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A importância da leitura | Rita Carter | TEDxCluj

  • 0:19 - 0:23
    Se eu contasse que existe certa coisa
    que todos vocês podem fazer
  • 0:23 - 0:27
    que os tornaria mais imaginativos,
    aperfeiçoaria a memória de vocês,
  • 0:27 - 0:30
    provavelmente melhoraria
    suas relações pessoais,
  • 0:30 - 0:32
    e tornaria vocês pessoas mais agradáveis,
  • 0:32 - 0:34
    vocês talvez ficariam céticos.
  • 0:34 - 0:37
    Ainda mais se eu dissesse
    que não custa nada
  • 0:37 - 0:40
    e todos nessa sala possivelmente
    já podem fazer isso.
  • 0:41 - 0:43
    Vocês já devem ter adivinhado
  • 0:44 - 0:46
    que eu estou falando sobre leitura;
  • 0:46 - 0:48
    há uma pista no título da palestra.
  • 0:49 - 0:51
    Mas não estou falando
    sobre o tipo de leitura
  • 0:51 - 0:53
    que todos sabemos que é
    extremamente importante;
  • 0:53 - 0:58
    isto é, o tipo de leitura
    educativa ou administrativa,
  • 0:58 - 1:02
    a leitura que devemos praticar
    para encarar o cotidiano.
  • 1:02 - 1:06
    Em vez disso, estou falando
    sobre ficção, histórias, narrativas,
  • 1:06 - 1:11
    o tipo de leitura em que lemos coisas
    que vêm da cabeça de outra pessoa
  • 1:11 - 1:13
    que nos levam para dentro
  • 1:13 - 1:16
    das emoções, sentimentos
    e ações do personagem
  • 1:16 - 1:18
    e enxergamos pela perspectiva dele.
  • 1:19 - 1:24
    O tipo de leitura vista
    por uns como prazerosa
  • 1:24 - 1:26
    e por outros como uma perda de tempo.
  • 1:26 - 1:29
    Lembro-me de minha mãe me contando
  • 1:29 - 1:31
    que, quando era criança,
    ela era louca por livros,
  • 1:31 - 1:35
    mas que uma vez seu pai arrancou
    um romance das mãos dela,
  • 1:35 - 1:39
    dizendo: "Se você tem que ler,
    pelo menos leia algo útil".
  • 1:41 - 1:42
    O que quero contar hoje
  • 1:42 - 1:47
    é que, surpreendentemente,
    ficção é realmente muito útil,
  • 1:47 - 1:50
    de maneiras que provavelmente
    nunca havíamos suspeitado;
  • 1:50 - 1:54
    de fato, é mais importante
    que qualquer outro tipo de leitura.
  • 1:55 - 1:56
    E tenho novas provas,
  • 1:56 - 1:59
    que surpreendentemente surgem
    das ciências do cérebro,
  • 2:00 - 2:02
    para comprovar isso, que irei abordar.
  • 2:03 - 2:06
    Primeiro, algumas provas não tão recentes:
  • 2:06 - 2:09
    em 2013 houve uma série de experimentos
  • 2:10 - 2:16
    feita por dois psicólogos em Nova York,
    David Kidd e Emanuele Castano.
  • 2:17 - 2:21
    Selecionaram pessoas
    e pediram para que lessem
  • 2:21 - 2:24
    pequenos trechos
    de vários tipos de livros.
  • 2:25 - 2:28
    Alguns eram livros de não-ficção,
    explicativos ou didáticos,
  • 2:29 - 2:31
    e alguns eram de suspense, enredos,
  • 2:31 - 2:34
    em que se lê sobre os eventos
    acontecendo em uma história
  • 2:34 - 2:38
    mas não muito sobre as pessoas;
    não se entrava na mente delas.
  • 2:38 - 2:40
    E o terceiro tipo
  • 2:40 - 2:42
    era o tipo de ficção que estou falando
  • 2:42 - 2:45
    que é quando se lê algo
    da perspectiva dos personagens.
