James Turrell: "Segundo encontro" | "Exclusivo" | Art21

Episódio nº 180: Filmado no começo de 2013, esse programa exclusivo mostra James Turrell revisitando sua instalação " Segundo Encontro" (1989) na casa de colecionadores privados, em Los Angeles, Califórnia.

Um de seus primeiros espaços, "Segundo Encontro" foi originalmente instalado no Museu de Arte Contemporânea, em Los Angeles, em 1986. No vídeo, Turrell descreve o que incialmente o atraiu para trabalhar com a luz, e como os espaços encorajam um exame mais profundo de nossas percepções visuais.

"Segundo Encontro" foi precedido por um trabalho similar, intítulado "Encontro", e que foi exposto no MoMa PS1, no Queens, em Nova Iorque desde 1986.
James Turrell's explorations in light and space impact the eye, body, and mind with the force of a spiritual awakening. Informed by his studies in perceptual psychology and optical illusions, Turrell's work allows us to see ourselves "seeing."
As explorações de luz e espaço de James Turrel
impressionam os olhos, o corpo, e a mente, com força para despertar o espírito.
Instruído através de estudos da psicologia das percepções e ilusões de ótica, o trabalho de Turrell permite que nós nos observemos "vendo".

Créditos: Produtor: Ian Forster & Eve Moros Ortega. Diretor: David Howe. Câmera: Marc Levy. Som: Neal Doxsee. Editor: Morgan Riles. Artwork Courtesy: James Turrell, Clifford Einstein & Mandy Einstein.

[James Turrell: "Segundo encontro'']

Normalmente não se olha para a luz,

em geral, olhamos para algo que a luz revela.

Para mim era importante que as pessoas valorizassem a luz -

assim como valorizamos o ouro, a prata, pinturas e objetos.

Não é algo que você modela com as mãos, como cera ou argila

Você não consegue esculpi-la como se faz com a madeira ou pedras.

Você não a junta como se a fundisse.

É um pouco como aprender o seu ofício -

eu levei um tempo para aprender a trabalhar com a luz,

quando então você sente sua presença física e começa a valorizá-la.

Eu comecei fazendo esses tipos de espaços no meu estúdio,

mas a ideia começou a evoluir, até que eu passei a fazer esses espaços lá fora -

aonde você entra para olhar o seu exterior,

ao invés de se prender ao aspecto, ou mesmo à noção de como vemos o céu.

Esse é um espaço para onde eu quero trazer o espaço do céu até o topo do local aonde você está,

para você se sentir como se estivesse no fundo de um oceano de ar,

e então vivenciar essa característica que pode se manifestar no fim da tarde e no começo da manhã.

Mas fazer isso bem perto da mudança foi muito importante.

Aqui está bem escuro...

Ilumine lá fora...

Você vai lá pra fora e fica lá por mais ou menos trinta segundos, olhando para o céu,

e quando volta, você vê mais azul do que antes.

Sim.

Seu olho se adaptou novamente. É impressionante.

Ou se você fizer isso, fica azul de novo. Olhe.

Esse é um truque que alguém...

E o que me diz da cor? Como é formada?

Basicamente, nós sentimos, quando olhamos para o céu, que recebemos esse azul.

Essa luz que ilumina o espaço em relação ao céu,

com certeza intensificaria o azul.

Muitos pintores intensificaram suas cores através da proximidade ou contexto de uma forma ou área.

Você poderia não apenas estar olhando para um pintura ou trabalho de arte, mas sim para você mesmo enquanto observador.

Esse mundo à nossa volta não é um mundo do qual recebemos, é mais um mundo que criamos e fazemos.

Isso parece um pouco surpreedente porque nós realmente sentimos - e estamos muito ligados ao fato -

que estamos recebendo essas impressões, ao invés de criá-las.

Mas nós criamos a realidade na qual vivemos.