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Como a tecnologia transforma você em Dory | Liam Stevens | TEDxBrentwoodCollegeSchool

  • 0:17 - 0:19
    Esta é a Dory.
  • 0:19 - 0:21
    Todos conhecem a Dory, certo?
  • 0:21 - 0:25
    É aquele peixinho azul e querido
    de "Procurando Nemo".
  • 0:26 - 0:27
    Todos adoram a Dory.
  • 0:27 - 0:31
    Acho que a adoramos
    porque somos semelhantes.
  • 0:31 - 0:35
    Duas características nos deixam
    muito parecidos com a Dory:
  • 0:35 - 0:40
    assim como a Dory, todos temos
    capacidade de atenção muito curta.
  • 0:41 - 0:42
    É verdade!
  • 0:42 - 0:46
    No ano 2000, a capacidade de atenção
    média humana era de 12 segundos.
  • 0:46 - 0:52
    Em 2015, baixou para 8,25 segundos.
    Ou seja, pouco mais de oito segundos.
  • 0:52 - 0:53
    Só pra fins comparativos,
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    a capacidade de atenção de um peixinho
    dourado é de nove segundos!
  • 0:57 - 0:59
    (Risos)
  • 0:59 - 1:02
    Assim como Dory,
    não nos concentramos muito bem.
  • 1:02 - 1:06
    Também como Dory, sofremos
    um pouco de perda de memória.
  • 1:06 - 1:09
    Sinto muito. Somos como a Dory.
  • 1:09 - 1:13
    O atributo mais evidente da Dory é
    a perda da memória de curto prazo.
  • 1:13 - 1:16
    Nosso caso pode não ser tão ruim,
    mas certamente sofremos um pouco.
  • 1:17 - 1:21
    O fato é que não éramos como Dory.
  • 1:21 - 1:23
    Éramos mais parecidos
    com Marlin, o pai do Nemo.
  • 1:23 - 1:26
    Podíamos nos concentrar mais
    e nos lembrar de coisas.
  • 1:27 - 1:32
    Mas durante os últimos 20 ou 30 anos
    ficamos ainda mais parecidos com a Dory
  • 1:32 - 1:34
    e existe uma razão pra isso:
  • 1:34 - 1:37
    ela está relacionada à explosão
    da tecnologia digital
  • 1:37 - 1:41
    e também a este conceito conhecido
    como "neuroplasticidade".
  • 1:41 - 1:43
    Parece complicado, mas não é.
  • 1:43 - 1:45
    É a noção de que nosso cérebro é adaptável
  • 1:45 - 1:48
    e pode mudar e se reorganizar.
  • 1:48 - 1:53
    Seu cérebro é formado
    por uns 21 bilhões de neurônios
  • 1:53 - 1:57
    que se conectam uns aos outros
    e assim formam o pensamento.
  • 1:58 - 2:00
    Cada vez que você tem uma experiência,
  • 2:00 - 2:02
    estas conexões se modificam um pouco,
  • 2:02 - 2:03
    assim formam o aprendizado.
  • 2:03 - 2:07
    Digamos que eu esteja caminhando na rua
    quando encontro alguém com seu cachorro.
  • 2:07 - 2:10
    Ele é fofinho e bonitinho,
    então vou lá acariciá-lo.
  • 2:10 - 2:12
    É quando meu cérebro reforça a conexão:
  • 2:12 - 2:15
    "Ah, cachorros são fofinhos e legais.
    Não preciso ter medo de cachorros!"
  • 2:15 - 2:18
    Agora, se caminho na rua e passo
    na frente da casa de alguém
  • 2:18 - 2:21
    que tem um Rottweiler latindo
    e rosnando no portão,
  • 2:21 - 2:24
    então eu passo a sentir medo.
  • 2:24 - 2:27
    Meu cérebro faz a conexão:
    "Cachorros são perigosos!
  • 2:27 - 2:29
    Preciso ter mais cuidado
    de agora em diante".
  • 2:29 - 2:31
    Essa é a ideia da neuroplasticidade.
  • 2:31 - 2:35
    O seu cérebro pode mudar de acordo
    com as experiências que você tem.
  • 2:37 - 2:41
    Acontece que cada vez que você
    interage com uma tecnologia,
  • 2:41 - 2:44
    celular, computador ou outras coisas,
  • 2:45 - 2:47
    o seu cérebro muda um pouco.
  • 2:48 - 2:52
    A tecnologia digital nos possibilita
    realizar várias atividades ao mesmo tempo.
  • 2:52 - 2:56
    Ela instiga focar nossa mente
    em várias coisas ao mesmo tempo.
  • 2:56 - 2:59
    Podemos estar sentados à mesa
    escrevendo sobre algo,
  • 2:59 - 3:02
    checamos nosso celular e logo
    depois voltamos a escrever,
  • 3:02 - 3:05
    então respondemos um e-mail
    e voltamos a escrever de novo.
