Denis Dutton: Uma teoria Darwiniana da beleza
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0:00 - 0:03Muito feliz por estar aqui
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0:03 - 0:05e falar sobre um assuntos que eu adoro,
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0:05 - 0:08que é beleza.
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0:08 - 0:11Eu trabalho com filosofia da arte,
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0:11 - 0:13estética, na verdade.
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0:13 - 0:15Tento entender intelectualmente,
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0:15 - 0:17filosoficamente, psicologicamente,
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0:17 - 0:20qual é a experiência da beleza,
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0:20 - 0:23o que sensatamente pode ser dito sobre ela
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0:23 - 0:26e como as pessoas se desdobram para tentar entendê-la.
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0:26 - 0:29Esse é um assunto extremamente complicado,
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0:29 - 0:32em parte porque as coisas que chamamos de lindas
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0:32 - 0:34são tão diferentes.
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0:34 - 0:36Pensem na completa variedade -
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0:36 - 0:38o rosto de um bebê,
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0:38 - 0:40"Haroldo na Itália" de Berlioz,
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0:40 - 0:42filmes como "O Mágico de Oz",
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0:42 - 0:44ou as peças de Chekhov,
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0:44 - 0:46uma paisagem do centro da Califórnia,
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0:46 - 0:49uma vista do Monte Fuji de Hokusai,
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0:49 - 0:51"Der Rosenkavalier",
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0:51 - 0:53um maravilhoso gol da vitória
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0:53 - 0:55numa partida da Copa do Mundo,
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0:55 - 0:57"A Noite Estrelada" de Van Gogh,
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0:57 - 0:59um romance de Jane Austen,
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0:59 - 1:02Fred Astaire dançando na tela.
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1:02 - 1:05A pequena lista inclui seres humanos,
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1:05 - 1:07formas geográficas da natureza,
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1:07 - 1:10obras de arte e ações humanas.
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1:10 - 1:13A explicação da presença da beleza
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1:13 - 1:15em tudo nesta lista
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1:15 - 1:17não vai ser fácil.
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1:17 - 1:20No entanto, eu posso dar pelo menos um pouco
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1:20 - 1:22do que eu considero
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1:22 - 1:24como a mais poderosa teoria da beleza
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1:24 - 1:26que temos.
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1:26 - 1:28E ela não vem de um filósofo da arte,
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1:28 - 1:30ou de uma teoria pós-moderna
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1:30 - 1:32ou de um importante crítico de arte.
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1:32 - 1:34Não, essa teoria
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1:34 - 1:36é de um expert
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1:36 - 1:39em cirripédios e vermes e reprodução de pombos.
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1:42 - 1:45E vocês sabem de quem estou falando:
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1:45 - 1:47Charles Darwin.
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1:47 - 1:50Claro que muitas pessoas pensam que já sabem
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1:50 - 1:53a resposta certa para a pergunta
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1:53 - 1:55"o que é beleza?"
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1:56 - 1:58Está nos olhos de quem vê.
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1:58 - 2:00É o que mexe com você pessoalmente.
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2:00 - 2:02Ou, como algumas pessoas -
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2:02 - 2:04especialmente acadêmicos - preferem,
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2:04 - 2:07a beleza está nos olhos culturalmente condicionados
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2:07 - 2:09de quem vê.
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2:09 - 2:12As pessoas concordam que pinturas ou filmes ou música
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2:12 - 2:14são lindas
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2:14 - 2:18porque suas culturas determinam uma uniformidade de gosto estético.
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2:18 - 2:21Gosto por beleza natural e pelas artes
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2:21 - 2:23atravessam culturas
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2:23 - 2:25com grande facilidade.
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2:25 - 2:27Beethoven é adorado no Japão.
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2:27 - 2:30Peruanos amam as gravuras japonesas.
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2:30 - 2:32Esculturas incas são vistas como tesouros
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2:32 - 2:34nos museus britânicos,
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2:34 - 2:36e Shakespeare é traduzido
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2:36 - 2:39para todas as maiores línguas da Terra.
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2:39 - 2:41Ou pensem no jazz americano
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2:41 - 2:43ou filmes americanos,
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2:43 - 2:45eles chegam em todos os lugares.
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2:45 - 2:48Há muitas diferenças entre as artes,
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2:48 - 2:50mas há também prazeres
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2:50 - 2:52e valores universais e
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2:52 - 2:54transculturais.
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2:54 - 2:57Como podemos explicar
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2:57 - 3:00esta universalidade?
