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Estarão os robôs a roubar-nos os empregos?

  • 0:01 - 0:03
    Acontece que, quando há
    dezenas de milhões de pessoas
  • 0:03 - 0:06
    desempregadas ou subempregadas,
  • 0:06 - 0:10
    surge um grande interesse pelos efeitos
    da tecnologia sobre os trabalhadores.
  • 0:10 - 0:12
    Quando analiso esses debates,
  • 0:12 - 0:15
    fico espantado por eles
    se concentrarem no tópico certo
  • 0:15 - 0:18
    e, ao mesmo tempo,
    falharem totalmente o mais importante.
  • 0:18 - 0:21
    A discussão concentra-se
    na questão de saber
  • 0:21 - 0:26
    se as tecnologias digitais estão ou não
    a afetar a capacidade das pessoas
  • 0:26 - 0:28
    para ganhar a vida ou,
    por outras palavras,
  • 0:28 - 0:31
    se os robôs estão a roubar-nos
    os nossos empregos.
  • 0:31 - 0:33
    Há alguns indícios de que estão.
  • 0:33 - 0:36
    A Grande Recessão terminou
    quando o PIB norte-americano
  • 0:36 - 0:40
    retomou a sua subida lenta e paulatina
  • 0:40 - 0:43
    e outros indicadores económicos
    também começaram a recuperar
  • 0:43 - 0:45
    e rapidamente ficaram positivos.
  • 0:45 - 0:48
    Os lucros empresariais são bastante altos.
  • 0:48 - 0:50
    Com efeito, se incluirmos
    os lucros da banca,
  • 0:50 - 0:51
    são mais altos do que nunca.
  • 0:51 - 0:56
    O investimento em maquinaria,
    em equipamento,
  • 0:56 - 0:58
    em "hardware" e "software"
    é o mais alto de sempre.
  • 0:58 - 1:02
    Portanto, os negócios estão a usar
    os livros de cheques.
  • 1:02 - 1:03
    Mas não estão a contratar pessoal.
  • 1:03 - 1:07
    Esta linha vermelha
    é o rácio emprego/população,
  • 1:07 - 1:11
    ou seja, a percentagem
    da população ativa nos EUA,
  • 1:11 - 1:13
    que tem trabalho.
  • 1:13 - 1:16
    Vemos que foi abaixo
    durante a Grande Recessão
  • 1:16 - 1:19
    e ainda não começou a recuperar nada.
  • 1:19 - 1:22
    Mas a história não é apenas
    uma história de recessão.
  • 1:22 - 1:24
    A década por que acabamos de passar
  • 1:24 - 1:27
    teve um crescimento de emprego
    relativamente anémico,
  • 1:27 - 1:30
    especialmente quando a comparamos
    com outras décadas.
  • 1:30 - 1:32
    A década de 2000 é o único período
  • 1:32 - 1:35
    que registou menos gente a trabalhar
  • 1:35 - 1:38
    no fim da década do que no princípio.
  • 1:38 - 1:40
    Não é isto que queremos ver.
  • 1:40 - 1:43
    No gráfico do número
    de potenciais trabalhadores
  • 1:43 - 1:46
    "versus" o número de empregos no país,
  • 1:46 - 1:50
    vemos o fosso aumentar ao longo do tempo.
  • 1:50 - 1:53
    Depois, durante a Grande Recessão,
    esse fosso aumentou ainda mais.
  • 1:53 - 1:55
    Eu fiz uns cálculos rápidos.
  • 1:55 - 1:57
    Agarrei nos últimos 20 anos
    de crescimento do PIB
  • 1:57 - 2:00
    e nos últimos 20 anos do aumento
    da produtividade do trabalho
  • 2:00 - 2:03
    e usei-os de forma bastante direta
  • 2:03 - 2:05
    para tentar calcular
    a quantidade de empregos
  • 2:05 - 2:08
    de que a economia ia precisar
    para continuar a crescer.
  • 2:08 - 2:09
    Esta é a curva que obtive.
  • 2:09 - 2:11
    É positivo ou negativo?
  • 2:11 - 2:16
    Esta é a projeção do governo
    para o futuro da população ativa.
  • 2:17 - 2:21
    Se estas previsões estão certas,
    este fosso não se vai fechar.
  • 2:22 - 2:25
    O problema é que eu acho
    que estas previsões não estão certas.