  • 3:05 - 3:08
    Você pratica muito mais
    a troca de atenção hoje
  • 3:08 - 3:10
    do que 20 ou 30 anos atrás,
  • 3:10 - 3:13
    antes da tecnologia digital
    se tornar mais acessível.
  • 3:13 - 3:15
    Seu cérebro é como um músculo.
  • 3:15 - 3:18
    Quanto mais você o usa, maior
    ele fica e mais forte ele se torna,
  • 3:18 - 3:21
    quanto menos você o usa
    mais fraco ele fica.
  • 3:22 - 3:24
    Então esta prática de troca de atenção
  • 3:24 - 3:27
    melhora a sua capacidade
    de executar multitarefas,
  • 3:27 - 3:31
    mas reduz sua concentração.
  • 3:33 - 3:36
    O mesmo acontece com sua memória
  • 3:36 - 3:38
    ou está acontecendo ou já aconteceu:
  • 3:39 - 3:41
    ela enfraquece se você não praticar.
  • 3:42 - 3:45
    Humanos possuem um processo
    chamado "memória transativa".
  • 3:45 - 3:48
    Parece complicado de novo,
    mas é algo bem simples.
  • 3:48 - 3:51
    Baseia-se no princípio
    de que se eu não sei algo
  • 3:51 - 3:54
    eu posso perguntar pra alguém que saiba,
  • 3:54 - 3:55
    então o problema é resolvido!
  • 3:55 - 3:58
    Não sei muito a respeito
    do show de TV "Doctor Who",
  • 3:58 - 4:00
    mas meu amigo Ben sabe.
  • 4:00 - 4:03
    Então se preciso saber algo
    a respeito do Doctor Who
  • 4:03 - 4:06
    eu pergunto ao Ben porque ele saberá.
  • 4:06 - 4:09
    E vice-versa: se o Ben precisar
    de uma informação que eu sei,
  • 4:09 - 4:11
    ele me pergunta e eu digo pra ele.
  • 4:12 - 4:14
    Este é o conceito de memória transativa.
  • 4:14 - 4:18
    Todo mundo num grupo social,
    não importa quão grande o grupo,
  • 4:18 - 4:19
    pode ser só eu e o Ben,
  • 4:19 - 4:22
    eu e minha família ou eu e meus amigos,
  • 4:22 - 4:25
    se cada pessoa do grupo
    for responsável por lembrar
  • 4:25 - 4:27
    só de um pedaço da informação,
  • 4:28 - 4:31
    então todos do grupo juntos
    terão acesso à informação completa,
  • 4:31 - 4:35
    que é muito mais do que indivíduos
    do grupo lembrariam sozinhos.
  • 4:35 - 4:38
    Aquilo é pra vocês que tem boa
    memória visual, caso queiram ler.
  • 4:39 - 4:44
    Tradicionalmente, humanos usavam
    parceiros pra memória transativa
  • 4:44 - 4:47
    e dependiam uns dos outros
    para se lembrarem de coisas.
  • 4:47 - 4:51
    Mas desde que a memória
    digital se tornou mais acessível
  • 4:51 - 4:54
    começamos a depender mais
    de computadores e da internet
  • 4:54 - 4:57
    como parceiros de memória
    transativa, o que é legal.
  • 4:58 - 5:01
    Mas computadores se lembram
    de mais coisas do que os humanos:
  • 5:02 - 5:04
    eles nunca esquecem
  • 5:04 - 5:08
    e eles sabem tudo graças à internet.
  • 5:09 - 5:13
    Então cada vez que usamos computadores
    como parceiros de memória transativa
  • 5:13 - 5:16
    é como se interagíssemos
    com uma super pessoa,
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    alguém que tem uma memória
    extremamente boa,
  • 5:19 - 5:21
    que jamais compreenderemos.
  • 5:22 - 5:26
    É uma experiência diferente
    daquela de 20 ou 30 anos atrás,
  • 5:26 - 5:30
    quando você ainda interagia
    com a memória de outra pessoa.
  • 5:30 - 5:32
    É uma experiência diferente
  • 5:33 - 5:36
    e seu cérebro reage a ela diferentemente
  • 5:36 - 5:39
    e muda por causa disso.
  • 5:39 - 5:43
    E muda desta forma;
    inclusive um estudo foi realizado
  • 5:43 - 5:44
    e encontraram o seguinte:
  • 5:44 - 5:48
    se você usa um computador
    como parceiro pra memória transativa,
  • 5:49 - 5:52
    você se lembrará um pouco
    menos daquela informação,
  • 5:52 - 5:56
    o que faz sentido porque parceiros
    de memória transativa causam isso.
  • 5:56 - 5:59
    Digamos que me deem
    uma lista de dados pra ler
  • 5:59 - 6:01
    e peçam pra eu memorizar
    a maior quantidade possível.
  • 6:02 - 6:05
    Se eu digitar esta lista
    primeiro no computador
  • 6:05 - 6:07
    eu me lembrarei menos dela depois,
  • 6:07 - 6:09
    porque digitá-la no computador
  • 6:09 - 6:12
    estabelecerá o computador
    como parceiro de memória transativa.
