Religiões são boas ou ruins? (É uma pegadinha)
-
0:00 - 0:05As pessoas debatem religião o tempo todo.
-
0:05 - 0:06(Risos)
-
0:06 - 0:09O grande Christopher Hitchens,
recentemente falecido, -
0:09 - 0:10escreveu um livro
-
0:10 - 0:14chamado "Deus Não É Grande:
Como a Religião Envenena tudo." -
0:14 - 0:15(Risos)
-
0:15 - 0:19Mas no mês passado, na revista Time,
-
0:19 - 0:23o rabino David Wolpe, considerado
por muitos o rabino da América, -
0:23 - 0:28disse, para compensar
essa caracterização negativa, -
0:28 - 0:31que nenhuma forma
importante de mudança social -
0:31 - 0:32pode ser implantada
-
0:32 - 0:35a não ser por meio
de uma religião organizada. -
0:35 - 0:37Agora, observações como essa,
-
0:37 - 0:40tanto negativas quanto positivas
ocorrem há muito tempo. -
0:40 - 0:43Eu tenho uma aqui no meu bolso
-
0:43 - 0:48do primeiro século A.C., por Lucrécio,
-
0:48 - 0:51o autor de "Sobre a Natureza
das Coisas", que disse, -
0:51 - 0:55"Tantum religio potuit suadere malorum."
-
0:55 - 0:58Eu deveria ter dado conta
de decorar isso... (Risos) — -
0:58 - 1:01que é, "Eis o quanto a religião
-
1:01 - 1:03é capaz de persuadir
as pessoas a fazerem o mal", -
1:03 - 1:05e ele estava falando sobre o fato
-
1:05 - 1:08de Agamenon ter decidido pôr sua filha
-
1:08 - 1:10Efigênia num altar de sacrifício
-
1:10 - 1:14para conseguir a bênção para seu exército.
-
1:14 - 1:16E houveram longos debates
-
1:16 - 1:18através dos séculos,
-
1:18 - 1:20nesse caso, podemos dizer
até milênios, sobre religião. -
1:20 - 1:22Muito foi dito sobre o assunto,
-
1:22 - 1:26incluindo coisas boas,
ruins e até indiferentes. -
1:26 - 1:28Eu quero tentar convencê-los, hoje,
-
1:28 - 1:31de uma ideia muito simples:
-
1:31 - 1:35a de que esses debates são,
de certa forma, ridículos. -
1:35 - 1:38Porque não existe essa coisa de religião
-
1:38 - 1:40para que afirmem sobre ela.
-
1:40 - 1:42Não existe uma coisa chamada religião,
-
1:42 - 1:46portanto, ela não pode ser boa ou ruim.
-
1:46 - 1:48Nem indiferente ela pode ser.
-
1:48 - 1:51E se pensarem a respeito de afirmações
-
1:51 - 1:54sobre a inexistência de coisas,
-
1:54 - 1:56um jeito de tentar estabelecer
-
1:56 - 1:59a inexistência de uma coisa
-
1:59 - 2:01seria apresentar uma definição
para essa coisa -
2:01 - 2:05e então ver se essa definição
pode ser satisfeita. -
2:05 - 2:08Eu vou começar por esse caminho.
-
2:08 - 2:12Se olharmos no dicionário,
e pensarmos bem, -
2:12 - 2:15uma boa definição para religião
-
2:15 - 2:20seria dizer que ela envolve
a crença em deuses ou seres espirituais. -
2:20 - 2:23Muitos dicionários a usam,
mas também a encontramos -
2:23 - 2:26nos trabalhos de Sir Edward Tylor,
-
2:26 - 2:28o primeiro professor
de antropologia de Oxford, -
2:28 - 2:30e um dos primeiros antropólogos modernos.
-
2:30 - 2:33Em seu livro sobre culturas primitivas,
-
2:33 - 2:36ele diz que a religião
baseia-se no "animismo", -
2:36 - 2:39que é a crença em ação espiritual,
a crença em espíritos. -
2:39 - 2:42O primeiro problema para essa definição
-
2:42 - 2:44vem do recente romance
"Tuff", de Paul Beatty. -
2:44 - 2:47Um homem está conversando com um rabino,
-
2:47 - 2:49O rabino diz que não acredita em Deus.
