Porque é que os edifícios do futuro serão modelados por... nós
-
0:02 - 0:03Hoje vou falar-vos
-
0:03 - 0:07sobre os últimos 30 anos
da História da Arquitetura. -
0:08 - 0:10É muita coisa para 18 minutos.
-
0:10 - 0:12É um tema complexo,
-
0:12 - 0:16por isso vamos já mergulhar
num sítio complexo: -
0:16 - 0:18Nova Jérsia.
-
0:18 - 0:21Eu sou de lá e há 30 anos,
-
0:21 - 0:25eu tinha seis anos
e vivia na casa dos meus pais -
0:25 - 0:26numa cidade chamada Livingston.
-
0:26 - 0:29Este era o quarto da minha infância.
-
0:30 - 0:32Do outro lado do meu quarto
-
0:32 - 0:35ficava a casa de banho
que eu partilhava com a minha irmã. -
0:35 - 0:38Entre o meu quarto e a casa de banho,
-
0:38 - 0:41havia uma varanda
por cima da sala de família, -
0:41 - 0:45onde todos se juntavam e viam televisão.
-
0:45 - 0:49Por isso, de cada vez que eu passava
do meu quarto para a casa de banho, -
0:49 - 0:51toda a gente me via,
-
0:51 - 0:54e de cada vez que eu tomava banho
e voltava enrolado numa toalha, -
0:54 - 0:56toda a gente me via.
-
0:56 - 0:58Eu era assim.
-
0:59 - 1:02Era estranho,
-
1:02 - 1:04inseguro, e odiava-me por isso.
-
1:04 - 1:07Odiava aquela passagem,
odiava aquela varanda, -
1:07 - 1:10odiava aquela sala e odiava a casa.
-
1:11 - 1:12E é isto a Arquitetura.
-
1:13 - 1:14(Risos)
-
1:14 - 1:16Feito.
-
1:16 - 1:19Aquela sensação, aquelas emoções
que eu sentia, -
1:19 - 1:22vêm do poder da arquitetura.
-
1:22 - 1:26Porque a arquitetura não tem a ver com
matemática e desenhar divisões, -
1:26 - 1:29mas com aquelas ligações
emocionais e viscerais -
1:29 - 1:32que sentimos com os lugares que ocupamos.
-
1:33 - 1:36Não é surpresa nenhuma
que nos sintamos assim -
1:36 - 1:38porque, de acordo com a EPA
[Agência de Proteção Ambiental], -
1:38 - 1:42os norte-americanos passam 90%
do seu tempo dentro de edifícios. -
1:42 - 1:47Isso é 90% do nosso tempo
rodeados por arquitetura. -
1:47 - 1:49É imenso.
-
1:49 - 1:51Isso significa que a arquitetura
está a moldar-nos -
1:51 - 1:55de maneiras de que ainda
nem nos tínhamos apercebido. -
1:55 - 1:59Isso torna-nos um bocadinho ingénuos
e muito, muito previsíveis. -
1:59 - 2:03Significa que, se eu vos mostrar
um edifício como este, -
2:03 - 2:04sei que vão pensar
-
2:04 - 2:07em poder, estabilidade e democracia.
-
2:07 - 2:11E sei que é isso que pensam
porque é baseado num edifício -
2:11 - 2:14que foi construído há 2500 anos
pelos gregos. -
2:14 - 2:16É um truque.
-
2:16 - 2:18Este é um estímulo que os arquitetos usam
-
2:18 - 2:22para vos fazer criar ligações emocionais
-
2:22 - 2:25com as formas que usamos
para construir os nossos edifícios. -
2:25 - 2:28É uma ligação emocional previsível,
-
2:28 - 2:31e usamos este truque
há muito, muito tempo. -
2:32 - 2:35Usámo-lo há 200 anos
para construir bancos. -
2:35 - 2:38Usámo-lo no séc. XIX
para construir museus de arte. -
2:38 - 2:40E no séc. XX, nos EUA,
-
2:40 - 2:42usámo-lo para construir casas.
-
2:42 - 2:45Olhem para estes pequenos soldados,
sólidos e estáveis, -
2:45 - 2:48voltados para o oceano
e mantendo os elementos afastados. -
2:48 - 2:51Isto é mesmo, mesmo útil
-
2:51 - 2:54porque construir coisas é aterrador.