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3:00 - 3:02A melhor resposta está em tentar reconstruir
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3:02 - 3:05uma história evolucionária Darwiniana
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3:05 - 3:08dos nossos gostos estéticos e artísticos.
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3:08 - 3:10Precisamos desconstruir
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3:10 - 3:13nossos gostos e preferências artísticas atuais
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3:13 - 3:15e explicar como eles tornaram-se
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3:15 - 3:18gravados em nossas mentes.
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3:18 - 3:21Pelas ações dos nossos ambientes pré-histórico
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3:21 - 3:23e principalmente pleistocênico,
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3:23 - 3:25onde nos tornamos inteiramente humanos,
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3:25 - 3:27e também pelas ações sociais
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3:27 - 3:29nas quais evoluímos.
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3:29 - 3:31Esta desconstrução
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3:31 - 3:34também pode relacionar a ajuda
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3:34 - 3:36do registro humano
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3:36 - 3:38preservado na pré-história.
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3:38 - 3:41Os fósseis, pinturas em cavernas e assim por diante.
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3:41 - 3:43E deveria considerar
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3:43 - 3:45o que sabemos sobre interesses estéticos
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3:45 - 3:48de grupos de caçadores-colecionadores isolados
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3:48 - 3:51que sobreviveram nos séculos 19 e 20.
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3:52 - 3:54Agora, eu pessoalmente
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3:54 - 3:56não tenho qualquer dúvida
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3:56 - 3:58de que a experiência da beleza,
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3:58 - 4:01com sua intensidade e prazer emocionais,
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4:01 - 4:04pertence à psicologia humana evoluída.
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4:05 - 4:08A experiência da beleza é um componente
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4:08 - 4:11numa série de adaptações Darwinianas.
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4:12 - 4:14Beleza é um efeito adaptativo,
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4:14 - 4:16o qual estendemos
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4:16 - 4:18e intensificamos
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4:18 - 4:20na criação e apreciação
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4:20 - 4:23das obras de arte e entretenimento.
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4:24 - 4:26Como muitos de vocês saberão,
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4:26 - 4:29a evolução opera por dois mecanismos principais.
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4:29 - 4:32O primeiro é seleção natural -
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4:32 - 4:35ou mutação randômica e retenção seletiva -
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4:35 - 4:38junto com nossa anatomia e fisiologia básicas -
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4:38 - 4:41a evolução do pâncreas ou do olho ou das unhas.
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4:41 - 4:44Seleção natural também explica
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4:44 - 4:46muitas repulsas básicas,
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4:46 - 4:48como o odor terrível de carne podre,
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4:48 - 4:51ou medos, como o medo de cobras
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4:51 - 4:54ou estar de pé na beira de um abismo.
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4:54 - 4:57Seleção natural também explica prazeres -
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4:57 - 4:59prazer sexual,
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4:59 - 5:02ou gosto por doces, gorduras e proteínas,
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5:02 - 5:05o que explica muitas comidas polulares,
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5:05 - 5:08de frutas maduras a malte de chocolate
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5:08 - 5:11e churrasco de costelas.
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5:11 - 5:13O outro grande princípio da evolução
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5:13 - 5:15é seleção sexual,
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5:15 - 5:17e ela opera de maneira muito diferente.
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5:17 - 5:20O magnífico rabo do pavão
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5:20 - 5:23é o exemplo mais famoso.
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5:23 - 5:26Ele não evoluiu para sobrevivência natural.
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5:26 - 5:29Na verdade, ele vai contra a sobrevivência natural.
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5:29 - 5:31Não, o rabo do pavão
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5:31 - 5:33é resultado das escolhas de acasalamento
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5:33 - 5:35feitas pelas fêmeas.
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5:35 - 5:37É uma história familiar.
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5:37 - 5:40São na verdade as mulheres que avançam a história.
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5:41 - 5:43O próprio Darwin, por sinal,
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5:43 - 5:45não tinha dúvidas de que o rabo do pavão
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5:45 - 5:47era lindo para os olhos das fêmeas.
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5:47 - 5:50Ele na verdade usou esta palavra.
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5:50 - 5:53Tendo essas ideias em mente,
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5:53 - 5:56podemos dizer que a experiência da beleza
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5:56 - 5:59é uma das maneiras que a evolução tem
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5:59 - 6:01de criar e manter
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6:01 - 6:03interesse e fascinação,
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6:03 - 6:05até mesmo obcessão,
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6:05 - 6:07para nos encorajar
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6:07 - 6:10a tomar as decisões mais adaptativas
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6:10 - 6:13para sobrevivência e reprodução.