-
2:49 - 2:52O homem diz: "Você é um rabino,
como pode não acreditar em Deus?!" -
2:52 - 2:55E a resposta é:
"Por isso que é tão legal ser judeu! -
2:55 - 2:59Não é necessário acreditar
em um deus, só em ser judeu." (Risos) -
2:59 - 3:02Então, se esse cara era um rabino judeu,
-
3:02 - 3:05e se é preciso acreditar
em um deus para ser religioso, -
3:05 - 3:08então chegamos à conclusão contraintuitiva
-
3:08 - 3:12de que se é possível
ser um rabino sem acreditar em Deus, -
3:12 - 3:15o judaísmo não é uma religião!
-
3:15 - 3:18Esse parece um pensamento bem estranho.
-
3:18 - 3:21Vamos ver outro argumento
contra essa visão. -
3:21 - 3:25Um amigo meu indiano,
quando criança, foi até o avô e disse: -
3:25 - 3:28"Eu quero conversar sobre religião."
-
3:28 - 3:32O avô respondeu: "Você é muito novo.
Volte quando for um adolescente." -
3:32 - 3:36Então ele voltou quando era adolescente,
e disse para o avô: -
3:36 - 3:38"Acho que é tarde agora,
-
3:38 - 3:40porque eu descobri
que não acredito nos deuses". -
3:40 - 3:43E o avô dele, que era
um homem sábio, disse: -
3:43 - 3:47"Ah, então você pertence ao ramo ateísta
da tradição hindu!" (Risos) -
3:47 - 3:51E finalmente, há este cara,
-
3:51 - 3:54que, todos sabem, não acredita em Deus.
-
3:54 - 3:56O nome dele é Dalai Lama.
-
3:56 - 3:58Ele brinca sobre
ser um pioneiro do ateísmo, -
3:58 - 4:01mas, realmente, a religião do Dalai Lama
-
4:01 - 4:03não envolve a crença em Deus.
-
4:03 - 4:06Agora, vocês devem estar pensando que isso
-
4:06 - 4:09só vale porque eu inventei
uma definição ruim, -
4:09 - 4:13e que eu deveria inventar outra definição
e testá-la nestes mesmos casos, -
4:13 - 4:15e tentar achar algo que englobe
-
4:15 - 4:18judaísmo ateu, hinduísmo ateu,
-
4:18 - 4:21e budismo ateu como formas
de religiosidade. -
4:21 - 4:25mas eu acho que essa
é uma má ideia, e penso isso pois -
4:25 - 4:29não acho que é assim
que nosso conceito de religião funciona. -
4:29 - 4:31Acho que nosso conceito
de religião funciona assim: -
4:31 - 4:38nós temos uma lista de religiões
estabelecidas e suas subdivisões, -
4:38 - 4:43e se algo novo aparece dizendo
ser uma religião, nós perguntamos: -
4:43 - 4:47"Bem, ela se parece
com uma dessas?" (Risos) -
4:47 - 4:50E acho que não só pensamos assim,
-
4:50 - 4:52como também, do nosso ponto de vista,
-
4:52 - 4:55todas essas da lista
com certeza são religiões, -
4:55 - 4:58o que me faz pensar que uma definição
-
4:58 - 5:01que exclui budismo e judaísmo com certeza
não é um bom começo, -
5:01 - 5:04pois essas duas estão na nossa lista.
-
5:04 - 5:06Mas por que nós temos essa lista?
-
5:06 - 5:11O que aconteceu que resultou
em termos uma lista dessas? -
5:11 - 5:16Eu acho que a resposta é muito simples,
e, portanto, controversa. -
5:16 - 5:19Muitos discordarão,
mas aqui vai minha história e, -
5:19 - 5:21verdadeira ou não, é uma história
-
5:21 - 5:23que, acredito, dará uma boa base
-
5:23 - 5:25de como essa lista surgiu, e, portanto,
-
5:25 - 5:28os ajudará a refletir
sobre a serventia dela. -
5:28 - 5:33A resposta é que, navegadores europeus,
por volta do tempo de Colombo, -
5:33 - 5:35começaram a viajar pelo mundo.