  • 2:25 - 2:28
    Em especial, acho que a minha projeção
    é demasiado otimista,
  • 2:28 - 2:31
    porque, quando a fiz, parti do princípio
  • 2:31 - 2:34
    que o futuro iria ser como o passado
  • 2:34 - 2:36
    com um crescimento
    da produtividade do trabalho,
  • 2:36 - 2:38
    mas agora não acredito nisso
  • 2:38 - 2:39
    porque, quando olho à minha volta,
  • 2:39 - 2:41
    acho que ainda não vimos nada
  • 2:41 - 2:45
    no que se refere ao impacto da tecnologia
    sobre a força do trabalho.
  • 2:45 - 2:49
    Só nos últimos anos,
    vimos ferramentas digitais
  • 2:49 - 2:53
    exibir competências
    e capacidades nunca vistas
  • 2:53 - 2:58
    que alteram profundamente
    o modo como nós ganhamos a vida.
  • 2:58 - 3:00
    Vou dar-vos alguns exemplos.
  • 3:00 - 3:02
    Em toda a História, se queríamos uma coisa
  • 3:02 - 3:05
    traduzida dum idioma para outro
  • 3:05 - 3:07
    tínhamos que recorrer a um ser humano.
  • 3:07 - 3:09
    Agora temos serviços multilíngua
  • 3:09 - 3:14
    instantâneos, automáticos,
    disponíveis gratuitamente
  • 3:14 - 3:18
    nos nossos dispositivos,
    incluindo os "smartphones".
  • 3:18 - 3:23
    Quem já os usou sabe que eles
    não são perfeitos, mas são decentes.
  • 3:23 - 3:26
    Em toda a História, se queríamos
    qualquer coisa escrita,
  • 3:26 - 3:30
    um relatório ou um artigo,
    tínhamos que recorrer a uma pessoa.
  • 3:30 - 3:31
    Agora não.
  • 3:31 - 3:33
    Isto é um artigo
    que apareceu na Forbes "online",
  • 3:33 - 3:35
    há pouco tempo,
    sobre as receitas da Apple.
  • 3:35 - 3:38
    Foi escrito por um algoritmo.
  • 3:38 - 3:41
    E não é decente, é perfeito!
  • 3:42 - 3:44
    Muita gente olha para isto e diz:
  • 3:44 - 3:46
    "Ok, mas há tarefas muito específicas.
  • 3:46 - 3:49
    "A maior parte dos trabalhadores
    do conhecimento são generalistas.
  • 3:49 - 3:53
    "Utilizam um grande conjunto
    de especialidades e de conhecimentos
  • 3:53 - 3:57
    "e usam-no para reagir e improvisar,
    face a pedidos imprevisíveis.
  • 3:57 - 4:00
    "Isso é muito difícil de automatizar".
  • 4:00 - 4:01
    Um dos trabalhadores do conhecimento
  • 4:01 - 4:03
    mais impressionantes dos últimos tempos
  • 4:03 - 4:04
    é um tipo chamado Ken Jennings.
  • 4:04 - 4:09
    Ganhou o concurso de perguntas
    "Jeopardy!" 74 vezes seguidas.
  • 4:10 - 4:12
    Levou para casa três milhões de dólares.
  • 4:12 - 4:17
    Ali, à direita, é Ken a ser
    derrotado a 3-1 por Watson,
  • 4:17 - 4:20
    o supercomputador da IBM
    que joga "Jeopardy!"
  • 4:20 - 4:22
    Portanto, quando olhamos
  • 4:22 - 4:23
    para o que a tecnologia consegue fazer
  • 4:23 - 4:25
    aos trabalhadores do conhecimento,
  • 4:25 - 4:29
    começo a pensar que um generalista
    talvez não seja nada de especial
  • 4:29 - 4:33
    principalmente quando começarmos
    a ligar Siri a Watson
  • 4:34 - 4:37
    e a ter tecnologias
    que compreendem o que dizemos
  • 4:37 - 4:39
    e repetem o discurso que fizemos.
  • 4:39 - 4:41
    Siri está longe de ser perfeito,
  • 4:41 - 4:43
    e podemos troçar dos seus defeitos.