  • 2:46 - 2:52
    Depois disso, os pesquisadores
    mostraram uma série de fotografias
  • 2:53 - 2:58
    de pessoas com expressões
    faciais muito intensas,
  • 2:58 - 3:02
    e pediram aos participantes que julgassem
    somente pelas expressões
  • 3:02 - 3:06
    o que achavam que aquelas
    pessoas estavam pensando.
  • 3:07 - 3:10
    Na verdade esse é um teste padrão
  • 3:10 - 3:12
    para algo que chamamos
    de "Teoria da Mente",
  • 3:12 - 3:16
    que é uma expressão meio ruim, eu acho,
  • 3:16 - 3:19
    para uma competência que todos nós,
    eu espero, somos familiarizados:
  • 3:19 - 3:22
    todos nós a possuímos
    em uma medida ou outra.
  • 3:22 - 3:25
    E isso é a habilidade intuitiva
  • 3:26 - 3:31
    de ver a partir do modo que uma pessoa
    se move ou se expressa
  • 3:31 - 3:33
    o que se passa em sua cabeça.
  • 3:34 - 3:38
    Isso nos permite, ao menos por um momento,
  • 3:38 - 3:40
    sair de nossa própria mente
  • 3:40 - 3:44
    e ver o mundo pela perspectiva do outro.
  • 3:45 - 3:48
    E a mesma competência, por extensão,
  • 3:49 - 3:51
    abre novos mundos para nós,
  • 3:51 - 3:55
    porque nos permite imaginar como é
  • 3:55 - 3:57
    estar em outro lugar, fazer outra coisa,
  • 3:57 - 3:59
    ver de uma forma diferente.
  • 4:00 - 4:04
    Pessoas que não possuem isso
    são gravemente prejudicadas,
  • 4:05 - 4:06
    particularmente na vida social:
  • 4:06 - 4:09
    acham relacionamentos muito difíceis,
  • 4:09 - 4:12
    e têm uma imaginação muito limitada.
  • 4:13 - 4:16
    Porque sem essa habilidade
    de sair de si mesmo,
  • 4:16 - 4:20
    fica difícil imaginar qualquer coisa.
  • 4:20 - 4:24
    Não é necessário ler textos acadêmicos
    para enxergar esse efeito.
  • 4:24 - 4:26
    É familiar a todos nós.
  • 4:26 - 4:31
    Vou dar um exemplo: há alguns anos,
    fui a um grupo de leitura
  • 4:31 - 4:35
    para pessoas com diversos
    tipos de transtornos mentais.
  • 4:35 - 4:38
    Muitas delas haviam tido
    depressão grave ou ansiedade,
  • 4:38 - 4:41
    e haviam se juntado para começar
    um grupo de leitura.
  • 4:41 - 4:43
    Entrei depois de alguns meses,
  • 4:43 - 4:44
    quando já se via os efeitos.
  • 4:45 - 4:50
    Na reunião que participei
    liam "O Morro dos Ventos Uivantes"
  • 4:50 - 4:51
    o romance inglês,
  • 4:51 - 4:54
    e cheguei na parte em que Kathy,
  • 4:54 - 4:57
    a heroína, devia decidir
    entre casar com o velho Linton
  • 4:57 - 5:01
    ou com esse sujeito fascinante
    e tempestuoso, Heathcliff.
  • 5:01 - 5:04
    E quero que vocês vejam
    o que eles tinham a dizer.
  • 5:04 - 5:08
    (Vídeo) Mulher: Todos os Lintons
    do mundo poderiam desaparecer
  • 5:08 - 5:11
    e eu não desistiria do Heathcliff.
  • 5:11 - 5:14
    Mulher: Pare aí, Faye.
  • 5:15 - 5:19
    Esse tipo de estado que ela está
    é algo que você deseja?
  • 5:19 - 5:23
    Você gostaria de sentir
    o que Katherine sente?