-
5:35 - 5:39Eles vinham de uma cultura cristã,
e quando chegavam em um novo lugar, -
5:39 - 5:42eles percebiam que algumas pessoas
não tinham o cristianismo. -
5:42 - 5:44Então eles perguntavam-se:
-
5:44 - 5:47"O que eles têm no lugar do cristianismo?"
-
5:47 - 5:50E assim construiu-se essa lista.
-
5:50 - 5:53Ela consiste de coisas
que outras pessoas tinham -
5:53 - 5:55no lugar do cristianismo.
-
5:55 - 5:59Agora, há uma dificuldade
em prosseguir por esse caminho, -
5:59 - 6:03pois o cristianismo é uma tradição,
mesmo para essa lista, -
6:03 - 6:06extremamente específica.
-
6:06 - 6:09Tem coisas muito, muito particulares
-
6:09 - 6:13que são resultado de acontecimentos
específicos da história cristã, -
6:14 - 6:16e uma coisa que está no coração da crença,
-
6:16 - 6:19na maioria das interpretações
do cristianismo, -
6:19 - 6:21que é, por si, resultado da história,
-
6:21 - 6:24é que esta é uma religião
muito ligada à fé, -
6:24 - 6:29onde as pessoas preocupam-se muito
com acreditar nas coisas certas, -
6:29 - 6:32a história interna do cristianismo,
consiste, em grande parte, -
6:32 - 6:36de pessoas matando outras porque
elas acreditavam nas coisas erradas. -
6:36 - 6:40Também há o envolvimento
em conflitos com outras religiões, -
6:40 - 6:44começando na Idade Média;
um conflito com o islamismo, -
6:44 - 6:47no qual, novamente, a heresia,
-
6:47 - 6:50o fato de que eles não acreditavam
nas coisas certas, -
6:50 - 6:53é que era tão ofensivo ao mundo cristão.
-
6:53 - 6:58E esta é uma história muito particular
e específica ao cristianismo, -
6:58 - 7:02e não é em todo aspecto
-
7:02 - 7:05que tudo que já foi posto
neste tipo de lista é igual. -
7:05 - 7:08Aqui vai outro problema:
uma coisa muito específica aconteceu. -
7:08 - 7:12Já mencionamos antes.
Mas uma coisa que ocorreu -
7:12 - 7:14na história do tipo de cristianismo
-
7:14 - 7:17que vemos comumente
ao nosso redor nos EUA hoje, -
7:17 - 7:20e ocorreu pelo final do século 19,
-
7:20 - 7:23essa coisa específica
que ocorreu nessa época -
7:23 - 7:25foi um tipo de acordo, feito
-
7:25 - 7:28entre a ciência,
-
7:28 - 7:33esse novo método de organizar
autoridade intelectual, -
7:33 - 7:35e religião.
-
7:35 - 7:37Vamos pensar no século 18,
-
7:37 - 7:41vamos pensar na vida intelectual
antes do finalzinho do século 19. -
7:41 - 7:44Tudo o que você fizesse,
tudo o que você pensasse, -
7:44 - 7:47fosse sobre o mundo físico,
sobre o mundo humano, -
7:47 - 7:51sobre o mundo natural à parte
do mundo humano, sobre moral, -
7:51 - 7:53tudo o que você fizesse era comparado
-
7:53 - 7:55com um panorama de postulações religiosas,
-
7:55 - 7:58de postulações cristãs.
-
7:58 - 8:01Você não poderia fazer
um relato sobre o mundo natural -
8:01 - 8:04que não dissesse, por exemplo,
-
8:04 - 8:07algo sobre sua relação
com a história da criação -
8:07 - 8:10da tradição abraâmica,
contida no primeiro livro da Torá. -
8:10 - 8:13E tudo era feito desta forma.
