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Vamos ficar nus | Sheila Kelley | TEDxAmericanRiviera

  • 0:10 - 0:13
    (Música)
  • 1:50 - 1:51
    (Fim da música)
  • 1:51 - 1:54
    (Aplausos)
  • 1:55 - 1:56
    Obrigada.
  • 1:56 - 1:59
    (Aplausos)
  • 2:01 - 2:05
    Uau, isso foi divertido.
  • 2:05 - 2:06
    Certo, vamos ficar nus!
  • 2:06 - 2:08
    (Risos)
  • 2:08 - 2:09
    Preparar, aprontar, despir!
  • 2:09 - 2:11
    Não, é provocação, estou brincando.
  • 2:11 - 2:14
    O tipo de "nu" a que estou me referindo
  • 2:14 - 2:18
    é o nu que faz você
    se contorcer por dentro.
  • 2:18 - 2:21
    É o nu de coração.
  • 2:21 - 2:25
    Nu de alma, nu para a verdade
  • 2:25 - 2:27
    que é o que quero
    compartilhar com vocês hoje,
  • 2:27 - 2:31
    a verdade sobre homens,
    mulheres e a criatura erótica.
  • 2:31 - 2:35
    Mas isso requer o "despir-se"
    de ambos os lados.
  • 2:35 - 2:38
    Eu preciso despir vocês
    de todas as falsas pretensões,
  • 2:38 - 2:40
    as ideias que vocês têm
    sobre o corpo feminino,
  • 2:40 - 2:43
    e vocês precisam despir sua mente,
    deixá-la bem aberta.
  • 2:43 - 2:47
    Então, esse é o meu laboratório,
  • 2:47 - 2:49
    onde passei os últimos
    12 anos guiando mulheres
  • 2:49 - 2:54
    em direção à consciência
    do movimento de seus corpos femininos
  • 2:54 - 2:56
    o que traz a consciência
    da natureza feminina,
  • 2:56 - 3:00
    o que traz a consciência do que eu chamo
    de suas "criaturas eróticas".
  • 3:00 - 3:02
    Toda mulher no planeta
    tem uma criatura erótica.
  • 3:02 - 3:06
    Ela é o primórdio do corpo feminino.
  • 3:06 - 3:10
    Ela é selvagem, indomada,
    é o alter ego sexual
  • 3:10 - 3:13
    que mora no profundo do nosso ser.
  • 3:13 - 3:17
    Muito frequentemente, ela é enterrada
    debaixo de sobrancelhas franzidas,
  • 3:17 - 3:20
    corpos congelados, tensos,
    pensamentos julgadores e medo,
  • 3:20 - 3:22
    mas ela está lá.
  • 3:22 - 3:24
    E quando você a acorda
  • 3:24 - 3:27
    e a integra com o seu ser,
  • 3:27 - 3:29
    isso leva você a um lugar de completude,
  • 3:29 - 3:33
    e essa completude do feminino é capaz
  • 3:33 - 3:36
    de elevar cada criatura
    viva ao seu alcance.
  • 3:36 - 3:40
    Vamos falar por um segundo
    sobre - aí está a criatura erótica -
  • 3:40 - 3:42
    o impensável.
  • 3:42 - 3:46
    E se eu disser que o mastro
    no qual eu estava dançando agorinha
  • 3:46 - 3:48
    é um símbolo para a próxima e quarta onda
  • 3:48 - 3:51
    do movimento feminista?
  • 3:51 - 3:52
    Eu sei, certo?
  • 3:52 - 3:55
    (Aplausos)
  • 3:55 - 4:00
    Uma reclamação pessoal
    do corpo feminino e de sua sexualidade.
  • 4:00 - 4:01
    É bem louco, né?
  • 4:01 - 4:05
    Uma stripper dançarina de pole dance
    representar o movimento feminista,
  • 4:05 - 4:07
    tem gente se revirando
    no caixão, meus heróis!
  • 4:07 - 4:11
    Mas vou contar sobre minha louca jornada
    ao longos dos últimos 23 anos,
  • 4:11 - 4:14
    que me trouxe a esse lugar
    de clareza e convicção.