  • 4:43 - 4:44
    Mas não devíamos esquecer
  • 4:44 - 4:47
    que, se as tecnologias
    como o Siri e o Watson
  • 4:47 - 4:51
    progredirem numa trajetória
    da Lei de Moore — o que acontecerá —
  • 4:51 - 4:55
    dentro de seis anos, eles não vão ser
    duas ou quatro vezes melhores,
  • 4:55 - 4:58
    vão ser 16 vezes melhores
    do que são agora.
  • 4:58 - 5:02
    Por isso, penso que vão ser afetados
    muitos trabalhadores do conhecimento.
  • 5:02 - 5:06
    As tecnologias digitais não afetam
    apenas o mundo do conhecimento.
  • 5:06 - 5:10
    Estão a começar a treinar os seus músculos
    também no mundo físico.
  • 5:10 - 5:13
    Tive a oportunidade há pouco tempo
    de viajar no carro autónomo do Google
  • 5:13 - 5:16
    que é tão fixe como parece.
  • 5:16 - 5:18
    (Risos)
  • 5:18 - 5:24
    Garanto que ele ultrapassou facilmente
    os engarrafamentos da via rápida 101.
  • 5:24 - 5:26
    Existem cerca de três milhões e meio
  • 5:26 - 5:28
    de camionistas profissionais nos EUA.
  • 5:28 - 5:31
    Penso que alguns deles
    vão ser afetados por esta tecnologia.
  • 5:31 - 5:35
    Neste momento, os robôs humanoides
    ainda são incrivelmente primitivos.
  • 5:35 - 5:37
    Não podem fazer grande coisa.
  • 5:37 - 5:39
    Mas estão a melhorar rapidamente
  • 5:39 - 5:42
    e a DARPA, que é o ramo de investimentos
    do Departamento da Defesa,
  • 5:42 - 5:45
    está a tentar acelerar a sua trajetória.
  • 5:45 - 5:49
    Em resumo, os robôs
    estão a roubar-nos os nossos empregos.
  • 5:49 - 5:53
    A curto prazo, podemos estimular
    o crescimento do emprego
  • 5:53 - 5:57
    encorajando o espírito empreendedor
    e investindo em infraestruturas,
  • 5:57 - 6:00
    porque os robôs ainda não são
    muito bons a reparar pontes.
  • 6:00 - 6:02
    Mas a médio prazo,
  • 6:02 - 6:06
    — penso que ainda em vida
    da maior parte das pessoas nesta sala —
  • 6:06 - 6:10
    vamos passar para
    uma economia muito produtiva
  • 6:10 - 6:13
    mas que não precisa
    de muitos trabalhadores humanos.
  • 6:13 - 6:16
    Gerir esta transição vai ser
    o maior desafio
  • 6:16 - 6:18
    que a nossa sociedade enfrenta
  • 6:18 - 6:20
    Voltaire resumiu-o assim:
  • 6:20 - 6:22
    "O trabalho salva-nos
    de três grandes males:
  • 6:22 - 6:25
    "tédio, vício e necessidade".
  • 6:25 - 6:29
    Apesar deste desafio, pessoalmente
  • 6:29 - 6:31
    continuo a ser um enorme otimista digital
  • 6:31 - 6:33
    e estou plenamente convencido de que
  • 6:33 - 6:35
    as tecnologias digitais
    que estão a evoluir agora
  • 6:35 - 6:40
    vão levar-nos a um futuro utópico
    e não a um futuro distópico.
  • 6:40 - 6:43
    Para explicar porquê,
    vou fazer uma pergunta muito ampla.
  • 6:43 - 6:45
    Vou perguntar quais foram
  • 6:45 - 6:48
    os progressos mais importantes
    da História humana.
  • 6:48 - 6:52
    Vou transmitir-vos algumas
    das respostas que recebi.
  • 6:52 - 6:53
    É uma pergunta ótima
  • 6:53 - 6:55
    para começar um debate infindável.
  • 6:55 - 6:57
    Há pessoas que vão sugerir
  • 6:57 - 7:01
    que foram os sistemas de filosofia,
    tanto do ocidente como do leste,
  • 7:01 - 7:04
    que alteraram a maneira
    de entender o mundo.
  • 7:04 - 7:06
    Depois, outras pessoas dirão:
  • 7:06 - 7:08
    "Não, os grandes progressos
  • 7:08 - 7:11
    "foram as grandes religiões do mundo,
  • 7:11 - 7:13
    "que alteraram civilizações
  • 7:13 - 7:16
    "e alteraram e influenciaram
    o modo de vida de inúmeras pessoas".