-
2:54 - 2:58É caro, demora muito tempo
e é muito complicado. -
2:59 - 3:01As pessoas que constroem coisas
-
3:01 - 3:03— construtores e governadores —
-
3:03 - 3:06têm um medo natural da inovação
-
3:06 - 3:10e preferem simplesmente usar estas formas
a que sabem que nós responderemos. -
3:11 - 3:14É assim que acabamos por ter
edifícios como estes. -
3:14 - 3:16Este é um bonito edifício.
-
3:16 - 3:18É a Biblioteca Pública de Livingston
-
3:18 - 3:21que foi terminada em 2004
na minha cidade natal -
3:21 - 3:23e, sabem, tem uma cúpula
-
3:23 - 3:27e tem esta forma circular,
colunas, tijolos vermelhos. -
3:27 - 3:32Conseguem adivinhar o que Livingston está
a tentar dizer-nos com este edifício? -
3:32 - 3:35Crianças, valores patrimoniais e História.
-
3:36 - 3:40Mas não tem muito a ver com o que
uma biblioteca realmente faz atualmente. -
3:40 - 3:44Nesse mesmo ano, em 2004,
no outro lado do país, -
3:44 - 3:46acabou de se construir outra biblioteca
-
3:46 - 3:48que tem este ar.
-
3:48 - 3:50É em Seattle.
-
3:50 - 3:56Esta biblioteca tem a ver com a maneira
como consumimos os "media" na era digital. -
3:56 - 3:59Tem a ver com um novo tipo
de utilidade pública para a cidade, -
3:59 - 4:02um local para reunir, ler e partilhar.
-
4:03 - 4:08Portanto, como é possível que,
no mesmo ano, no mesmo país, -
4:08 - 4:11dois edifícios, ambos chamados
de bibliotecas, -
4:11 - 4:13pareçam completamente diferentes?
-
4:14 - 4:20A resposta é que a arquitetura
funciona pelo princípio do pêndulo. -
4:20 - 4:22De um lado está a inovação.
-
4:22 - 4:26Os arquitetos estão constantemente
a empurrar-nos para novas tecnologias, -
4:26 - 4:30novas tipologias, novas soluções
para a maneira atual de viver. -
4:30 - 4:32E empurramos, empurramos, empurramos,
-
4:32 - 4:35até que vos alienamos completamente.
-
4:35 - 4:37Vestimo-nos de preto,
ficamos muito deprimidos, -
4:37 - 4:39vocês pensam que somos adoráveis
-
4:39 - 4:43e nós estamos mortos por dentro
porque não temos escolha. -
4:43 - 4:45Temos de ir para o outro lado
-
4:45 - 4:48e reutilizar aqueles símbolos
que sabemos que vocês adoram. -
4:48 - 4:51Portanto, fazemos isso
e vocês ficam felizes. -
4:51 - 4:52Nós sentimo-nos uns vendidos
-
4:52 - 4:55e, por isso, começamos
a experimentar outra vez -
4:55 - 4:57e empurramos o pêndulo novamente
de um lado para o outro, -
4:57 - 5:00como temos feito nos últimos 300 anos
-
5:00 - 5:02e certamente nos últimos 30 anos.
-
5:03 - 5:07Há 30 anos estávamos a sair dos anos 70.
-
5:07 - 5:11Os arquitetos andavam ocupados
a experimentar algo chamado brutalismo. -
5:11 - 5:12Tem a ver com betão.
-
5:12 - 5:13(Risos)
-
5:13 - 5:15Conseguem adivinhar.
-
5:15 - 5:18Janelas pequenas, escala desumana.
-
5:18 - 5:21É uma coisa mesmo dura.
-
5:21 - 5:23Portanto, à medida
que nos aproximamos dos anos 80, -
5:23 - 5:26começamos a retomar estes símbolos.
-
5:26 - 5:29Empurramos o pêndulo
novamente na outra direção. -
5:29 - 5:32Pegamos nestas formas
que sabemos que adoram -
5:32 - 5:33e atualizamo-las.
-
5:33 - 5:35Adicionamos néones,
-
5:35 - 5:37adicionamos pastéis
-
5:37 - 5:39e utilizamos novos materiais.
-
5:39 - 5:41E vocês adoram.
-
5:41 - 5:43E nós não conseguimos
deixar de vo-los dar. -
5:43 - 5:45Pegamos em armários Chippendale
-
5:45 - 5:47e transformamo-los em arranha-céus,
-
5:47 - 5:52e os arranha-céus podem ser
castelos medievais feitos de vidro. -
5:52 - 5:54As formas tornaram-se maiores,
-
5:54 - 5:57arrojadas e coloridas.