-
8:13 - 8:16Mas isso muda no fim do século 19 e,
-
8:16 - 8:18pela primeira vez,
é possível para as pessoas -
8:18 - 8:21desenvolver carreiras intelectuais sérias
-
8:21 - 8:23como historiadores naturais, como Darwin.
-
8:23 - 8:25Darwin preocupava-se com a relação
-
8:25 - 8:28entre o que ele afirmava
e as verdades religiosas, -
8:28 - 8:31mas ele podia prosseguir
e escrever livros -
8:31 - 8:35sem ter de explicar qual a relação
com o que era dito pela Igreja. -
8:35 - 8:38e similarmente, geólogos
podiam falar de geologia. -
8:38 - 8:40No início do século 19,
se você era um geólogo, -
8:40 - 8:43e fazia uma declaração
sobre a idade do planeta, -
8:43 - 8:45você tinha de explicar
se era consistente ou não -
8:45 - 8:47com a idade do planeta
sugerida pelo relato em Gênesis. -
8:47 - 8:50No fim do século 19, podia-se
simplesmente escrever um livro -
8:50 - 8:53com argumentos sobre a idade da Terra.
-
8:53 - 8:55Então houve uma grande mudança, ocorrendo
-
8:55 - 8:58uma divisão de trabalho intelectual
-
8:58 - 9:02e ela meio que solidifica-se, tal que
quando acaba o século 19 na Europa, -
9:02 - 9:06há uma divisão do trabalho intelectual,
-
9:06 - 9:10e podia-se publicar todo tipo
de coisa séria, até mesmo filosofia, -
9:10 - 9:14sem ser constrangido pelo pensamento:
-
9:14 - 9:17"Bem, o que eu tenho
a dizer tem de ser consistente -
9:17 - 9:19com as profundas verdades que me são dadas
-
9:19 - 9:22por nossa tradição religiosa."
-
9:22 - 9:27Imaginem alguém que está saindo
daquele mundo do final do século 19, -
9:27 - 9:31entrando no país no qual eu cresci, Gana,
-
9:31 - 9:34naquela sociedade
na qual eu cresci, Asante. -
9:34 - 9:37Entrando naquele mundo
na virada do século 20 -
9:37 - 9:40tendo em mente a questão
que deu origem à lista: -
9:40 - 9:43"O que eles têm no lugar do cristianismo?"
-
9:43 - 9:46Aqui está uma coisa
que esta pessoa teria notado e, -
9:46 - 9:48há uma pessoa que realmente fez isto:
-
9:48 - 9:50O nome dele era Capitão Rattray,
-
9:50 - 9:52ele foi mandado como antropólogo
do governo inglês, -
9:52 - 9:55e ele escreveu um livro
sobre a religião em Asante. -
9:55 - 9:56Isto é um "disco da alma".
-
9:56 - 9:58Há muitos deles no Museu Britânico.
-
9:58 - 10:02Eu poderia contar uma história legal
sobre como há tantos objetos -
10:02 - 10:05da minha sociedade
no Museu Britânico, (Risos) -
10:05 - 10:07mas não temos tempo para isso.
-
10:07 - 10:09Então, isto é um "disco da alma".
Para que serve? -
10:09 - 10:11Ele era usado ao redor do pescoço
-
10:11 - 10:14pelos "lavadores de alma"
do rei de Asante. -
10:14 - 10:18Qual era o trabalho deles?
Lavar a alma do rei. -
10:18 - 10:22Levaria muito tempo para eu explicar
como se lava uma alma, (Risos) -
10:22 - 10:29mas Rattray sabia que isto se enquadrava
como religião porque envolvia almas. -
10:29 - 10:33E similarmente, havia muitos
outros objetos, muitos outros rituais. -
10:33 - 10:36Por exemplo, toda vez que alguém bebia,
-
10:36 - 10:38jogava um pouco no chão,
— o que é chamado de libação — -
10:38 - 10:41"dando" esse pouco para os ancestrais.