  • 4:14 - 4:16
    Vou montar a cena pra vocês.
  • 4:16 - 4:21
    Era 1989, La Cienega Boulevard,
    Star Strip Gentlemen's Club.
  • 4:21 - 4:23
    A primeira vez que fui
    a um clube de striptease.
  • 4:23 - 4:26
    Eu era uma jovem atriz, estava
    ajudando um amigo com um projeto
  • 4:26 - 4:29
    e eu estava bem infeliz
    por ter que ir a esse lugar,
  • 4:29 - 4:33
    que eu sentia que subjugava
    e objetificava as mulheres.
  • 4:33 - 4:36
    Mas, uma vez que entrei, eu me apaixonei
  • 4:36 - 4:38
    pelo movimento de algumas dançarinas,
  • 4:38 - 4:41
    seus corpos ondulavam e provocavam,
  • 4:41 - 4:45
    eram provocantes, sexy e tão femininos!
  • 4:45 - 4:49
    Eu estava desesperada
    para aprender a fazer aquilo.
  • 4:49 - 4:52
    Mas eu não queria ser
    uma stripper profissional.
  • 4:52 - 4:55
    Não que tenha algo errado com isso.
  • 4:55 - 4:58
    O que eu fiz:
  • 4:58 - 5:00
    eu escrevi e produzi um filme
  • 5:00 - 5:03
    onde eu, na verdade,
    iria interpretar uma stripper.
  • 5:03 - 5:05
    E no filme eu precisava
    criar uma personagem
  • 5:05 - 5:08
    que vivesse e se movesse
    através de sua sexualidade.
  • 5:08 - 5:10
    E eu achei que isso seria divertido.
  • 5:10 - 5:13
    Então, no primeiro dia de ensaio,
    coloquei este figurino,
  • 5:13 - 5:15
    que achei que iria comunicar
  • 5:15 - 5:18
    meu eu stripper e sexy para o mundo,
  • 5:18 - 5:20
    por favor não riam, tudo bem, podem rir!
  • 5:20 - 5:22
    (Risos)
  • 5:22 - 5:24
    Então, fui ao palco com esse figurino,
  • 5:24 - 5:27
    a música começou e meu corpo apenas...
  • 5:27 - 5:31
    Oh-oh. Não se moveu! E ela congelou!
  • 5:31 - 5:34
    Eu fazia bacharelado em dança
    na Universidade de Nova York.
  • 5:34 - 5:37
    Sou bailarina profissional treinada,
    eu deveria saber fazer isso.
  • 5:37 - 5:40
    Mas meu corpo ficou:
    "Eu não vou fazer nada disso".
  • 5:40 - 5:42
    E comecei a forçá-lo a mais ou menos
  • 5:42 - 5:46
    mexer de um lado pro outro,
    tentando ser bem sexy.
  • 5:46 - 5:47
    Foi tão patético.
  • 5:47 - 5:50
    Não foi nada sexy!
  • 5:50 - 5:52
    E eu estava me dando conta
  • 5:52 - 5:54
    de que em nenhum lugar em meu ser
  • 5:54 - 5:57
    eu sabia como incorporar
    minha sexualidade no meu dia a dia.
  • 5:57 - 6:00
    Não que eu não tivesse
    sexualidade, isso estava bem.
  • 6:00 - 6:04
    A questão era trazer minha sexualidade
    para o meu dia a dia.
  • 6:04 - 6:08
    Eu estava hesitante em ser
    abertamente feminina, tipo... uau!
  • 6:08 - 6:12
    O corpo, que é uma criatura
    brilhantemente intuitiva, fala!
  • 6:12 - 6:13
    E meu corpo estava dizendo:
  • 6:13 - 6:18
    "Você pode ver claramente
    que não faz ideia de quem eu sou".
  • 6:18 - 6:20
    E ele estava completamente certo.
  • 6:20 - 6:22
    Eu sabia que algo estava
    faltando dentro de mim.