-
5:57 - 5:59Os anões tornaram-se atlantes.
-
5:59 - 6:00(Risos)
-
6:00 - 6:03Os cisnes tornaram-se
do tamanho de edifícios. -
6:03 - 6:04Uma loucura.
-
6:05 - 6:09Mas eram os anos 80, era fixe.
-
6:09 - 6:10(Risos)
-
6:10 - 6:12Passamos o tempo nos centros comerciais
-
6:12 - 6:14e mudamo-nos todos para os subúrbios.
-
6:14 - 6:17E por lá, nos subúrbios,
-
6:17 - 6:20podemos criar as nossas próprias
fantasias arquitetónicas. -
6:20 - 6:22Essas fantasias
-
6:22 - 6:24podem ser mediterrânicas,
-
6:24 - 6:26francesas
-
6:26 - 6:28ou italianas.
-
6:28 - 6:29(Risos)
-
6:29 - 6:31Possivelmente com incontáveis "grissinis".
-
6:31 - 6:33É assim que é o pós-modernismo.
-
6:33 - 6:35É assim que é com os símbolos.
-
6:35 - 6:38São simples, são baratos,
-
6:38 - 6:40e porque, em vez de fazermos lugares,
-
6:40 - 6:43estamos a fazer memórias de lugares.
-
6:43 - 6:46Porque eu sei,
e sei que todos vocês sabem, -
6:46 - 6:48que isto não é a Toscana.
-
6:48 - 6:50Isto é o Ohio.
-
6:50 - 6:51(Risos)
-
6:51 - 6:54Por isso, os arquitetos ficam frustrados
-
6:54 - 6:56e começamos a empurrar o pêndulo
para o outro lado. -
6:57 - 6:59No fim dos anos 80, início dos 90,
-
6:59 - 7:02começamos a experimentar
algo chamado desconstrutivismo. -
7:03 - 7:06Deitamos fora os símbolos históricos,
-
7:06 - 7:08dependemos de novas técnicas de "design"
computadorizadas, -
7:09 - 7:12e inventamos novas composições,
-
7:12 - 7:14formas a transformarem-se em formas.
-
7:14 - 7:17São coisas académicas e obstinadas,
-
7:17 - 7:19super impopulares,
-
7:19 - 7:21com que vos alienámos completamente.
-
7:21 - 7:25Normalmente, o pêndulo começaria
agora a mover-se na direção oposta. -
7:25 - 7:28Mas, então, aconteceu uma coisa espantosa.
-
7:28 - 7:32Em 1997, foi inaugurado este edifício.
-
7:32 - 7:35É o Guggenheim Bilbao, de Frank Gehry.
-
7:36 - 7:38Este edifício
-
7:38 - 7:42mudou fundamentalmente
a relação do mundo com a arquitetura. -
7:43 - 7:47Paul Goldberger disse que Bilbao
foi um daqueles raros momentos -
7:47 - 7:50em que os críticos, académicos
e o público geral -
7:50 - 7:53ficaram totalmente de acordo
em relação a um edifício. -
7:53 - 7:57O jornal "The New York Times"
considerou-o um milagre. -
7:57 - 8:03O turismo em Bilbao cresceu 2500%
-
8:03 - 8:05depois deste edifício ser terminado.
-
8:05 - 8:08E, de repente, toda a gente
quer um destes edifícios: -
8:09 - 8:10Los Angeles,
-
8:12 - 8:13Seattle,
-
8:13 - 8:15Chicago,
-
8:15 - 8:17Nova Iorque,
-
8:17 - 8:18Cleveland,
-
8:18 - 8:20Springfield.
-
8:20 - 8:21(Risos)
-
8:21 - 8:24Toda a gente quer um,
e Gehry está por todo o lado. -
8:24 - 8:28É o primeiríssimo dos nossos
arquitetos-estrela. -
8:28 - 8:33Agora... como é que é possível
que estas formas, -
8:33 - 8:35tão loucas e radicais,
-
8:35 - 8:39se tenham tornado tão ubíquas
por todo o planeta? -
8:39 - 8:45Aconteceu porque os "media" se
concentraram com tanto êxito à sua volta -
8:45 - 8:51que rapidamente nos ensinaram que
estas formas significam cultura e turismo. -
8:51 - 8:54Criámos uma reação emocional
a estas formas. -
8:54 - 8:57Tal como todos os presidentes de Câmara
do mundo. -
8:57 - 9:00Cada autarca ficou a saber que,
se tivesse estas formas, -
9:00 - 9:02teria cultura e turismo.