-
10:41 - 10:44Meu pai fazia isso. Toda vez que ele abria
uma garrafa de uísque, -
10:44 - 10:46que felizmente acontecia bastante, (Risos)
-
10:46 - 10:50após tirar a tampa ele jogava
um pouco no chão e começava a falar. -
10:50 - 10:54Ele conversava com Akroma-Ampim,
primeiro de nossa linhagem, -
10:54 - 10:55ou Yao Antony, meu tio-avô.
-
10:55 - 10:59Ele falava com eles e lhes oferecia
uma dose de uísque. -
10:59 - 11:02E finalmente, haviam grandes
cerimônias públicas. -
11:02 - 11:04Este é um desenho do início do século 19
-
11:04 - 11:07feito por outro oficial militar inglês
de um exemplo de uma, -
11:07 - 11:09onde o rei estava envolvido e,
-
11:09 - 11:12o trabalho do rei, uma grande parte dele,
-
11:12 - 11:15além de organizar guerras e coisas assim,
-
11:15 - 11:18era de cuidar dos túmulos
de seus ancestrais e, -
11:18 - 11:22quando um rei morria,
seu trono era pintado de preto -
11:22 - 11:26e posto no templo
ancestral real e, a cada 40 dias, -
11:26 - 11:29o rei de Asante tinha de fazer
um culto para seus ancestrais. -
11:29 - 11:32Essa era grande parte do trabalho dele e,
-
11:32 - 11:35as pessoas achavam que se ele
não fizesse isso, o mundo cairia. -
11:35 - 11:38Então ele é uma figura religiosa,
como diria Rattray, -
11:38 - 11:41e também uma figura política.
-
11:41 - 11:46Então, tudo isso poderia contar
como religião para Rattray, -
11:46 - 11:48mas, o que quero dizer
é que quando olhamos -
11:48 - 11:50para as vidas dessas pessoas,
-
11:50 - 11:54também vemos que em tudo o que fazem,
eles pensam em seus ancestrais. -
11:54 - 11:56Toda manhã, na hora do café,
-
11:56 - 11:59você pode sair à frente da casa
-
11:59 - 12:02e fazer uma oferta
para a árvore-mãe, Nyame Dua, -
12:02 - 12:05e você poderá conversar
com todos os deuses, -
12:05 - 12:07com seus ancestrais, e assim por diante.
-
12:07 - 12:11Este não é um mundo onde a separação
entre religião e ciência ocorreu. -
12:11 - 12:16A religião não foi separada de nenhuma
outra área da vida e, em particular, -
12:16 - 12:19o que é crucial entender
sobre este mundo é que -
12:19 - 12:22é um mundo onde o trabalho
que a ciência faz por nós -
12:22 - 12:25é feito pelo que Rattray
chamaria de religião, -
12:25 - 12:27pois se eles querem explicações,
-
12:27 - 12:28de porque a colheita foi ruim,
-
12:28 - 12:32se querem saber porque chove
ou não chove, se precisam de chuva -
12:32 - 12:36se querem saber por que seu avô morreu,
-
12:36 - 12:40eles vão apelar às mesmas entidades,
na mesma língua, -
12:40 - 12:43conversar com os mesmos
deuses sobre aquilo. -
12:43 - 12:45Esta grande separação,
-
12:45 - 12:48em outras palavras, entre
religião e ciência, não ocorreu. -
12:48 - 12:52Agora, isto poderia
ser mera curiosidade histórica, -
12:52 - 12:55mas em grande parte do mundo,
-
12:55 - 12:57esta ainda é a verdade.
-
12:57 - 13:00Eu tive o privilégio de comparecer
a um casamento -
13:00 - 13:02há algum tempo no norte da Namíbia.
-
13:02 - 13:06A uns 30km ao sul da fronteira angolana,
num vilarejo de 200 pessoas. -
13:06 - 13:07Essas pessoas eram modernas.