  • 6:22 - 6:26
    Passei os quatro anos seguintes,
    enquanto produzíamos o filme,
  • 6:26 - 6:29
    caçando quem eu era enquanto
    criatura sexualmente incorporada.
  • 6:29 - 6:32
    Fui a clubes de striptease,
    conheci dançarinas,
  • 6:32 - 6:34
    dissequei o movimento e o aprendi,
  • 6:34 - 6:38
    e o que encontrei dentro de mim mesma,
    eu não estava esperando.
  • 6:38 - 6:41
    Eu encontrei essa sexualidade obscura,
    cheia de alma, emocional,
  • 6:41 - 6:45
    que me deu uma confiança
    em meu corpo e em minha feminilidade,
  • 6:45 - 6:46
    que eu nunca tinha tido antes.
  • 6:46 - 6:49
    O que acordou dentro de mim
    foi minha criatura erótica.
  • 6:49 - 6:52
    Tudo isso é incrível,
    mas fica ainda muito melhor
  • 6:52 - 6:56
    porque não apenas acordou esse lado meu,
  • 6:56 - 6:59
    mas esse lado meu começou a mudar tudo
  • 6:59 - 7:01
    na porta de casa.
  • 7:01 - 7:05
    Meu casamento foi de "é"
    para "Oh, meu Deus!"
  • 7:05 - 7:07
    E tem estado assim há 23 anos.
  • 7:07 - 7:09
    Eu me tornei uma mãe muito mais feliz,
  • 7:09 - 7:13
    me tornei uma mulher
    completa por mim mesma.
  • 7:13 - 7:15
    Precisava dividir com outras mulheres.
  • 7:15 - 7:18
    Eu estava tipo: "Você pode, isso é
    o Santo Graal do empoderamento!"
  • 7:18 - 7:20
    E elas tipo: "Certo".
  • 7:20 - 7:23
    Desenvolvi um movimento chamado
  • 7:23 - 7:25
    "S Factor" e comecei a ensiná-lo
  • 7:25 - 7:28
    para mães do jardim da infância
    e mulheres da vizinhança.
  • 7:28 - 7:32
    E elas também começaram
    a soltar sua sexualidade
  • 7:32 - 7:35
    em suas rotinas diárias, em seus corpos,
  • 7:35 - 7:40
    e a mesma mudança que eu tive
    na minha vida, elas tiveram na delas.
  • 7:40 - 7:42
    Relacionamentos mais felizes,
    filhos mais felizes,
  • 7:42 - 7:45
    mulheres mais felizes, isso as acendeu
    como fogo selvagem.
  • 7:45 - 7:48
    A próxima coisa que sei é
    que estou no programa da Oprah.
  • 7:48 - 7:51
    Nós nos tornamos... nosso esforço
    se tornou notícia internacional.
  • 7:51 - 7:55
    Eu fui inundada com emails do mundo todo.
  • 7:55 - 8:00
    Aparentemente, o desejo de ser completa
  • 8:00 - 8:02
    atravessou não só barreiras geográficas,
  • 8:02 - 8:05
    mas barreiras políticas
    e culturais também.
  • 8:05 - 8:07
    Eu tinha tocado uma artéria mundial
  • 8:07 - 8:10
    de mulheres, todas com falta
    da mesma coisa que tinha me faltado.
  • 8:10 - 8:14
    A criatura erótica estava adormecida
    no mundo todo, como isso era possível?
  • 8:14 - 8:17
    Eu não conseguia entender
    como as mulheres da Arábia Saudita,
  • 8:17 - 8:21
    as mulheres de Pequim, as mulheres
    de Buenos Aires, e eu, em Los Angeles,
  • 8:21 - 8:23
    como a mesma coisa
    podia faltar para todas nós?
  • 8:23 - 8:24
    Eu precisava entender isso.
  • 8:24 - 8:27
    Eu chamei isso de "efeito Yin".
  • 8:27 - 8:31
    Pensem em cada pessoa, homem ou mulher,
    tendo consigo o potencial
  • 8:31 - 8:34
    da energia do feminino Yin
    e do masculino Yang.