  • 5:24 - 5:25
    Homem: Sem dúvida!
  • 5:25 - 5:28
    Mulher: Quero sentir isso
    o tempo todo e já me senti assim,
  • 5:28 - 5:31
    feliz quase o tempo todo,
    e pode durar semanas, meses.
  • 5:31 - 5:34
    Mulher: É uma ideia linda:
    num momento ela se sente como Heathcliff,
  • 5:34 - 5:37
    e então se percebe que poderia
    ser muito perigoso também.
  • 5:37 - 5:41
    Mulher: Ela está casando
    com alguém sob falsos pretextos.
  • 5:42 - 5:44
    Homem: Eu pude então imaginar
    pelo ponto de vista de Linton.
  • 5:44 - 5:46
    Imaginem casar com Katherine,
  • 5:46 - 5:48
    mas saber que ela ama outra pessoa.
  • 5:49 - 5:52
    E ele vai descobrir.
  • 5:52 - 5:55
    Mulher: No fundo, acho que ela
    deveria ficar com Heathcliff.
  • 5:55 - 5:59
    Mulher: Acho que ela se sente atraída
    por ele sexualmente, e existe paixão.
  • 5:59 - 6:00
    Verdade.
  • 6:00 - 6:02
    Mulher: Acho que ela deve ir atrás disso.
  • 6:02 - 6:03
    (Risos)
  • 6:04 - 6:07
    Rita Carter: Ao ver e ouvir
    essas pessoas, me pareceu
  • 6:07 - 6:11
    que o simples ato de ler ficção
    havia realmente mudado a vida delas;
  • 6:11 - 6:14
    e de fato, em um caso salvou uma vida.
  • 6:14 - 6:15
    Eu sei disso,
  • 6:16 - 6:19
    como poderão ver no final,
    chegarei neste ponto.
  • 6:19 - 6:22
    A questão que me ocorreu foi:
  • 6:22 - 6:24
    "O que será que acontecia
    no cérebro das pessoas,
  • 6:24 - 6:27
    para que esse passatempo tivesse
    esse efeito tão significativo?"
  • 6:28 - 6:31
    Então, quero examinar um pouco
    o que acontece no cérebro.
  • 6:32 - 6:35
    Sabem que nosso cérebro é feito
    de neurônios, células nervosas,
  • 6:35 - 6:38
    e que eles se juntam para formar caminhos,
  • 6:38 - 6:41
    que têm eletricidade atravessando
    rapidamente o tempo todo,
  • 6:41 - 6:43
    e esse fluxo e refluxo de eletricidade
  • 6:43 - 6:47
    são nossos pensamentos,
    sentimentos e nossas emoções.
  • 6:48 - 6:51
    Alguns desses caminhos
    são bem parecidos em todos nós
  • 6:51 - 6:53
    porque, na verdade, estão
    incorporados em nossos genes.
  • 6:53 - 6:57
    Aqui em cima, na esquerda,
    estão os caminhos que todos possuímos
  • 6:57 - 7:00
    que recebem luz dos olhos
    para o córtex visual,
  • 7:00 - 7:01
    para o fundo do cérebro.
  • 7:01 - 7:03
    Do outro lado do quadro,
  • 7:03 - 7:06
    temos as conexões entre
    os dois hemisférios do cérebro
  • 7:06 - 7:09
    para que ambos saibam literalmente
    o que o outro está fazendo.
  • 7:09 - 7:11
    Quero mostrar a vocês rapidamente
  • 7:11 - 7:16
    a diferença entre a fala e a leitura
  • 7:16 - 7:17
    porque são muito diferentes.
  • 7:17 - 7:21
    A fala é algo que, de novo,
    está em nossos genes,
  • 7:21 - 7:25
    já temos esses caminhos fixados
    em nós quando nascemos.
  • 7:25 - 7:29
    Basta colocar um bebê
    perto de pessoas conversando
  • 7:29 - 7:32
    que mais cedo ou mais tarde
    ele também falará, é natural.