-
9:04 - 9:06Este fenómeno, no virar do novo milénio,
-
9:06 - 9:09aconteceu a alguns outros
arquitetos-estrela. -
9:09 - 9:12Aconteceu a Zaha
-
9:12 - 9:13e aconteceu a Libeskind.
-
9:13 - 9:18Na verdade, o que aconteceu a esta
pequena elite de arquitetos -
9:18 - 9:20no virar do novo milénio,
-
9:20 - 9:23poderia começar a acontecer
a todo o campo da arquitetura, -
9:23 - 9:27porque os "media" digitais
começam a aumentar a velocidade -
9:27 - 9:29a que consumimos informação.
-
9:29 - 9:32Pensem na maneira como
consumimos arquitetura. -
9:32 - 9:34Há mil anos,
-
9:34 - 9:38teríamos de andar até
à vila vizinha para ver um edifício. -
9:38 - 9:39Os transportes aceleraram:
-
9:39 - 9:42podemos apanhar um barco, um avião,
podemos ser turistas. -
9:42 - 9:45A tecnologia acelerou: podemos
ver um edifício num jornal, na TV, -
9:45 - 9:50até que, por fim, somos todos
fotógrafos de arquitetura -
9:50 - 9:54e o edifício desincorpora-se do local.
-
9:55 - 9:58A arquitetura está agora em todo lado,
-
9:58 - 10:02e isso significa que
a velocidade da comunicação -
10:02 - 10:05atingiu finalmente
a velocidade da arquitetura. -
10:05 - 10:08Porque a arquitetura
até se move rapidamente. -
10:08 - 10:11Pensar num edifício não leva muito tempo.
-
10:11 - 10:13Demora mais a construir um edifício,
-
10:13 - 10:15três ou quatro anos
-
10:15 - 10:19e, nesse intervalo, um arquiteto
projeta outros dois, oito -
10:19 - 10:22ou uma centena de edifícios,
-
10:22 - 10:25antes de saber se o edifício que
projetou quatro anos antes -
10:25 - 10:27vai ser um sucesso ou não.
-
10:28 - 10:32Isto tem a ver com nunca ter existido um
bom circuito de "feedback" na arquitetura. -
10:32 - 10:35É assim que acabamos
com edifícios como este. -
10:35 - 10:38O brutalismo não foi
um movimento de dois anos, -
10:38 - 10:40foi um movimento de vinte anos.
-
10:40 - 10:44Durante 20 anos produzimos
edifícios como este, -
10:44 - 10:47porque não fazíamos ideia
de quanto vocês os odiavam. -
10:48 - 10:51Nunca acontecerá novamente,
-
10:51 - 10:52acho eu,
-
10:53 - 10:59porque estamos a viver à beira
da maior revolução na arquitetura -
10:59 - 11:02desde a invenção do betão,
-
11:02 - 11:04do aço ou do elevador,
-
11:04 - 11:07que é a revolução dos "media".
-
11:07 - 11:12A minha teoria é que, se aplicarmos
os "media" a este pêndulo, -
11:12 - 11:15ele começa a oscilar
cada vez mais depressa -
11:15 - 11:18até que está nos dois extremos
quase ao mesmo tempo, -
11:18 - 11:23o que confunde eficazmente a diferença
entre inovação e símbolos, -
11:23 - 11:27entre nós, arquitetos, e vocês, o público.
-
11:27 - 11:34Agora podemos criar quase instantaneamente
símbolos com carga emocional -
11:34 - 11:36a partir de algo que é
completamente novo. -
11:37 - 11:38Vou mostrar-vos
como é que isto acontece -
11:38 - 11:41num projeto que a minha empresa
acabou recentemente. -
11:41 - 11:44Fomos contratados para substituir
este edifício, que se incendiou. -
11:44 - 11:47Isto é o centro
de uma cidade chamada Pines, -
11:47 - 11:49na ilha Fire, no Estado de Nova Iorque.
-
11:49 - 11:51É uma comunidade de férias.