  • 8:34 - 8:39
    Nós vivemos em um mundo que corta fora
    uma parte do Yin de todos nós.
  • 8:39 - 8:41
    E se você mergulhar nesse Yin, vai ver
  • 8:41 - 8:44
    que é a fisicalidade e a sexualidade
    do corpo feminino que é desligada.
  • 8:44 - 8:47
    E com quanto mais mulheres
    eu conversava, mais eu aprendia.
  • 8:47 - 8:49
    E aprendi que o desligar do Yin
  • 8:49 - 8:52
    começa com a primeira ofensa.
  • 8:52 - 8:54
    A primeira ofensa é a primeira vez
  • 8:54 - 9:00
    que alguém ou algo traz atenção negativa,
    julgamentos ou vergonha para seu corpo.
  • 9:00 - 9:03
    Minha primeira ofensa aconteceu
    quando eu tinha sete anos.
  • 9:03 - 9:07
    Esta é a imagem de como é, mais ou menos,
    o corpo de uma garotinha de sete anos,
  • 9:07 - 9:10
    apenas para terem referência
    durante a história; esta é minha filha.
  • 9:10 - 9:13
    Eu estava com meus melhores
    amigos, Brian e Donald Doyle,
  • 9:13 - 9:16
    eles tinham sete e oito anos,
    respectivamente,
  • 9:16 - 9:18
    estávamos no quintal,
    era verão, estava superquente,
  • 9:18 - 9:20
    estávamos brincando,
    decidimos fazer uma pausa,
  • 9:20 - 9:23
    e fomos nos refrescar,
    então nós três tiramos nossas blusas
  • 9:23 - 9:28
    e deitamos de costas na grama, braços
    por cima da cabeça, era um dia ótimo.
  • 9:28 - 9:30
    O ar refrescava meu peito,
  • 9:30 - 9:32
    era um dia lindo e inocente.
  • 9:32 - 9:34
    De repente, a janela do andar
    de cima da casa deles foi aberta
  • 9:34 - 9:37
    e a mãe deles colocou a cabeça para fora
  • 9:37 - 9:39
    e ela gritava na voz mais estridente:
  • 9:39 - 9:43
    "Sheila Kelley! Sua garotinha danada!
  • 9:43 - 9:49
    Coloque sua blusa imediatamente, tenha
    vergonha de você mesma e vá para casa!"
  • 9:51 - 9:54
    Meus ombros encolheram
    em direção às minhas orelhas,
  • 9:54 - 9:57
    meu peito afundou com essa emoção
    recém-descoberta, a vergonha,
  • 9:57 - 9:59
    eu não conseguia respirar,
  • 9:59 - 10:04
    e esse foi o momento em que comecei
    a ser separada do meu corpo feminino.
  • 10:04 - 10:07
    Ela não gritou com seus filhos,
    mas gritou comigo,
  • 10:07 - 10:09
    mas nós fizemos a mesma coisa.
  • 10:09 - 10:11
    O que eu aprendi aquele dia
  • 10:11 - 10:14
    é que é seguro e bom
    estar em um corpo masculino,
  • 10:14 - 10:18
    e que não é seguro, é perigoso,
    estar em um corpo feminino.
  • 10:18 - 10:19
    Ela não me odiava,
  • 10:19 - 10:22
    ela estava tentando inibir
    a sexualidade que a assustava,
  • 10:22 - 10:24
    que nem sequer existia ainda.
  • 10:24 - 10:26
    Ela achou que tinha o direito de me dizer
  • 10:26 - 10:28
    o que eu podia ou não fazer com meu corpo.
  • 10:28 - 10:31
    Esse tipo de história acontece o tempo
    todo, todos os dias, no mundo todo.
  • 10:31 - 10:37
    Nós estamos roubando
    a vida e a luz dessas criaturas,
  • 10:37 - 10:39
    dessas lindas criaturas femininas.
  • 10:39 - 10:42
    Cada uma das mulheres que vocês conhecem
  • 10:42 - 10:45
    teve sua primeira ofensa,
    quer ela estivesse ciente ou não.