  • 7:17 - 7:18
    E depois outros dirão:
  • 7:18 - 7:21
    "O que altera as civilizações,
    o que as modifica
  • 7:21 - 7:26
    "e o que muda a vida das pessoas,
    são os impérios.
  • 7:26 - 7:28
    "Portanto,
    os grandes progressos da História
  • 7:28 - 7:31
    "são as histórias
    da conquista e da guerra".
  • 7:31 - 7:33
    Então, aparece sempre
    uma boa alma que diz:
  • 7:33 - 7:36
    "Não se esqueçam das pestes".
  • 7:36 - 7:38
    (Risos)
  • 7:39 - 7:42
    Há respostas otimistas a esta pergunta.
  • 7:42 - 7:44
    Algumas pessoas vão recordar
    os Descobrimentos
  • 7:44 - 7:45
    e a abertura do mundo.
  • 7:45 - 7:48
    Outras vão falar
    das realizações intelectuais
  • 7:48 - 7:50
    em disciplinas como a matemática
  • 7:50 - 7:52
    que nos ajudaram
    a controlar melhor o mundo.
  • 7:52 - 7:54
    Outras pessoas vão falar dos períodos
  • 7:54 - 7:57
    de profundo florescimento
    das artes e das ciências.
  • 7:57 - 7:59
    Assim, este debate continuará a decorrer.
  • 7:59 - 8:03
    É um debate sem fim, sem conclusões,
    sem uma resposta simples.
  • 8:03 - 8:05
    Mas se forem um "geek" como eu, dirão:
  • 8:05 - 8:08
    "O que é que dizem os dados?"
  • 8:08 - 8:12
    E começam a fazer gráficos,
    talvez interessantes,
  • 8:12 - 8:15
    a população total mundial, por exemplo,
  • 8:15 - 8:17
    ou qualquer medida
    de desenvolvimento social,
  • 8:17 - 8:20
    ou o estado do avanço duma sociedade.
  • 8:20 - 8:23
    Começamos a interpretar os dados
    porque, com esta abordagem,
  • 8:23 - 8:26
    as grandes histórias, as grandes evoluções
    na História da Humanidade,
  • 8:26 - 8:29
    são as que influenciam muito estas curvas.
  • 8:29 - 8:31
    Quando fazemos isso
    e quando interpretamos os dados,
  • 8:31 - 8:34
    chegamos rapidamente
    a conclusões estranhas.
  • 8:34 - 8:38
    Concluímos que nenhuma destas coisas
    teve muita importância.
  • 8:38 - 8:41
    (Risos)
  • 8:42 - 8:46
    Não tiveram o mínimo efeito
    sobre as curvas.
  • 8:46 - 8:50
    Mas houve uma história,
    uma evolução na História do Homem
  • 8:50 - 8:53
    que modificou a curva em quase 90 graus.
  • 8:53 - 8:56
    Foi a História da Tecnologia.
  • 8:56 - 8:59
    A máquina a vapor e outras tecnologias
  • 8:59 - 9:02
    associadas à Revolução Industrial
    mudaram o mundo
  • 9:02 - 9:04
    e influenciaram tanto a História do Homem
  • 9:04 - 9:07
    que, nas palavras
    do historiador Ian Morris,
  • 9:07 - 9:10
    minimizaram tudo
    o que aparecera anteriormente.
  • 9:10 - 9:13
    Isso aconteceu
    porque multiplicou infinitamente
  • 9:13 - 9:17
    o poder dos nossos músculos,
    ultrapassando as suas limitações.
  • 9:17 - 9:19
    Ora bem, neste momento
    estamos num processo
  • 9:19 - 9:22
    de ultrapassar as limitações
    dos nossos cérebros
  • 9:22 - 9:25
    e de multiplicar infinitamente
    o nosso poder mental.
  • 9:25 - 9:28
    Como é que isto poderá
    não ser tão importante
  • 9:28 - 9:31
    como ultrapassar as limitações
    dos nossos músculos?
  • 9:31 - 9:34
    Correndo o risco de me repetir um pouco,
  • 9:34 - 9:38
    quando olho para a evolução
    da tecnologia digital hoje em dia,
  • 9:38 - 9:40
    esta jornada está longe de ter acabado.