  • 7:32 - 7:34
    Mas a leitura não é.
  • 7:34 - 7:37
    Pode colocar um bebê em uma biblioteca,
    cercado por livros,
  • 7:37 - 7:39
    desde que nasceu,
  • 7:39 - 7:42
    e ele nunca começaria
    a ler espontaneamente.
  • 7:42 - 7:44
    É algo que deve ser ensinado.
  • 7:44 - 7:47
    Por esse motivo a fala
    tem estado entre nós
  • 7:47 - 7:49
    por pelo menos 100 mil anos,
  • 7:49 - 7:54
    bastante tempo para a seleção natural
    fixá-la em nosso cérebro.
  • 7:54 - 7:58
    Mas a leitura somente começou
    há mais ou menos 5 mil anos,
  • 7:58 - 8:02
    e até aproximadamente 100 anos atrás,
    a maioria das pessoas não lia.
  • 8:03 - 8:07
    Então ao invés de conseguir
    acessar esses caminhos pré-fixados,
  • 8:07 - 8:09
    ou intuitivos, se preferirem,
  • 8:09 - 8:14
    sempre, cada pessoa que aprende
    a ler deve começar do zero.
  • 8:14 - 8:18
    Isso significa criar caminhos
    novos e individuais,
  • 8:18 - 8:20
    o tipo que indivíduos
    criam ao longo da vida.
  • 8:20 - 8:24
    A cada experiência nova, surge
    uma memória ou um novo hábito;
  • 8:24 - 8:29
    caminhos individuais são criados,
    em cima do modelo básico.
  • 8:29 - 8:32
    E é isso que temos que fazer quando lemos.
  • 8:32 - 8:34
    Quando se observa um cérebro
    que está falando,
  • 8:34 - 8:38
    é bastante direto: se vir um cachorro,
  • 8:38 - 8:41
    a informação vai para o fundo
    do cérebro, córtex visual,
  • 8:41 - 8:42
    e meio que avança em partes.
  • 8:42 - 8:45
    Conforme avança, recolhe lembranças
    do que está sendo visto
  • 8:45 - 8:48
    até que chega naquela área azul,
  • 8:48 - 8:51
    que é a primeira das grandes
    áreas de linguagem,
  • 8:51 - 8:54
    e então é capaz de nomeá-la.
  • 8:54 - 8:58
    Depois, é levada de novo
    para aquela área vermelha, de Broca,
  • 8:58 - 9:00
    e é aí que lembramos como se fala.
  • 9:00 - 9:04
    Literalmente, a área motora,
    que é aquela listra verde,
  • 9:04 - 9:08
    envia instruções aos nossos lábios
    e nossa língua para formarmos a palavra.
  • 9:08 - 9:10
    Assim que funciona a fala.
  • 9:10 - 9:14
    E, como eu disse, é natural,
    aqueles caminhos já estão ali.
  • 9:14 - 9:17
    Mas a leitura é outra história.
  • 9:17 - 9:22
    Quando vemos símbolos abstratos escritos,
    nosso cérebro tem de trabalhar muito mais.
  • 9:22 - 9:25
    Na verdade, quando aprendemos a ler,
  • 9:25 - 9:28
    temos que criar todas aquelas
    conexões novas
  • 9:28 - 9:30
    em muitas partes diferentes do cérebro.
  • 9:30 - 9:32
    Podem ver partes vermelhas, iluminadas.
  • 9:32 - 9:36
    Podem ver que não são caminhos
    claros, fáceis, consolidados.
  • 9:36 - 9:39
    São redes muito complicadas
  • 9:39 - 9:42
    que são formadas no cérebro quando lemos.
  • 9:42 - 9:46
    Então nosso cérebro trabalha muito mais,
    conectando diversas partes.
  • 9:46 - 9:48
    É uma experiência mais holística.
  • 9:48 - 9:53
    Força o uso de partes do cérebro
    que normalmente não são usadas.