  • 10:45 - 10:47
    E ela teve ofensas subsequentes
    todos os dias de sua vida.
  • 10:47 - 10:51
    Ofensas como: "Feche as pernas",
    "Não se mexa assim",
  • 10:51 - 10:53
    "Ela é uma piranha",
    "Você parece uma prostituta".
  • 10:54 - 10:57
    Essas ofensas corroem a barreira emocional
  • 10:57 - 10:59
    e o ego do corpo até você não saber
  • 10:59 - 11:01
    onde seu corpo começa e onde termina.
  • 11:01 - 11:05
    Você pensa que qualquer um,
    a qualquer hora e em qualquer lugar,
  • 11:05 - 11:08
    pode lhe dizer o que você pode
    ou não fazer com seu corpo
  • 11:08 - 11:10
    e a única escolha
    que você tem é desligá-lo.
  • 11:10 - 11:13
    Então vamos entender
    essas ofensas um pouco mais
  • 11:13 - 11:16
    porque elas são complicadas e nem sempre
    podemos dizer que são ofensas.
  • 11:16 - 11:21
    Aqui está um espectro delas. Elas são
    globais e variam em nível de visibilidade.
  • 11:21 - 11:24
    Se algumas dessas imagens forem difíceis,
    por favor desviem os olhos.
  • 11:24 - 11:26
    Elas vão de selvagens,
  • 11:26 - 11:29
    como apedrejar até a morte uma mulher
    que expresse sua sexualidade;
  • 11:29 - 11:36
    ou brutais, como um cinto
    de castidade feito de carne;
  • 11:36 - 11:41
    ou evidentes, como o uso mandatório
    de véu sobre o corpo feminino;
  • 11:41 - 11:44
    até controles sutis, coisas
    como advertências ofensivas
  • 11:44 - 11:46
    que corroem a integridade do seu corpo,;
  • 11:46 - 11:48
    e controles subliminares,
  • 11:48 - 11:54
    o infantil tumulto global
    sobre um par de mamilos reais.
  • 11:54 - 11:59
    Agora, sério, honestamente, eu não sei
    que par de mamilos foi tão ofensivo!
  • 11:59 - 12:01
    Mas esse é outro assunto!
  • 12:01 - 12:03
    Então, quero virar a mesa
    com vocês por um segundo.
  • 12:03 - 12:06
    Sabem quem eu acho incrivelmente atraente
  • 12:06 - 12:08
    e acho que, se eu visse seus mamilos nus,
  • 12:08 - 12:12
    eu ficaria tão excitada que não poderia
    controlar a mim mesma?
  • 12:12 - 12:13
    Daniel Craig.
  • 12:14 - 12:16
    Eu nem olho para lá, porque...
  • 12:16 - 12:18
    (Risos)
  • 12:19 - 12:22
    Eu acho que Daniel Craig
    deveria cobrir seus mamilos também.
  • 12:22 - 12:25
    (Risos)
  • 12:28 - 12:30
    Eu sei, eu sei. É um absurdo, mas é mesmo?
  • 12:30 - 12:35
    Nós estamos rindo disso, mas estamos
    fazendo isso com o corpo feminino.
  • 12:36 - 12:38
    No mundo todo.
  • 12:39 - 12:42
    O que cada uma e todas
    essas ofensas têm em comum
  • 12:42 - 12:46
    é o desejo sem fim de controlar
  • 12:46 - 12:48
    e limitar o corpo feminino
    e sua sexualidade,
  • 12:48 - 12:51
    controlar o clitóris, controlar a vagina,
  • 12:51 - 12:54
    controlar o útero, controlar tudo.
  • 12:54 - 12:57
    Não queremos pensar que atrocidades,
  • 12:57 - 13:00
    como ser queimada por ácido apenas
    por dizer não a um pedido de casamento,
  • 13:00 - 13:02
    estão relacionadas a atrocidades
  • 13:02 - 13:06
    como violência doméstica por dizer não
    a um pedido de casamento.
  • 13:06 - 13:09
    Mas, como podem ver,
    são exatamente a mesma coisa,
  • 13:09 - 13:11
    só usam diferentes táticas de controle
  • 13:11 - 13:13
    em diferentes níveis.