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6:14 - 6:16A beleza é o jeito da natureza
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6:16 - 6:19de agir a distância,
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6:19 - 6:21por assim dizer.
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6:21 - 6:23Você não pode querer comer
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6:23 - 6:25uma paisagem que adaptativamente nos beneficia.
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6:25 - 6:27Não seria uma boa ideia comer o seu bebê
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6:27 - 6:29ou seu amante.
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6:29 - 6:31Então a artimanha da evolução
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6:31 - 6:33é fazê-los bonitos,
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6:33 - 6:36fazê-los exercer um certo magnetismo
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6:36 - 6:39para lhes dar prazer de simplesmente olhá-los.
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6:40 - 6:43Pensem por um momento numa importante fonte de prazer estético,
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6:43 - 6:45o magnetismo
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6:45 - 6:47de lindas paisagens.
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6:47 - 6:49Pessoas em culturas muito diferentes
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6:49 - 6:51em todo o mundo
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6:51 - 6:54tendem a gostar de um tipo de paisagem em particular,
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6:54 - 6:57uma paisagem que é bem similar
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6:57 - 7:00às savanas pleistocênicas onde nós evoluímos.
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7:00 - 7:02Esta paisagem aparece hoje
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7:02 - 7:05em calendários, cartões postais,
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7:05 - 7:08no design de campos de golfe e parques
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7:08 - 7:10e em imagens em molduras douradas
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7:10 - 7:12que estão penduradas em salas
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7:12 - 7:15de Nova York à Nova Zelândia.
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7:15 - 7:18É um tipo de paisagem da escola Hudson River
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7:18 - 7:20apresentando espaços abertos
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7:20 - 7:22de gramas baixas
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7:22 - 7:25alternadas com conjuntos de árvores.
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7:25 - 7:27As árvores, por sinal, são mais preferidas
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7:27 - 7:29se bifurcam-se próximas do chão,
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7:29 - 7:32ou seja, se são árvores em que vocês poderiam subir
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7:32 - 7:35se estivessem em dificuldade.
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7:35 - 7:37A paisagem mostra a presença
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7:37 - 7:39de água diretamente a vista,
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7:39 - 7:42ou evidência de água numa distância azulada,
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7:43 - 7:46indicações de vida animal ou de pássaros,
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7:46 - 7:48assim como diversos verdes
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7:48 - 7:51e finalmente - vejam só -
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7:51 - 7:53um caminho,
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7:53 - 7:55ou uma estrada,
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7:55 - 7:58talvez a margem de um rio ou uma costa,
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7:58 - 8:01que se estende ao infinito,
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8:01 - 8:04quase convidando-os a segui-la.
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8:05 - 8:08Este tipo de paisagem é considerada linda,
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8:08 - 8:10até mesmo por pessoas em países
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8:10 - 8:12que não a possuem.
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8:12 - 8:14A paisagem de savana ideal
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8:14 - 8:16é um dos exemplos mais claros
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8:16 - 8:18onde seres humanos em qualquer lugar
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8:18 - 8:20acham beleza
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8:20 - 8:22numa experiência visual similar.
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8:22 - 8:24Mas alguém pode argumentar
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8:24 - 8:26que isso é beleza natural.
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8:26 - 8:29E o que me dizem sobre beleza artística?
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8:29 - 8:32Isso não é exaustivamente cultural?
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8:32 - 8:34Não, eu não acho que seja.
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8:34 - 8:37E mais uma vez eu gostaria de olhar para a pré-história
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8:37 - 8:39para falar sobre isso.
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8:39 - 8:41É em grande parte considerado
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8:41 - 8:43que as primeiras obras de arte humanas
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8:43 - 8:46são as incrivelmente habilidosas pinturas de cavernas
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8:46 - 8:48que todos nós conhecemos de Lascaux
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8:48 - 8:50e Chauvet.
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8:51 - 8:53As cavernas de Chauvet
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8:53 - 8:55têm aproximadamente 32 mil anos,
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8:55 - 8:58junto com algumas esculturas pequenas e realistas
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8:58 - 9:01de mulheres e animais do mesmo período.
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9:05 - 9:07Mas habilidades artísticas e decorativas
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9:07 - 9:10são muito mais antigas que isso.
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9:11 - 9:13Lindos colares de conchas
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9:13 - 9:16que parecem com algo que vocês veriam numa feira de artesanato,
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9:16 - 9:18assim como pintura corporal com ocre,
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9:18 - 9:20foram encontrados
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9:20 - 9:22datados de cem mil anos atrás.
