Abstrações Quotidianas de Maryam Hoseini | Art21 "New York Close Up"
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0:19 - 0:24Em grande parte, ser um artista
depende da vida diária, -
0:24 - 0:26das interações diárias,
das políticas diárias. -
0:29 - 0:33E grande parte do trabalho
trata da representação de si mesmo. -
0:41 - 0:45[Abstrações Quotidianas de Maryam Hoseini]
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0:56 - 1:01A primeira vez que percebi
que desenhar é uma coisa que adoro -
1:01 - 1:03foi quando tinha 13 anos.
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1:03 - 1:06Tinha uma professora na escola
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1:06 - 1:09que tinha uma forma de ensinar
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1:09 - 1:12— e também é uma pessoa muito forte,
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1:12 - 1:15para uma pessoa num sítio como o Irão —
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1:15 - 1:19que penso que me levou
a interessar-me por isto. -
1:21 - 1:25Recordo vivamente a época
em que eu pensava: -
1:26 - 1:29"Só quero ter aulas de desenho.
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1:29 - 1:31"Quero estar sempre a fazer trabalhos".
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1:31 - 1:36Eu tinha pilhas e pilhas de papéis.
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1:43 - 1:45Sempre me senti uma desenhadora.
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1:45 - 1:47Comecei por aí.
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1:47 - 1:49Faço alguma pintura, e depois,
desenho por cima dela. -
1:49 - 1:52Portanto, volto sempre ao mesmo.
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2:00 - 2:06Pediram-me para trabalhar
sobre este poema conhecido -
2:06 - 2:08"Layla and Majnun."
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2:08 - 2:11É sobre um amor proibido.
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2:11 - 2:14Realizei esta série,
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2:14 - 2:18"Segredos Entre Ela e a sua Sombra".
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2:18 - 2:23Eu estava mais interessada
na figura da mulher, -
2:23 - 2:27porque, segundo parece,
ninguém lhe prestava atenção, -
2:27 - 2:31porque o principal era
como Majnun tinha perdido a cabeça. -
2:33 - 2:37Eu estava muito curiosa quanto a Laylah,
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2:37 - 2:41esta mulher vulnerável
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2:41 - 2:44que estava proibida de falar
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2:44 - 2:49e até de desejar
o que ela queria realmente. -
3:07 - 3:12Penso que grande parte do trabalho
é uma mistura de humor e de medo. -
3:12 - 3:14Há momentos em que nos rimos
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3:14 - 3:17apesar de termos medo de muitas coisas.
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3:20 - 3:22Nas minhas primeiras pinturas,
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3:22 - 3:27o espaço em que as figuras
estão situadas é mais legivel. -
3:28 - 3:30Nos últimos anos,
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3:30 - 3:34tenho usado essa legibilidade.
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3:34 - 3:38optei por apresentar os corpos sem cabeça,
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3:38 - 3:42por causa da identidade dos políticos.
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4:03 - 4:06Estes espaços fraturados
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4:06 - 4:08e corpos fragmentados,
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4:08 - 4:13são, de certo modo, o reflexo
das minhas experiências pessoais -
4:13 - 4:16e da minha vida, como imigrante
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4:16 - 4:20e enquanto uma pessoa que nem sequer
pode viajar até ao meu país -
4:20 - 4:25e regressar ao meu trabalho
e à minha vida, aqui na América. -
4:25 - 4:28Ou seja, estes corpos têm ansiedade.
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4:28 - 4:32Mas, por outro lado,
também são muito fortes. -
4:32 - 4:34Eu dou-lhes poder.
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4:39 - 4:44Penso constantemente nas interações
do corpo, no interior da pintura, -
4:44 - 4:48e na relação do corpo
com o espaço físico à volta dele. -
4:49 - 4:55Estou interessada no espaço
entre a pintura e o desenho, -
4:55 - 4:57público e privado.
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4:57 - 5:02Esse espaço de intervalo
fornece uma espécie de abertura -
5:02 - 5:06para os corpos se moverem fluidamente,
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5:06 - 5:09segundo as interpretações
dos observadores. -
5:10 - 5:12A presença de pessoas ali
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5:12 - 5:14quase completa
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5:14 - 5:18ou cria esta apresentação.
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5:23 - 5:25Tradução de Margarida Ferreira
- Title:
- Abstrações Quotidianas de Maryam Hoseini | Art21 "New York Close Up"
- Description:
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Como é que um pintor traduz o real no abstrato?
No seu estúdio de Brooklyn, Maryam Hoseini explora os espaços no intervalo entre a pintura e o desenho, entre o figurativo e a abstração e entre a experiência pessoal incorporada no seu trabalho e as múltiplas interpretações que os observadores lhe podem dar. Enquanto percorre os seus desenhos a lápis e retoma o trabalho numa pintura acrílica, a artista fala do seu interesse de sempre pelas aulas de desenho e da professora de arte, cheia de força, no seu Irão natal, que a inspirou. O trabalho atual de Hoseini representa corpos fragmentados — quase sempre femininos — flutuando no abstrato, espaços arquitetónicos achatados, em narrativas sugestivas, mas em aberto.
Com trabalhos apresentados em importantes exposições mundiais, Hoseini explica o conceito por detrás da sua recente série de pinturas, feitas por encomenda, para uma exposição coincidente com a 58.ª Bienal de Veneza. Numa re-imaginação do famoso poema do século XII, sobre Laylah e Majnun, as pinturas de Hoseini focam a lendária figura feminina, uma mulher que, conforme a artista diz, "estava proibida de falar e até de desejar aquilo que ela realmente queria".
Esta sensação de medo e de ansiedade, pontuado por força e humor, inunda a obra de Hoseini. A artista percorre a evolução do seu estilo, chegando à conclusão de que a sua opção por representar corpos fragmentados, corpos sem cabeça e fraturados, espaços ilegíveis refletem as suas "experiências pessoais e a sua vida de imigrante e uma pessoa que nem sequer pode viajar até ao meu país e regressar ao meu trabalho e à minha vida aqui na América".
Maryam Hoseini (nascida em 1988, no Teerão, no Irão) vive e trabalha em Brooklyn, Nova Iorque.
Saibam mais sobre a artista em: https://art21.org/artist/maryam-hoseini - Video Language:
- English
- Team:
- Art21
- Project:
- "New York Close Up" series
- Duration:
- 05:35
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Maryam Hoseini's Every Day Abstractions | Art21 "New York Close Up" | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Maryam Hoseini's Every Day Abstractions | Art21 "New York Close Up" | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Maryam Hoseini's Every Day Abstractions | Art21 "New York Close Up" |