  • 6:12 - 6:14
    Meu subconsciente dirá:
  • 6:14 - 6:18
    "Lembre-se disso pra mim. Não preciso!",
    então me esquecerei de parte dela.
  • 6:18 - 6:21
    Isto vai acontecer,
  • 6:21 - 6:24
    mesmo que eu não queira
    me lembrar dos fatos.
  • 6:26 - 6:30
    O mecanismo do subconsciente
    para que eu confie naquele computador
  • 6:30 - 6:33
    para se lembrar de parte
    da informação pra mim
  • 6:33 - 6:39
    é tão mais forte que subjuga o esforço
    consciente que faço para me lembrar.
  • 6:42 - 6:46
    Toda vez que alguém envolver o computador
    num processo de memória transativa,
  • 6:46 - 6:50
    ele induzirá uma pequena perda
    de memória naquele sujeito.
  • 6:52 - 6:54
    Isso parece assustador.
  • 6:54 - 6:56
    Tipo assim: "Ah! Não quero
    mais parecer com a Dory.
  • 6:56 - 6:59
    Achei que esta apresentação seria legal".
  • 6:59 - 7:00
    Não se preocupem.
  • 7:00 - 7:05
    Posso dizer isso: quanto mais tecnologia
    nós humanos utilizarmos,
  • 7:05 - 7:08
    mais nossos cérebros mudarão
    e se adaptarão a isso.
  • 7:08 - 7:11
    Não é algo bom ou ruim, é o que é.
  • 7:11 - 7:13
    É a realidade desta época.
  • 7:14 - 7:17
    Mas não é algo que devemos ignorar,
  • 7:17 - 7:20
    porque se ignorarmos e ainda
    continuarmos a usar tecnologia,
  • 7:20 - 7:23
    nunca saberemos se causará
    algum efeito em nós ou não.
  • 7:23 - 7:26
    Você simplesmente
    será passivo a isso tudo.
  • 7:27 - 7:31
    A razão pela qual compartilho isso,
  • 7:31 - 7:35
    explicando como e porque
    a tecnologia pode influenciar,
  • 7:35 - 7:39
    é pra que você possa se engajar
    e tentar fazer algo a respeito.
  • 7:40 - 7:42
    Porque ao se dar conta disso
  • 7:42 - 7:44
    você começa a se perguntar
  • 7:44 - 7:47
    e pensar: "Sabe de uma coisa?
  • 7:48 - 7:51
    Vou treinar minha concentração de novo".
  • 7:51 - 7:52
    Porque você pode fazer isso!
  • 7:52 - 7:55
    Se você não praticá-la,
    então vai perdê-la aos poucos,
  • 7:55 - 7:58
    e praticando você a aperfeiçoa.
  • 7:58 - 7:59
    Talvez você possa pensar:
  • 7:59 - 8:03
    "Quer saber? Não me importo
    de ter capacidade de atenção curta,
  • 8:03 - 8:06
    mas me tornarei uma máquina multitarefa".
  • 8:06 - 8:08
    É uma opção perfeitamente válida.
  • 8:08 - 8:13
    O mais importante é decidir
    o caminho que você seguirá.
  • 8:15 - 8:16
    Sejamos honestos:
  • 8:17 - 8:20
    somos todos como a Dory
    e a tecnologia nos deixou assim.
  • 8:20 - 8:21
    Vocês são todos como a Dory.
  • 8:21 - 8:23
    E isso quer dizer
  • 8:23 - 8:26
    que vocês não prestaram muita
    atenção durante minha palestra.
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    Mas façam uma coisa por mim:
  • 8:31 - 8:34
    aceitem o que eu passei pra vocês.
  • 8:34 - 8:38
    Não entrem em pânico pensando nisso,
    mas aceitem e usem este conhecimento.
  • 8:38 - 8:40
    Decidam que caminho seguir.
  • 8:41 - 8:43
    Respirem fundo e o sigam.
  • 8:43 - 8:46
    Se o caminho se tornar árduo,
    estranho ou assustador,
  • 8:46 - 8:49
    não entrem em pânico
    e continuem caminhando.
  • 8:49 - 8:50
    Obrigado.
  • 8:50 - 8:51
    (Aplausos)
Title:
Como a tecnologia transforma você em Dory | Liam Stevens | TEDxBrentwoodCollegeSchool
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Todos temos um pouco da Dory em nós. Esquecemos das coisas e algumas vezes nos distraímos. Mas esta similaridade está se tornando mais óbvia com o advento da tecnologia digital. A tecnologia transforma as pessoas. Isso é consenso comum. Graças a bons livros e pesquisa, Liam descobriu quão profundo é esse efeito. Nesta palestra, ele nos mostra como a tecnologia nos afeta e o que isso significa pra você e para o mundo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
08:57

Portuguese, Brazilian subtitles

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