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9:22 - 9:25Mas artefatos pré-históricos mais intrigantes
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9:25 - 9:27são mais velhos que isso.
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9:27 - 9:29Eu tenho em mente
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9:29 - 9:32os chamados bifaces Auchelianos.
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9:33 - 9:36As ferramentas de pedra mais velhas são cutelos
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9:36 - 9:38da Garganta de Olduvai no leste da África.
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9:38 - 9:41Eles datam de mais ou menos dois milhões e meio de anos.
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9:41 - 9:43Essas ferramentas grosseiras
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9:43 - 9:46foram usadas por milhares de séculos,
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9:46 - 9:49até mais ou menos 1.4 milhão de anos atrás
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9:49 - 9:51quando o Homo erectus
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9:51 - 9:53começou a fazer
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9:53 - 9:55lâminas finas de pedra,
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9:55 - 9:58às vezes com formas ovais arredondadas,
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9:58 - 10:00mas muitas vezes no que para nós parece com
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10:00 - 10:03folhas pontudas ou formatos de lágrimas
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10:03 - 10:05cativantes e simétricas.
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10:05 - 10:07Estes bifaces Acheulianos -
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10:07 - 10:09são chamados assim por causa de Saint-Acheul na França,
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10:09 - 10:12onde as peças foram encontrads no século 19 -
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10:12 - 10:15foram escavados aos milhares,
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10:15 - 10:18ao longo ca Ásia, Europa e África,
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10:18 - 10:21quase em todo lugar onde o Homo erectus
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10:21 - 10:24e o Homo ergaster estiveram.
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10:24 - 10:27Agora, os números desses bifaces
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10:27 - 10:29mostram que eles não poderiam ter sido feitos
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10:29 - 10:31para cortar animais.
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10:31 - 10:34E a história fica mais complicada quando percebemos
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10:34 - 10:37que, diferente de outras ferramentas pleistocênicas,
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10:37 - 10:39os bifaces não apresentam
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10:39 - 10:41evidências de desgaste
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10:41 - 10:43nas suas lâminas delicadas.
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10:43 - 10:45E alguns são grandes demais para
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10:45 - 10:47usar para cortar animais.
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10:48 - 10:50Sua simetria, seus materiais atraentes
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10:50 - 10:52e, acima de tudo,
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10:52 - 10:54seu acabamento meticuloso
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10:54 - 10:57são simplesmente lindos
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10:57 - 11:00para nossos olhos, até hoje.
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11:00 - 11:03Então para que esses antigos -
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11:04 - 11:06digo, são antigos, são anormais,
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11:06 - 11:08mas ao mesmo tempo são
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11:08 - 11:10de alguma forma familiares.
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11:10 - 11:13Para que serviam esses artefatos?
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11:13 - 11:15A melhor resposta disponível
-
11:15 - 11:17é que eles foram literalmente
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11:17 - 11:19as primeiras obras de arte conhecidas,
-
11:19 - 11:21ferramentas práticas transformadas
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11:21 - 11:24em objectos estéticos cativantes,
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11:24 - 11:26contemplados por sua forma elegante
-
11:26 - 11:29e seu artesanato virtuoso.
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11:30 - 11:32Os bifaces marcam
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11:32 - 11:34um avanço evolucionário na história da humanidade -
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11:34 - 11:36ferramentas feitas para funcionarem
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11:36 - 11:39como o que os Darwinianos chamam de sinais de aptidão -
-
11:39 - 11:41ou seja, manifestações
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11:41 - 11:43que são performances
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11:43 - 11:45como o rabo do pavão,
-
11:45 - 11:48mas diferente de cabelos e penas,
-
11:48 - 11:50os bicafes são feitos
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11:50 - 11:52consciente e habilmente.
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11:52 - 11:54Bifaces feitos competentemente
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11:54 - 11:57indicam qualidades pessoais desejadas:
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11:58 - 12:01inteligênica, coordenação motora refinada,
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12:01 - 12:03habilidade de planejar,
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12:03 - 12:05consciência,
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12:05 - 12:08e às vezes acesso a materiais raros.
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12:08 - 12:11Ao longo de dezenas de milhares de gerações,
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12:11 - 12:13tais habilidades aumentaram o status
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12:13 - 12:15daqueles que as manifestaram
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12:15 - 12:17e ganharam uma vantagem reprodutiva
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12:17 - 12:19sobre os menos capazes.