-
11:51 - 11:55Propusemos um edifício que era audaz,
-
11:55 - 11:58que era diferente de todas as formas
a que a comunidade estava habituada. -
11:58 - 12:03Nós tínhamos receio,
o nosso cliente tinha receio -
12:03 - 12:05e a comunidade tinha receio,
-
12:05 - 12:09por isso, criámos uma série
de maquetes fotorrealísticas -
12:09 - 12:10que pusemos no Facebook
-
12:10 - 12:12e no Instagram,
-
12:12 - 12:15e deixámos as pessoas começar
a fazer o que fazem: -
12:15 - 12:18a partilhar, a comentar,
a gostar, a odiar. -
12:18 - 12:23Mas isto significou que o edifício,
dois anos antes de ficar pronto, -
12:23 - 12:26já fazia parte da comunidade.
-
12:26 - 12:32Assim, quando as maquetes ficaram
exatamente iguais ao produto final, -
12:32 - 12:34não houve surpresas.
-
12:34 - 12:38Este edifício já fazia parte
desta comunidade -
12:38 - 12:40e, naquele primeiro verão,
-
12:40 - 12:42quando as pessoas começaram a chegar
-
12:42 - 12:45e a partilhar o edifício
nos "media" sociais, -
12:45 - 12:50o edifício deixou de ser apenas
uma construção e passou a ser "media", -
12:50 - 12:54porque estas não são apenas
fotografias de um edifício. -
12:54 - 12:56São as vossas fotografias de um edifício.
-
12:57 - 13:00Quando as usam para contar
as vossas histórias, -
13:00 - 13:03elas passam a fazer parte
da vossa narrativa pessoal, -
13:03 - 13:06e o que estão a fazer
é um curto circuito -
13:06 - 13:08em toda a nossa memória coletiva
-
13:08 - 13:12e estão a tornar estes símbolos
compreensíveis para nós. -
13:13 - 13:16Isso significa que já não precisamos
dos gregos -
13:16 - 13:18para sabermos o que pensar
sobre a arquitetura. -
13:18 - 13:22Podemos dizer uns aos outros
aquilo que pensamos sobre a arquitetura, -
13:22 - 13:28porque os "media" digitais não mudaram
apenas as relações entre todos nós, -
13:28 - 13:32mas também a nossa relação
com os edifícios. -
13:33 - 13:36Pensem por um segundo naqueles
bibliotecários em Livingston. -
13:36 - 13:39Se aquele edifício estivesse para ser
construído hoje em dia, -
13:39 - 13:42a primeira coisa que fariam
seria ir à Internet -
13:42 - 13:45e procurar por "bibliotecas novas".
-
13:45 - 13:49Seriam bombardeados por exemplos
de experimentação, de inovação, -
13:49 - 13:52de expansão dos limites
do que uma biblioteca pode ser. -
13:53 - 13:55Isto são ferramentas argumentativas.
-
13:55 - 13:57Argumentos que podem levar com eles
-
13:57 - 14:00até ao presidente da Câmara de Livingston,
ao povo de Livingston e dizer: -
14:00 - 14:04"Não há hoje uma resposta
única para o que é uma biblioteca. -
14:04 - 14:06"Façamos parte disto."
-
14:06 - 14:09Esta abundância de experimentação
-
14:09 - 14:13dá-lhes a liberdade para conduzir
as suas próprias experiências. -
14:14 - 14:17Tudo é diferente agora.
-
14:17 - 14:20Os arquitetos já não são
aquelas criaturas misteriosas -
14:20 - 14:23que usam palavras caras
e desenhos complicados, -
14:23 - 14:26e vocês já não são o público
desafortunado, -
14:26 - 14:29o consumidor que não vai aceitar
tudo o que ainda não tenha visto. -
14:31 - 14:33Os arquitetos ouvem-vos,
-
14:33 - 14:35e vocês não são se intimidam
pela arquitetura. -
14:36 - 14:39Isto significa que aquele pêndulo
oscilando de um lado para o outro, -
14:39 - 14:42de estilo em estilo,
de movimento em movimento, -
14:42 - 14:43é irrelevante.