  • 13:14 - 13:17
    E quando você ouve repetidamente
  • 13:17 - 13:19
    que seu corpo é obsceno ou indecente,
  • 13:19 - 13:23
    você começa a internalizar isso
    e começa a se autocontrolar
  • 13:23 - 13:25
    e começa a tentar esconder seu corpo,
  • 13:25 - 13:31
    você tenta e esconde sua sexualidade
    em hábitos alimentares não saudáveis,
  • 13:31 - 13:34
    ou em pele e ossos.
  • 13:34 - 13:38
    Você vai fazer qualquer coisa
    que possa para escondê-lo.
  • 13:38 - 13:41
    Ou você começa a se cortar.
  • 13:41 - 13:45
    Ou você tenta se tornar
    o ideal de perfeição de alguém.
  • 13:45 - 13:49
    Ou vai se masculinizar para conseguir
    ser levada mais a sério
  • 13:49 - 13:52
    em um mundo em que os valores
    são todos masculinos.
  • 13:52 - 13:55
    Ou você vive da forma
    como 80% das mulheres vivem nos EUA,
  • 13:55 - 13:57
    em que algo está faltando
  • 13:57 - 13:59
    e você não tem ideia do que é.
  • 13:59 - 14:06
    O que nós temos feito
    para o ego do corpo feminino é...
  • 14:06 - 14:08
    é horrível.
  • 14:08 - 14:11
    Nós temos desperdiçado e abusado
  • 14:11 - 14:13
    uma das mais doces, mais vulneráveis,
  • 14:13 - 14:15
    mais adoráveis criaturas do planeta,
  • 14:15 - 14:19
    e nós, todos nós,
    estamos pagando o preço,
  • 14:19 - 14:22
    porque se vocês acham que as mulheres
    são as únicas assustadas
  • 14:22 - 14:24
    no relacionamento delas com seu corpo,
  • 14:24 - 14:25
    pensem sobre isto:
  • 14:25 - 14:28
    o que os irmãos Doyle aprenderam
    no dia da minha primeira ofensa
  • 14:28 - 14:30
    foi exatamente o que aprendi.
  • 14:30 - 14:33
    Eles aprenderam que o corpo deles
    era mais valioso que o meu.
  • 14:33 - 14:35
    Aprenderam que, se a mãe deles
  • 14:35 - 14:39
    podia me dizer o que eu podia
    ou não fazer com o meu corpo,
  • 14:39 - 14:41
    então talvez um dia eles também pudessem.
  • 14:41 - 14:45
    Os homens também são intimidados
    no relacionamento com o corpo feminino
  • 14:45 - 14:46
    através dessas ofensas.
  • 14:47 - 14:50
    Em um estudo da UCLA com universitários,
  • 14:50 - 14:53
    mais de 50% dos jovens homens disseram
    que eles estuprariam uma mulher
  • 14:53 - 14:55
    se soubessem que não haveria
    nenhuma punição.
  • 14:57 - 15:00
    Para a maioria dos homens,
    a fantasia mais excitante
  • 15:00 - 15:01
    era estuprar uma mulher jovem
  • 15:01 - 15:04
    onde ela experimentasse dor e orgasmo.
  • 15:06 - 15:09
    Certo? Meio soberbo né?
  • 15:09 - 15:15
    Houve um tempo em que o corpo
    feminino era adorado,
  • 15:15 - 15:16
    não só por sua habilidade de dar vida,
  • 15:16 - 15:21
    mas pelos seus altos sentidos,
    pela sua habilidade emocional,
  • 15:21 - 15:24
    sua intuição brilhante
    e sua dança da fertilidade.
  • 15:24 - 15:28
    E essa dança acontecia à noite,
  • 15:28 - 15:31
    quando as mulheres, e apenas as mulheres,
    se encontravam nos campos
  • 15:31 - 15:34
    e ondulavam suas pelves
  • 15:34 - 15:40
    sobre a plantação para fertilizar
    o solo, para alimentar a aldeia.
