:12:34.630 --> 00:12:39.632 Se você visse isso como o quão rápido as coisas estão saindo da superfície, 00:12:39.632 --> 00:12:42.318 teremos um fluxo bidimensional, ou seja, 00:12:42.318 --> 00:12:47.378 se a gente observar a rapidez das coisas saindo da pequena área da superfície, 00:12:47.378 --> 00:12:50.908 isso vai ser a mesma coisa que a soma de todos os divergentes 00:12:50.908 --> 00:12:53.850 sobre esta área que o contorno está circundando. 00:12:53.850 --> 00:12:56.450 Eu espero que isso faça um pouco de sentido para você. 00:12:56.450 --> 00:12:59.740 Isso é apenas uma outra maneira de pensar sobre o teorema de Green. 00:12:59.740 --> 00:13:02.710 E isso que acabamos de ver aqui de forma resumida, 00:13:02.710 --> 00:13:06.070 que é esta expressão da divergência sobre esta região aqui, 00:13:06.070 --> 00:13:09.470 é a mesma coisa que "F escalar n" sobre o contorno. 00:13:09.470 --> 00:13:14.200 Ou seja, temos aqui o teorema da divergência de forma bidimensional. 00:13:14.200 --> 00:13:16.760 Eu espero que você tenha compreendido tudo direitinho 00:13:16.760 --> 00:13:21.387 e, mais uma vez, eu quero deixar para você um grande abraço, e até a próxima!