-
13:07 - 13:10Estava conosco Oona Chaplin,
talvez vocês a conheçam, -
13:10 - 13:13e uma das pessoas deste vilarejo
veio até ela e disse: -
13:13 - 13:15"Eu vi você em Game of Thrones!"
-
13:15 - 13:19Então essas não estavam
isoladas do nosso mundo, -
13:19 - 13:21mas, não obstante, para eles,
-
13:21 - 13:23os deuses e espíritos
ainda estão muito vivos, -
13:23 - 13:25e quando estávamos no ônibus transitando
-
13:25 - 13:27entre as várias partes da cerimônia,
-
13:27 - 13:29eles rezaram não somente
de forma genérica, -
13:29 - 13:32mas pela segurança da viagem,
e com devoção. -
13:32 - 13:36E quando me disseram
que minha mãe, a avó da noiva, -
13:36 - 13:39estava conosco, eles não
queriam dizer figurativamente. -
13:39 - 13:42Eles acreditavam,
embora ela tivesse falecido, -
13:42 - 13:45eles acreditavam que ela estava lá.
-
13:45 - 13:47Então em grande parte do mundo hoje,
-
13:47 - 13:51essa separação
entre ciência e religião não ocorreu. -
13:51 - 13:54E eu digo, estes não são...
-
13:55 - 13:59Este cara trabalhou para os bancos
Chase e World Bank. (Risos) -
13:59 - 14:02Estes são cidadãos do mundo como você,
-
14:02 - 14:04mas eles vêm de um lugar onde a religião
-
14:04 - 14:06ocupa um espaço bem diferente.
-
14:06 - 14:09Enfim, eu gostaria,
da próxima vez que vocês ouvirem -
14:09 - 14:11uma generalização sobre religião,
-
14:11 - 14:13que pensassem que talvez
-
14:13 - 14:16não exista esse negócio de religião,
-
14:16 - 14:19e, portanto, o que eles dizem
não pode ser verdade. -
14:19 - 14:24(Aplausos)
- Title:
- Religiões são boas ou ruins? (É uma pegadinha)
- Speaker:
- Kwame Anthony Appiah
- Description:
-
Muitas coisas boas são feitas em nome da religião, e muitas coisas ruins também. Mas o que é religião, exatamente — em si, são boas ou ruins? Kwame Anthony Appiah, filósofo, oferece uma visão generosa e surpreendente sobre o tema.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:40
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Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Is religion good or bad? (This is a trick question) | |
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Gustavo Rocha accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Is religion good or bad? (This is a trick question) | |
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Gustavo Rocha commented on Portuguese, Brazilian subtitles for Is religion good or bad? (This is a trick question) | |
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Gustavo Rocha edited Portuguese, Brazilian subtitles for Is religion good or bad? (This is a trick question) |
Gustavo Rocha
Percebi que você mesclou várias legendas em uma única legenda. Não há nenhum problema em fazer isso, mas só atente-se para que não fique muita informação de uma só vez na tela. É importante mostrar ao expectador o ritmo do palestrante, e mostrar a legenda à medida que ela vai sendo falada é uma boa maneira de se fazer isso.
Além disso reparei que você não utilizou quebras de linha manuais. Não se deve ultrapassar do limite de 42 caracteres por linha (o que também foi agravado pelo ponto levantado acima), portanto quando uma legenda apresentar mais de 42 caracteres, deve-se adicionar uma quebra de linha manualmente (basta apertar shift + enter).
Para mais detalhes sobre as quebras de linha, dê uma olhada na wiki: http://translations.ted.org/wiki/How_to_break_lines
Além disso, tente não alterar muito o que o palestrante disse. É claro que não é necessário escrever exatamente o que foi dito, até mesmo em favor da fluidez e naturalidade do discurso, mas precisamos manter a maior fidelidade possível ao que está sendo dito.
Enfim, de maneira geral uma legenda muito boa! Fiz alguns pequenos ajustes nas palavras e construções, mas dá para perceber a qualidade do trabalho.
Parabéns :)
Tulio Leao
Excelente tradução e revisão, alterei pouquíssimas coisas para a versão final!
Abraços!