  • 15:40 - 15:42
    Essa é a verdadeira origem
    do que conhecemos
  • 15:42 - 15:45
    como "dança da fertilidade",
    que se tornou "dança erótica",
  • 15:45 - 15:48
    que se tornou o que hoje conhecemos
    como "striptease" e "pole dance".
  • 15:48 - 15:52
    Era uma celebração do corpo feminino.
  • 15:52 - 15:55
    Isso começou como a dança da vida.
  • 15:56 - 16:01
    O grande mitologista e filósofo
    Joseph Campbell escreveu:
  • 16:01 - 16:05
    "Mulheres são vida
    e homens são protetores da vida.
  • 16:05 - 16:08
    O papel do homem é proteger a mulher".
  • 16:08 - 16:10
    De alguma forma,
  • 16:10 - 16:14
    o jeito que temos aprendido
    a proteger tem se tornado perverso.
  • 16:14 - 16:17
    Nosso jeito de proteger
    é apagando a chama do feminino.
  • 16:17 - 16:21
    Nosso jeito de servir é
    controlando o corpo feminino
  • 16:21 - 16:24
    em vez de fazermos o que temos que fazer,
  • 16:24 - 16:27
    que é trazer pra fora
    nossa energia masculina
  • 16:27 - 16:29
    e encarar qualquer ameaça que venha,
  • 16:29 - 16:36
    para que então o feminino possa
    desabrochar, crescer, irradiar e ser vida.
  • 16:37 - 16:40
    A próxima onda do movimento
    feminista é, na verdade,
  • 16:40 - 16:42
    um movimento humano, e inclui todos nós,
  • 16:42 - 16:45
    e é a recuperação da beleza e genialidade
  • 16:45 - 16:48
    tanto do masculino quanto do feminino.
  • 16:48 - 16:52
    E isso tudo começa com o despertar
    da criatura erótica em cada mulher,
  • 16:52 - 16:56
    porque quando uma mulher descobre
    o seu poder em seu corpo,
  • 16:56 - 17:01
    ela evoca cada ser masculino
    para seu mais grandioso poder.
  • 17:02 - 17:04
    Quando ela se fortalece, ele se fortalece.
  • 17:04 - 17:06
    Quando nós, enquanto
    cultura, a diminuímos,
  • 17:06 - 17:08
    estamos diminuindo nossa cultura.
  • 17:11 - 17:13
    O complemento
    feminino-masculino pode existir,
  • 17:13 - 17:15
    e só quando nós o cultivarmos
  • 17:15 - 17:17
    é que vamos mesmo viver
    de acordo com o potencial,
  • 17:17 - 17:21
    o verdadeiro potencial de nós mesmos,
    individualmente e coletivamente.
  • 17:21 - 17:24
    Este é o meu rapaz.
    Nós cultivamos todos os dias.
  • 17:24 - 17:26
    Não é perfeito, temos altos e baixos,
  • 17:26 - 17:30
    mas dançamos a dança
    de empoderar um ao outro.
  • 17:32 - 17:35
    Agora aqui estou eu totalmente nua.
  • 17:36 - 17:41
    Se todos nós nos despirmos todos os dias
  • 17:41 - 17:45
    e expusermos nossas
    verdades mais profundas,
  • 17:45 - 17:48
    nós poderemos viver nus em nossas paixões,
  • 17:48 - 17:51
    nus em nossos poderes, nus em nós mesmos,
  • 17:51 - 17:53
    nus no momento.
  • 17:53 - 17:55
    Eu recuperei meu corpo
  • 17:55 - 17:59
    depois de uma vida de autocrítica
    trazida por uma sociedade
  • 17:59 - 18:03
    que refreava seu próprio
    entusiasmo pela vida,
  • 18:03 - 18:08
    e ao fazer isso me tornei,
    como Charles Dickens lindamente escreveu:
  • 18:08 - 18:10
    "a heroína da minha própria vida".
  • 18:10 - 18:12
    Então a escolha é sua.
  • 18:12 - 18:16
    Vocês ousam se tornar
    o herói de sua própria vida
  • 18:16 - 18:19
    e recuperar sua essência?