-
14:44 - 14:46Assim, podemos seguir em frente
-
14:46 - 14:51e encontrar soluções relevantes para os
problemas que a nossa sociedade enfrenta. -
14:52 - 14:55Este é o fim da história da arquitetura
-
14:55 - 14:58e isto significa que os edifícios do amanhã
-
14:58 - 15:01vão ter um aspeto completamente
diferente dos edifícios de hoje. -
15:02 - 15:07Significa que um espaço público
na antiga cidade de Sevilha -
15:07 - 15:11pode ser único e adaptado à maneira
como uma cidade moderna funciona. -
15:12 - 15:16Significa que um estádio em Brooklyn
pode ser um estádio em Brooklyn, -
15:16 - 15:19e não uma imitação histórica
em tijolo vermelho -
15:19 - 15:22daquilo que pensamos
que um estádio deve ser. -
15:23 - 15:25Significa que serão robôs
a construir os nossos edifícios, -
15:25 - 15:29porque estamos finalmente prontos
para as formas que eles vão produzir. -
15:30 - 15:34E significa que os edifícios
vão ceder aos caprichos da Natureza -
15:34 - 15:36e não o contrário.
-
15:37 - 15:40Significa que uma garagem
em Miami Beach, na Flórida, -
15:40 - 15:43pode ser também um local para desporto
-
15:43 - 15:44e para praticar ioga
-
15:44 - 15:47ou mesmo para se casarem a meio da noite.
-
15:47 - 15:48(Risos)
-
15:48 - 15:52Significa que três arquitetos
podem sonhar nadar -
15:52 - 15:54no rio East, em Nova Iorque,
-
15:54 - 15:57e em seguida, angariar cerca de
meio milhão de dólares -
15:57 - 16:00de uma comunidade que
se tenha interessado pela sua causa, -
16:00 - 16:02em vez de terem clientes.
-
16:03 - 16:06Significa que nenhum edifício
é pequeno de mais para ser inovado, -
16:06 - 16:08como este pequeno pavilhão de renas,
-
16:08 - 16:13que é tão elegante e musculado como
os animais que se destina a observar. -
16:14 - 16:17E significa que um edifício
não tem de ser bonito -
16:17 - 16:18para ser amado,
-
16:18 - 16:21como este pequeno e feio
edifício em Espanha, -
16:21 - 16:23em que os arquitetos cavaram um buraco,
-
16:23 - 16:25encheram-no de palha
-
16:25 - 16:27e depois deitaram betão à volta.
-
16:27 - 16:29E quando o betão secou,
-
16:29 - 16:32pediram a alguém
que viesse remover a palha. -
16:32 - 16:35Portanto, tudo o que restou
depois de ter ficado pronto, -
16:35 - 16:38é este hediondo pequeno quarto,
-
16:38 - 16:44repleto das marcas e cicatrizes
de como foi feito, -
16:44 - 16:49e que se tornou o lugar mais sublime
para ver o pôr-do-sol espanhol. -
16:50 - 16:53Porque não interessa se é uma vaca
que constrói os nossos edifícios -
16:53 - 16:55ou se é um robô a construí-los.
-
16:55 - 16:58Não interessa como construímos,
interessa o que construímos. -
16:59 - 17:02Os arquitetos já sabem como construir
edifícios mais ecológicos, -
17:02 - 17:05mais inteligentes e mais acessíveis.
-
17:05 - 17:07Só estávamos à espera que
todos vocês os quisessem. -
17:08 - 17:12E, finalmente, já não estamos
em lados opostos. -
17:12 - 17:15Encontrem um arquiteto,
contratem um arquiteto, -
17:15 - 17:18trabalhem connosco para desenharmos
edifícios melhores, -
17:18 - 17:20cidades melhores e um mundo melhor,
-
17:20 - 17:23porque há muito em jogo.
-
17:24 - 17:29Os edifícios não refletem apenas a nossa
sociedade, mas modelam-na -
17:29 - 17:31até nos espaços mais pequenos:
-
17:31 - 17:33as bibliotecas locais,
-
17:33 - 17:35as casas onde criamos os nossos filhos
-
17:35 - 17:39e o corredor por onde eles passam
para ir do quarto para a casa de banho. -
17:39 - 17:40Obrigado.
-
17:40 - 17:43(Aplausos)
- Title:
- Porque é que os edifícios do futuro serão modelados por... nós
- Speaker:
- Marc Kushner
- Description:
-
"A arquitetura não tem a ver com matemática nem zonamento — tem a ver com emoções viscerais", diz Marc Kushner. Numa palestra abrangente — e muitas vezes divertida — ele dá-nos a ver os últimos trinta anos de arquitetura para demonstrar como o público, outrora desligado, se tornou uma parte essencial do processo de "design". Com a ajuda das redes sociais, as reações alcançam os arquitetos anos antes de um edifício ter sido sequer criado. O resultado? Uma arquitetura que fará mais por nós do que alguma vez fez até hoje.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:05
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you |