  • 9:54 - 9:58
    Mais ainda, um dos motivos
    pelo qual é tão difundida,
  • 9:58 - 10:02
    é que quando lemos
    sobre alguém fazendo algo,
  • 10:02 - 10:06
    talvez correndo para se salvar
    ou gritando ou está assustado,
  • 10:06 - 10:12
    o que ocorre com o leitor
    é que as mesmas partes do cérebro dele
  • 10:12 - 10:17
    ficariam ativas se ele mesmo
    estivesse vivenciando aquilo.
  • 10:17 - 10:21
    Evidentemente não na mesma medida,
    ou faríamos tudo o que lemos,
  • 10:21 - 10:25
    normalmente conseguimos inibir isso
    o suficiente para não agirmos.
  • 10:25 - 10:28
    Essas são imagens do cérebro de pessoas.
  • 10:28 - 10:30
    Podem ver pelo quadro de cores abaixo
  • 10:30 - 10:32
    que elas estão lendo.
  • 10:32 - 10:36
    O movimento produz
    o desenho à sua esquerda,
  • 10:36 - 10:38
    e quando lemos,
  • 10:38 - 10:41
    o que ocorre no nosso cérebro
    é o desenho à direita.
  • 10:41 - 10:44
    Como podem ver, são muito parecidos,
    com a única diferença sendo
  • 10:44 - 10:48
    que quando se lê sobre algo,
    não é tão intenso.
  • 10:48 - 10:51
    Se tivesse intensidade, nós agiríamos.
  • 10:51 - 10:53
    Porque o que importa na leitura
  • 10:53 - 10:57
    não é apenas descobrir
    o que se passa na cabeça de outra pessoa.
  • 10:57 - 11:01
    Nós, também, em alguma medida,
    também experienciamos isso.
  • 11:01 - 11:03
    E aqui temos uma grande diferença.
  • 11:04 - 11:05
    É o mesmo com tudo.
  • 11:05 - 11:06
    Com dor...
  • 11:07 - 11:10
    se assistimos ou lemos
    sobre alguém com dor,
  • 11:11 - 11:15
    as mesmas partes do cérebro que ficariam
    ativas se estivéssemos sentindo a dor
  • 11:15 - 11:17
    também se tornarão ativas.
  • 11:17 - 11:21
    Algumas pessoas sentem isso tanto
  • 11:21 - 11:25
    que realmente sentem e relatam a dor.
  • 11:26 - 11:28
    O mesmo com raiva, com qualquer emoção,
  • 11:28 - 11:31
    até mesmo com algo
    intelectualmente complexo,
  • 11:31 - 11:35
    como julgamentos morais e outros.
  • 11:35 - 11:39
    Essa é a nova informação
    que só foi divulgada este ano.
  • 11:39 - 11:43
    Alguns pesquisadores
    da Universidade Emory nos EUA
  • 11:43 - 11:48
    decidiram tentar observar
    o que estava acontecendo no cérebro.
  • 11:48 - 11:50
    Por trabalhos anteriores já sabíamos
  • 11:50 - 11:54
    que as pessoas se tornam pelo menos
    temporariamente mais empáticas
  • 11:54 - 11:57
    depois de terem lido um livro
    ou um pouco de ficção.
  • 11:58 - 12:00
    Esses pesquisadores queriam descobrir
  • 12:00 - 12:03
    se isso era algo que poderia ser visto
  • 12:03 - 12:05
    dentro do cérebro, fisicamente.
  • 12:05 - 12:08
    Então selecionaram estudantes,
  • 12:09 - 12:11
    acho que foi uma amostra significativa,
  • 12:12 - 12:19
    para ler um trecho de um romance
    interessante e estimulante,
  • 12:19 - 12:23
    com bastante assuntos internos
    dos personagens.
  • 12:24 - 12:29
    Leram "Pompeia", de Robert Harris,
    se quiserem fazer o mesmo.