  • 18:19 - 18:22
    Vocês ousam viver nu?
  • 18:22 - 18:24
    Então, quando saírem daqui,
  • 18:24 - 18:26
    quando vocês, mulheres, saírem daqui,
  • 18:26 - 18:29
    entrem na grandeza,
    na beleza, na graciosidade,
  • 18:29 - 18:33
    no gingado, na curva, no poder,
    no fogo do seu corpo,
  • 18:33 - 18:36
    do seu espírito e das suas emoções.
  • 18:36 - 18:38
    Quero que vocês ondulem sua coluna,
  • 18:38 - 18:42
    balancem seu corpo, movam-se,
    alonguem-se, estiquem os braços para cima,
  • 18:42 - 18:44
    Podem fazer isso agora mesmo se quiserem.
  • 18:44 - 18:48
    Quero que vocês saiam e façam
    uma estrelinha no meio do supermercado!
  • 18:48 - 18:49
    (Risos)
  • 18:49 - 18:51
    Apenas pela diversão de fazer isso.
  • 18:51 - 18:54
    Quero que vocês espalhem
    seu esplendor com um sorriso
  • 18:54 - 18:56
    bem nos olhos de um estranho.
  • 18:56 - 18:59
    E eu vou suprir vocês
    e vocês vão me suprir.
  • 18:59 - 19:05
    E, homens, entrem na grandeza
    da criatura masculina que vocês são.
  • 19:05 - 19:09
    Criem um espaço de segurança
    para o feminino prosperar.
  • 19:09 - 19:11
    Cuidem dela, protejam, encarem,
  • 19:11 - 19:14
    sustentem seu olhar e elevem-na.
  • 19:14 - 19:18
    Porque quando vocês a elevarem,
  • 19:18 - 19:21
    estarão contemplando à sua frente,
  • 19:21 - 19:25
    o eterno e sagrado feminino.
  • 19:25 - 19:28
    Ele está aqui neste minuto,
    ele está aqui na sua frente, do seu lado,
  • 19:28 - 19:31
    ele está atrás de você,
    está em cada mulher,
  • 19:31 - 19:32
    está na curva do pescoço,
  • 19:32 - 19:36
    na mexida de um tornozelo,
    e na curva do final das costas,
  • 19:36 - 19:38
    ele é o profundo coração emotivo,
  • 19:38 - 19:42
    a sábia e intuitiva alma,
  • 19:42 - 19:45
    e quando você o vê,
    quando você o reconhece,
  • 19:45 - 19:47
    quando você o contempla, oh, Deus!
  • 19:47 - 19:50
    Seja você homem, mulher ou criança,
  • 19:50 - 19:55
    você vai ser preenchido,
    vai se abrir em felicidade,
  • 19:55 - 19:59
    porque esse é o poder do feminino.
  • 20:00 - 20:01
    E mais uma coisa.
  • 20:02 - 20:03
    Mulheres,
  • 20:03 - 20:06
    quando vocês entrarem em um local,
  • 20:06 - 20:09
    lembrem-se que seus peitos entram
    cinco minutos antes de vocês
  • 20:09 - 20:13
    e seu glorioso bumbum deve sair
    cinco minutos depois que vocês saírem!
  • 20:14 - 20:15
    Muito obrigada!
  • 20:15 - 20:18
    (Aplausos)
  • 20:23 - 20:24
    Obrigada.
Title:
Vamos ficar nus | Sheila Kelley | TEDxAmericanRiviera
Description:

Em cada mulher existe uma criatura erótica. Quando Sheila Kelley descobriu essa gigante adormecida, sua vida mudou inquestionavelmente. Ela tropeçou no que as mulheres tinham em falta e lançou mundialmente um movimento, inaugurando a quarta onda do feminismo, ensinando mulheres a serem donas de sua sexualidade. "Vamos ficar nus" é sobre expor a verdade e a criatura erótica, ambas as quais descansam debaixo da aparência externa.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
21:07

Portuguese, Brazilian subtitles

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