  • 9:40 - 9:42
    Quando olho para o que está a acontecer
  • 9:42 - 9:45
    com as nossas economias
    e as nossas sociedades,
  • 9:45 - 9:47
    só posso concluir
    que ainda não vimos nada.
  • 9:47 - 9:49
    Os melhores dias ainda estão para vir.
  • 9:49 - 9:51
    Vou dar-vos alguns exemplos.
  • 9:51 - 9:53
    As economias não assentam na energia.
  • 9:53 - 9:56
    Não assentam no capital.
    Não assentam no trabalho.
  • 9:56 - 9:59
    As economias assentam em ideias.
  • 9:59 - 10:02
    Portanto, o trabalho da inovação,
    de aparecer com novas ideias
  • 10:02 - 10:05
    é uma das obras mais poderosas,
    mais fundamentais
  • 10:05 - 10:07
    que podemos fazer numa economia.
  • 10:07 - 10:10
    Como é que costumávamos fazer inovações?
  • 10:10 - 10:13
    Arranjávamos um grupo de pessoas
    de aspeto semelhante...
  • 10:14 - 10:17
    (Risos)
  • 10:17 - 10:20
    levávamos essas pessoas
    de uma instituição de elite para outra
  • 10:20 - 10:22
    e ficávamos à espera das inovações.
  • 10:22 - 10:24
    Ora bem...
  • 10:24 - 10:26
    (Risos)
  • 10:26 - 10:30
    Sou um branco que passou
    toda a sua carreira no MIT e em Harvard,
  • 10:30 - 10:32
    portanto, não tenho
    qualquer problema com isso.
  • 10:32 - 10:35
    (Risos)
  • 10:35 - 10:38
    Mas há quem tenha e esses
    conseguiram invadir a festa,
  • 10:38 - 10:40
    sem usar o traje obrigatório da inovação.
  • 10:40 - 10:42
    (Risos)
  • 10:42 - 10:45
    Estes são os vencedores
    dum concurso de programação Top Coder.
  • 10:45 - 10:48
    Garanto-vos que ninguém se preocupa
  • 10:48 - 10:51
    com o sítio em que estes miúdos cresceram,
  • 10:51 - 10:53
    em que escola andaram ou o aspeto que têm.
  • 10:53 - 10:55
    A única coisa que interessa
  • 10:55 - 10:57
    é a qualidade do trabalho,
    a qualidade das ideias.
  • 10:57 - 10:59
    Cada vez mais, vemos isto a acontecer
  • 10:59 - 11:02
    no mundo facilitado pela tecnologia.
  • 11:02 - 11:04
    O trabalho da inovação
    está a tornar-se mais aberto,
  • 11:04 - 11:08
    mais inclusivo, mais transparente
    e baseado mais no mérito
  • 11:08 - 11:09
    e isso vai continuar,
  • 11:09 - 11:12
    pouco importa o que o MIT e Harvard pensem.
  • 11:12 - 11:14
    Não posso sentir-me
    mais feliz com esta evolução.
  • 11:14 - 11:16
    De vez em quando oiço dizer:
  • 11:16 - 11:18
    "Ok, concordo consigo mas a tecnologia
  • 11:18 - 11:20
    "continua a ser uma ferramenta
    para o mundo rico.
  • 11:20 - 11:23
    "O que está a acontecer
    é que essas ferramentas digitais
  • 11:23 - 11:26
    "não estão a melhorar a vida das pessoas na base da pirâmide."
  • 11:26 - 11:29
    Quero responder a isso
    muito claramente: Disparate!
  • 11:29 - 11:32
    A base da pirâmide está a beneficiar
    imenso com a tecnologia
  • 11:32 - 11:36
    O economista Robert Jensen
    fez há pouco tempo um estudo incrível
  • 11:36 - 11:38
    em que observou, com grande pormenor,
  • 11:38 - 11:41
    o que aconteceu nas aldeias piscatórias
    de Kerala, na Índia,
  • 11:41 - 11:44
    quando lá apareceu o telemóvel
    pela primeira vez.
  • 11:44 - 11:47
    Quem escreve para o
    Quarterly Journal of Economics,
  • 11:47 - 11:50
    tem que usar uma linguagem
    muito seca e muito circunspecta
  • 11:50 - 11:52
    mas, quando li este artigo,
  • 11:52 - 11:54
    senti que Jensen
    está a tentar alertar-nos e dizer:
  • 11:54 - 11:56
    "Olhem, isto foi extraordinário!"