  • 12:30 - 12:34
    Pediram que lessem somente 30 páginas
    por noite, por 5 noites seguidas.
  • 12:34 - 12:37
    Fizeram tomografias antes
    de começar esse exercício
  • 12:37 - 12:39
    para ter uma referência
  • 12:40 - 12:42
    de como estava o cérebro delas antes.
  • 12:42 - 12:47
    Depois pediram que lessem à noite
    e após terem lido um trecho, pela manhã,
  • 12:47 - 12:49
    faziam novamente uma tomografia.
  • 12:50 - 12:54
    E todo dia havia diferenças.
  • 12:55 - 13:01
    Esse é um esquema mostrando
    onde foram encontradas diferenças,
  • 13:01 - 13:03
    as conexões.
  • 13:03 - 13:07
    Com o passar da semana,
    e após lerem um trecho todas as noites,
  • 13:07 - 13:09
    as conexões aumentaram
    e ficaram mais densas.
  • 13:09 - 13:12
    E elas estão, como podem ver,
    em todo o cérebro,
  • 13:12 - 13:14
    não somente nas áreas de linguagem.
  • 13:14 - 13:19
    Basicamente, essas pessoas pareciam
    estar fazendo uma boa ginástica.
  • 13:19 - 13:24
    Na verdade, as tomografias eram
    mais ou menos o que se encontraria
  • 13:24 - 13:28
    se essas pessoas tivessem vivido
    aquilo que haviam lido.
  • 13:28 - 13:31
    Realmente tinham vivido uma experiência,
  • 13:31 - 13:35
    e isso se tornou parte
    da arquitetura do cérebro delas.
  • 13:35 - 13:36
    Para concluir,
  • 13:36 - 13:41
    estou falando o mesmo que Delia,
    a palestrante anterior:
  • 13:41 - 13:45
    que o nosso cérebro precisa
    de exercício tanto quanto nosso corpo.
  • 13:45 - 13:51
    E ler ficção parece ser um dos melhores
    exercícios que se pode fazer.
  • 13:52 - 13:58
    E não é bom apenas pra nós,
    mas também para a sociedade como um todo,
  • 13:58 - 14:00
    porque o cérebro é como um músculo:
  • 14:00 - 14:05
    quanto mais nos forçamos a ler
    para ver outras perspectivas,
  • 14:05 - 14:09
    para simpatizar, criar empatia
    com outras pessoas,
  • 14:09 - 14:12
    mais empática será nossa sociedade.
  • 14:12 - 14:13
    Obrigada.
  • 14:13 - 14:15
    (Aplausos)
Title:
A importância da leitura | Rita Carter | TEDxCluj
Description:

A fala já está em nossos genes. Mas a leitura não. Até aproximadamente 100 anos atrás a maioria das pessoas não liam. Principalmente quando lemos ficção, criamos novos caminhos em nosso cérebro. Ler 30 páginas de ficção todas as noites torna os caminhos mais densos. Nosso cérebro precisa de exercício assim como nosso corpo.

Rita Carter é uma escritora, radialista e jornalista especializada no funcionamento do cérebro humano. Seus livros incluem o primeiro guia de neurociência para leigos: Mapping the Mind (Mapeando a Mente), traduzido para 14 línguas. Por sete anos, apresentou o programa noturno de notícias de Londres, "Thames News", e escreveu para revistas e jornais do mundo inteiro, incluindo o London Times, Telegraph, Guardian e New Scientist. Ela tem um profundo interesse em juntar arte e ciência e é benfeitora na influente Foundation “Art and Mind” (Fundação "Arte e Mente"), com base em Londres. Já ganhou diversos prêmios por seu trabalho, incluindo, em três ocasiões, o prêmio por excelência da Associação de Jornalistas Médicos e possui um PhD Honorário em ciência do cérebro da Universidade de Leuven, uma das instituições acadêmicas mais antigas da Europa.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:30

Portuguese, Brazilian subtitles

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