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12:19 - 12:21É uma velha cantada,
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12:21 - 12:23mas provou ter funcionado:
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12:23 - 12:26"Por que você não vem na minha caverna e eu lhe mostro os meus bifaces?"
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12:26 - 12:28(Risos)
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12:28 - 12:31Exceto, claro, que o interessante sobre isso
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12:31 - 12:34é que não sabemos como a ideia foi comunicada,
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12:34 - 12:36pois o Homo erectus
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12:36 - 12:39que fez esses objetos
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12:39 - 12:41não tinha linguagem.
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12:41 - 12:43É difícil entender,
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12:43 - 12:46mas é um fato incrível.
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12:46 - 12:48Este objeto foi feito
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12:48 - 12:51por um ancestral hominídeo -
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12:51 - 12:54Homo erectus ou Homo ergaster -
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12:55 - 12:58entre 50 e 100 mil anos
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12:58 - 13:00antes da linguagem.
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13:01 - 13:03Ao longo de mais de um milhão de anos,
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13:03 - 13:05a tradição do biface
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13:05 - 13:08é a mais longa tradição artística
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13:08 - 13:11na história da humanidade e proto-humanidade.
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13:11 - 13:14No fim do épico do biface, Homo sapiens -
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13:14 - 13:16como eles foram finalmente chamados -
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13:16 - 13:18sem dúvida encontraram novas maneiras
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13:18 - 13:21de divertir e impressionar uns aos outros
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13:21 - 13:23através de, quem sabe, piadas,
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13:23 - 13:26histórias, dança ou penteados.
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13:26 - 13:29Sim, penteados - eu insisto nisso.
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13:29 - 13:31Para nós modernos,
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13:31 - 13:33técnica virtuosa
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13:33 - 13:35é usada para criar mundos imaginários
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13:35 - 13:37na ficção e em filmes,
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13:37 - 13:39para expressar emoções intensas
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13:39 - 13:42com música, pintura e dança.
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13:42 - 13:44Mas mesmo assim,
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13:44 - 13:46uma característica fundamental
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13:46 - 13:48da personalidade ancestral persiste
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13:48 - 13:51nos nossos desejos estéticos:
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13:51 - 13:53a beleza que encontramos
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13:53 - 13:55em performances habilidosas.
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13:55 - 13:57De Lascaux ao Louvre
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13:57 - 13:59ao Carnegie Hall,
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13:59 - 14:01os seres humanos
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14:01 - 14:03têm um gosto inato permanente
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14:03 - 14:06por manifestações virtuosas na arte.
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14:07 - 14:09Encontramos beleza
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14:09 - 14:11em algo bem feito.
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14:13 - 14:15Então da próxima vez que vocês passarem pela vitrine de uma joalheria
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14:15 - 14:17mostrando uma pedra em formato de lágrima
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14:17 - 14:19maravilhosamente cortada,
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14:19 - 14:21não tenham tanta certeza
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14:21 - 14:23que é só a sua cultura lhes dizendo
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14:23 - 14:25que aquela jóia cintilante é linda.
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14:25 - 14:28Seus antepassados distantes amavam essa forma
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14:28 - 14:31e acharam beleza na habilidade de fazê-la,
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14:31 - 14:33mesmo antes
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14:33 - 14:35de conseguirem colocar seu amor em palavras.
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14:35 - 14:38A beleza está nos olhos de quem vê?
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14:38 - 14:41Não, está no fundo de nossas mentes.
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14:41 - 14:44É um presente, passado por habilidades inteligentes
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14:44 - 14:46e vidas ricas e emocionais
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14:46 - 14:49dos antepassados mais antigos.
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14:49 - 14:51Nossa reação poderosa às imagens
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14:51 - 14:54à expressão de emoção em arte
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14:54 - 14:57à beleza da música, ao céu noturno
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14:57 - 15:00estará conosco e com nossos descendentes
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15:00 - 15:03enquanto a raça humana existir.
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15:03 - 15:05Obrigado.
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15:05 - 15:12(Aplausos)
- Title:
- Denis Dutton: Uma teoria Darwiniana da beleza
- Speaker:
- Denis Dutton
- Description:
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TED colabora com o animador Andrew Park para ilustrar a provocativa teoria da beleza de Denis Dutton - de que arte, música e outras coisas lindas, longe de estarem simplesmente "nos olhos de quem vê," são uma parte vital da natureza humana com profundas raízes evolucionárias.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:13