  • 11:56 - 12:00
    Os preços estabilizaram, as pessoas
    puderam planear a sua vida económica.
  • 12:00 - 12:04
    Não reduziram os desperdícios,
    eliminaram-nos.
  • 12:04 - 12:07
    O nível de vida dos compradores
    e dos vendedores, nestas aldeias
  • 12:07 - 12:09
    melhorou consideravelmente.
  • 12:09 - 12:13
    Não me parece que
    Jensen tenha tido tanta sorte
  • 12:13 - 12:15
    que aterrou, por acaso,
    num conjunto de aldeias
  • 12:15 - 12:17
    em que a tecnologia melhorou as coisas.
  • 12:17 - 12:20
    O que aconteceu é que ele
    documentou-se muito cuidadosamente
  • 12:20 - 12:22
    sobre o que sempre acontece
  • 12:22 - 12:26
    quando a tecnologia aparece
    pela primeira vez numa comunidade.
  • 12:26 - 12:30
    O nível de vida das pessoas,
    o seu bem-estar, melhora drasticamente.
  • 12:30 - 12:32
    Por isso, quando olho
    para os indícios à minha volta
  • 12:32 - 12:34
    e penso no espaço que temos à nossa frente,
  • 12:34 - 12:37
    torno-me num otimista digital,
    e começo a pensar
  • 12:37 - 12:41
    que esta afirmação incrível
    do físico Freeman Dyson
  • 12:41 - 12:43
    não é uma hipérbole.
  • 12:43 - 12:45
    É uma avaliação rigorosa
    do que se está a passar.
  • 12:45 - 12:48
    "A tecnologia é uma dádiva de Deus".
  • 12:48 - 12:51
    Neste momento, temos a maior felicidade
  • 12:51 - 12:54
    de viver numa época em que
    a tecnologia digital está a florescer
  • 12:54 - 12:56
    está a expandir-se e a aprofundar-se
  • 12:56 - 13:00
    e a tornar-se mais profunda
    em todo o mundo.
  • 13:00 - 13:02
    Sim, os robôs estão
    a roubar-nos os empregos
  • 13:02 - 13:07
    mas, se nos concentramos nesse facto
    perdemos o mais importante.
  • 13:07 - 13:10
    O importante é que, quando estivermos
    libertos para fazer outras coisas,
  • 13:10 - 13:12
    o que vamos fazer — estou convencido —
  • 13:12 - 13:15
    o que vamos fazer é reduzir a pobreza,
  • 13:15 - 13:17
    o trabalho monótono
    e a miséria em todo o mundo.
  • 13:17 - 13:21
    Estou convencido que vamos aprender a viver
    mais libertos no planeta
  • 13:21 - 13:24
    e estou plenamente convencido
  • 13:24 - 13:27
    que o que vamos fazer
    com as nossas novas ferramentas digitais
  • 13:27 - 13:29
    vai ser tão profundo e tão benéfico
  • 13:29 - 13:32
    que vai obscurecer
    tudo o que existia antes.
  • 13:32 - 13:34
    Vou deixar a última palavra a uma pessoa
  • 13:34 - 13:37
    que está à cabeça do progresso digital,
  • 13:37 - 13:38
    o nosso velho amigo Ken Jennings.
  • 13:38 - 13:39
    Concordo com ele.
  • 13:39 - 13:41
    Vou repetir as suas palavras:
  • 13:41 - 13:44
    "Dou as boas vindas
    aos nossos novos ciberchefes".
  • 13:44 - 13:45
    (Risos)
  • 13:45 - 13:46
    Muito obrigado.
  • 13:46 - 13:47
    (Aplausos)
Title:
Estarão os robôs a roubar-nos os empregos?
Speaker:
Andrew McAfee
Description:

Os robôs e os algoritmos estão a ficar bons em tarefas como construir carros, escrever artigos, traduzir — tarefas que outrora estavam reservadas aos seres humanos. Então o que vamos fazer para ganhar a vida? Andrew McAfee utiliza dados recentes sobre a força de trabalho e afirma: "Ainda não vimos nada". Mas, depois, debruça-se sobre a História e chega a uma conclusão surpreendente e mesmo eletrizante do futuro.

(Filmado no TEDxBoston)

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:07
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